06 novembro 2010

OS HOMENS DO PRESIDENTE

Cavaco Silva afirmou no seu discurso de recandidatura que não iria gastar dinheiro em Outdoors. É pena pois este acima exibido era um que seria interessante ver espalhado por todo o país. Era bom para reavivar a memória deste povo.


O COELHO DA CARTOLA

A ideia não é do rapaz que não parece ter ginástica mental para produzir esta gracinha e outras de que já foi mensageiro. Ele limita-se a papaguear o que o patrão e mentor manda, o sr Ângelo,  que o usa como pau de cabeleira. Por favor não lhe dêm credibilidade porque é isso o que o sr Correia pretende. O rapazinho é um verdadeira projecção das maquinações que o sr Correia  anda a engendrar. Um coelho que o dono tira da cartola quando necessário para azer as suas piruetas. Nunca poderia ser o sr Ângelo a dizer a bacorada de processar um político por não cumprir uma promessa eleitoral para criar um facto político que tem sempre bom acolhimento junto da maralha. Claro que mandou o rapazinho fazer esta figura de urso. E  com  que ar convicto e bem disposto ele proclama as alarvices queo patrão dita!    Se outra prova não houvesse acerca indigência mental do galã de Massamá esta seria suficiênte. É verdadeiramente um tontinho tipo Paspalho, apenas mais bem parecido e mais bem vestido.

A ENTREVISTA AO VERDADEIRO COELHO DO PSD

Quem assistiu a um certo  Jornal das Nove da SIC Notícias,  aquele do Mário Crespo, terá ficado sem palavras. Mário entrevistava Pedro Passos Coelho. O próprio, o verdadeiro Pedro Passos Coelho. Crespo exultava de alegria por cada poro e caiu redondo nos braços de Pedro Passos Coelho Ângelo Correia. O verdadeiro Pedro Passos Coelho não estava menos radiante com tanta mesura e explicou ostensivamente, minuciosamente, com verdadeiro conhecimento de causa o que ia ser a política do PSD a partir de agora. A estratégia e a táctica, as iniciativas orgânicas e as atitudes para com certos caciques derrotados, como aquele Sr. lá da Madeira. Exigiu mesmo, como se espera de um real Presidente do PSD explicações ao "Bokassa" da região Autónoma. Deliciei-me. Ângelo Correia O genuíno Pedro Passos Coelho explicou com clareza como vai ser a coisa. A coisa do PSD. As explicações dadas pela fonte são sempre mais claras.
E foi tudo dito preto no branco sem um disfarce. Foi um discurso limpo, claro, dito em primeira mão, por quem sabe. Ah grande Ângelo. Disse que não vai para essa chatice de um qualquer lugar de proa do partido. Vai ajudar, isso sim, se lhe pedirem (modesto). Assim - digo eu - uma espécie de Deng Chiao Ping.

O MENSAGEIRO DE ÂNGELO

Passos diz que confiança está nas mãos do GovernoDN
ESTE RAPAZINHO SÓ DIZ IRRELEVÂNCIAS QUANDO NÃO DIZ DISPARATES AOS MONTES!!! 
Não sabemos como Ângelo Correia conseguirá  levar a carta a Garcia com tão atabalhoado mensageiro 

05 novembro 2010

AÍ VÃO CINCO CAVACOS

Sem contar com a sua breve passagem pela pasta das Finanças, conhecemos cinco cavacos. Mas todos os cavacos vão dar ao mesmo.
O primeiro Cavaco foi primeiro-ministro. Esbanjou dinheiro como se não houvesse amanhã. Desperdiçou uma das maiores oportunidades de deste País no século passado. Escolheu e determinou um modelo de desenvolvimento que deixou obra mas não preparou a nossa economia para a produção e a exportação. O Cavaco dos patos bravos e do dinheiro fácil. Dos fundos europeus a desaparecerem e dos cursos de formação fantasmas. O Cavaco do Dias Loureiro e do Oliveira e Costa num governo da Nação. Era também o Cavaco que perante qualquer pergunta complicada escolhia o silêncio do bolo rei. Qualquer debate difícil não estava presente, fosse na televisão, em campanhas, fosse no Parlamento, a governar. Era o Cavaco que perante a contestação de estudantes, trabalhadores, polícias ou utentes da ponte sobre o Tejo respondia com o cassetete. O primeiro Cavaco foi autoritário.
O segundo Cavaco alimentou um tabu: não se sabia se ficava, se partia ou se queria ir para Belém. E não hesitou em deixar o seu partido soçobrar ao seu tabu pessoal. Até só haver Fernando Nogueira para concorrer à sua sucessão e ser humilhado nas urnas. A agenda de Cavaco sempre foi apenas Cavaco. Foi a votos nas presidenciais porque estava plenamente convencido que elas estavam no papo. Perdeu. O País ainda se lembrava bem dos últimos e deprimentes anos do seu governo, recheados de escândalos de corrupção. É que este ambiente de suspeita que vivemos com Sócrates é apenas um remake de um filme que conhecemos. O segundo Cavaco foi egoísta.

