26 março 2011

DIVAGANDO SOBRE O PEC

Reunião sobre o PEC que levou à sua não aprovação
por parte do PSD
Qual terá sido  o conselho de Sua Exª.  nesta reunião com Passos Coelho que a imagem supra documenta, reportada aos meandros  do famigerado PEC, que nos permita avaliar o verdadeiro papel desempenhado pelo P.R. na sua não aprovação?  De concreto nunca o saberemos... Mas se tivesse aconselhado o PSD a dar a sua aprovação o país estaria agora em muito melhor situação e muitos de nós menos preocupados.   Até porque ninguém acredita que o PSD não cumprisse a vontade de Sua Exª. Daí que nos seja permitido concluir que se agora estamos em maus lençóis, de certeza que a mão de Sua Exª não estará alheia aos resultados da "contenda."  Mas queira V.Exª desculpar-me a ousadia de dizer que o tenho por uma pessoa de muito mau feitio e que e sobre a Pátria não lhe conhecemos grandes manifestações de patriotismo (excepto a contenda com o checo provocador que foi desbaratado com a sua mortífera indiferença...) nem ousariamos pensar que não seria capaz  de morrer por ela

OS ABUTRES





O primeiro-ministro José Sócrates disse  em Bruxelas que muitas vezes se pergunta “como foi possível” os partidos da oposição “fazerem isto ao país”, ao reprovarem o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), precipitando a queda do Governo.
“Muitas vezes me pergunto: como é que foi possível fazerem isto ao país? (…) Era óbvio que a nossa situação ficaria enfraquecida”, assinalou, acrescentando que “bastaram 24 horas” para que as agências de notação baixarem a notação da dívida portuguesa. “E só lá vão 24 horas”, sublinhou.
Embora destacando que a situação de Portugal “ficou pior” depois da reprovação do PEC pela Assembleia da República, Sócrates insistiu, numa conferência de imprensa particularmente concorrida e seguida pela imprensa internacional, que “Portugal não precisa de aderir a nenhum fundo de resgate” e irá cumprir "os seus compromissos com a Europa".
Numa concorrida conferência de imprensa após o Conselho Europeu, a primeira desde que, na passada quarta-feira, a Assembleia da República rejeitou o PEC, Sócrates não poupou críticas aos partidos da oposição, que acusou de não terem respeitado o país, ao recusarem qualquer diálogo.
“Nunca pensei, é verdade, que a oposição fosse tão longe e não tivesse um mínimo de consciência do interesse nacional, um mínimo de respeito pelo país, por forma a recusar qualquer negociação, qualquer conversa, qualquer compromisso. Não, isso não me ocorreu", disse, em resposta à imprensa internacional.
Argumentando que “durante duas semanas” não fez outra coisa que não fosse “apelar aos partidos da oposição, para que pensassem duas vezes, para que estivessem ao lado do seu país, pensando nas consequências que teria o chumbo do PEC”,

25 março 2011

COM DESEMPREGO ELEVADO É ERRADO REDUZIR DESPESA PÚBLICA


O economista norte-americano e Prémio Nobel da Economia Paul Krugman considerou   que
Lisboa, 25 mar (Lusa) - O economista norte-americano e Prémio Nobel da Economia Paul Krugman considerou hoje Portugal como um exemplo do erro de reduzir a despesa pública quando existe um desemprego elevado, em coluna de opinião publicada no New York Times.
Portugal é invocado, a par de Irlanda, Grécia e Reino Unido, a propósito do debate sobre a situação orçamental nos Estados Unidos.
Para o economista, "a estratégia correta é [criar] empregos agora, [reduzir] défices depois".
Krugman entende que estão errados "os advogados da austeridade que preveem que os cortes da despesa trarão dividendos rápidos na forma de uma confiança crescente e que terão pouco, se algum, efeito adverso no crescimento e no emprego".
Justifica a preferência pelo adiamento da redução do défice com o argumento de que "os aumentos dos impostos e os cortes na despesa pública deprimirão ainda mais as economias, agravando o desemprego".
Acrescenta, a este propósito, que "cortar a despesa numa economia muito deprimida é muito auto-derrotista, até em termos puramente orçamentais", uma vez que "qualquer poupança conseguida é parcialmente anulada com a redução das receitas, à medida que a economia diminui".




PARA QUEM PRETENDE SER PRIMEIRO MINISTRO?!....

                                                     




Para além de revelar a falta de seriedade política por parte de quem há pouco tempo colocava como condição para aprovar o orçamento não ser aumentado o IVA, a proposta de Pedro Passos Coelho de resolver o problema aumentando este imposto revela também impreparação e incompetência. Pobres dos alunos das cadeiras que o líder do PSD lecciona, têm um professor que se gaba de ter sido o melhor aluno do curso de gestão (é uma pena que não tenha sido em Harvard) e não tem a mais pequena noção do que diz, é por estas e por outras que anda por aí muita gente com diplomas que valem menos do que as velhas acções da Torralta.
Para resolver as metas orçamentais capazes de superar as dificuldades financeiras o aumento do IVA teria de ser na ordem dos 10%, os 2% do limite de 1 ou 2% proposto por Pedro Passos Coelho não passam de trocos. Mas pior do que isso é ver alguém pensar que a receita fiscal são como os salsichas , mete-se a taxa de um lado e sai a salsicha do outro.
Antes de mais um aumento do IVA só contribuiria para agravar a recessão, correndo um sério risco de a contracção da actividade económica absorver a receita adicional esperada, isto é, de um lado cobrava-se mais sobre as compras e do outro fazer-se-iam menos compras. Por outro lado é sabido que o aumento do IVA estimula a evasão fiscal, como ficou evidente com o aumento de dois pontos decidido por Manuela Ferreira Leite, empurrando a actividade económica para o mercado paralelo.



ALÔ MIGUEL RELVAS, TSF CHAMA-O À CABINE DE SOM...

Quinta-feira, Março 24, 2011Alô Miguel Relvas, a TSF chama-o à cabine de som.
A TSF está a anunciar de hora a hora que não consegue falar com Miguel Relvas acerca do corte de rating efectuado hoje à tarde pela Fitch, depois de o próprio Miguel Relvas ter garantido, de manhã, que tal não iria acontecer.
Amigos do serviço de clipping do PSD, fazem a fineza de avisar Miguel Relvas para atender o telefone à TSF??...

O CONSELHEIRO SALTA POCINHAS

Muito embora considere queo PSD ainda não é alternativa ao governo socialista”, o conselheiro salta pocinhas,  António Nogueira Leite, atiça o líder laranja:É tempo de Passos Coelho arriscar.” Como se o país fosse uma grande mesa de póquer.

"UM BOM MOMENTO JORNALÍSTICO


Mário Crespo odeia Cavaco Silva. Odeia-o de uma forma que não lhe permite camuflar o asco. Hoje, na SIC-N, convidou a constitucionalista Isabel Moreira para perorar sobre a mecânica constitucional em torno do pedido e das consequências da demissão do governo. Durante três minutos, a coisa decorreu de forma imparcial e, digamos, objectiva, do ponto de vista analítico. A seguir veio o banquete e o deleite: a constitucionalista Isabel Moreira travestiu-se em comentadora política simpatizante do governo e do Sr. Eng.. Vai daí, fez o que lhe competia: emudeceu sobre questões inconvenientes (o Dr. Assis apelida-as, agora, de «regimentais»), e esfaqueou a carótida da retórica politiqueira, derramando um chorrilho hemorrágico de vitupérios contra o PR, o PSD, o CDS - em suma, a direita. Tudo isto sob a capa de «especialista na matéria», encantadora de jornalistas papalvos. Mário Crespo deixou-a falar sem interrupções. O prazer foi total. Um bom momento jornalístico.
publicado por Carlos do Carmo Carapinha

24 março 2011

ADEUS E ATÉ JÁ






Miguel Esteves Cardoso, Então adeus e até já, hoje no Público. Excertos finais, sublinhados meus:
«[...] Entretanto, José Sócrates demitiu-se mas continua vivo e há-de aproveitar o descanso que aí vem, muito bem-vindo, para recuperar a liberdade pessoal e política que perdeu. Com a demissão dele (de quem eu gosto e sempre gostei), posso eu bem. Ninguém pode é acusá-lo de querer baldar-se quando o exercício do poder, seja quem for que o exerça, não convém.
Sócrates tem absorvido e concentrado o ódio e o desvio nominalista que acha que a política é, tal como nas revistas cor-de-rosa, uma questão de nomes e de caras. Foi um primeiro-ministro corajoso e inteligente. Achar que Sócrates é culpado — e que removê-lo chega para nos poupar — é uma estupidez de todos os tempos.»

OBRIGADO SÓCRATES



A chanceler alemã disse hoje que está "grata" ao primeiro-ministro português pelo trabalho feito na consolidação das contas públicas e lamentou que as novas medidas de austeridade não tenham sido viabilizadas pelo Parlamento.
"Estou grata a Sócrates" por tomar a responsabilidade das contas públicas do seu país, disse Angela Merkel, citada pela agência de informação financeira Bloomberg. A líder alemã lembrou que as novas medidas tomadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental foram de "longo alcance" e apoiadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela União Europeia.
Para Angela Merkel, Sócrates esteve "correcto" e foi "corajoso" em levar as novas medidas de austeridade ao Parlamento português para votação.
O primeiro-ministro, José Sócrates, apresentou na quarta-feira à noite a demissão ao Presidente da República por considerar que ficou sem condições para governar, depois de o Parlamento ter aprovado resoluções de rejeição de toda a oposição ao chamado PEC 4 proposto pelo Governo.

PASSOS COELHO: QUANDO FOR GRANDE QUERO SER COMO O SÓCRATES


imagem do sonho de Passos Coelho
"verdadeiramente nacional"? O que quererá dizer com esta tirada o demagogozito deslumbrado que o PSD descobriu  lá p'rás bandas da porcalhota?... E então quando nos anunciará uma estratégia verdadeiramente internacional?... e a interplanetária? Ai que este homem ainda vai pôr a porca de Murça a dar gaitadas..Valha-nos o senhor Ângelo e a sua sabedoria para descobrir talentos.

23 março 2011

MORREU ELIZABETH TAYLOR - A MAGNÍFICA



Nascida a 27 de Fevereiro de 1932 em Londres, Elizabeth "Liz" Rosemond Taylor, faleceu hoje aos 79 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca.
Com problemas de saúde a acentuarem-se desde 2001, Liz Taylor foi operada em 2009 para substituir uma válvula no coração. Mais recentemente, foi internada há cerca de dois meses no hospital Cedars-Sinai Medical Center. Contudo, a actriz não resistiu a uma nova operação ao coração e acabou por falecer esta manhã.
Com 79 anos de idade, Liz Taylor é uma das mais carismáticas senhoras do grande ecrã. Elizabeth Taylor mudou-se para os Estados Unidos em 1939 e foi ainda em criança que descobriu o seu talento para o cinema, nunca abdicando dele.
Conhecida como uma das mais belas mulheres de sempre, Lyz conquistou um percurso profissional extraordinário, contando com filmes como "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", "Cleópatra", "Assim Caminha a Humanidade" e "Um Lugar ao Sol", fazendo com que ganhasse 2 Óscares.
Faleceu um icon cuja graça e beleza muitas paixonetas suscitou nos jovens da minha geração... Inesquecível!!!...sobretudo pelo seu talento posto na interpretação de clássicos de cinema que ficaram como referências.
Mas ela  era inquestionavelmente bela. Não consigo pensar noutra palavra que descreva tal combinação de plenitude, frugalidade, abundância, firmeza. Ela era sumptuosa. Ela era  a mulher em todo o seu esplendor!!!
(Aimagem supra é do filme "Cleópatra)
FILMES EM QUE PARTICIPOU:
Depois de "A Place in the Sun", de 1951, onde contracenava com Montgomery Clift, estavam dados os primeiros passos que a tornariam na actriz mais famosa do mundo e a mais bem paga de Hollywood. Seguiram-se anos de glória, com "O Gigante" (1956), "A Árvore da Vida" (1957), "Gata em Telhado de Zinco Quente" (1958), "Bruscamente no Verão Passado" (1959), "Butterfield 8" (1960), "Cleópatra" (1963) e "Quem tem Medo de Virginia Woolf?" (1966).










