PORTUGAL TROPEÇOU NA GANÂNCIA DE PODER
O memorando é uma dose menos musculada de dieta colectiva do que o masoquismo dos gurus economistas ansiava. Mas tem uma dimensão de obra aberta com várias leituras possíveis e saídas para os próximos capítulos. A faceta mais positiva é o reconhecimento de que o núcleo do caso português está na dívida privada, estimulada pela banca, e no défice externo devido às importações de combustíveis e à febre consumista. O Estado tem de dar o exemplo, mas não paga 15 meses como na Grécia nem é uma filial da banca especulativa falida como na Irlanda. Os hábitos dos portugueses vão ter de tomar um banho de sobriedade, mas o caminho dos baixos salários e da destruição das redes de protecção social é uma via que aprofunda a depressão colectiva, torna-nos menos competitivos e cria riscos de grave ruptura social. A escolha é entre o balanço de solidariedade com estímulo ao risco e à inovação representado pelo PS e uma aventura com uma liderança do PSD impreparada, refém de conselheiros ávidos de protagonismo que se desmultiplicam em contradições e incapaz de acompanhar o frenesim de Portas. A tese de que Passos poderia governar perdendo as eleições é insólita, como sabe Cavaco, que formou Governo vencendo com menos de 30%, e representa a antecipação da irreal aventura a que uma maioria frágil de direita poderia levar. O desafio de Sócrates é retomar laços perdidos de confiança, abrir espaço à direita e à esquerda e provar que.
O PS é a chave do diálogo para as Novas Oportunidades de Portugal.
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