21 maio 2011

SERIA ESTRANHO SE PORTUGAL NÃO TIVESSE MUITAS RENOVÁVEIS



Rui Cartaxo Presidente da REN
Lisboa, 20 mai (Lusa) - O presidente da REN considerou hoje que seria "muito estranho" que Portugal não tivesse uma grande percentagem da sua produção elétrica assegurada a partir por fontes renováveis, visto que é uma das suas vantagens competitivas.
Rui Cartaxo citou a teoria das vantagens competitivas do economista clássico David Ricardo, formulada no início do século XIX, segundo a qual uma nação é rica na proporção da abundância de mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-estar dos seus habitantes.
"[David] Ricardo escreveu que seria estranho cultivar-se ananazes na Escócia. Pelo mesmo motivo digo que seria muito estranho que Portugal não tivesse uma forte componente de fontes renováveis na sua produção elétrica", disse Rui Cartaxo no decorrer da cerimónia de entrega dos galardões da edição de 2010 do Prémio REN.
"Por isso Portugal tem e vai ter sempre muitas renováveis, porque tem uma grande costa, bons regimes de vento atlântico, rios e forte exposição solar", disse o presidente da REN, para quem a questão do momento passa sim pela "extensão dos apoios às renováveis".
A discussão em torno dos apoios às renováveis ressurgiu devido às medidas incluídas no memorando de entendimento assinado entre o Governo e a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional). O acordo prevê, entre outras medidas, uma renegociação das tarifas que já existem para as renováveis e uma diminuição do valor em contratos futuros.
A REN atribuiu hoje o primeiro lugar da edição de 2010 do Prémio REN (no valor de 12.500 euros) a Pedro Mendes, mestrando do Instituto Superior Técnico, por um trabalho que estudou a possibilidade de coordenar a produção eólica com Centrais Hídricas com Bombagem (CHB).
O segundo prémio, no valor de 6.500 euros, foi atribuído a Miguel Santos, também do Instituto Superior Técnico, com o "Estudo do comportamento dinâmico da rede nacional de transporte de gás natural".
Em terceiro lugar (3.500 euros) ficou João Rocha, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com um trabalho que incide na "Otimização de despacho económico integrando previsão de variabilidade de produção hídrica, eólica e solar".
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