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ISTO NÃO DESTÁ PARA PECHOTES

Medeiros Ferreira,ex-deputado socialista e o Ministro dos Negócios Estrangeiros da adesão à CEE  em entrevista ao Jornal i  revelou muita a preocupação com os tempos difíceis que o país atravessa, adiantando ser inevitável um governo de "concentração nacional", que represente o maior número de portugueses possível. Nessa medida pensa que José Sócrates não será nesta,  emergência,  a solução para o partido se as eleições forem antecipadas e deixa uma pergunta: "Porque não António Costa?"
E nós dizemos que António Costa (o actual Presidente da Câmara de Lisboa),  é um dos políticos portugueses mais bem  preparado e com o melhor perfil para enfrentar as dificuldades que o país atravessa. Sim! Isto não está para principiantes nem para aprendizes de feiticeiro como será o caso de P.Coelho que nem um grupo de amigos terá gerido. Até agora parece que se terá limitado. a ser o pau de cabeleira do Eng.Angelo Correia, que se julga ser o seu antigo patrão. E isto não está para pechotes

A CRISE


CRISE. Seiscentos mil desempregados? SIM. Economia estagnada? SIM. Redução de salários? SIM. Aumento de impostos? SIM. Justiça tribalizada? SIM. Cortes no Serviço Nacional de Saúde? SIM. Educação em roda livre? SIM. Obras públicas paradas? SIM. Dívida pública? SIM. Sobreendividamento das famílias? SIM. Crédito mais caro? SIM. Combustíveis a subir diariamente? SIM. Criminalidade a abrir? SIM. Greves? SIM. Corrupção às escâncaras? SIM. Tudo isto é verdade. Mas é com isto que temos vivido sem um pio.
Então porquê o coro grego? Soares invectiva Cavaco: Não sacuda a água do capote! O PSD propõe a broad coalition. Vera Jardim, habitualmente discreto, dirigindo-se a Cavaco, cita Montherlant: O seu silêncio faz muito barulho... Assis acredita em bruxas: Um acordo é possível. Jerónimo dissocia o chumbo do PEC IV do futuro do governo. Maria João Rodrigues, conselheira da UE, pede um governo de coligação antes das eleições. Hoje mesmo, falando dos Emirados Árabes Unidos (onde se encontra), Sampaio espera que a queda do governo não precipite o país numa situação de total imprevisibilidade...
E assim sucessivamente.
Gente conspícua sugere que a situação é muito pior do que podemos supor. Como ninguém explica, devemos concluir que estamos a um passo da ruptura de tesouraria. Ou seja: no fim de Abril, não haver dinheiro para pagar aos pensionistas, os da Segurança Social mais os da CGA; aos 700 mil funcionários públicos (os propriamente ditos, mais médicos, professores, diplomatas, militares, polícias, etc.), aos trabalhadores do sector empresarial do Estado (Caixa Geral de Depósitos, TAP, RTP, etc.), aos beneficiários do subsídio de desemprego e do rendimento social de inserção, a autarquias, etc. Alguém tem de vir dizer se isto é real ou não. Caso contrário, ninguém os pode levar (e ao Presidente da República em particular) a sério...
da literatura
E o que dizem lá por fora-TSF

O PRESIDENTE É UM BARRETE




Cavaco, a quem tudo se permite e para quem a comunicação social nunca olha com a mesma intensidade com que olha para outros actores políticos, possivelmente pela sua cassete de político apolítico, atirou para a praça, em tempo de venda de sonhos, que a sua não eleição à primeira volta implicaria a subida de juros nos "mercados". Foi eleito à primeira e os juros ainda não pararam de subir, coisa nunca mais referida. Adelante!
Cavaco anunciou, no tempo da venda de sonhos, que a sua magistratura se basearia na negociação de soluções e que, decorrente da sua formação nas áreas da economia, Portugal iria estar melhor preparado para o que aí vinha. Da negociação de soluções foi o que se viu. O discurso limão da vitória e o discurso toranja da posse foram marcas registadas da negociação que pretendia fazer. Da sua vantagem de ser economista, os resultados estão à vista e não precisam de comentários.
Resta a capacidade de gestão política para termos um quadro completo do que representa Cavaco neste seu segundo mandato.
Pelo que se apercebe dos bombardeamentos mais ou menos dramáticos que nos vão entrando em casa todos os dias, a solução Sócrates ou Passos Coelho é a mesma, ou seja, aquela que foi enunciada na semana passada na UE e que amanhã vai a votos em São Bento. Resta saber se a gestão será Sócrelho ou Coelhócrates. Para tal, Cavaco deixa "correr o marfim" e dá indicações para que se comece a limpar o pó das urnas onde iremos depositar o voto e possivelmente enterrar a esperança.
Se o que aí vem for gestão Coelhócrates, Cavaco ainda vai ter alguma coisa para se agarrar mas, se for uma gestão Sócrelho, foi tudo em vão. A inabilidade do Presidente da República fica patente, pela desnecessidade, pela ruína e pelo mal que resultará de tudo isto para todos nós, incluindo os da facção com quem ele não está a ajustar contas.
Sei que se diz que cada povo tem aquilo que merece mas, ainda assim, merecíamos mais e melhor do que isto.
LNT


NO PSD JÁ NEM O CALCULISMO POLÍTICO SE APROVEITA


O tempo tem sido bastante escasso para ir actualizando o blog, mas, de facto, assuntos não têm faltado.
E, nos últimos dias, o assunto mais falado (no âmbito da política nacional, entenda-se) tem sido a intransigência do PSD em debater a actualização anual do PEC, apresentada pelo Governo.                                                         
Esta intransigência assume contornos ridículos por duas ordens de motivos: a primeira, óbvia, prende-se com o facto desta actualização anual constituir uma obrigatoriedade para vários Estados-membros; a segunda, igualmente óbvia, relaciona-se com o facto de, há escassas três semanas, Pedro Passos Coelho ter afirmado em entrevista à Antena 1 que o PSD estaria interessado e disponível para negociar com o Governo uma actualização do PEC (aqui, no Câmara Corporativa ou aqui, em vídeo colocado no YouTube).
Mas esqueçamos o óbvio: vamos assumir, por momentos, que uma obrigatoriedade comunitária é uma "peça de teatro" e que uma contradição flagrante face a algo que se disse numa entrevista é que deve ser levada a sério.
Ora, hoje, Pedro Passos Coelho veio afirmar que o Governo apresentou a actualização ao PEC apenas para poder vir a responsabilizar o PSD por um pedido de ajuda que, de acordo com o líder do PSD, até já se encontra a ser preparado.
Em termos políticos, este foi um dos maiores "tiros no pé" de que me consigo recordar. E percebe-se porquê em poucas palavras.
Com efeito, se de facto o PSD considera que o Governo está a apresentar estas medidas, sabendo que não serão aprovadas pelo maior partido da oposição, para, posteriormente, ser responsabilizado por um pedido de ajuda externa que até já está a ser preparado, por que motivo é que o PSD não aceitou de imediato estas medidas, deixando o Governo agarrado à responsabilidade de um posterior pedido de ajuda externa?
De facto, a acreditar nas palavras de Pedro Passos Coelho, o PSD colocou-se, de forma consciente e deliberada, numa posição em que pode, legitimamente, ser co-responsabilizado por uma eventual ajuda externa, mas ao mesmo tempo afirma que o Governo é que se está a vitimizar.Isto, de forma muito simples, não faz qualquer sentido.
Regressemos à realidade. É uma pena que o PSD continue absolutamente desligado da política séria, em prol do país e dos portugueses. Em vez disso, embarca nestas encenações bacocas, que custam dinheiro aos portugueses e, em bom rigor, nos envergonham além fronteiras.

21 março 2011

O PSD QUER DESPEDIMENTOS NA FUNÇÃO PÚBLICA!





DESPEDIMENTOS
LARANJA
DOS MANGA_DE ALPACA

Embora não tenha a coragem para se retractar da mentira de sábado, o PSD achou que tinha de lavar a cara perante os "mercados", agora que as pressões europeias públicas começam a adensar-se. Vai daí, pediu ao estagiário de serviço que demonstrasse toda a sua proficiency em inglês.O comunicado tem pelo menos duas curiosidades:

-primeiro, revela exactamente o que o PSD pretendia fazer se pudesse governar: atacar o state-financed employment que o Governo continua (aparentemente) a proteger. O relevante aqui, para europeu ler, é o PSD falar de emprego público - ou, mais literalmente, "emprego financiado pelo Estado" -, e não de "desperdício do Estado" ou dos "consumos intermédios" (como sempre faz). Por outras palavras, o PSD considera que o problema está no facto de o Governo não ter  despedido largos milhares de funcionários públicos! Mas  se tal tivesse acontecido andaria agora por aí o Passitos a derramar lágrimas de crocodilo pelos desvalidos da f.p. e a execrar Sócrates pelo sua insensibilidade social...  É pena que o PSD não fale com tanta clareza em português para os eleitores. A "política de verdade" não aguenta tanto doublespeak. Seria bom que os portugueses estivessem atentos para não serem enrolados por esta criatura politica do seu patrono (ou patrão, como queiram).

