14 outubro 2011

Sexta-feira, Outubro 14, 2011


MENTIRAS, SUOR & BURACOS


Passos Coelho tem um fétiche com o dia 13. A 13 de Julho afirmou no Conselho Nacional do PSD que o seu Governo tinha encontrado um desvio colossal em relação às metas estabelecidas para as contas públicas. A 13 de Outubro afirmou em statement público: «Quando fui eleito Primeiro-Ministro nunca pensei que tivesse de anunciar ao País medidas tão severas e tão difíceis de aceitar

Sob pena de ter de traduzir o desvio colossal por miúdos, o ministro das Finanças teve a habilidade de afirmar que a frase fora citada fora de contexto: Existem duas palavras: a palavra desvio e a palavra colossal. Entre uma e outra foram pronunciadas mais. Os senhores jornalistas citaram apenas a primeira e a última. Mais vírgula menos vírgula foi isto que Vítor Gaspar disse, abrindo os braços entre desvio e colossal.

Ontem, para justificar o injustificável, Passos Coelho dramatizou a derrapagem do primeiro semestre de 2011 como se essa derrapagem fosse uma novidade. O Documento de Estratégia Orçamental, conhecido há semanas, era claro a tal respeito: a despesa desceu, a receita foi inferior ao previsto.

Por este andar andaremos de revelação em revelação: desvio colossal, buraco da Madeira, buraco das empresas de transportes, derrapagem semestral, etc. Nada garante que, daqui a três meses, o governo não descubra novo buraco. Nessa altura, o tecto de mil euros baixa para 750. Depois, mas ainda a tempo do processamento do próximo subsídio de férias, para 500. E assim sucessivamente.

Naturalmente, ninguém fingiu sequer beliscar a Banca.

Em contrapartida, o governo e o Coelho palrador  mandou os desempregados às malvas...  Podendo aumentar a carga horária até três horas por semana, para quê novas admissões?  Qual foi o sector ou o big boss que o gerou, o pariu e preparou para estas andanças? Quem orientará o láparo palrador?
(Como é óbvio, o Presidente da República poderá continuar a acumular o vencimento do cargo com três pensões de reforma)

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