31 outubro 2009

O REFORÇO DO ATLÉTICO DE MADRID


Quique Flores, ex-treinador do Benfica, voltou a Espanha para treinar o Atlético de Madrid, mas não foi sozinho.Como companhia, Quique levou a namorada, a modelo e apresentadora de televisão Orsi Feher, irmã de Miklos Feher, antigo jogador do Benfica.Orsi não esperou muito para começar a trabalhar: a modelo acaba de posar para a revista masculina FHM.España.Orsi tem 29 anos e conheceu Quique em Portugal, na altura em que o técnico espanhol treinava o Benfica. A modelo confessou à imprensa espanhola que pondera mudar a residência para Espanha, para estar mais perto do namorado.Do que está à espera o nosso SPORTING! Contratar já uma espanhola boazona!

MARCELO VAI OU NÃO VAI AO RINGUE??




Não foi Marcelo Rebelo de Sousa que disse não estar interessado em entrar no ringue para disputar a liderança do PSD? Este Doutor não é homem para se esforçar e ainda estará à espera que todos se arredem, abram alas e lhe entreguem o "brinquedo" em cerimónia vistosa...E agora que o boxeur Morais Sarmento pondera a possibilidade de calçar as luvas e saltar para o ringue em busca do título, Marcelo, que é um verdadeiro campeão da treta, ainda o veremos a fugir a sete pés e sem hipótese de proferir um ... brilhante discurso de posse nem oportunidade de dar mais umas cavadelas na cova do PSD.
Enquanto isto acontece vamos observando a velha guarda do PSD a movimentar-se preocupada com o futuro do partido que deixaram entregue ao Cavaco messias (este partido funciona muito num esquema mental messiânico ...) Cavaco, que até parece ter alma de eucalipto que seca tudo em seu redor. E o jovem Coelho que se propõe lutar pela liderança do partido, mas não possui estatuto de messias que se percate pois já já tem um bom monte de achas preparado para ser quimado vivo se ousar aproximar-se do olimpo dos iluminados... Claro que os iluminados já não possuem a limpidez de princípios dos tempos do saudoso Sá Carneiro, nome que hoje se apaga perante personalidades politicamente dúbias como é o caso do cotadíssimo especialista das doutrinas marxista-leninista-maoista, Pacheco Pereira, hoje o doutrinador quase oficial do PPD/PSD. Claro que neste contexto aquilo já nem parece um partido mas um saco de lacraus.

30 outubro 2009

SINDICATOS DE TITULARES DE ORGÃOS DE SOBERANIA


Tem um percurso histórico paralelo à democracia, tem direito a convocar greve (como aconteceu em 2005) e uma implantação inquestionável - estimada em 95% dos juízes no activo. O que não impede uma crescente contestação à legitimidade da actividade sindical na magistratura. Vários constitucionalistas sustentam que titulares de cargos públicos não devem ceder ao sindicalismo e, para dissipar dúvidas de interpretação, defendem a proibição dessa actividade em sede de revisão constitucional."Titulares de cargos públicos têm uma missão incompatível com a prossecução de interesses como os dos outros funcionários públicos", explica Pedro Bacelar de Vasconcelos, professor na Universidade do Minho. "O Presidente da República também tem um vencimento e isso não faz dele um funcionário público como outro qualquer. Se não qualquer dia teríamos um sindicato dos ministros, outro dos deputados..."Jorge Miranda sustenta que é possível encontrar na Constituição argumentos para vedar aos juízes o direito de organização sindical. Embora a única restrição expressa, no artigo 270º, se refira a militares, agentes militarizados e agentes das forças de segurança, lembra que as restrições não são exaustivas e que devem ser tidos em conta direitos e valores constitucionalmente relevantes. Mas para "tirar dúvidas" nesta interpretação, afirma ao i que se deve "proibir expressamente" a existência de sindicatos de juízes, na próxima revisão constitucional.Vital Moreira, constitucionalista, concorda com restrições ao sindicalismo judiciário. E na sua opinião as nuances semânticas de designação são pouco relevantes: "Uma associação sindical, como é a dos juízes portugueses, é um sindicato para todos os efeitos. Não penso que haja nenhuma distinção."
Para o vulgar eleitor a imagem de um magistrado, investido de uma dignidade que o eleva acima do mero cidadão, a mistura de um Juiz de Direito com as lutas e linguagem dos bate-chapas e das organizações contestatárias da extrema-esquerda, retira-lhe muito dessa dignidade e prestígio fundamentais para o exercício das suas elevadas funções. Quem somos nós para pôr em causa o direito da defesa dos direitos de quem quer que seja. Mas julgamos que ao nível dos orgãos de soberania o processo reivindicativo não deve extravasar o restrito âmbito desses orgãos e que ao povo apenas seja dado, para seu juizo, o resultado de pacíficas e justas decisões.

