03 outubro 2009

AS " SANTANICES DO PEDRO"










CADÊ A OBRA???O arquitecto Frank Gehry cobrou à EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa – 600 dólares à hora (cerca de 649 euros, ao câmbio da altura) pela elaboração do projecto de reabilitação urbana do parque Mayer. O projecto, que foi promovido por Pedro Santana Lopes quando era presidente da Câmara de Lisboa, custou à EPUL um total de 2,9 milhões de euros, dos quais 2,2 milhões foram pagos ao ateliê de Frank Gehry. É necessário muito cuidado, agora que vamos votar para as autarquias,para não abrir, com o voto, as portas dos cofres a estes irresponsáveis. E este SANTANA é de uma pertinácia e tal descaramento que não desarma.SÓ CORRIDO!!!
A 28 de Janeiro de 2003, a Gehry Partners, enviou a Eduarda Napoleão, então vereadora com os pelouros do Licenciamento Urbanístico e Reabilitação Urbana, uma carta com as linhas gerais do projecto, o preço da sua concepção, o tipo de despesas reembolsáveis e os preços praticados pelos arquitectos do ateliê em cada hora de serviço.
O documento, a que o CM teve acesso, deixa claro que Frank Gehry cobrava 600 dólares à hora. Como na altura um dólar valia 1,0818 euros, o arquitecto canadiano, famoso pela arquitectura do Museu Guggenheim em Bilbao, fazia-se pagar à hora por 649 euros.
Já Randy Jefferson, autor da missiva para a vereadora, cobrava em cada hora de serviço quase 347 euros. Em concreto, os 12 arquitectos referidos no documento praticavam, preços à hora entre um mínimo de 70 dólares (75,7 euros) e um máximo de 600 dólares, referente a Frank Gehry.
A carta endereçada a Eduarda Napoleão, nomeada presidente da EPUL por Santana Lopes em 2004, precisava que o projecto iria custar 1,2 milhões de dólares (quase 1,3 milhões de euros). É um valor desta grandeza que aparece referido no contrato celebrado entre a EPUL, a EBAHL (actual EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural).
A autarquia, cujo presidente da altura promoveu a contratação de Frank Gehry, não entrou no contrato. E por uma razão simples: a 1 de Fevereiro de 2005, a Câmara, por proposta de Santana Lopes, atribuiu à EPUL a responsabilidade de reabilitar o Parque Mayer.
Ontem à tarde, o CM contactou o assessor de Pedro Santana Lopes e informou-o do assunto em causa. Até à hora de fecho desta edição, não obtivemos qualquer resposta do candidato à Câmara Municipal de Lisboa.
SÓ ASVIAGENS DE ARQUITECTOS CUSTARAM 28 881 EUROS
Em Maio de 2004, entrou na EPUL uma factura da Gehry Partners sobre duas viagens em nome de Frank Gehry e Keith Mendenhall, com o custo de 33 707 dólares (28 881 euros, como refere o documento). As viagens foram entre Los Angeles, Londres e Lisboa, em Setembro de 2003
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SAIBA MAIS -Correio da Manhã

02 outubro 2009

NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA NÃO HÁ FONTES - HÁ FACTOS!




Numa Presidência da República nunca há 'fontes'. Há factos, comentários ou opiniões, que um Presidente, em certas alturas, quer tornar do domínio público sem se comprometer por via oficial, nem sequer com uma nota. E há colaboradores para executarem a vontade e a estratégia do Presidente. Quando não o fazem, obviamente passam imediatamente a ex-colaboradores. É por isso que o silêncio de Cavaco Silva pesa sobre a actual suspeita de pseudovigilância ilegal às comunicações dos seus assessores por parte de 'alguém' do gabinete de José Sócrates" ("Um silêncio suspeito", escrito a 22 de Agosto)"É absolutamente condenável a estratégia da Presidência da República nesta questão. Ou a notícia é falsa e já deveria ter sido desmentida; ou a notícia corresponde ao que o Presidente pensa e só poderia ter duas consequências: queixa na Procuradoria e demissão do Governo" (Idem)

01 outubro 2009

MÁS NOTÍCIAS PARA OS "BOTA-A-BAIXO"


