25 abril 2009

LISBOA - SONDAGENS

O eleitorado de Lisboa dá a vitória ao actual presidente de câmara, António Costa, apenas com uma diferença de 6,5 pontos percentuais face ao candidato social-democrata Pedro Santana Lopes. Se as eleições autárquicas fossem hoje a candidatura socialista conseguiria, sozinha, eleger oito vereadores contra sete da coligação PSD/CDS-PP, segundo uma sondagem CM/Aximage.
De acordo com a sondagem, o socialista António Costa recolhe 36,1 por cento dos votos, ao passo que Santana Lopes consegue 29,6 por cento dos votos. À esquerda, Ruben de Carvalho, da CDU, obteria 8,4 por cento dos votos e a independente Helena Roseta, ex-militante socialista, 7,1 por cento.
Na semana em que foi anunciado o nome do candidato do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda ficaria pelos 3, 8 por cento e falharia a eleição.
De realçar que mais de metade dos entrevistados manifestou a intenção de se abster: 56, 3 por cento.
Esta sondagem foi realizada entre os dias 21 e 23 de Abril. in Correio da Manhã

A Cigarra perdulária apesar dos pesares ainda consegue ter uma expressiva intenção de voto. Não será pouco avisado ponderar as razões por que, com todo o historial de episódios que Santana carrega relativamente à sua inaptidão para a gestão municipal, mesmo assim lá se mantém à tona d'água. Porque será?
Santana já tem um vasto rol de comensais para os pantagruélicos repastos que dizem oferecer aos amigos e colaboradores à custa de todos nós. Espera-se que não tenha oportunidade de o fazer outra vez porque isto não está para graças. E já era tempo de se recolher e deixar-nos em paz. Vejam como aqui se preparam afanosamente... Espera-se que não lhes entreguem as chaves da despensa

O CABARET DA COXA

É intolerável que o director-geral de uma estação, 'último responsável pela informação', faça, ele próprio, considerações insidiosas sobre um primeiro-ministro, queixando-se, a seguir, de que 'querem condicionar o exercício do jornalismo'. Será que Moniz não vê o ‘Jornal Nacional de Sexta-feira’? Pode eventualmente haver o desejo de condicionar o livre exercício do jornalismo, mas se há, ironia das ironias, isso só pode ser propósito de um colaborador da TVI, o ministro Augusto Santos Silva.
Mas que fique bem claro, o referido é um espaço onde, por regra, se desrespeitam os códigos profissionais do jornalismo: há um desprezo sistemático pelo exercício do contraditório, há ‘notícias plantadas’ que são infâmias embrulhadas como factos provados. Aquele espaço, em muitas circunstâncias, faz mais lembrar ‘O Cabaret da Coxa’, tantos são os atropelos jornalísticas que nele se praticam, ao tentar impor um modelo sensacionalista, tendencioso e de mau gosto. Emídio Rangel-Correio da Manhã

SAFARDANAS, FEIOS, PORCOS E MAUS RONCAM NAS SUAS POCILGAS

CHARLES SMITH DIZ QUE MENTIU SOBRE SÓCRATES - EXPRESSO -1ªPágina Desde há dias que se vem desenhando -com bases cada vez mais sólidas- que afinal o "caso Freeport" é um NÂO caso. Afinal, nada de corrupção, apenas tudo parte uma mentirola leviana e mal intencionada e de uma muito provável infame conspiração política para deitar abaixo um adversário político. Quer dizer que andámos meses e meses a ser embrenhados e intoxicados numa "estória" de falsidades, do "parece que é", de vis intenções, de calúnias. Não foi só o 1º ministro que sofreu uma campanha suja de suspeitas, de acusações infundadas, em grande mediada por parte de uma comunicação social abjecta e ordinária. Foi no seu conjunto toda a sociedade que sofreu as consequências nefastas de perda de tempo, de perda de energias, de perda de credibilidade do poder que elegeu e que a governa. Os estragos morais são elevados e não desaparecem facilmente. Para além da mísera escumalha que habita, anónima e impunemente, algumas páginas da imprensa nacional, chafurdando na lama da maldade gratuita por inveja, ódio e degradante insignificância, toda uma sociedade assistiu, chocada, à tentativa insistente e cega da destruição de um governante, não por razões da qualidade da sua acção política, ou da falta dela. Sim e apenas por motivações de uma baixeza, covardia, ódio, inveja, despeito abominavelmente execráveis. Uma terra onde semelhante gente dá cartas e bota figura é uma terra sem futuro luminoso, é um local de trevas e acabado.
(comentário de um leitor do Expresso)

23 abril 2009

A TRINDADE DIRIGENTE DO PSD

O SUMO-SACERDOTE

MANUELA RENDIDA A SEU SENHOR
MAIS SEU ANJO DA GUARDA
(A SÍNTESE DO PSD - A TRINDADE)

O líder parlamentar social-democrata, Paulo Rangel, excluiu hoje a possibilidade de o PSD apoiar para provedor de Justiça, JORGE MIRANDA, e considerou o candidato do PCP, Guilherme da Fonseca, «altamente credível».
O PSD, pelo menos a nível das suas cúpulas, não é hoje o partido cordato e de consensos de outros tempos que permitiram criar condições para a estabilização do regime democrático e a neutralização dos extremismos. O PSD já não tem os dirigentes do nível de qualidade de outros tempos e é hoje decididamente um partido tendencialmente extremista. Ora tal facto não será alheio às influências determinantes de Pacheco Pereira junto de Manuela Ferreira Leite que, rendida ao intelectual... nem se aperceberá que o seu guru arrasta consigo uma formação marxista/leninista/maoista que o condicionará para todo sempre. Não é impunemente que se milita na extrema-esquerda até quase à idade de ter netos! Ingressar depois num partido moderado, ideológicamente quase virgem, é uma tentação intervir a fundo quando se lhe depara a oportunidade de ser o conselheiro da líder e poder decidir por interposta pessoa...
O caso da recusa de MFL em aceitar a candidatura de JORGE MIRANDA* para Provedor de Justiça e, de forma acintosa, aparecer o Bojudo II a tecer lôas ao candidato do Partido Comunista, tem muito que se lhe diga... sobre a opinião do P.Pereira (BojudoI). A D. Manuela? Essa parece andar ali como Pilatos no Credo...
*Porventura não haverá em Portugal pessoa mais indicada para ocupar aquele lugar. Porém o Professor J.Miranda tem um forte óbice para os intolerantes decisores do PSD: embora tendo feito parte dos primeiros militantes do PSD, pelo caminho abandonou o barco, tentou outras experiências e ràpidamente se entregou em exclusivo à cátedra. Não tinha muito jeito para a politiquice... Mas a sua acção como constitucionalista, político e cidadão vertical deixou marcas indeléveis no actual regime democrático (é considerado o "PAI DA CONSTITUIÇÃO").


FRUSTRAÇÕES DE UM COMUNISTA

«Que vamos comemorar no sábado? O "dia inicial inteiro e limpo" [Sophia de Mello Breyner]? Mas que resta desse dia? As ruínas de uma história que se perdeu nela própria. A avenida encher-se-á, como de hábito, e os discursos, no Rossio, alegres e decididos, dissimulam a melancólica gravidade de uma peregrinação que se faz por uma memória feliz, tornada triste e antiga.»Diz o comunista B.Bastos Diário de Notícias
«Informe-se Baptista Bastos de que vamos celebrar a democracia, poderá não ser a que ele deseja mas é a que a maioria dos portugueses apoia.» responde com toda a propriedade o nosso estimado «O Jumento».
E nós dizemos que esta revolução de Abril desiludiu muito o senhor B.B. que esperava ver implantado em Portugal o sistema de privilégios da União Soviética para artistas e intelectuais doutrinadores da classe operária, classe esta que seria obrigada a desunhar-se para que não faltasse ao senhor Bastos e quejandos a lagosta e o filé, indo de seguida para a bichas de racionamento da padaria e do feijão... para alimentar os filhotes. Pois... nada resta desse sonho fagueiro; apenas as ruinas de uma história que se perdeu nela própria. Vá lá que ainda arranjou casinha de graça. Ora ainda bem!
Citar Sofia em apoio de seus gemidos também será um abuso, pois não consta que a poetisa se identificasse com o projecto comunista. Aliás combatia-o! A Democracia, graças a Deus, viveu-a de forma intensa e interventiva. E está aí a democracia pela qual a autora da Fada Oriana se bateu, com todos os defeitos do que é obra humana. E para durar, apesar dos comunistas.
Não devia esquecer isto enquanto anda por aí a abanar o rabinho de contente... mas sem deixar de cumprir os ditames do Comité Central, vergastando a situação com os seus sarcasmos.



22 abril 2009

O MUNDO DO PALMA CAVALÃO


"Palma Cavalão"
Proprietário e redactor do jornal "A Corneta do Diabo", Palma Cavalão surge em Os Mai
as, de Eça de Queirós, como um jornalista corrupto, facilmente "agitado com o tinir do dinheiro". O nome de "Cavalão" fora atribuído ao Palma para o "distinguir de outro benemérito chamado Palma Cavalinho. "Sem carácter, publica artigos injuriosos ou retira-os desde que para isso lhe paguem. Como reconhece Ega, sobre um artigo do Dâmaso a denunciar as relações de Carlos e Maria Eduarda, "o artigo fora-lhe, simplesmente, encomendado e pago. No terreno do dinheiro vence sempre quem tem mais dinheiro."Baixo e gordo, como se depreende das palavras de Alencar que o define como "canalha", "vil bolinha de matéria pútrida!..." e "chouricinho de pus!", Palma Cavalão é o símbolo do jornalismo de escândalo, feito por jornalistas imorais e corruptos. Claro que esta imagem nada tem a ver com o jornalismo no Portugal dos nossos dias, onde os jornalistas se conduzem por rigorosas normas de ética e lisura de comportamentos, de tal sorte que se Eça aqui caisse de repente, vindo daquele asqueroso mundo do Palma Cavalão, julgaria que tinha chegado ao céu! Não acham?!...

LEITURAS

OS MAIAS II Volume - Quadros da pena de Eça

Essa é outra! – gritou Ega atirando os braços ao ar. – É extraordinário! Neste abençoado país todos os políticos têm «imenso talento». A oposição confessa sempre que os ministros, que ela cobre de injúrias, têm, à parte os disparates que fazem, um «talento de primeira ordem»! Por outro lado, a maioria admite que a oposição, a quem ela constantemente recrimina pelos disparates que fez, está cheia de «robustíssimos talentos»! De resto, todo o mundo concorda que o país é uma choldra. E resulta portanto este facto supracómico: um país governado «com imenso talento», que é de todos na Europa, segundo o consenso unânime, o mais estupidamente governado! Eu proponho isto, a ver: que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez os imbecis!

O ATORMENTADOR SUCESSO DO MAGALHÃES

Estes acessores de P.Pereira congeminam ataque ao Magalhães
"O Programa Magalhães é a mais sofisticada e avançada implementação das tecnologias de informação em educação no mundo", afirma o canadiano Don Tapscott que hoje participa no Fórum Mundial das Telecomunicações em Lisboa.
"Não há nada mais importante para um país, neste momento na história, do que dar às suas crianças o direito de nascença de ter acesso a um novo meio de comunicação que melhora a sua aprendizagem e experiência humana", diz em entrevista à agência Lusa o especialista canadiano que está hoje em Portugal no âmbito do Fórum Mundial das Telecomunicações que terá lugar em Lisboa.
Claro que as oposições, até ao fim do longo período de eleições em que estamos metidos, virão pressurosos bramar que isto é propaganda! Pois claro, se é propaganda é legítima e é feita a algo de concreto, estrutural e de grande alcance para o desenvolvimento futuro do País. Algo de que, quem providenciou a medida, se deve orgulhar e será futuramente lembrado pelo rasgo e capacidade de deixar uma herança valiosa. Mas a propósito de boas heranças, quem consegue lembrar-se de alguma deixada por aqueles do PSD (com destaque para a D.Manuela) que tantas amarguras sofrem agora com o sucesso do inocente computador?... Más... quantas queiram! Diriamos que o secesso do dito cujo é medido pelos exuberantes esgares e contorcionismos de certos e proeminentes elementos do PSD.O "MAGALHÃES" já tirou de facto o sono a metade daquela gente e está em vias de atirar para Rilha Foles o desvalido raspador de queijo Pacheco Pereira.