PEC 4 NO PARLAMENTO E O COELHO PIOU

PEC 4 no Parlamento e os estranhos desígnios de um presunçoso sem passado nem futuro... (Por certo o rapaz nem decide nada nem coisa nenhuma... Andará por aí como o Pilatos no Credo)
Não há 'condições de confiança' para negociação com o Governo - Passos Coelho
'Da clarificação desta crise pode sair um futuro governo mais forte que este' -Diz, algo  estultulto,  o dito Passos Coelho.
'Infelizmente não podemos afastar'  o cenário de demissão do Governo diz por sua vez Jorge Lacão para não ficar calado.
O Parlamento decidirá se quer 'tirar o tapete ao país e obstruir a acção governativa' - diz  Pedro Silva Pereira que deve estar a pensar nas actividades económicas de Arraiolos...
Entretanto todos parecem muito  empenhados, ao ritmo e ao gosto das respectivas inclinações,  em fornicar esta traquitana toda.  Um raio que os parta!...



COMO OS DESFRUTADORES DO BEM-BOM NACIONAL SE DESCULPAM-SE UNS AOS OUTROS

Marcelo Rebelo de Sousa diz que há uma forma de aprovar o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV), caso o primeiro-ministro "queira mesmo muito". "Se José Sócrates acha que é fatal para Portugal inviabilizar o PEC e quer mesmo muito aprová-lo tem uma forma. Fazemos à Irlandesa. Ele diz ao PSD: aprovam o PEC e eu viabilizo eleições", sugeriu o ex-líder social-democrata e doutrinador, na sua habitual prédica aos crentes na TVI. 
pregador político está convicto de que os sociais-democratas viabilizariam as novas medidas de austeridade se o PS garantisse a convocação de eleições antecipadas. "Eu quero ver o PSD, perante esta posição, a dizer que não", acrescentou Marcelo.
O antigo presidente do PSD diz que o silêncio de Cavaco Silva se deve às promessas que assumiu na campanha eleitoral de não provocar uma crise política. "Ficou preso aos compromissos da campanha"- Deixem-me rir que chorar não consigo...
  Com um parolaço deslumbrado  à frente do partido os nobres do PSD assistem dos seus dourados camarotes à tragédia do povo que lhes tira o chapéu... O PSD de Sá Carneiro tornou-se uma organização execrável onde parece não pontificar ninguém de alma grande.  É mais um bando de merceeiros e donos de tascas, orientados através de púlpitos de iluminados e da acção de caciques provincianos...

20 março 2011

A PROCISSÃO





À frente vão os meninos de coro com as asinhas de branco imaculado, pés descalços e cabeça baixa.Segue-se o Senhor dos Passos, traje roxo, numa antevisão da explosão dos jacarandás.
O altar montado em Belém aguarda as oferendas e penitências para se redimir e  as contrições.

Kanye West - Runaway (Full-length Film)

La Boheme

Helene Segara - elle tu l`aimes

Lara Fabian - Je suis Malade

Charles Aznavour - Mourir d'aimer

Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas

Barbra Streisand - If You Go Away (Ne Me Quitte Pas) - 2009

UMA ESTRATÉGIA PARA A ESQUERDA EUROPEIA


A única hipótese estratégica que se pode conceber para a esquerda europeia deve ter como ponto de partida uma experiência de transformação social que se inicie num país. Ela não deve encerrar-se na escolha impossível entre uma aventura arriscada – a saída do euro – e uma harmonização utópica. Devemos abandonar a ideia de que existem atalhos “técnicos”, assumir o conflito inevitável e construir uma nova correlação de forças capaz de atacar os interesses capitalistas: o país inovador poderia reestruturar a sua dívida, nacionalizar os capitais estrangeiros, ou ameaçar fazê-lo. É o que nunca pensaram fazer os governos “de esquerda” de Papandreou na Grécia ou de Zapatero em Espanha. O artigo é de Michel Husson.
A dimensão especificamente europeia vem agravar os efeitos da crise global. Há trinta anos, as contradições do capitalismo têm sido ultrapassadas, em resumo, por uma enorme acumulação de direitos fictícios sobre a mais-valia. A crise ameaçou destruí-los. Os governos burgueses decidiram preservá-los, dizendo que era preciso salvar os bancos. Eles assumiram as dívidas dos bancos por conta própria, sem quase nada exigir como contrapartida. Teria sido possível, contudo, impor condições a essa salvação, por exemplo a interdição de produtos especulativos e o encerramento dos paraísos fiscais; ou ainda responsabilizar os bancos por um certo montante da dívida pública que esta salvação fez bruscamente aumentar.
Entramos agora na segunda fase. Depois de ter passado a dívida do privado para o público, vão agora fazê-la pagar pelos trabalhadores. Esta terapia de choque toma a forma de planos de austeridade que são todos construídos no mesmo modelo: redução das despesas socialmente úteis e aumento dos impostos mais injustos. Só há uma alternativa a essa violência social: fazer os acionistas e os credores pagarem o custo da salvação do sistema. Tudo isto é claro e todos compreendem.
O colapso de um projeto burguês
Mas o que os trabalhadores devem agora pagar é também o colapso do projeto burguês de construção europeia. Com a moeda única, o pacto de estabilidade orçamentária e a desregulamentação total da finança e dos movimentos de capitais, as burguesias europeias pensavam ter encontrado o bom sistema.
Pondo em concorrência os assalariados e os modelos sociais, a compressão salarial tornava-se o único meio de regular a concorrência inter-capitalista e de aprofundar as desigualdades favoráveis a uma camada social estreita.
No entanto, este modelo não era viável, porque punha o carro à frente dos bois pressupondo uma homogeneidade das economias europeias que não existia. A divergência, pelo contrário, agravou-se entre os países, segundo o seu lugar no mercado mundial e a sua sensibilidade ao curso do euro; as taxas de inflação não convergiram e as baixas taxas de juro favoreceram as bolhas imobiliárias, etc. Todas as contradições de uma construção truncada, que os euroliberais só descobrem agora, existiam antes da crise, mas esta fê-las explodir na forma de ataques especulativos contra as dívidas soberanas dos Estados mais expostos.
Por detrás da abstração dos “mercados financeiros” há principalmente estabelecimentos financeiros europeus que para especular utilizam os capitais que lhes foram emprestados pelos Estados, a taxas de juro muito baixas. Esta especulação só é possível devido à não intervenção dos Estados e é preciso entendê-la como uma pressão para sanear os orçamentos à custa dos povos e preservar os juros dos bancos.
Duas tarefas imediatas
Do ponto de vista dos trabalhadores, as tarefas imediatas são claras: é preciso resistir aos planos de austeridade e recusar pagar a dívida, que não é outra coisa senão a dívida da crise. O projeto alternativo, em nome do qual esta resistência social se pode desenvolver, assenta na exigência de uma repartição das riquezas. Uma tal exigência é coerente: foi a compressão salarial, ou dito de outra forma a captação de uma parte crescente da mais-valia pela finança, que conduziu à enorme acumulação de dívidas que levou à crise. Tal é a verdadeira base material desta crise.
A alternativa passa especialmente por uma verdadeira reforma tributária que anule os privilégios concedidos há anos às empresas e aos ricos. Ela implica também, de uma forma ou outra, a anulação da dívida. A incompatibilidade entre a dívida e os interesses sociais majoritários é total. Não pode haver saída progressista para a crise sem pôr em causa esta dívida, seja sob a forma de anulação ou de reestruturação. Além disso, um certo número de países vão provavelmente ser incapazes de pagá-la e é ainda mais importante antecipar esta situação e dizer como ela deverá ser gerida.

