05 agosto 2010

OS SUBMARINOS DO SENHOR MATIAS

Mas não há dinheiro que valha a alegria de um marinheiro e que nada lhes falte ainda que o país ande todo de calças na mão
A factura Com o Tridente e o seu irmão Arpão - que deverá chegar a Portugal entre o final deste ano e o início de 2011 - vem também uma factura de mais de mil milhões de euros, valor correspondente a cerca de 0,6% do produto interno bruto nacional. Projectado em 2004 pelo governo de coligação PSD/CDS como um investimento de 769 milhões de euros, a compra dos submarinos fica marcada por derrapagens financeiras.
Alguns economistas, como João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), acreditam mesmo que o esforço financeiro a que obriga a compra do Tridente e do Arpão anulará o efeito das medidas de austeridade levadas a cabo por este governo. "Estimava-se que as medidas tivessem um efeito de uma redução de mil milhões de euros nos custos e um acréscimo de mil milhões de euros nos proveitos através dos impostos", explicou à Renascença. "Significa que o aumento de impostos que estamos a sofrer este ano tem o mesmo valor que os submarinos. Se o governo quer manter o défice vai ter de cortar mais mil milhões de euros em custos ou temos de aumentar mais os impostos."
No entanto, a polémica em torno da compra dos submarinos está longe de ser apenas financeira. De 2004 para cá, o negócio deu origem a dois processos judiciais. Um, ainda em frase de instrução, refere-se a uma acusação de falsificação de documentos e burla levada a cabo por gestores portugueses e alemães da Ferrostaal que terão lesado o Estado alemão em 34 milhões de euros.
Outro, em investigação pelo Ministério Público, tem como base uma suspeita de corrupção e branqueamento durante o processo de compra dos submarinos, envolvendo escutas de conversas entre Abel Pinheiro e Paulo Portas, que era ministro da Defesa quando foi feito o negócio com a empresa Ferrostaal
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Claro que não há crise que limite as ambições dos nossos marinheiros. E apostariamos que naquelas cabeças pensadores já se congemina a aquisição do seu porta-aviões e equipamentos afins. E,importante, já trabalham para colocar o bélico Paulinho das Feiras no ministério da guerra. Não se esqueçam das bocas foleiras do sr Matias sobre o Manuel Alegre. É desajeitado mas esforça-se... politicamente pela direita belicosa e militarista...

O REVISOR DE CONSTITUIÇÕES...

Passos Coelho elegeu a revisão da lei fundamental como prioridade na
tomada de posse como líder do PSD.
É costume dizer-se que quem não sabe o que fazer faz cestos ou... gaiolas para grilos. Passos Coelho, por razões de qualquer obscura estratégia, ou por não saber mesmo o que deve fazer, vai dedicar-se a fazer revisões da Constituição. Preenche a agenda e dá protagonismo à douta rapaziada do seu séquito. Para aprendiz de feiticeiro não estará nada mal como método para disfarçar insuficiências... Resolver a crise... Deixa afundar mais a coisa para culpar os outros... e será o mais do mesmo das ementas do PSD. Tudo como dantes...quartel em Abrantes!

03 agosto 2010

JUSTIÇA FREEPORTIANA

As televisões andam há oito dias a martelar que os procuradores fulano e beltrano tinham 27 perguntas para fazer ao primeiro-ministro, no âmbito do caso Freeport, e que só não as fizeram por falta de tempo.

O cidadão pacato, que não quer saber do Freeport para nada (como 99,6% dos portugueses), tem a noção de que o processo andou aos trambolhões desde 2002. Pergunta: E ainda não despediram esses gajos? É que nas empresas onde de ordinário trabalham os cidadãos pacatos, não cumprir uma tarefa é motivo de despedimento com justa causa. Ou isso era antigamente?

02 agosto 2010

SARKOZY E CHÁVEZ VÃO PARA A GUERRA


Um é campeão conservador na Europa, outro é chefe anti-imperialista nas Américas. Na semana que findou foram vedetas dos noticiários e foram irmãos de armas, Nicolas Sarkozy e Hugo Chávez. O francês fez um discurso em tom marcial, identificando imigração e delinquência e ameaçando retirar a nacionalidade a "franceses de origem estrangeira" envolvidos em crimes. O que trouxe para terreiro uma categoria de nacionalidade desconhecida - até agora não havia senão franceses, franceses (incluindo o filho de imigrante húngaro que chega a Presidente). Já Chávez absteve-se dos seus longos monólogos televisionados (no programa semanal Aló Presidente), mas encontrou uma fórmula melhor para chamar atenção. Depois de dias desaparecido, telefonou para a televisão pública VTV dizendo que lhe dá "tristeza e dor passar quatro, cinco e seis horas revendo planos de guerra." Entretanto, espalhou com grande alarido unidades militares na fronteira com a Colômbia. Sarkozy diz palavras que podem incendiar o seu país. Chávez atiça a sua Venezuela contra os vizinhos. Não são doidos, nem um nem outro querem o que parece apregoarem. Acontece é que abriu a campanha presidencial de 2012, em França, e há legislativas em Setembro, na Venezuela. E essa bela invenção que são as eleições às vezes traz com ela um senão: passa a mão pelo pêlo ao pior que nós temos. in DN-F. Fernandes