16 janeiro 2012

Eletricidade Inteligente

(c)by microsoft4

A demanda por energia elétrica e a necessidade de racionalizar o uso de recursos naturais são os principais fatores que impulsionam a evolução dos métodos de produção e distribuição de eletricidade. Uma proposta recente para essa questão é o desenvolvimento das redes inteligentes de energia, conhecidas como smart grids.
O conceito, baseado em tecnologia da informação, prevê a automatização do sistema elétrico utilizando medidores de energia que funcionam em tempo real. Para isso, é necessária a substituição dos aparelhos analógicos atuais por versões digitais, equipadas com chips capazes de interagir com as concessionárias de energia através da internet.
Nesse cenário, é criado um novo padrão de consumo, no qual os cidadãos ganham papel de destaque, tanto em termos de utilização quanto de produção de energia. No primeiro caso, eles podem escolher o momento ideal para usar a maior parte da energia. Como o preço varia conforme a demanda, as pessoas podem obter vantagens dessas oscilações e reduzir os valores de suas contas. Já na segunda situação, os smart grids permitem que as residências se tornem geradoras de eletricidade por meio de infraestruturas que aproveitam o potencial das energias do vento e do sol.
Outros benefícios proporcionados por essas redes são o combate ao furto e à perda de energia ao longo da transmissão. Assim, as concessionárias podem monitorar a qualidade da distribuição e identificar problemas no instante em que acontecem, tornando o sistema mais eficiente e seguro. Para completar, essa é uma alternativa sustentável, pois reduz o desperdício enquanto incentiva o uso de outras fontes de eletricidade.
Esse sistema já é uma realidade em muitos países. Um exemplo é a Austrália, que entre 2009 e 2014, vai investir mais de US$ 3 bilhões nas tecnologias inteligentes. Na Alemanha, o governo incentiva a instalação de placas solares nos domicílios e, posteriormente, compra a energia excedente dessa produção doméstica para revendê-la para o abastecimento de veículos elétricos. Além disso, a população alemã pode definir os horários mais vantajosos para ligar aparelhos eletro-eletrônicos, colaborando para descongestionar a rede e para reduzir a conta de energia. Já a Coreia do Sul planeja construir, até 2030, um sistema nacional de smart grid para reduzir suas emissões de gases poluentes e aumentar sua geração de energia verde.
No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende dar início à implantação das redes inteligentes entre o final de 2012 e o início de 2013. O primeiro passo será a troca dos medidores, o que permitirá redução no gasto de energia, criação de tarifas alternadas para cada horário de consumo e aumento na qualidade de distribuição. A previsão é que esse processo leve até 10 anos, visto que o país possui hoje cerca de 70 milhões de aparelhos analógicos.


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