13 fevereiro 2012

DA POUCA VERGONHA...

 MEMÓRIAS POUCO DIFICANTES


Como se fora uma honra – para qualquer “estado de direito” – a notícia difundida por um site católico reza assim:
Cidade do Vaticano, 11 fev 2012 (Ecclesia) – O Estado da Cidade do Vaticano assinala hoje o seu aniversário, 83 anos depois da assinatura, a 11 de fevereiro de 1929, do tratado que decretou a sua instituição.
O acordo insere-se nos denominados Pactos de Latrão, negociados quando o rei de Itália era Victor Manuel III, tendo sido assinado pelo primeiro-ministro Benito Mussolini e pelo cardeal Pietro Gasbarri, secretário de Estado do Papa Pio XI, e posteriormente ratificados por este e pelo monarca.
Além de consignar a independência da Santa Sé e a criação do Estado da Cidade do Vaticano, os Pactos de Latrão incluíram uma Concordata que definiu as relações civis e religiosas entre o Governo e a Igreja na Itália.
Os Pactos Lateranenses compreenderam também uma convenção financeira que proporcionou à Santa Sé a compensação pelas perdas sofridas na anexação dos Estados Pontifícios por parte da Itália, em 1870.
Os protocolos foram revistos quando o socialista Bettino Craxi era primeiro-ministro da Itália, em 1984, ano em que a Unesco concedeu à Cidade do Vaticano o estatuto de Património da Humanidade.
O senhor cardeal (secretário do papa fascista) e o fascista italiano assinaram. mas essa associação é irrelevante para a igreja de Roma. coisa de somenos… o que é, para eles, relevante é a criação de um estado fantoche e as contrapartidas económicas que o pacto prporcionou – ainda que por meandros mui pouco democráticos se mostrou a igreja no seu melhor.
notas: – Mussolini ocupa o poder em 1922 e decide aliar-se com a Igreja. O Duce começa por ajudar economicamente o clero. A Igreja retribuiu – apoia-o.
A Igreja permite que Mussolini dissolva o Partido Popular (Católico), liderado por monsenhor Luigi Sturzo – esse partido estava a ser incómodo para os fascistas e perturbava a relação católico-fascistas e o poder total do fascista italiano. O pacto entre Fascismo e Igreja, é assinado por Mussolini – é o famoso tratado de Latrão (ou será do Ladrão?) de 1929. Graças a esse tratado constitui-se o chamado “Estado” do Vaticano. Entrementes, Mussolini e a igreja assinam uma concordata que faz do catolicismo a religião de estado. Desta forma a igreja compromete-se acabar com as suas associações – todas, exceto a Ação Católica, que passam a integrar as organizações fascistas.
O Vaticano promete a Mussolini impedir que a AC se deixe tentar por acções antifascistas. Em 1929, Mussolini, depois de ter assinado a concordata dita “Patti Lateranensi”, é qualificado pelo papa como “o homem enviado pela Divina Providência” (ora vejam só…!?).
Em 1932, o ditador recebe das mãos do papa, a “Ordem da Espora de Ouro” – a mais alta distinção concedida pelo Estado do Vaticano.

Sem comentários: