19 abril 2007

Os Velhinhos Precoces

A Juventude Comunista Portuguesa, o agrupamento de velhinhos precoces pertencente ao organigrama do inefável partido das liberdades perdidas (PCP), vetou, intransigentemente (DN de hoje), a participação de Ricardo Araújo Pereira do Gato Fedorento, nas celebrações do 25 de Abril. Ricardo teria acedido fazer uma intervenção na cerimónia em representação dos jovens portugueses.
Sendo o vetado uma personalidade muito mediática e com popularidade no seio da juventude (e não só) a escolha era muito acertada e faria uma virtuosa ligação das novas gerações a um acontecimento já longínquou mas que marcou de forma indelével a vida de todos nós. Mas Ricardo tem uma incontornável pecha: é um ex-militante das fileiras do PCP que se libertou das amarras. E é vê-lo aí solto e leve, sem baias, a fazer humor de qualidade e tudo o mais que faz ou deixa de fazer, sem ter de submeter a sua criatividade à consideração dos esbirros do PCP... O que será aliás importante para as actividades que desenvolve, podendo até, um dia destes, desmontar a actividade dos façanhudos do comité central (o que nunca lhe vimos fazer!).
Claro que o PCP não perdôa a dissidentes ou desobedientes e... estivesse a exercer o poder (lagarto,lagarto!) Ricardo já estaria em degredo...
Só não se entende a razão pela qual as organizações democráticas que participam do evento aceitam ou consentem estas inaceitáveis exigências. Se é por razões de "unidade" estamos conversados. Para o PCP unidade só há uma, a do PCP e mais nenhuma. Era assim há trinta anos e permanece. É genético! Imutável...

17 abril 2007

AFIXE-SE

Sobre um assunto que parece nunca mais acabar, tomo a liberdade de publicar, com a devida vénia e também para meu arquivo, "um parecer" do magnífico blog O JUMENTO:
Num editorial escrito por Manuel Carvalho o Jornal Público faz as pazes com Sócrates, sinal de que quem manda no jornal considera que é tempo de parar a contenda pois outros negócios virão e, goste-se ou não, o primeiro-ministro vai continuar a ser José Sócrates. Digamos que estamos perante a obra prima da política palaciana à portuguesa: alguém mandou morder em José Sócrates e decidiu prender o cão.
E depois de fazer as pazes com Sócrates no sábado, o Público passa-lhe a mão p'lo pêlo chegando à brilhante conclusão de que no meio de tudo isto o tramado foi o Marques Mendes. Isto é, depois de não ter conseguido torcer o primeiro-ministro o Público acha que o mau da fita não foi quem publicou sucessivas notícias, mas quem não resistiu à tentação de as aproveitar. Alguém percebeu que Sócrates continua e Marques Mendes nunca lá chegará, portanto bajula-se o primeiro à custa do segundo.
Pois, mas tanto ladrão é o que entra na cêrca como o que fica à porta e o Público também não saiu nada bem desta história, muita gente entendeu a sua manobra e o porquê de a ter lançado agora, pelo que a sua credibilidade e imagem de independência ficou com um rombo bem visível.