Sair do euro?
A ofensiva com que estão confrontados os povos europeus é inegavelmente agravada pelo espartilho europeu. Por exemplo, os bancos centrais europeus, contrariamente ao Federal Reserve dos Estados Unidos, não podem monetizar dívida pública, comprando títulos emitidos pelo Tesouro. A saída do euro permitiria desatar este nó? É o que propõe Costas Lapavitsas no caso da Grécia, e isso como uma medida imediata, sem esperar, diz ele, que a esquerda se una para mudar a zona euro, o que ele acha “impossível”.
Esta ideia, que é proposta para o resto da Europa, enfrenta uma primeira objeção: a Grã-Bretanha não faz parte do euro e isso não a preservou da austeridade. É além disso fácil de compreender porque a extrema direita nacionalista pede a saída do euro, como acontece com a Frente Nacional em França. Pelo contrário, é mais difícil de ver quais poderiam ser os méritos de uma tal palavra de ordem para a esquerda radical. Se um governo liberal fosse obrigado a tomar uma medida dessas, sob a pressão dos acontecimentos, é certo que isso seria o pretexto para uma austeridade ainda mais dura que aquela que conhecemos hoje e que isso não faria nada, pelo contrário, para estabelecer uma relação de forças mais favorável aos trabalhadores. É essa a lição que se pode extrair de todas as experiências do passado.
Para um governo de esquerda, sair do euro seria pelo contrário um verdadeiro erro estratégico.

 A nova moeda seria desvalorizada, pois afinal é esse o objetivo. Mas isso abriria uma brecha que imediatamente os mercados financeiros aproveitariam para lançar uma ofensiva especulativa. Isso provocaria um ciclo desvalorização-inflação-austeridade. Além disso, a dívida, até aí formulada em euros ou em dólares, aumentaria bruscamente no montante dessa desvalorização. Qualquer governo de esquerda verdadeiramente decidido a tomar medidas a favor dos trabalhadores seria seguramente confrontado com fortes pressões do capitalismo internacional. Mas de um ponto de vista tático, seria melhor, nessa prova de força, utilizar de maneira conflitual o fato de se pertencer à zona euro.
 Quanto ao fundo, é verdade que a construção europeia fundada na moeda única não é coerente e em qualquer caso está inacabada. Ela retira uma variável de ajustamento, a taxa de câmbio, às diferenças de evolução dos preços e dos salários no interior da zona euro. Os países da periferia têm então de escolher entre congelar os salários, como faz a Alemanha há dez anos, ou sofrer uma perda de competitividade e perdas de mercado. Esta situação conduz a uma espécie de impasse e não existem soluções imediatamente aplicáveis: voltar atrás mergulharia a Europa no caos em detrimento dos países mais frágeis; implementar uma nova lógica de construção europeia parece um objectivo fora de alcance. Se a zona euro estourasse, as economias mais frágeis seriam desestabilizadas pelos ataques especulativos. Mesmo a Alemanha nada teria a ganhar com isso, na medida em que a sua moeda se valorizaria de forma incontrolada, sofrendo o que os Estados Unidos procuram hoje impor a numerosos países, com a sua política monetária (1).

Existem outras soluções, que passam por uma refundação total da União Europeia: um orçamento alimentado por um imposto unificado sobre o capital e financiando fundos de harmonização e investimentos social e ecologicamente úteis, a gestão conjunta das dívidas públicas, etc. Mas, repetindo, esta saída por cima não é possível a curto prazo, não por falta de dispositivos alternativos, mas porque a sua aplicação pressupõe uma mudança radical da relação de forças à escala europeia.

Que fazer então nesta conjuntura extremamente difícil? A luta contra os planos de austeridade e a recusa a pagar a dívida constituem a base de uma contra-ofensiva. É preciso em seguida, para que as resistências sejam reforçadas pela afirmação de um projeto alternativo, trabalhar sobre um tal programa, articulando soluções “técnicas” com uma explicação geral do conteúdo de classe da crise (2).
A tarefa específica da esquerda radical e internacionalista é, em seguida, combinar as lutas conduzidas a nível nacional com a afirmação de uma outra Europa. Do seu lado, que fazem as burguesias? Elas afrontam-se sobre as políticas a conduzir porque defendem interesses que continuam a ser em grande parte nacionais e contraditórios. Mas quando se trata de impor a austeridade às suas respectivas classes operárias, elas apresentam uma frente comum solidamente unida.
No outro campo, há mais a fazer do que sublinhar as diferenças, certamente reais, que existem na situação dos diferentes países. O verdadeiro desafio é a construção de um ponto de vista internacionalista sobre a crise na Europa. É em primeiro lugar o único meio de se opor
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