Portugal alinha pelo tom optimista do FMI, nas previsões inscritas no World Economic Outlook hoje divulgado pela instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn. E a melhoria nas previsões inclui também o ano em curso, com o recuo do produto interno bruto (PIB) a ser revisto de -4,1 para -3,0 por cento.No início da semana, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, tinha igualmente alinhado num discurso mais optimista sobre a evolução da economia, deixando a ideia de que a instituição que dirige vai rever em alta as previsões de crescimento e revelando a expectativa de que o PIB registará uma evolução positiva já no próximo ano. Constâncio acrescentou que os planos de estímulo às economias devem manter-se em 2010 e que seria imprudente regressar a cenários de consolidação orçamental já no próximo ano, sob pena de colocar em risco os esforços tendentes a sustentar a retoma.O FMI avança também novas previsões para a evolução da inflação: -0,6 por cento este ano (0,3 por cento positivos na previsão de Abril); no próximo ano, os preços registarão um aumento global de 1 por cento.

30 setembro 2009

PATÉTICO


A eurodeputada socialista Ana Gomes considerou hoje "patética" a comunicação ao país do Presidente da República, dizendo que, a partir de agora, o Governo terá de ter "muito paciência" com o Palácio de Belém.Ana Gomes, candidata do PS à presidência da Câmara de Sintra, falava aos jornalistas momentos antes da inauguração do troço de auto-estrada que liga o nó da Circular Regional Externa de Lisboa (CREL) ao nó de Alcabideche da A5 -- cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates."A intervenção do Presidente da República encavacou todos os portugueses, porque foi patética. A construção que mostrou ter na sua cabeça e que a demonstrou perante todos os portugueses mostra que há um desfasamento com a realidade", considerou a dirigente socialista.Sobre as críticas do Presidente da República ao facto de dirigentes socialistas terem apontando assessores de Belém como estando a colaborar com a elaboração do programa eleitoral do PSD, Ana Gomes referiu que "esses assessores, obviamente, não têm limitações de cidadania"."Mas também acho que há uma crítica política que é legítima por parte de partidos a outros partidos por não terem gente capaz de elaborar um programa e terem de recorrer a assessores do Presidente da República", sustentou Ana Gomes."É patético que o Presidente da República tenha situado tudo quando estava na sua casa de férias a despachar diplomas, quando de facto tudo se passa há mais de um ano. Há um ano atrás quando um seu assessor de imprensa foi plantar no jornal Público a notícia que a Presidência estava cheia de angústias por supostamente estar a ser seguida e espiada", advogou a eurodeputada socialista.Ana Gomes disse concordar com o teor da reacção oficial do PS, "pois o melhor é cortar o mal pela raiz".Sobre as futuras relações entre São Bento e a Presidência da República, Ana Gomes declarou: "todos teremos de ter muita paciência".

SOCORRO - LEVEM-ME PARA A MADEIRA!


29 setembro 2009

AUTÁRQUICAS NO MONTIJO

As gentes do Montijo são um exemplo de participação cívica na vida da sua cidade e Concelho, facto que espelha bem no seu desenvolvimento a todos os níveis, constituindo um exemplo que deveria ser seguido por muitas cidades e municípios do País, do Corvo a Freixo-de-Espada à-Cinta. Causa-nos sempre muita admiração este envolvimento popular nos assunto da comunidade, uma forma de combater a indiferença e de acicatar a acção dos próprios dirigentes e responsáveis a todos os níveis que, desta forma também se sentem gratificados pelo seu esforço e empenhamento pelas causas que lideram.Têm os montijenses o privilégio de ter na presidência da Câmara uma autarca de grande prestígio e obra feita, a Dra Maria Amélia Antunes, a qual se candidata a mais um mandato nas próximas eleições, tendo a propósito e em evento de campanha eleitoral, proferido um importante discurso, do qual destacamos estas muito significativas palavras:
Caros e caros amigos e camaradas,
Na minha intervenção de candidatura em 9 Maio de 1997 afirmei que se o Partido Socialista ganhasse as eleições autárquicas iríamos transformar a face do concelho de Montijo, tornando-o num concelho moderno, desenvolvido, coeso social, ambiental e territorialmente. A obra está à vista a começar por esta magnífica praça da República que em boa hora requalificámos.
O PS mexeu com a cidade e com todas as freguesias do concelho. Nada nem ninguém ficou indiferente à intervenção qualificada do PS. Interviemos nas áreas do Ordenamento do Território e do Urbanismo, do Património, Cultura e Ciência, da Promoção e Desenvolvimento, da Acção Social, do Ambiente e Saneamento Básico, da Educação, na cooperação com as Juntas de Freguesia, na Modernização Administrativa, na Protecção Civil, no Desporto e Tempos Livres, na Saúde e no apoio ao movimento associativo. A ligação com a comunidade educativa (professores, pais, alunos, funcionários) marca também este nosso mandat
o.

