12 novembro 2008

MANUEL ALEGRE EM CAMPANHA ANTI-PS


POR QUÉ NO TE CALLAS

Manuel Alegre já deu início à sua luta anti-PS. Diz não poder andar com pessoas que não têm nada a ver com ele, excluindo do lote José Sócrates, que eu não me atrevo a dizer que é para não dar aso a especulações sobre a indigestão da derrota na competição pela liderança do partido. Mas que o senhor não sabe perder e disfarça mal uns certos tiques antidemocráticos quando se vê rodeado da arraia miúda das bases, é assunto corrente. Quando refere pessoas que não têm nada a ver com ele, não será só por razões políticas e ideológicas... Aliás, nesta altura da minha vida de cidadão e pelo que já presenciei, considero esse senhor uma pessoa muito próxima daquilo que entendo ser um indivíuo pouco estimável, pelo menos politicamente falando. Se há quem lhe aprecie a prosápia e a arrogância, (sem qualquer grandeza!) que o desqualifica como humanista e intelectual, pois que lhe faça muito bom proveito.

Creio que as pessoas do PS são, mais coisa menos coisa, as mesmas que sempre terão andado por lá e também as mesmas que já lhe deram votos e infligiram a tal derrota que ainda não digeriu. Por isso não é difícil concluir ser o Manuel Alegre que já não é o mesmo. E tem todo o direito de como tal se comportar e até será muito pertinente que vá pregar para outra freguesia, em vez de aparecer, com o pretensioso estatuto de "consciência crítica" do partido, a derramar verrinosas declarações contra o mesmo, engrossando, com o seu vozeirão, os ataques dos adversários, já em franco processo de campanha eleitoral. Por quem concorre o "nosso poeta"? Será pelos esquisitos do Bloco? Fazia todo o sentido! Ao PS é que Alegre não reconhece esse direito de fazer campanha... Até disse que o PS está transformado numa máquina eleitoral! Ou é mesmo muito mauzinho (como sôa pelos mentideros) ou... já faz senis confusões ! Então os partidos não têm o dever de lutar e fazer o necessário para serem eleitos? Ou só servem para endeusar poetas e pôr simpatizantes do Partido a cumprimentarem com veneração o "nosso Manuel Alegre" e este a comportar-se com a arrogância do um ser supremo, com a imortalidade garantida, não se dignando dispensar um simples olhar que mantem distraído no além... algures no Olimpo. O senhor parece que sempre se julgou muito acima do simples terráqueo que tem de ganhar a vida para alimentar a prole, pagar-lhe as benesses e ainda prestar vassalagem à importância que a si próprio se atribui e alguns se esmeram em exaltar-lhe o desmedido ego.
Mas desde que o Poeta da Praça da Canção, nos Açores, declarou pomposamente que é naquela Região do País que o socialismo está a ser praticado, por Carlos César, fiquei preocupado... e apreensivo pela lucidez do lírico. Não quero dizer que a estapafúrdia declaração se ficou a dever ao facto, como foi noticiado e falado pelos mentideros locais, de ter sido César ou o orçamento a pagar passagens e estadias, notícias não desmentidas. Mas decretar assim o socialismo, sem qualquer suporte na realidade dos factos, deixa-nos pensar que o homem já não sabe o que diz, ou está preparado para, futuramente, estabelecer-se como milagreiro ou vendedor de banha da cobra. Mas eu diria como o outro: por qué non te callas!

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