29 agosto 2009

B.E - OS PARTIDOS DE PROTESTO - PSD

PINÓQUIOS
B.E P.S.D


O PSD VAI PERDENDO A CONDIÇÃO DE PARTIDO DE GOVERNO - Não sabe o que quer paraPortugal!! Está ao nível do B.E. para pior...
O programa eleitoral do PSD tem 40 páginas, no ficheiro .pdf (incluindo capa, índice, etc.). Nessas 40 páginas, uma pequena busca permite detectar o uso da palavra "NÃO" 54 vezes. O que dá uma espantosa média de 1,35 vezes por página. No programa do PS, com 120 páginas (contadas de acordo com o mesmo critério), a palavra aparece 63 vezes. O que, nesta análise de conteúdo básica, dá uma média de 0,525. Uma vez em cada duas páginas grosseiramente, contra mais de uma vez por página no programa do PSD.
Podia daqui inferir-se que o PSD tem uma visão negativista do programa. Perde mais espaço a dizer o que não quer do que o que quer. No que se aproxima do BE, que bate o recorde registando 325 vezes a palavra não em 110 páginas: 2,95 vezes por página!Do BE não se esperaria outra coisa. É um partido que, contra a sua ala mais moderada (afastada da liderança e das listas de candidatos a deputados), se afirma pelo protesto. E por isso, em cada página, podemos ler 3 vezes a palavra não. No PSD, a situação é mais surpreendente.Pode um partido que aspira a governar elaborar um programa assente no que NÃO gosta e não quer fazer? Como podem os portugueses ficar a conhecer as propostas do PSD? Divulgado o programa, sabemos o que NÃO querem. Continuamos às escuras sobre o que querem. Carlos Santos
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26 agosto 2009

OS BRUXOS DAS TREVAS DA EXTREMA-ESQUERDA

OS INADAPTADOS DA EXTREMA-ESQUERDA,CHEGADOS À DEMOCRACIA PORTUGUESA NUMA MANHÃ DE NEVOEIRO ENVOLTOS EM ROUAGENS MARXISTAS-LENINISTAS-ESTALINISTAS-MAOÍSTAS TROTSEQUISTAS E OUTROS ISMOS DA PESADA, DEPRESSA RENDIDOS às delícias DA DIREITA E AGORA SEUS DILECTOS IDEÓLOGOS.
DOIS DIGNOS REPRESENTANTES DA MERDICE INTELECTUAL DO PAÍS RECTANGULAR ONDE MEDRAM PENSADORES
DE MENTES QUADRADAS
Através de Paulo Querido, cheguei a um post de Rui Curado da Silva, em que são analisadas as adivinhações de Pacheco Pereira e António Barreto para o Expresso. Reproduzindo um excerto, convido o leitor a ler o post na íntegra, que é acompanhado do vídeo da entrevista com “aqueles semblantes austeros a pronunciar sentenças erradíssimas com uma precisão milimétrica sobre o ano de 2008”:
Neste balanço e perspectivas organizado pelo Expresso em Dezembro de 2007, Pacheco Pereira afirmou categoricamente (aos 2:30 do filme acima) que o preço maior que os portugueses iriam pagar em 2008 adviria do carácter ideológico da política inspirada no Modelo Social Europeu; da universalidade e gratuitidade da saúde, da educação e da segurança social . Ora, pelo contrário, estamos em Outubro de 2008 e os portugueses já perceberam muito bem que vão pagar ao longo dos próximos anos, a preço forte, precisamente a ideologia que Pacheco Pereira tem vindo a defender, essa ideologia do Estado Mínimo, a mesma ideologia que deixou milhares de pessoas idosas sem reformas nos EUA, que obrigou milhares de pessoas modestas a devolver a sua habitação, a mesma ideologia que afundou um país rico e próspero como a Islândia e a mesma ideologia que ofereceu salários e lucros colossais a pessoas sem qualquer actividade produtiva. Por muitos defeitos que possa ter o Modelo Social Europeu, nunca uma catástrofe destas proporções se abateu sobre algum país por oferecer educação, saúde e segurança social de qualidade e quase gratuita aos seus cidadãos.”
Nota em jeito de comentário:
-Esta entrevista do Expresso mostra duas evidências:a primeira é a falta de nível dos dois indivíduos que são elevados a oráculos e revelam uma insuspeita e chocante pequenêz, reles mesmo.A segunda é a subserviência dos dois jornalistas aos "oráculos", com evidência para o director do Expresso que se comporta, chocarreiro, como um autêntico ratão de dança carnavalesca (uma desagradável surpresa).