27 outubro 2009

TRÁFICO DE ARMAS SANTIFICADO

O padre Fernando Guerra, 74 anos, foi detido no fim de uma missa na aldeia de Covas na Serra de Barroso, Boticas, por suspeita de posse ilegal e tráfico de armas. Militares da GNR esperaram pelo fim da Eucaristia das 7 horas de domingo, aguardaram que os fiéis saíssem e agarraram o padre na sacristia, enquanto despia os paramentos e se preparava para seguir para a paróquia vizinha. Depois das buscas à igreja e à casa do padre, a GNR encontrou munições e seis armas ilegais - três pistolas e três caçadeiras - e o padre foi detido. Foram detidas outras três pessoas, com idades entre os 50 e os 54 anos. Os fiéis das aldeias de Cerdedo, Vilar e Videiro, desta feita, ficaram sem direito à missa que os reconforta na dura vida daquelas inóspitas paragens.
Parece que o padre Guerra, como é norma, era uma figura muito querida das beatas da freguesia, não recolhendo a simpatia geral, sobretudo pela sua indisfarçável apetência pelo dinheiro.
Entretanto a hierarquia da Igreja esgota-se em intervenções de carácter político (melhor fariam em organizar-se em partido) e deixam o rebanho entregue aos lobos por essas serranias agrestes. in Jornal I

26 outubro 2009

"SEREI SEMPRE UM REFERENCIAL DE ESTABILIDADE...

"Porque conheço as dificuldades que tem de enfrentar um governo minoritário, porque conheço bem as dificuldades que um Presidente da República pode colocar a um Governo, serei sempre um referencial de estabilidade": a frase sintetiza o tom do discurso de Cavaco Silva, na tomada de posse do XVIII governo constitucional. Entre sublinhar a circunstância deste executivo ser minoritário, dizendo que "neste quadro político, o diálogo e a concertação na procura dos consensos possíveis ganham uma relevância acrescida" e apelar à responsabilidade "do novo Governo, mas também das diversas forças políticas e dos agentes económicos e sociais", o Presidente da República não deixou de marcar que "o horizonte temporal de acção deve ser sempre a legislatura"

Pois, mas Cavaco Silva já nos habituou à ideia de que não é tão fiável quanto quererá parecer, pois cesteiro que faz um cesto, faz um cento... E à rasteira das escutas fantasmagóricas pode suceder qualquer maldade do género. Dependerá dos seus humores partidários, das afinidades com o futuro líder do PSD e das diatribes dos seus acessores. Pela Manuela quase se atirou da ponte abaixo tendo mesmo fragilizado a sua reeleição. E como é um homem mal aconselhado (quem tem conselheiros como Medina Carreira e porta-vozes autores de inventonas poderá estar sempre à beira de se precipitar e mandar, sem querer, a estabilidade às malvas.

25 outubro 2009

POESIA DE ALICE VIEIRA


Poema inédito de Alice Vieira, publicado no Jornal de Letras de 24 de Abril do corrente ano, o qual também está publicado em livro com o título do poema.
Alice Vieira, autora de diversos títulos de literatura infanto-juvenil, concorreu sob pseudónimo, ao prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho com este livro e ganhou!!!

"Dois corpos tombando na água"


