PORTAS QUE O BPN ABRIA
Parte considerável do processo Face Oculta assenta em corrupção política e tráfico de influências. É desses crimes que os arguidos mais mediáticos do processo são acusados. Entre todos, dois: José Penedos, antigo presidente da REN, deputado e secretário de Estado da Defesa, da Energia e da Indústria; e o seu filho José, advogado, que já disse em tribunal ter usado abusivamente o nome do pai.
Numa altura em que o Ministério Público anda tão preocupado com corrupção política e tráfico de influências (ainda bem), causa enorme perplexidade o aparente desinteresse dos senhores procuradores face às declarações de Abdool Vakil, antigo presidente do Banco Efisa, sobre Miguel Relvas, actual ministro da Propaganda. Disse Vakil: «O dr. Miguel Relvas nunca trabalhou com o Efisa, mas prestou serviços muito úteis, pois abriu-nos portas no Brasil. [...] Ele tinha muitos conhecimentos no Brasil e que eram importantes para quem quer fazer negócio e abriu-nos portas.» Um desses conhecimentos era José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil do presidente Lula da Silva, cargo de que foi afastado em consequência do escândalo do Mensalão. Tudo isto se passou antes da nacionalização do BPN (a cujo grupo o Efisa pertencia), quando Miguel Relvas, na qualidade de deputado do PSD, chefiava a comissão parlamentar de Obras Públicas.
Hoje, o Público (a imagem ao alto é do jornal) conta-lhe parte desta história mirabolante.
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