O terceiro Cavaco regressou vindo do silêncio. Concorreu de novo às presidenciais. Quase não falou na campanha. Passeou-se sempre protegido dos imprevistos. Porque Cavaco sabe que Cavaco é um bluff. Não tem pensamento político, tem apenas um repertório de frases feitas muito consensuais. Esse Cavaco paira sobre a política, como se a política não fosse o seu ofício de quase sempre. Porque tem nojo da política. Não do pior que ela tem: os amigos nos negócios, as redes de interesses, da demagogia vazia, os truques palacianos. Mas do mais nobre que ela representa: o confronto de ideias, a exposição à critica impiedosa, a coragem de correr riscos, a generosidade de pôr o cargo que ocupa acima dele próprio. Venceu, porque todos estes cavacos representam o nosso atraso. Cavaco é a metáfora viva da periferia cultural, económica e politica que somos na Europa. O terceiro Cavaco é vazio.
O quarto Cavaco foi Presidente. Teve três momentos que escolheu como fundamentais para se dirigir ao País: esse assunto que aquecia tanto a Nação, que era o Estatuto dos Açores; umas escutas que nunca existiram a não ser na sua cabeça sempre cheia de paranóicas perseguições; e a crítica à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo que, apesar de desfazer por palavras, não teve a coragem de vetar. O quarto Cavaco tem a mesma falta de coragem e a mesma ausência de capacidade de distinguir o que é prioritário de todos os outros.
Apesar de gostar de pensar em si próprio como um não político, todo ele é cálculo e todo o cálculo tem ele próprio como centro de interesse. Este foi o Cavaco que tentou passar para a imprensa a acusação de que andaria a ser vigiado pelo governo, coisa que numa democracia normal só poderia acabar numa investigação criminal ou numa acção política exemplar. Era falso, todos sabemos. Mas Cavaco fechou o assunto com uma comunicação ao País surrealista, onde tudo ficou baralhado para nada se perceber. Este foi o Cavaco que achou que não devia estar nas cerimónias fúnebres do único prémio Nobel da literatura porque tinha um velho diferendo com ele. Porque Cavaco nunca percebeu que os cargos que ocupa estão acima dele próprio e não são um assunto privado. Este foi o Cavaco que protegeu, até ao limite do imaginável, o seu velho amigo Dias Loureiro, chegando quase a transformar-se em seu porta-voz. Mais uma vez e como sempre, ele próprio acima da instituição que representa. O quarto Cavaco não é um estadista.
E agora cá está o quinto Cavaco. Quando chegou a crise começou a sua campanha. Como sempre, nunca assumida. Até o anúncio da sua candidatura foi feito por interposta pessoa. Em campanha disfarçada, dá conselhos económicos ao País. Por coincidência, quase todos contrários aos que praticou quando foi o primeiro Cavaco. Finge que modera enquanto se dedica a minar o caminho do líder que o seu próprio partido, crime dos crimes, elegeu à sua revelia. Sobre a crise e as ruínas de um governo no qual ninguém acredita, espera garantir a sua reeleição. Mas o quinto Cavaco, ganhe ou perca, já não se livra de uma coisa: foi o Presidente da República que chegou ao fim do seu primeiro mandato com um dos baixos índices de popularidade da nossa democracia e pode ser um dos que será reeleito com menor margem. O quinto Cavaco não tem chama.
Daqui

