25 abril 2011

A CRISE E AS ELEIÇÕES ANTECIPADAS

 




© Andre Kosters   EPA()
No passado mês de Fevereiro o primeiro-ministro José Sócrates deslocou-se a Berlim para se reunir com a chanceler alemã Angela Merkel. Este encontro teve como objectivo delinear estratégias para combater a crise financeira portuguesa. Duramente criticado pela oposição e apelidado, inclusive, de subserviente do Governo alemão, José Sócrates iniciou, então, um caminho que havia de culminar na sua demissão.
A 14 de Março, na conferência sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), o primeiro-ministro português afirmou que a decisão de implementar este programa tinha sido tomada com confiança. Perante esta posição de força do Governo começaram a surgir duras críticas por parte dos partidos da oposição.
Passados nove dias, o polémico PEC 4 foi a votação na Assembleia da República. Apesar dos constantes avisos de José Sócrates de que se demitiria caso o PEC fosse chumbado, a oposição não teve qualquer dúvida em relação ao sentido do seu voto: o PEC foi categoricamente chumbado.
Ainda no mesmo dia, o ainda primeiro-ministro José Sócrates reuniu-se com o Presidente da República Cavaco Silva e apresentou a sua demissão. Inconformado com o chumbo do PEC e com a situação em que se via envolvido, Sócrates afirmou que a oposição "retirou todas as condições para o Governo continuar".
Rapidamente começou a ganhar força o cenário de eleições antecipadas. Foi neste clima de incerteza quanto ao futuro da política portuguesa que, no dia seguinte, o engenheiro José Sócrates marcou presença na cimeira de Bruxelas. O primeiro-ministro demissionário procurou explicar a situação portuguesa aos líderes europeus, justificando o porquê de não serem aplicadas as polémicas medidas de combate à crise. Nesta cimeira esteve também presente o líder do PSD, e principal líder da oposição, Pedro Passos Coelho.
No dia seguinte, 25 de Março, o Presidente da República Cavaco Silva reuniu-se ao longo do dia com os líderes dos partidos com assento parlamentar. No final do dia, a possibilidade de eleições antecipadas era cada vez mais uma certeza, com o Partido Comunista Português (PCP), o Bloco de Esquerda (BE) e o partido dos Verdes a indicarem o dia 5 de Junho como melhor data para as eleições. O Partido Social Democrata (PSD) manifestou a sua preferência pelo dia 29 de Maio, enquanto o CDS escusou-se a indicar uma data.

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