25 agosto 2009

O ESTADO SOCIAL - DUPLO PACTO E AS ALTERNATIVAS

Imagem próxima DO ESTADO ANTI-SOCIAL DE PACHECO E BARRETO e, por consequência, da Direita Portuguesa

Hugo Mendes publicou no Diário Económico um artigo de leitura obrigatória que, pela sua actualidade, se transcreve integralmente:Um dos mitos contemporâneos diz que a globalização torna o Estado social insustentável, sobretudo nos países pequenos. A direita regozija e a esquerda protesta, mas ambas aceitam a sua inevitabilidade. O mito, porém, não sobrevive à análise: as economias mais integradas no comércio internacional são as dos pequenos países - os mesmos que construíram os Estados sociais mais generosos. Parte da explicação é esta: a vulnerabilidade do mercado interno a choques exógenos incentiva à coordenação entre Governo, capital e trabalho, e favorece a construção de compromissos de classe e de instituições que protegem contra os humores do mercado.A discussão é particularmente actual no momento em que o PS propõe ao país um duplo pacto: para o reforço da internacionalização da economia e para a expansão do Estado social. Os pactos complementam-se porque permitem aumentar a coerência entre os regimes de produção de bens transaccionáveis e de protecção das pessoas. Claro que é impossível copiar as instituições ou a trajectória dos países europeus pós-1945: em Portugal, a representação do capital e do trabalho é menos unificada; a taxa de sindicalização no privado é muito reduzida; grande parte dos empregadores e trabalhadores é pouco qualificada; o tecido económico tem bolsas de baixíssima produtividade. Sabemos, porém, que as instituições condicionam a acção dos parceiros, mas não a determinam. A escolha da estratégia é, por isso, decisiva.A estratégia do duplo pacto aposta na definição dos clusters que merecem a aposta prioritária dos sistemas público e privado de inovação. Aposta em medidas de apoio à capacidade organizacional das firmas e à sua inserção em redes internacionais. Aposta na qualificação de pessoas ao nível do ensino superior e do secundário. Aposta em níveis elevados de contratação colectiva e moderada segurança laboral. Aposta em trabalhadores mais bem pagos; num país onde o salário mediano ronda os 700€ e cerca de 500.000 ganham o salário mínimo, é preciso prosseguir o aumento deste, medindo o impacto no emprego. É possível, porém, aumentar o rendimento do trabalhador se o Estado fornecer um complemento ao salário; a medida, que existe em inúmeros países, consta do programa do PS.Os pactos não se complementam por acção da mão invisível do mercado, mas da mão visível do compromisso. O duplo pacto incentiva ao aprofundamento da coordenação cooperativa da economia, essa dinâmica negocial entre Governo, empresas e sindicatos, assente na concertação, na persuasão, e no incentivo - numa palavra, na política. Se alguns reduzem isto a “negociatas”, é porque lhe têm horror.(o que nos parece evidente - ver no Expresso a opinião do ideólogo do PSD, Pacheco Pereira e... o partner Barreto as vozes do dono)

EXPERIÊNCIAS ALARANJADAS ESTÃO FEITAS...



















24 agosto 2009

MEDITAÇÃO NA PASTELARIA


"Mas uma senhora é uma senhora.


