14 agosto 2010

ERÓTICA


12 agosto 2010

PORTUGAL NO TOPO DAS RENOVÁVEIS

New York Times coloca Portugal no topo nas renováveis

Em apenas 5 anos, a percentagem da energia proveniente de energias renováveis, consumida em Portugal, passou de 17% para 45%.
Esta notícia não teve origem em nenhum órgão de comunicação social português. Os que discretamente a reproduziram,
leram-na no New York Times

Cinco anos depois de o Governo português liderado por José Sócrates ter "lançado projectos ambiciosos relacionados com as energias renováveis", o The New York Times refere também "que Portugal espera ser o primeiro país a inaugurar uma rede nacional de carregamento de carros eléctricos" já em 2011.

Não é apenas a energia que precisa de renovação mas sobretudo as mentes que "fazem opinião" e a caterva de sátapras que têm feito a vida negra ao (por certo) melhor Primeiro Ministro da era democrática. E não teve o dinheiro à tripa forra como teve um que eu cá sei e que agora, sem uma pontinha de grandeza, ajuda quanto pode à festa da tal caterva.

PASSOS COELHO E PSD AOS PAPÉIS


O projecto político do PSD para a economia foi sintetizado pelo gestor Pedro Reis, responsável de Passos Coelho pela política empresarial, em entrevista ao i: "Os salários e os impostos estão 15% acima do que deviam." Assim se prova, pela enésima vez, que o pensamento neoliberal está hoje reduzido a uma fraude intelectual conveniente para um certo poder gestionário nacional, tão mal habituado quanto bem alimentado. Temos, por isso, de voltar aos assuntos de sempre desta coluna.
Num país onde só 36% das empresas declaram ter proveitos para efeitos de IRC, é preciso ter lata para vir dizer que os impostos são altos. Altos para quem? O que se quer é pagar menos impostos sobre o rendimento, num dos países europeus onde o regressivo IVA mais pesa na estrutura de impostos. Enfim, trata-se do egoísmo a falar: quem cai nos últimos escalões do IRS geralmente tem o mau hábito de não usar os serviços públicos. Pagar impostos "altos" torna-se assim uma dispensável maçada.
Mas o pior ainda está no campo das relações laborais. Percebe-se agora a razão das "razões atendíveis", : sabe-se que aumentar ainda mais a precariedade é uma das melhores formas de reduzir salários. No entanto, este diagnóstico sobre o suposto regabofe salarial em Portugal é de uma preguiça confrangedora, num país onde um em cada três trabalhadores ganha 500 euros ou menos por mês.
Num país onde, desde 1995, segundo o economista Ricardo Paes Mamede, os salários reais cresceram, em média, um pouco abaixo da produtividade, o que explica a sua estagnação em percentagem do rendimento nacional, apesar do aumento do emprego durante este período. Isto ainda é pior porque as médias enganam num dos países mais desiguais da Europa, onde os 10% mais bem pagos ganham 5,3 vezes mais do que os 10% menos bem pagos (na competitiva Dinamarca a diferença é de 2,3 vezes).
Dito isto, o PSD tem apenas o mérito de dizer às claras o que o PS, em parte, tem vindo a fazer às escuras: favorecer, através de cortes nos programas de apoio ao emprego e aos desempregados e nas políticas sociais, o desespero entre os mais pobres e vulneráveis, para os obrigar a aceitar eventuais salários ainda mais baixos, num contexto de desemprego de dois dígitos, ajudado pela política económica de austeridade com escala europeia. Alguém no seu perfeito juízo, com a imparcialidade e a capacidade de se colocar no lugar de quem sofre, virtudes económicas cuja importância Adam Smith sublinhou, achará que é assim que se constrói uma economia civilizada que motive e valorize quem trabalha?
no i