"havemos de ser outros amanhã
ou daqui a momentos ou já agora
e dificilmente reconheceremos o espaço da alegria
em que noutras horas chegámos a nascer
«
e então meu amor
(não sei se reparaste mas é a primeira vez
que escrevo meu amor)
teremos nos olhos a cor sem cor
das roupas muito usadas
e guardaremos os despojos das noites
em que tudo sem querer nos magoava
nas gavetas daqueles velhos armários
com cheiro a cânfora e a tempo inútil
onde há muitos anos escondemos
um postal da Torre de Belém em tons de azul
e um bilhete para a matiné das seis no São Jorge
onde um homem (que muitos anos depois
segundo me contaram se suicidou)
tocava orgão nos intervalos em quenos beijávamos às escondidas
«
e dessas gavetas rebenta a poeira do tempo
que matámos a frio dentro de nós
com os filhos que perdemos em camas de ninguém
e as pedras que nasceram no lugar das cinzas
e havemos de perguntar (mesmo sabendo que
já não há ninguém para nos responder)
por que foi que nos largaram no mundo
vestidos de tão frágeis certezas
por que nos abandonaram assim
no rebentar de todas as tempestades
sabendo que o futuro que nos prometiam batia
ao ritmo das horas que já tinham sido
destinadas a outros e nunca
voltariam a tempo de nos salvar
«
mas enquanto vai escorrendo de nós o pó
desses lugares onde ainda há vozes
que não desistiram de perguntar por nós
vamos bebendo a água inicial das nossas línguas
um ao outro devolvendo o pouco
que conseguimos salvar de todos os dilúvios"
Alice Vieira

CÂNCIO NÃO QUESTIONA MAIS POR FALTA DE ESPAÇO


Em tempos, para um debate televisivo, elaborei uma lista de críticas ao Governo. O debate ficou-se por generalidades e a lista foi para a gaveta. É uma boa altura para a recuperar, agora que se inicia um novo ciclo. Uma das primeiras críticas que nela figuravam foi muito falada nos últimos dias: a ausência de paridade na composição do Executivo de um partido que fez bandeira da lei do mesmo nome. É no mínimo pouco entendível que se estabeleça um critério para o Parlamento e outro para o Governo. Não vale dizer que "não há mulheres" - essa era exactamente a desculpa dos que se opuseram à lei. (Soube-se entretanto que há cinco ministras entre 16 no novo Executivo. Melhor, mas ainda longe do bom.)
*
A segunda crítica prende-se com o chamado "Novo Regime do Arrendamento Urbano", que não só não resolve qualquer dos problemas pre existentes como lhes acrescenta perversidades. Faz depender o aumento da renda, qualquer que seja o seu valor, do estado do imóvel - ignorando o facto óbvio de que na maioria dos casos os imóveis se degradaram devido a décadas de rendas miseráveis -; obriga a uma avaliação paga que, esperteza, actualiza o valor do imóvel e portanto o imposto a pagar; estabelece que, caso o inquilino tenha mais de 65 anos, os aumentos são, qualquer que seja o seu rendimento, diluídos ao longo de dez anos. Resultado? A generalidade dos senhorios nem tenta aumentar as rendas e o parque habitacional prossegue a sua alegre degradação. Acresce que continua a ser um inferno despejar quem não paga a renda, o que desincentiva o arrendamento.
*
A terceira tem a ver com a legislação do subsídio de desemprego. Não só é tão difícil de entender que cada funcionário da Segurança Social faz a sua leitura, como transforma os beneficiários do subsídio em panhonhas ou em burlões compulsivos. Uma lei que impede um desempregado de passar recibos verdes, seja qual for o valor, sob pena de perder o subsídio e que só permite que este trabalhe "a tempo parcial" com contrato é uma lei que vive noutro mundo. E, claro, há a eterna questão dos "empregados de recibo verde". O Governo cessante alegava que em todo o mundo não há solução para isso. Certo é que essas pessoas pagam impostos e Segurança Social. Será impossível criar um novo escalão de descontos para os que quiserem ter acesso a subsídio de desemprego, com um tempo mínimo de prestações para que esse acesso se efective? E é disparatado propor um sistema em que os beneficiários do subsídio possam trabalhar a recibo declarando o que recebem (ao invés de, como tanto sucede, porem outros a fazê-lo) e descontando no subsídio recebido uma parte do que auferiram? Não ganharia toda a gente com isso - o Estado porque poupa e o desempregado porque trabalha?
*
A última crítica, e só é a última porque falta espaço, diz respeito à laicidade do Estado. O Governo cessante mostrou tibieza nesta matéria, tanto quanto aos crucifixos nas escolas (afirmando que a escola é laica mas que os símbolos religiosos só saem "a pedido") como à assistência religiosa nas estruturas de segregação - hospitais, prisões, quartéis. Talvez tenha achado que se trata de questões menores. Se assim é, aliena tanto os laicos como os crentes - e nunca é demais lembrar que não os há só católicos.
Todos ficamos à espera que o DN seja mais generoso e dê espaço para a Fernanda desopilar à vontade.