Só vê a malícia quem a tem.


Uma senhora passa


e ladrar é o seu dever


se tanto for preciso!"

AlexandreO'Neil










OS NEGÓCIOS DA DONA MANUELA

É no processo da venda do prédio dos CTT na Avenida da República (Lisboa) - oportunidade de negócio oferecida à TCN em Dezembro de 2003 e para o qual Ruy Silva terá sido encarregado de garantir 20 milhões de euros - que é referenciada a então ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.
Por carta, Ruy Silva lembrou aos administradores da TCN que estes lhe haviam referido "ter recebido uma chamada da senhora professora doutora Manuela Ferreira Leite, digna ministra das Finanças, informando que o valor referido seria muito importante para a sua inclusão nas contas do Estado português até ao dia 31 de Dezembro [de 2003]".
O gabinete da actual líder do PSD afirmou indisponibilidade para comentar a notícia, avançada pelo Sol, sobre aquela conversa com os administradores da TCN.
Mas com ou sem contactos entre Ferreira Leite e aqueles protagonistas do processo dos CTT - no qual a PJ concluiu ter havido "financiamento de interesses partidários do PSD" -, o processo de alienação do imóvel de Lisboa revelou inusitada pressa."

NOVIDADES DE SATURNO

Titan - a lua de Saturno
Imagem da superfície de Titan, reproduzida por artistas a partir de imagens de satélite


obtidas pela NASA





ROBÔS



Um robô que consegue encontrar tomadas eléctricas para se recarregar.Vírus de computador que ninguém consegue suprimir.Um robô que consegue encontrar tomadas eléctricas para se recarregar Veículos aéreos predadores que, embora controlados à distância por seres humanos, se aproximam de uma máquina capaz de matar por si mesma.

Impressionados e alarmados com os avanços na inteligência artificial, vários cientistas informáticos estão já a debater os limites à investigação, já que esta pode levar à perda de controlo dos seres humanos sobre sistemas informáticos que estão a suportar uma porção crescente da carga de trabalho da nossa sociedade, com tarefas que vão de conduzir a guerra a atender consumidores pelo telefone.Preocupa-os que os avanços possam dar origem a graves rupturas sociais ou até a terem consequências perigosas.A título de exemplo, os cientistas apontam tecnologias tão variadas como os sistemas médicos experimentais que interagem com os pacientes para simular empatia como os worms e vírus informáticos que desafiam qualquer tentativa de extermínio e que por isso se diz terem atingido o estádio de "baratas" da inteligência artificial. Os investigadores - cientistas informáticos de renome, investigadores de inteligência artificial e de robótica, que se reuniram nas instalações da Asilomar, na baía de Monterey (na Califórnia) - desvalorizaram na generalidade a possibilidade de surgirem superinteligências fortemente centralizadas e a ideia de que a inteligência poderia surgir espontaneamente da internet, mas concordaram que os robôs capazes de matar por si sós já estão entre nós - ou estarão em breve.O debate focou em particular a hipótese de haver criminosos a tirar partido de sistemas de inteligência artificial logo que estes sejam desenvolvidos. Que poderia um criminoso fazer com um sistema de sintetização da fala capaz de o fazer passar por um ser humano? Que acontecerá se a tecnologia de inteligência artificial for usada para sacar informações pessoais contidas em smartphones?A conferência foi organizada pela Association for the Advancement of Artificial Intelligence (AAAI) e, ao escolher a Asilomar para a realização do debate, o grupo evocou um marco importante da história da ciência. Em 1975, os principais biólogos do mundo também se reuniram em Asilomar para debater a nova capacidade de remodelar a vida através da manipulação de material genético. Preocupados com possíveis catástrofes biológicas e com os aspectos éticos da nova tecnologia, decidiram interromper várias experiências. Dessa conferência surgiriam as directrizes para as investigações que incidem na recombinação de ADN, permitindo que as experiências prosseguissem. A reunião sobre o futuro da inteligência artificial foi organizada por Eric Horvitz, investigador da Microsoft que é actualmente presidente da associação. Horvitz pensa que os cientistas informáticos têm de dar resposta à hipótese de máquinas superinteligentes e de sistemas de inteligência artificial ficarem desgovernados. "Algo de novo aconteceu nos últimos cinco a oito anos", afirma Horvitz. "A tecnologia está a substituir--se à religião."O relatório da AAAI vai tentar avaliar a possibilidade da "perda do controlo humano sobre inteligências baseadas em computador". Também vai abordar, diz Horvitz, temas socioeconómicos, jurídicos e éticos, bem como as prováveis alterações nas relações entre seres humanos e computadores. Horvitz diz que o grupo procurou modos de orientar a investigação de maneira que a tecnologia melhore a sociedade, e não a conduza para uma catástrofe tecnológica. Tom Mitchell, professor de Inteligência Artificial e de Aprendizagem das Máquinas da Universidade Carnegie Mellon diz que a reunião a alterou a sua maneira de ver as coisas. "Entrei na reunião muito optimista quanto ao futuro da AI e a pensar que as previsões de Bill Joy e Ray Kurzweil estavam muito afastadas da realidade. A reunião deu-me vontade de falar mais abertamente sobre o assunto, sobretudo das grandes quantidades de dados coligidos sobre a vida de cada um de nós."
Exclusivo i
The New York Times