PELA SOCIAL-DEMOCRACIA, VOTO MANUEL ALEGRE



Irei votar em Manuel Alegre porque não me conformo com o destruir do sonho antigo de ver Portugal no grupo dos melhores da Europa.
Ser socialista, em Portugal, é ser social-democrata na Suécia, na Finlândia, na Dinamarca, na Holanda, na Noruega, etc. Não é uma utopia, como alguns querem fazer crer, mas sim saber que há sociedades tão avançadas que as crises passam por elas sem as matar porque se baseiam no bem comum, na liberdade responsável, no mérito e na solidariedade na adversidade. Sociedades onde se exigem os direitos porque se cumprem os deveres e onde se combate o falso moralismo e a intolerância ao diferente com a mesma normalidade com que os moralistas da Europa do Sul praticam a corrupção, o individualismo e a hipocrisia.
Alegre é um destes socialistas. Toda a vida se bateu por esses princípios e se alguma vez entendeu que esse socialismo passava pelo outro socialismo científico, rapidamente corrigiu a mão ao constatar que a sua prática repressiva e autoritária não se coadunava com o pensamento livre.
Ao contrário de outros socialistas modernaços, que julgam que o Estado Social é um conjunto de princípios que de vez em quando se pode esquecer por crerem que a verdadeira solução passa pelo capitalismo selvagem (a que agora gostam de chamar "liberal" e que as elites apelidam de "neo-liberalismo"), Manuel Alegre é voz activa e corajosa dentro do Partido Socialista que não fundou, mas de que foi um dos primeiros e mais intransigentes militantes, e sempre se bateu na defesa desse Estado Social que sabe conter a solução para os problemas criados pelo capitalismo selvagem e agiota que pretende reduzir o nosso povo ao estado de miserável.
É por isso que me choca ver determinados nomes na lista da Comissão Política Nacional de Alegre. Não por eles terem defendido nas últimas eleições outros candidatos à Presidência, coisa democrática e curial, mas por saber que eles são co-responsáveis por termos tido na presidência, nos últimos anos, o detentor político que se afirma apolítico e que é o recordista da detenção do poder no Portugal democrático. Os resultados desse poder continuado estão à vista.
Apesar deles, e ainda mais por causa deles, votarei Alegre. Não abdico do meu sonho e fá-lo-ei em memória de todos os que se bateram por um País mais justo e a favor de melhor vida para as gerações futuras.

04 novembro 2010

OFEREÇAM UMA VIRGEM!!!

“Os «mercados», que é como se chama agora aos especuladores, não ficaram totalmente convencidos com este acordo. Não se conseguiu aplacar por completo a ira dos mercados. Todos os sacrifícios já prometidos não chegam para os apaziguar. Talvez tenhamos de sacrificar uma virgem. Embora os mercados já tenham demonstrado que preferem sacrifícios de desempregados e reformados, é possível que, desta vez, não haja alternativa. Alguém que ofereça uma virgem aos mercados, a ver se estes se acalmam. Parece uma prática um tanto primitiva, mas não sei se será menos digna que o orçamento".R.A.P.VISÃO 
Aguardemos os efeitos da nossa bela virgem gorda..que, com muito empenho, oferecemos ao estulto e implacável mercado...


O NOSSO PRESIDENTE E O VERBO FAZER

Já podemos referir-nos a  Cavaco Silva sem  o confundirmos no patamar da Presidência da República. Desfez mais um tabu: é candidato.
Começou de forma triste por perguntar, num caricato tom de auto-elogio, tão patético quanto basbaque, naquele registo gélido e enjoado de sempre que é o seu: «Em que situação se encontraria o país sem a minha acção intensa...“, bla-bla, bla-bla. E alguém já perguntou: Em que situação não se encontraria o país se não o tivesse feito da forma como fez? Mas apetece ainda dizer-lhe:
- Que preferimos um presidente que escute os portugueses e não um tenha a mania que é escutado.
Mas para Presidente da República preferiamos alguém   com a cultura da palavra e não com a dos números. Ora ouçam aqui: façarei?!... Esta conjugação do verbo fazer até o pêlo arrepia!!! Também por isso, por cada vez que o vemos nos lembra as voltas que Camões já terá dado  na cova pelo seu desconhecimento das primeiras coisas que se aprendem na escola. Tememos exagerar mas este "façarei" quase deveria obrigar a uma renúncia ao cargo...


O PAU-DE-CABELEIRA

O Sr Ângelo Correia, o guru de Passos Coelho (por certo o verdadeiro líder do PSD) pinta tudo de negro e tira o seu partido da fotografia como se não fosse o PSD quem mais tempo esteve no poder, designadamente com maiorias absolutas e o partido que mais "maldades terá feito a este desgraçado país . Agora arranjou um pau de cabeleira bem parecido para aparecer como líder do partido e como não confia na capacidade do rapaz para dar as entrevistas oportunas e necessárias, lá tem o eng. de aparecer, como quem não quer a coisa, para proclamar as ideias e dar corpo às suas estratégias. É o caso da entrevista de hoje ao Correio da Manhã


03 novembro 2010

Alguém se Candidata a ser Parlamentar na Suécia???

ORÇAMENTO FILHO-DA-PUTA

O caso do pai incógnito

Como em todos os casos de ejaculação precoce e falta de preservativo, seguindo as normas em vigor para o coito interrompido recomendadas pelo Vaticano, temos aí uma criança indesejada que esteve quase nas mãos da abortadora mas que escapou, in extremis, pela voz do Deus de Belém.
Sabemos que isto que está a ser aprovado na Assembleia da República é um Orçamento filho-da-puta.
Sempre que a relação é deste tipo, o pai irresponsável foge à paternidade como o diabo da cruz. Embora o miúdo tenha orelhas de coelho e o nariz arrebitado, fisionomia que denuncia o progenitor, ele nega sempre, negando inclusive o acto praticado, embora seja público que se tratou de uma mal amanhada rapidinha, em pé, no beco escuro da Av. de Berlim.

O AGENTE DOS AGIOTAS?

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse  esperar que as novas medidas de austeridade anunciadas  pelo governo de José Sócrates sejam cumpridas com "determinação". «Sem confiança dos mercados, os juros de divida sobem para níveis insustentáveis»,
Em que contribui este "Cherne" e esta União Europeia para ajudar os países que estão mais aflitos? Foi a UE quem "forçou" os estados a endividarem-se e a esquecerem o "défice" para salvar os bancos que agora pedem juros altíssimos  aos países que os ajudaram. A UE prefere emprestar aos bancos a juros baixos, 1 ou 2%, para depois eles "esfolarem" os países a 6%. Vivemos numa sociedade em que os países já não negoceiam entre si, ficando reféns daquilo a que agora chamam de "mercado". Os mercados não têm cara, não têm leis nem têm moral. Funcionam só para e em função do lucro e da ganância. São eles a quem entregamos o governo dos nossos destinos. Até quando?

DILMA VITORIOSA










SAUDAMOS A VITÓRIA DE
 DILMA FAZENDO VOTOS PARA QUE O BRASIL SIGA O RUMO TRAÇADO POR LULA DA SILVA NO SENTIDO DE COLOCAR O BRASIL NO LUGAR CIMEIRO QUE LHE CABE NO CONCERTO DAS NAÇÕES








UMA MULHER DE RESPEITO

Uma intervenção de Manuela Ferreira Leite na Assembleia da República na discussão do Orçamento do Estado, primeiro,  em duas penadas,  reduzindo a zero e rolhando a boca ao artista Anacleto Louçã e depois recolocando, com autoridade,  o discurso irresponsável utilizado pelo PSD, sobretudo pela voz do inconveniente e palavroso Macedo,   conduzindo desse modo as intervenções  do partido aos seus   termos correctos e convenientes,   invocando para o efeito as circunstâncias de emergência em que o país se encontra.  Uma mulher que merece muito respeito e que agora se vê a diferença que existe entre a sua lidedrança e a dos ferrabrazes que tomaram conta do PSD.

