Líderes europeus saúdam "forte compromisso" do novo Governo português em executar programa de reformas
Bruxelas, 23 jun (Lusa) - Os líderes europeus vão saudar o "forte compromisso do recém-eleito Governo português" em implementar integralmente o programa de ajustamento, segundo uma versão provisória de uma declaração do Conselho Europeu a que a agência Lusa teve acesso.
Com a complexa situação grega a dominar a atualidade europeia, os chefes de Estado e de Governo, reunidos entre hoje e sexta-feira em Bruxelas, decidiram adotar uma declaração de apoio à Grécia, que alude também à situação dos outros dois Estados-membros que recorreram ao mecanismo de ajuda, Portugal e Irlanda.
Segundo o "esboço" da declaração que os 27 se preparam para adotar, na primeira cimeira em que participa o novo primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, o Conselho Europeu "saúda o forte compromisso do recém-eleito Governo português em implementar integralmente o seu programa de reformas".
De acordo com o Conselho, a "implementação estrita" dos programas de reformas, que reuniu um consenso entre as principais forças políticas, tanto no caso português como no caso irlandês, "vai assegurar a sustentabilidade da dívida e vai ajudar ao regresso de Irlanda e Portugal aos mercados financeiros".
Na sua intervenção na cimeira, Passos Coelho irá reafirmar aos parceiros europeus a determinação do novo Governo em cumprir o programa de assistência financeira negociado pelo anterior executivo, uma ideia que vincou já hoje em Bruxelas, tanto num encontro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, como numa reunião do Partido Popular Europeu (PPE).
O primeiro-ministro garantiu, no final do encontro que manteve com Durão Barroso, que o novo Governo não terá férias de modo a tomar nos próximos meses "o essencial das decisões" para a efetiva implementação do programa de reformas e garantiu que Portugal "não descansará" enquanto não devolver a confiança em si depositada pelos seus parceiros europeus.
Quanto à Grécia, não deverá haver referências na declaração do Conselho ao desembolso da próxima "tranche" de ajuda, devendo os líderes instar antes as forças políticas gregas a apoiarem os programas de reformas reclamados por UE e FMI com vista à sua implementação a partir de Julho.
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