23 agosto 2009

O DOCE CHILREIO DOS PASSARINHOS DE BELÉM


http://www.youtube.com/watch?v=BgQeJ6BqRLI clique no link e oiça a gaivota da Sara
e neutralizar o ruido dos passarões


isto é recorrente










No ambiente sereno
Envolvente
Mal se sente a brisa leve
Vinda do Tejo ali em frente.
Da azáfama intensa...
Nem um leve ruido
Apenas imperceptíveis
Gemidos da araucária de atalaia
E... mais distinto
Começa a ouvir-se
Rumorejante
O doce chilrear
Dos passarinhos
Por vezes abafado
P'lo arrastar de pés
De passarões
Que por ali passeiam



































































M. F L. MOSTRA DE QUE MASSA É FEITA


O PESSOAL DO PSD, JUNTO DA P.R., MONTA UMA ATOARDA SOBRE ESCUTAS, E, NO SEGUIMENTO DA OPERAÇÃO, BEM PROPAGANDEADA, EIS O DESCARAMENTO DA DAMA :
-"Eu não quero saber se há escutas ou não, [o importante] é que as pessoas acham que há"
QUER DIZER: MANUELA,
ou alguém por ela, "INVENTARAM a história das escutas, as pessoas enfiaram o barrete e Manuela rejubilou porque as pessoas acreditaram e ACHAM QUE A INVENTONA foi algo que SUCEDEU de facto e acreditaram, segundo a dama!!!
SERÁ QUE O DESCARAMENTO E A FALTA DE VERGONHA COLHE... e pode levar alguém a primeira ministra deste país?... Isto não será mesmo uma muito preocupante questão de carácter... a ponderar seriamente? onde é que isto irá parar?

(I) O JORNAL DAS GRANDES CAUSAS

O REI

do Jornal i
A causa monárquica voltou à ribalta com a polémica da bandeira hasteada na Câmara Municipal de Lisboa (CML). O chefe da Casa Real, D. Duarte de Bragança, desvaloriza o incidente e defende que o episódio até pode ter "um aspecto positivo" se "despertar a atenção para as bandeiras portuguesas".

Sobre a actualidade do país, assume que o caso das escutas em Belém não o preocupa?

"Não me importo nada que me escutem. Nada tenho a esconder. E também deve ser esse o caso do Presidente da República".

Como reagiu à notícia de que Lisboa tinha acordado com uma bandeira monárquica na CML?