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Parabéns aos militantes do P.S. do Montijo por serem um exemplo de participação cívica e pelo empenho que emprestam às causas da sua terra, não podendo nós deixar de salientar a acção do Sr.José Artur Resina Bastos que, para além do resto, ainda se dá ao cuidado de nos ir informando o que de relevante se passa naquela pitoresca cidade ribeirinha. Bem haja esta gente exemplar!

P S A GOVERNAR SOZINHO? HAVIA DE SER BONITO!







Murteira Nabo acredita que PS governará sozinho
29.09.2009 - 15h56 Lusa
O empresário Francisco Murteira Nabo disse ter a convicção de que o Partido Socialista (PS) vai formar um Governo sozinho. “Mas governe sozinho ou não, acho que é fundamental que os partidos na maioria parlamentar assegurem um plano de recuperação financeira e um plano de desenvolvimento económico de longo prazo estável”, afirmou.Para o presidente da Elo, o fundamental é que “independentemente de quem governe, se comprometa que as grandes linhas estratégicas de desenvolvimento do país sejam asseguradas”.

A Elo - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e a Cooperação - é uma Associação Empresarial sem fins lucrativos, que visa promover e desenvolver o intercâmbio económico, social, científico e cultural entre Portugal e os países em vias de desenvolvimento, assim como reforçar os laços económico-empresariais com aqueles países, em particular com os Estados membros da CPLP.

Murteira Nabo sublinhou ainda não ser a primeira vez que Portugal tem um governo minoritário e que o “PS com maioria parlamentar ou sem maioria parlamentar, pode governar o país”. O PS obteve 36,6 por cento dos votos nas eleições legislativas realizadas no domingo e vai governar o país por mais quatro anos, mas sem ter maioria absoluta no parlamento.

Isso aconteceu com o célebre governo de António Guterres em que Murteira Nabo participou e todos se lembrarão do calvário a que esse governo foi submetido pela oposição, particularmente os sôfregos do PSD. E foi com o santo Guterres em Primeiro Ministro o tal que lhe davam numa face e ele oferecia a outra. Mas saiu esbaforido e ninguém mais o viu em Portugal a fazer política. Safa!!! E como os portugueses não aprendem nada esmeraram-se a criar pântanos distribuindo votos por forças políticas inúteis e irresponsáveis como o B.E. e quejandos... e vão sentar-se de bancada a apreciar a obra feita e a ajudarem os eufémios & Cª. no trabalho de lapidação a quem vai ter de se sujeitar a dar corpo à mensagem romana do tal povo rude que não se governa nem se deixa governar...