11 agosto 2010

A DEMOCRACIA AGREDIDA


Durante alguns anos embalámos a sensação, um pouco vaga, levemente indeterminada, de que a Justiça não só era justa como velava por nós. Os malvados eram punidos e os justos protegidos. A harmonia que este pressuposto comportava justificava a circunstância de nem sequer nos preocuparmos. Desconhecíamos os nomes e os rostos daqueles que vigiavam pela segurança de todos. Pessoas de carácter impoluto que não apenas faziam cumprir as leis como defendiam a grandeza e a decência democráticas. O festim da confiança durou pouco. Tratava-se, afinal, de um sentimento que pertencia aos domínios da fé.
Sou do tempo em que a magistratura era o mimetismo arrogante do poder fascista. E assisti, em tribunais plenários, às mais repulsivas misérias morais, cometidas por "juízes" que compunham medonhas caricaturas da nobreza e da honra. Nunca foram julgados nem castigados. Aliás, depois de condenarem presos políticos a penas pesadíssimas, adicionadas a "medidas de segurança", que significavam, praticamente, prisão por tempo indeterminado, esses senhores iam tomar chá à Bénard ou à Ferrari, ou entravam na Bertrand para saber das novidades literárias. Tranquilamente, sem sobressaltos de consciência. Morreram no leito da serenidade, com reformas substanciais.

As coisas melhoraram, com o 25 de Abril? Superficialmente. A mentalidade de retábulo de eleitos não sofreu alterações: as características de domínio corporativo mantêm-se. Ainda não chegámos à "democracia de juízes", como ocorreu, por exemplo, em Itália. Mas caminhamos para uma interpretação perigosa do que a Justiça pode ser. Abrem-se as veredas a uma sociedade de incertezas, que fará a erosão dos mecanismos e dos princípios democráticos. Não duvidemos das graves ameaças que pesam sobre nós.

Esta beligerância activa entre o procurador-geral da República, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e Cândida Almeida comporta a hipótese de uma continuidade perturbadora. E resulta das velhas malformações existentes na Justiça. As virtualidades estruturais, intrínsecas ao nosso sistema, deixaram de existir, ou nunca existiram, e deram lugar a excrescências malignas, que se desenvolvem em todos os aparelhos judiciais e jurídicos. Estas anomalias irão dilatar-se no tempo, com tal extensão, que podem facilitar novas amolgadelas na democracia portuguesa, cada vez mais amassada?

Em Portugal acredita-se muito pouco nas instituições. Ninguém abona ninguém. Uma desconfiança generalizada das populações, na honestidade e na "independência" de quem devia estar acima de toda a suspeita, está a abalar a própria credibilidade da democracia. Como nada acontece por acaso, a quem aproveita a situação?
D.N
Por Baptista Bastos
NOTA
O terrorismo judiciário instalou-se sob este calor inabitual. O toca-e-foge das insinuações e dos palpites disfarçados de comentários incendeiam os jornais e explodem nas televisões. O tu-cá-tu-lá dos justiceiros ganhou o estatuto de competência técnica e de propósito moral. Uma sociedade degrada-se quando a justiça se torna na sua negação: a demagogia da prova e a febre da inquisição.

09 agosto 2010

A BELA ADORMECIDA


A TRGÉDIA DOS INCÊNDIOS
O distrito de Viseu conta com dois incêndios activos desde sexta-feira

O ALMIRANTE MATIAS E OS SUBMARINOS


O nosso almirantado anda feliz pois já não tem apenas os Mercedes conduzidos por grumetes sinaleiros, já pode ir às reuniões e recepções ostentando insígnias da arma submarina. Armada que se preze deve ter este poderoso meio de dissuasão. Pelo menos foi esse o argumento usado para a compra dos submarinos. Era esse o argumento usado pelo almirante Vieira Matias, um senhor que ficou conhecido por dizer que a armada estava no cais por falta de gasóleo, era Guterres primeiro-ministro.
Mas agora o almirante usa um novo argumento, os submarinos são indispensáveis[Image] para proteger os nosso património submarino que, como o alargamento tem a extensão da Índia, portanto, se algum maroto andar lá em baixo a roubar ouro ou petróleo já o podemos apanhar e se vier equipado com algum porta-aviões leva com um balázio.
Eu até pensava que para patrulhar tanto mar dava jeito ter uns aviões ou navios rápidos, mas não, o almirante é que sabe e diz que isso é tarefa para submarinos. A coisa parece tão patética que se calhar o senhor não percebe nem quer perceber...
in o Jumento