01 novembro 2010

A DIREITA RANHOSA SEM VERGONHA


Na entrevista este padre faz críticas que qualquer cidadão sensato – e justamente indignado com o que se está a passar – poderá subscrever e compartilhar.
Mas, a partir de certa altura, insidiosamente e como quem não quer a coisa, o padre vai arrasando os políticos (todos os políticos), os partidos (todos os partidos) e, implicitamente, todo o sistema democrático (que é demonizado).
E quando, às tantas, ele diz que os conceitos de «esquerda» e «direita» estão ultrapassados, descobre a careca. Já sabemos, há mais de meio século, que esse é um argumento típico de gente de (extrema) direita.
Foi com discursos como este que a (extrema) direita católica e os militares reaccionários deram o golpe do 28 de Maio, em 1926, acabaram com a I República, foram buscar Salazar e implantaram o Estado Novo, que oprimiu o País durante quase meio século.
Aliás, é com manifesto deleite e desonestidade intelectual que o padre  Ventura ataca e arrasa a I República, indo ao ponto de concordar com a entrevistadora quando esta dá a entender que, hoje, há tanto analfabetismo em Portugal como há 100 anos. De bradar aos céus!
Não admira que, no ambiente tão deletério em que estamos a viver, tenha aparecido agora outro padre (nos telejornais) a celebrar a missa numa igreja cheia de devotos (fregueses) com capacetes na cabeça (tal como ele) e a proclamar que a I República «roubou» aquele templo à Igreja, faz agora 100 anos.
O padre Ventura chega mesmo a sugerir que os políticos sejam levados a tribunal. Mas ainda não vai ao ponto de propor – como ouvi um «popular» dizer, num fórum da SIC Notícias – que os militares deviam prender estes governantes e julgá-los em tribunal marcial.
Nada disto acontece por acaso. E é vergonhoso que a Igreja esteja, insidiosamente, a aproveitar-se da situação de gravíssima crise que o País atravessa, para pôr as garras de fora e atacar brutalmente a democracia.
É evidente que isto não me dispensa de criticar duramente José Sócrates e Pedro Passos Coelho - políticos de plástico que rivalizam na demagogia, na irresponsabilidade e na incompetência políticas - nem de desejar a demissão de um dos mais patéticos Ministros das Finanças que já tivemos desde o 25 de Abril: Teixeira dos Santos.
Mas julgo que os democratas devem ter o cuidado de saber distinguir entre a crítica política necessária - e contundente – ao poder do dia, e este discurso reaccionário, «neo-clericalista» e antidemocrático de um padre que é, manifestamente, oriundo da direita mais reaccionária.





ESTAMOS SAFOS - OS CHINESES ESTÃO COMPRADORES

DE REPENTE, no meio das trevas em que o País se encontra mergulhado, surgiam dois faróis, qual deles mais importante, para alumiar as escassas esperanças que persistem em sobreviver. O franzir de cenho que posso divisar afigura-se suficiente para dar nota das interrogações e das dúvidas sobre a afirmação anterior. Mas, mesmo neste manicómio nacional, tudo poderá ter uma explicação...
Vamos por partes. Primeira: o enquadramento da negrura. Não será preciso produzir muita informação, tal é o abanão que resultou da ruptura das negociações entre o Governo e o PSD para se vir a ter um Orçamento para 2011. Os cidadãos já sabiam, nós já sabíamos, que, acabado o tempo das vacas gordas, chegaria o das vacas magras. E, até, que estas últimas enfileiravam na categoria global-portuguesa das loucas... Vacas, obviamente.
Agora, enquanto uma larguíssima parte de nós aperta op cinto uma vez mais,(são suficientemente conhecidos os que estão isentos de o fazer), a fatalidade que nos tira a tranquilidade que ainda existia alarga-se, estende-se, esmaga-nos. Diz-se que a necessidade aguça o engenho e a adversidade une os desgraçados. Será assim, mas por baixo. Ou seja, num nível inimaginável há uns tempos.
Perante as terríveis intenções constantes do famigerado OE 2001, pergunta-se qual a alternativa possível. Simples: são o FMI e esse estranho e novo organismo comunitários sobre os défices nacionais. Qual deles o pior. Isto é, se as medidas gravosas que o documento contem não forem aprovadas pela Assembleia da República, as que esses dois simpáticos e indulgentes compadres serão muitíssimo piores. É difícil aceitar, mas, pelos vistos, é assim. Cá se fazem, cá se pagam? Quem as fez? Nós, os Portugueses. Quem as vai pagar? Nós, os Portugueses. Bem podemos interrogar-nos que culpa temos nós e que os malandros que nos empurraram para esta situação foram e são os políticos. Em especial, os Governos. E ainda mais especialmente o actual, do Sócrates. Sempre fomos assim: nem nos governamos, nem nos deixamos governar. Sertório já o escrevia para Roma. Resumindo: somos uma espécie de gente pilatosiana.
Segunda: os salvadores. Alínea a) Hugo Chavez. O presidente venezuelano veio a Portugal há uns escassos dias dar-nos as duas mãos para nos ajudar e consolar um «homem bom», que é o nosso Primeiro. Honra lhe seja feita, o patrão da Venezuela fez uma mão cheia de encomendas, das casas até aos Magalhães, passando pelos navios. Positivo.
Alínea b) Hu Jintao, o Presidente da República Popular da China. Ele vem visitar-nos nos dias 6 e 7 de Novembro, acompanhado por uma comitiva de 50 empresários e vários membros do Governo chinês com o objectivo de realizar «acordos» e «contratos de investimento».de acordo com o comunicado oficial.
A antecedê-la, em Pequim, uma ministra da área financeira afirmou que a China se manifestou disponível para comprar títulos do tesouro português e «participar no esforço de recuperação económica e financeira» do nosso País. A este propósito, o Presidente da AEP, José António Barros afirmou que «tudo que venha aliviar a capacidade do Estado colocar a dívida é bom para Portugal». Isto porque, segundo ele, «para a economia chinesa, a dívida pública portuguesa é uma gota de água». E deve ser mesmo.
Será a altura ideal para ver se os dois ilustres visitantes compram a dívida pública na totalidade. E tentar convencê-los de que essa será a melhor solução. Para eles? Não senhor, para nós. E, já agora, se estiverem também interessados em comprar este País, façam favor, sirvam-se.
Estamos safos. Portugal e os Portugueses afinal têm amigos bué fixes...
 Carlos Medina Ribeiro com a nossa vénia