28 setembro 2009

ANÁLISES DO DIA SEGUINTE

Ferreira Leite
Será que a líder do PSD estará melhor dos seus problemas de falta de ar?
OS OUTROS DERROTADOS
Foi tanta gente a festejar a vitória na noite das eleições que até parece que só Manuela Ferreira Leite teve de guardar o espumante para melhor oportunidade. Além disso ficaram esquecidos muitos pequenos derrotados nestas legislativas, a saber:
Maria José Nogueira Pinto: o seu aparecimento nas listas do PSD causou surpresa e a surpresa teria sido maior se o relatório sobre a sua gestão à frente da Misericórdia de Lisboa entregue a Ferreira Leite sobre a gestão da Santa Casa. A gestão da Misericórdia de Lisboa suscitou algumas dúvidas ao então director-geral.
A agora deputada apostou em todos os tabuleiros, até conseguiu chegar a deputada do PSD sem ter mexido um dedo. E se Manuela Ferreira Leite tivesse ganho é muito provável que tivesse chegado a ministra da Saúde. Mas parece que teve azar e vai ter que se sentar no parlamento a criar hemorróidas e calos no rabo, ao lado da bancada do PP que a lançou nestas andanças.
Manuel Alegre: a ajuda do ex-candidato presidencial de pouco serviu ao BE já que os seus deputados não são em número suficiente para negociarem quaisquer acordos com o PS e ninguém acredita que Jerónimo de Sousa aceite sentar-se com a extrema-esquerda. Se Manuel Alegre contava com um BE como parceiro do PS, chamando a si o protagonismo de pai da maioria de esquerda enganou-se. Ninguém sabe onde está o seu milhão de votos, até é provável que uma boa parte deles tenham ido para o Paulo Portas, isso significa que uma possível candidatura presidencial de Manuel Alegre pode ter morrido ontem à noite.