SALÁRIOS ACIMA DO QUE DEVIAM - DIZEM ELES


Não há razões atendíveis para a agenda do PSD
Passos Coelho elegeu a revisão da lei fundamental como prioridade na tomada de posse como líder do PSD
O projecto político do PSD para a economia foi sintetizado pelo gestor Pedro Reis, responsável de Passos Coelho pela política empresarial, em entrevista ao i: "Os salários e os impostos estão 15% acima do que deviam." Assim se prova, pela enésima vez, que o pensamento neoliberal está hoje reduzido a uma fraude intelectual conveniente para um certo poder gestionário nacional, tão mal habituado quanto bem alimentado.
Num país onde 36% das empresas declaram ter proveitos para efeitos de IRC, é preciso ter lata para vir dizer que os impostos são altos. Altos para quem? O que se quer é pagar menos impostos sobre o rendimento, num dos países europeus onde o regressivo IVA mais pesa na estrutura de impostos. Enfim, trata-se do egoísmo a falar: quem cai nos últimos escalões do IRS geralmente tem o mau hábito de não usar os serviços públicos. Pagar impostos "altos" torna-se assim uma dispensável maçada.
Mas o pior ainda está no campo das relações laborais. Percebe-se agora a razão das "razões atendíveis", o truque constitucional de Passos Coelho para facilitar despedimentos: sabe-se que aumentar ainda mais a precariedade é uma das melhores formas de reduzir salários. No entanto, este diagnóstico sobre o suposto regabofe salarial em Portugal é de uma preguiça confrangedora, num país onde um em cada três trabalhadores ganha 500 euros ou menos por mês.
Num país onde, desde 1995, segundo o economista Ricardo Paes Mamede, os salários reais cresceram, em média, um pouco abaixo da produtividade, o que explica a sua estagnação em percentagem do rendimento nacional, apesar do aumento do emprego durante este período. Isto ainda é pior porque as médias enganam num dos países mais desiguais da Europa, onde os 10% mais bem pagos ganham 5,3 vezes mais do que os 10% menos bem pagos (na competitiva Dinamarca a diferença é de 2,3 vezes).
Dito isto, o PSD tem apenas o mérito de dizer às claras o que o PS, em parte, tem vindo a fazer às escuras: favorecer, através de cortes nos programas de apoio ao emprego e aos desempregados e nas políticas sociais, o desespero entre os mais pobres e vulneráveis, para os obrigar a aceitar eventuais salários ainda mais baixos, num contexto de desemprego de dois dígitos, ajudado pela política económica de austeridade com escala europeia
. Alguém no seu perfeito juízo, com a imparcialidade e a capacidade de se colocar no lugar de quem sofre, virtudes económicas cuja importância Adam Smith sublinhou, achará que é assim que se constrói uma economia civilizada que motive e valorize quem trabalha?
PASSOS COELHO ANDA NO PARTIDO E NA POLÍTICA NACIONAL COMO O PILATOS NO CREDO... E C0RRE O RISCO DE SER PRIMEIRO MINISTRO

08 agosto 2010

O MARTÍRIO DE J.SÓCRATES



Tem sido sugerido que, uma vez conhecida a acusação do processo Freeport, era devido um pedido de desculpas a Sócrates. Se pensarmos no que foram as manchetes dos media nos últimos seis anos, sopradas por "operadores" do sistema de justiça, e na utilização política que foi feita do processo, há boas razões para uma penitência colectiva de muitos jornalistas portugueses, acompanhados por parte significativa da classe política. Mas é um erro olhar para o que se passou como uma questão com Sócrates. No essencial, a presença mediática do processo Freeport nunca foi uma diatribe contra o primeiro-ministro. O que esteve sempre em causa foi bem mais grave: a exposição de um cancro que está a destruir a democracia portuguesa e que resulta da coligação perversa entre péssimas investigações e jornalismo medíocre. Uma coligação que radica numa justiça que compensa a incapacidade de produzir prova com disseminação de pseudo-factos nos media e numa comunicação social que se revela incapaz de avaliar a idoneidade das suas fontes, tomando como válida qualquer informação proveniente do sistema de justiça. Os resultados estão à vista. Uma degradação generalizada da vida pública e um sentimento de total impunidade - que impossibilita que tenhamos certezas quando alguém é condenado, ao mesmo tempo que fica sempre a pairar uma dúvida sobre a inocência de quem algum dia tenha visto o seu nome envolvido num processo. Na verdade, não é a José Sócrates que é devido um pedido de desculpas. É a todos nós, que assistimos impotentes a este cancro que está a degradar a democracia portuguesa. p.a.s