QUEM VAI SER RESPONSABILIZADO?...

 DEPOIS DO FRACASSO... Quem vai ser responsabilizado por ele? Qual dos dois, PS ou PSD vai sofrer mais do ponto de vista político com o desfecho verificado? Tanto Eduardo Catroga como Teixeira dos Santos fizeram declarações importantes defendendo a sua boa-vontade e a intransigência do lado oposto. Sem sabermos qual a posição final do PSD sobre o Orçamento de Estado é inútil estar já a fazer considerações sobre estas questões. Deixemos pois os partidos, Passos e Sócrates de lado por um momento. Politicamente, para já, como é evidente, temos um primeiro grande derrotado. É Cavaco Silva, enquanto Presidente e enquanto candidato. Mas mais do que isso, enquanto símbolo do consenso político em torno dos objectivos do País.
Cavaco Silva foi incapaz de moderar um entendimento entre os dois maiores partidos, ao qual se propôs, e com o qual se implicou directamente. Ao longo dos últimos meses em que Passos Coelho foi acirrando as posições contra o Governo, e que o Governo foi ultrapassando as metas de défice que originalmente se tinha proposto para 2010, sabia-se que Cavaco Silva considerava um entendimento entre estes partidos fundamentais para o futuro do País. Cavaco disse-o, várias vezes. Perante a indiferença de Passos Coelho a estes apelos, houve vários membros do PSD próximos do Presidente, tal como Manuela Ferreira Leite ou Paulo Rangel, que defenderam publicamente que o PSD devia comportar-se de forma responsável. Portanto, este fracasso significa que a influência do Presidente junto do seu partido é reduzida ou nula. E mesmo junto de um Governo minoritário que não tem apoios junto de outros partidos do seu bloco ideológico. Além disso, Cavaco Silva arriscou dar o pontapé de saída da sua campanha em cima deste acontecimento, passando uma mensagem subtil para o eleitorado de que o Presidente tem um papel interventivo, decisivo e positivo nos destinos do País. Expôs-se e mostrou-se, falhando. Este falhanço terá por isso de ser colocado aos seus pés, tanto como seriam os louros, no caso de um acordo ter sido conseguido.
Mas é evidente que se trata de mais do que de um simples falhanço pessoal, do Presidente e do candidato. A ser assim, de resto, podia não ter muita importância. O que quebrou explicitamente aos olhos dos eleitores foi Cavaco enquanto símbolo de uma certa ideia para Portugal. A de um consenso político em torno da convergência com a União Europeia. Deixou de haver plataforma de entendimento entre PS e (este?) PSD sobre esse assunto, que tem sustentado o regime nos últimos trinta anos.

A PROPÓSITO DE UM CATASTROFISTA MILITANTE






Poder, podia, mas não era a mesma coisa.
Os especuladores deixavam de ter área de acção. Os corruptos e os corruptores deixavam de ser notícia de primeira página. Os frigoríficos enchiam-se de calorias para nosso mal. As pessoas não tinham bombos onde desancar.
O João Gonçalves e outros não tinham matéria para dizer tanto mal e o bruxo Medina Carreira tinha de andar mais 20 anos a dizer aquilo que não fez quando foi Ministro das Finanças.
Podia efectivamente sobreviver mas, sem a gatunagem, a ladroagem, a roubalheira, o termendismo, o facciosismo, o bota-abaixismo e o chico-espertismo, não só não era a mesma coisa, como lhe faltava a coisa com que nos coisam o juízo todos os dias.
LNT