O POVO PORTUGUÊS TEM AQUILO QUE MERECE



Sócrates tem pela frente dois anos - o prazo de validade deste governo - de extrema dificuldade. Politicamente, tem uma mão cheia de adversários:
-Em Belém, Cavaco ainda não clarificou se tem ou não uma granada para rebentar - embora seja de prever alguma hostilidade.(Cá para nós, uma oportunidade para avaliar o seu patriotismo ou se o Senhor é mesmo intrinsecamente um homem mau e roncoroso.)
-Num Parlamento sem maioria, terá de negociar medida a medida - o que não lhe está no sangue -, a começar pelo Orçamento do Estado, já em Janeiro. E no país real terá de gerir uma situação económica explosiva: o desemprego continuará a aumentar - esperam-se mais cem mil pessoas sem trabalho; o aliado espanhol, principal destino das exportações, permanece nos cuidados intensivos; os juros vão subir; a dívida pública atingiu números pornográficos e o défice está em roda livre. Não bastará dizer que as finanças públicas estão sob controlo, Sócrates terá de o provar. Como? Os apoios extraordinários à economia terão de ser cortados, se não em 2010, pelo menos em 2011. Não há milagres: os cofres públicos estão sujeitos a uma tremenda pressão, empresas e pessoas não aguentam mais impostos. Sócrates terá de conseguir a quadratura do círculo: passar de um ciclo de intervenção do Estado para outro onde a iniciativa privada recupera o pé. Será possível? Com 29 deputados perdidos, quem serão os aliados? Para já, só há adversários. E o Freeport (e a canalha patriota (?!) anda por aí...
Manuela Ferreira Leite está infeliz...
...porque falhou em toda a linha quando as circunstâncias lhe eram favoráveis. Só ganhou sete mil votos face a 2005 e deixa o partido em crise. Fica? Vai-se embora? A sucessão está em aberto. Não vai ser bonito.Santana Lopes deve estar a rir-se. Até Fernando Nogueira foi capaz de ganhar mais votos do que a líder do PSD. A primeira conclusão a tirar é esta: o país chumbou a escolha social-democrata. Manuela tinha quase tudo para ganhar: crise económica evidente, reputação esburacada do adversário, vitória eleitoral nas europeias – só faltava mesmo um líder capaz de dar corpo à mudança. Não era fácil, mas também não era difícil. A verdade é simples: Ferreira Leite foi um erro de casting. Neste sentido, o cavaquismo está moribundo. Sobrevive em Belém, mas também ele está em cheque face às acusações levantadas e, para já, não provadas. A derrota de Manuela não é, contudo, uma derrota individual. Além do cavaquismo, perde o PSD ‘socialite’ que sente algum embaraço na companhia das bases. Perdem Alexandre Relvas e António Borges, símbolos de um partido diletante que encarou as eleições com o ar olímpico e inconsequente. Manuela foi o reflexo desta frágil superioridade moral. Se a campanha foi medíocre, o programa de governo está na génese da catástrofe. O liberalismo foi posto na gaveta: este PSD era, na verdade, um socialismo laranja de conveniência. Manuela não só deixa o PSD estilhaçado como impediu que, no grupo parlamentar, estivesse Passos Coelho, o líder a prazo. Ou será Rui Rio? As hostilidades vão começar.
Paulo Portas está feliz...
...porque tirou a Louçã o brilho do terceiro lugar e cresceu 3,% face a 2005. Num país ainda mais de esquerda, o liberalismo de Portas tornou-se necessário.A fraqueza do PSD foi a força do CDS-PP. Paulo Portas ganhou porque Ferreira Leite perdeu. Além do grande resultado, Portas foi a estrela destas eleições:_o CDS é a terceira força política do país e tirou o pão da boca a Louçã, que já se julgava camisola amarela entre os partidos pequenos. Mais importante: apesar do crescimento da esquerda, é relevante para o país ter um partido não estatizante e liberal com poder de fogo e voz no Parlamento. Mas Portas não ganhou tudo. Feitas as contas, continuará na oposição mais dois anos. O drama de ser líder do CDS é esse mesmo: muleta política é o seu máximo objectivo e, neste sentido, o êxito de Ferreira Leite seria também a chave do seu sucesso. Fica para a próxima. Portas é um pragmático e, até lá, não desprezará acordos pontuais com o PS, se isso favorecer o seu eleitorado e não o implicar demasiado, mas não se espere mais do que isso. A vitória de ontem deve-se a um campanha eleitoral determinada. Os 21 deputados são arma que deve usar com bom-senso.
Francisco Louçã está feliz...
...porque ganhou mais duzentos mil votos face a 2005 e já está longe dos 2,7% de 2002. Este Bloco é outro partido, embora não saiba bem que voz adoptar.O Bloco atingiu ontem a maioridade, apesar de ter ficado ligeiramente aquém das expectativas. Pode continuar a não usar gravata e a ir de autocarro para o trabalho – embora já tenha Plano Poupança reforma e use o carro quando lhe dá jeito. Pode até insistir na nacionalizações, porque ninguém leva a sério e acha que são marcas que ficaram do passado mais radical. Mas agora há uma nova limitação: Francisco Louçã representa a quarta força política do país. O choque com a realidade é inevitável: perante um governo PS minoritário, Louçã será convidado a apoiar o executivo mais vezes do que lhe convinha. Não lhe bastará desafiar o primeiro-ministro no Parlamento: terá de negociar. Negociar não significa ceder, significa mostrar que o Bloco é mais do que um simples partido de protesto. A área social parece a ponte segura para falar com Sócrates sem comprometer a independência. O Bloco não pode ser apenas muleta, mas também já não pode ser só bastão de combate. Ontem isso acabou.
Jerónimo de Sousa está infeliz...
...porque depois de quatro anos de luta nas ruas, protestos e greves, só ficou com as sobras dos votos deixados pelo Bloco. Sabe a pouco e a quase derrota Jerónimo de Sousa fez uma campanha fraca, foi o mais frágil nos debates televisivos e acabou atrás do Bloco de Esquerda. A_CDU é, agora, o grupo parlamentar mais pequeno no Parlamento. O crescimento do Bloco é mais do que uma ameaça, é uma realidade que empurra os comunistas para uma posição de cada vez maior irrelevância política. Claro, o ruído dos sindicatos – designadamente da CGTP – permitirão à CDU ter um impacto social e televisivo muito acima do seu valor eleitoral, mas esse músculo não invalida as dificuldades presentes de Jerónimo de Sousa. O secretário-geral comunista não tem o lugar em perigo, nem sequer ameaçado, mas o desgaste e a erosão parecem evidentes. Apenas a lógica conservadora do partido trava qualquer ímpeto de mudança e maiores solavancos. Jerónimo de Sousa defenderá a realidade formal – teve mais votos do que em 2005 –, mas a realidade substantiva confirma a oportunidade perdida: com o PS em hemorragia, foi Louçã quem encheu o bornal (o que, cá para nós, não constitui uma boa notícia para o futuro desta cloaca mal-cheirosa onde tanto suíno chafurda)
E o Povo Português Só tem aquilo que merece!!!