13 fevereiro 2012

A EDP FOI-SE COM OS CHINESES

Quinta-feira, Dezembro 22, 2011          


Está bonita a festa, pá [10]

Há dias, Hélder Amaral, vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, deu uma entrevista à TSF, na qual denunciou, aparentemente numa autocrítica, que “os partidos não podem ser agências de emprego” e, de caminho, lá foi defendendo que, no Caldas, se fazia bem em “começar a pensar em substituto de Portas”.
Hoje, o Menezes-filho-do-pai, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, também em entrevista à TSF, entendeu pressionar Cavaco Silva, acusando-o de, em relação “a algumas medidas que este Governo estava a tomar” se referir a elas de “forma algo leviana”. Empolgado, o Menezes-filho-do-pai ainda teve tempo para dar uma canelada em Paulo Portas, ao afirmar que “também que gostava de ver o ministro Paulo Portas mais activo e presente politicamente.”

O Menezes-filho-do-pai não é rapaz para pular a cerca sem autorização superior.

Hu Jintao, o novo patrão da EDP


O Governo decidiu vender a participação do Estado na EDP à China Three Gorges, uma empresa pública. O mesmo governo que não quer o Estado a gerir empresas entrega a sua participação na EDP ao Estado chinês. Decididamente, a ideologia dos estarolas da São Caetano de São Bento tem muitos alçapões.

A questão que agora se coloca é: sendo a EDP um activo estratégico, como é que, numa situação como esta, se defende o interesse nacional? Fernando Medina explica, em declarações à TSF que podem se ouvidas aqui, o que está em causa.

Acresce que, como hoje lembrou Carlos Zorrinho, quando a lei das privatizações foi aprovada, “o PS propôs, conseguiu e saudou o Governo por ficar incluído expressamente uma regra de se apresentar no prazo de 90 dias um conjunto de normas estratégicas que tinham de ser salvaguardadas para a alienação das empresas”.

Ora, segundo Zorrinho, “esses 90 dias terminaram a 17 de Dezembro, mas o Governo não elaborou [ainda] nenhuma lei e também recusou uma proposta do PS no sentido de que houvesse um acompanhamento mais forte das privatizações por parte da Comissão Eventual de Acompanhamento do Programa de Ajuda Financeira a Portugal”, numa alusão a um projecto de resolução dos socialistas reprovado pela maioria PSD/CDS na semana passada.

O Governo vai entregar a sua participação na EDP sem que estejam aprovadas normas de salvaguarda do interesse nacional?

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