-É claro que nunca iria apoiar algo de ilegal e considero que se tratou de uma irreverência de juventude que não me parece condenável, porque a bandeira retirada foi devolvida e não houve nenhum desrespeito a símbolos nacionais, ao contrário do que disseram as pessoas que reagiram aborrecidas.

Então não aceita que isto seja tratado como um caso de polícia?

-Não foi cometido nenhum estrago ou acto violento, portanto não me parece que exista aqui um caso.

Mas tem simpatia por esta iniciativa?

-Nos países que prezam a sua história, as bandeiras históricas são todas consideradas com a mesma dignidade e colocadas muitas vezes em conjunto. Nas academias militares de Portugal, Brasil ou Estados Unidos, há esse culto. Faz parte da cultura cívica do povo. Se este episódio serve para despertar a atenção para as bandeiras portuguesas, pode ser um aspecto positivo. Mas claro que não é legal entrar num lugar público e mudar coisas que estejam lá expostas. É uma pequena ilegalidade, não me parece que se possa levantar um grande problema.

Esta acção também significa que a causa monárquica está viva?

-A vitalidade do movimento monárquico em Portugal mede-se de outra maneira: por sondagens de opinião pública, pelas cerca de dez mil pessoas na Reais Associações e muitos outros grupos organizados de monárquicos em grupos de actividades diversas. Não têm é expressão eleitoral, no sentido em que os monárquicos que temos no Parlamento estão dispersos por muitos partidos.

Gostava de fazer uma consulta aos portugueses para saber se preferiam ter um rei como chefe de Estado?

-Já foi feita, mas não foi divulgada. E tem resultados muito curiosos: 29% dos portugueses acha que um rei seria melhor do que um PR. Mas a maioria não tem opinião. Era bom que os portugueses tivessem liberdade para exprimir-se sobre esse assunto, mas num contexto honesto e não fazendo uma pergunta como a pergunta do aborto, que era totalmente direccionada para votar sim.

Cem anos depois da implantação da República, que balanço faz à situação actual da democracia portuguesa?

-O que me preocupa mais é que ao haver 60% de abstenção numas eleições, damos uma importância excessiva a minorias muito militantes. Isto põe em causa o significado da democracia. Se as pessoas não votam por estarem desiludidas com a política, estão a deixar que alguns falem por eles. Se a política é tomada como um campeonato de futebol, em que se vota num partido por ser "o seu", então não interessam as medidas que se defendem. A democracia não pode resumir-se a colocar um voto numa caixa de quatro em quatro anos. Tem de haver mais participação cívica, opinião, referendos

.Acha que isso acontece pelo descrédito da classe política junto dos eleitores?

-Há gente muito boa e decente a fazer política. O problema é a própria instituição da democracia e o sistema em que estamos a viver, que gera esta situação. Temos um excelente Presidente da Republica (PR), deputados muito bons e pessoas muito decentes no governo. Mas não há uma cultura de participação cívica ou de raciocínio lógico.

Como assim?

-Surgiu um movimento para as pessoas comprarem produtos portugueses, e acho muito bem. Mas a maioria das pessoas cujo emprego está em risco, que sabem que as empresas estão a fechar ou que a agricultura está a falir, insistem em comprar tudo estrangeiro. Em todo o Estado ou na administração pública não vejo um único carro fabricado em Portugal. Os alfas pendulares foram todos importados de Itália e depois os ministros vêm chorar porque o capitalismo é horroroso e deixa fechar a fábrica da Bombardier? É uma incoerência chocante e revoltante. E os portugueses deviam revoltar-se contra isso. Não faz sentido estarmos a pagar impostos para sustentar indústrias noutros países.

Está preocupado com a crise económica que vivemos e com o défice do país?

-Parece-me perfeitamente claro que isto assim não pode continuar. Qualquer família que gaste mais do que aquilo que ganha vai à falência e isso também acontece com os Estados. Nós estamos a endividar os nossos netos, que vão ter de pagar os desperdícios e disparates que estamos a fazer hoje. O povo português ficou contente com a Expo, o CCB ou as auto-estradas em todos os cantos do país, mas essas coisas pagam-se. E depois falha-nos o dinheiro noutras coisas, como no sistema de saúde, que é fraco. Como é que avalia a justiça portuguesa?Os deputados fizeram uma legislação que torna muito difícil a aplicação da justiça, por causa dos procedimentos, recursos e picuinhices que empatam a justiça e dificultam o seu exercício. E depois não funciona para ninguém. Nem nos grandes casos nem nos pequenos.

Que comentário faz ao caso Freeport?

-Nenhum. Não foi julgado, portanto não posso dar opiniões. Não quero ser injusto com ninguém.

Acompanhou a recente polémica sobre as alegadas escutas no Palácio de Belém?

-O Presidente da República é uma pessoa de bem sob todos os aspectos, portanto não se deve importar nada que lhe façam escutas.

Mas acha normal que o Palácio de Belém possa estar a ser vigiado?

-Depende de quem faça as escutas. Se tivermos um serviço de segurança bom e eficiente - e temos, como se prova por não haver terrorismo em Portugal - é preferível escutas e vigilância a mais do que a menos. Onde as escutas são inconvenientes é quando servem para espiar, por exemplo entre empresas ou indústrias, ou para saber escândalos da vida privada que possam ser utilizados em chantagens. O importante em democracia é que tenhamos confiança nos serviços que suportam a nossa segurança. Não me importo nada que me escutem, porque não tenho nada a esconder. E acho que também deve ser esse o caso do PR. Mas não sei se é escutado ou não. O que acho é que quem tem cargos públicos de responsabilidade deve aceitar que a sua vida seja transparente.

Concorda com a ideia de Ferreira Leite de que o país vive um clima de asfixia e retaliação criado pelo governo?

-Não sei dizer. Acho é que há um pouco a tendência dos partidos no poder, sobretudo se tiverem maioria, para acharem que têm o direito a privilégios, lugares e vantagens. Isso é muito perigoso. Devíamos seguir mais o modelo inglês, em que a administração é uma coisa e a política outra: as pessoas competentes que estão na administração ficam, independentemente dos partidos no poder.

Acha que um governo minoritário pode ser prejudicial ao país?

-Não. Um governo de coligação é benéfico, no sentido em que se cria uma maior dinâmica de diálogo e participação. Mas o importante é que tem de haver um acordo entre as principais forças políticas para que se tomem as medidas difíceis que têm de ser tomadas. Se não houver esse acordo, os partidos que estiverem no poder não tomam medidas duras com medo de se queimarem eleitoralmente. Se essas medidas forem tomadas por consensos, todos se responsabilizam.

É favorável a um Bloco Central?

Não faz diferença se é Bloco Central ou aliança com os pequenos partidos. Quanto mais forças políticas participarem, mais se pode mobilizar o país para que um governo possa governar a sério. Quanto mais tarde forem tomadas medidas, pior, e se não forem tomadas corre-se o risco de ser uma ditadura a tomar conta do poder para fazer o que é preciso. E falo de uma ditadura que não é necessariamente militar. Se o país entrar em bancarrota, o BCE ou o FMI podem dizer que ajudam a salvar o país, com a condição de nos governarmos de determinada maneira, com uma comissão de gestão estrangeira. E caminhamos para aí: se não fizermos o caminho certo, alguém vai ter de tomar conta de nós.

Que opinião tem sobre os dois principais candidatos a primeiro-ministro?

-Nunca tomo posições partidárias. Não posso fazê-lo devido à minha condição de chefe da Casa Real portuguesa.

Não vota nas legislativas?

-Voto nas eleições autárquicas, porque é uma democracia mais directa, conheço as pessoas. Votar mas legislativas seria tomar uma posição partidária que não posso tomar.
Tags: d. duarte, monarquia, política, bandeiras, crise