23 maio 2011

CULTURA DEMOCRÁTICA OU A FALTA DELA

A estratégia dos opositores ao PS e a José Sócrates passa por desacreditar todos os que, mesmo que remotamente, apontem factos positivos na governação socialista, tratando-os a todos como um grupo em que não há indivíduos, numa corja abrantina, últimos fanáticos, mentirosos, vigaristas, gente colada ao poder.
A intimidação expressa ou implícita, desde as caixas de comentários de gente que prepara uma vingança mítica, até aos bem pensantes que destilam ódio por pessoas, estende-se pela sociedade dos publicados.
Esta cultura que se instalou, anti-democrática, em que não se vislumbra qualquer respeito pelas ideias dos outros, está centrada na incapacidade de convencer com argumentos lógicos, de ter carisma e capacidade de liderança.
Desde a campanha eleitoral para as legislativas de 2009 que se assiste a um crescendo de impaciência e desespero, pela ausência de alternativas credíveis, à esquerda e à direita. Nada melhor do que fazer alastrar a doutrina do ódio. Neste momento, para além da inevitabilidade da intervenção externa, primeiro não advogada por ninguém e sinónimo de falhanço do governo - Passos Coelho e Cavaco Silva dixit - depois procurada insistentemente até à exaustão, já se afirma em campanha que Sócrates e este governo demissionário não estão a cumprir o acordo com a Troika.
As irredutíveis recusas dos partidos em campanha de estudarem soluções governativas resultantes das eleições, condicionando assim a sua própria margem de manobra após as mesmas, são mais um sintoma da irresponsabilidade destes líderes que, ao contrário do que afirmam, não parecem estar preocupados com o futuro do país.

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