21 abril 2009

P.R. - UM ZELOSO MILITANTE DO PSD?

No sábado, um dia depois do discurso crítico do Presidente da República, José Sócrates, afirmou, numa sessão das "Novas Fronteiras" que o país "não precisa" dos que fazem "a política do recado, do remoque, do pessimismo, do bota-abaixo, da crítica fácil". "O que se pede aos políticos é que apontem o caminho. Não precisamos de quem só diz o que não podemos fazer."
Correndo o risco de sermos injustos, ousamos dizer que o actual Presidente da República não consegue transmitir uma imagem de bom pastor, afável e generoso. Com aquela expressão de enjoado sempre afivelada e as imagens que dele guardamos a fazer esgares enquanto come bolo-rei... etc e tal... afasta-nos da figura gentil e protectora que se pretende encontrar na pessoa que ocupa o cargo do mais alto magistrado da Nação. E os que o antecederam, incluindo o sisudo Ramalho Eanes, conseguiram transmitir essa afabilidade e ar protector... Digamos que ninguém tem culpa de uma facies macerada que Deus N.S. nos deu.
Vem isto a propósito (ou não) da queixa do P.M. acerca dos públicos recados do P.R. que, ao que parece, não lhos dará, olhos nos olhos, quando se encontram, semanalmente, para tratarem dos assuntos da Nação. Assim sendo não sabemos como se pode apregoar cooperação institucional quando se usa o palanque do comício para dizer aquilo que deveria ser feito pessoalmente, de forma séria e institucional... São opções que neste caso desvalorizam a função quando aparentemente apenas visam apoucar o P.M. e, acto contínuo, participar activamente na campanha política da sua apaniguada Ferreira Leite. E para quem pretendia um homem austero, sisudo e politicamente impoluto no Presidência da República, não está nada mau... Se calhar são influências de conselheiros presidenciais do tipo do Medina Carreira. E de quem escolhe conselheiros destes também não se pode esperar muita nobreza e grandes rasgos de sabedoria. Talvez lhe falte lá o Maria Cachucha (sem menosprezo pela senhora) para completar o quadro porque dos restantes não faltará ninguém...

20 abril 2009

CANDIDATAS MULTIPLEX




Abro as páginas do Jornal e deparo-me com a opinião de um leitor questionando-se sobre a estranha opção do P.S. em candidatar para as europeias ANA GOMES e ELISA FERREIRA que, por sua vêz, são as candidatas oficiais, respectivamente, às Câmaras de SINTRA e do PORTO. Não sabemos de facto que critérios assistem a tais opções, envolvendo dois municípios de primeira grandeza, cujas candidaturas deveriam ter a dignidade de escolhas prioritárias e sem o mínimo rebuço de dúbias intenções ou eleiçoeiras espertezas saloias: uma no papo outra no saco; se falhar uma sempre temos a outra... Francamente!Parece-nos que este caso revela um Sócrates muito fragilizado e de animal feroz já transformado em animal encurralado e à mercê de quem o afague e lhe dê atenção... E isto é revelador dos efeitos resultantes dos miseráveis acontecimentos ligados ao freeport que nos deixou sem Primeiro Ministro e ao PS sem Secretário Geral. Se calhar a tal campanha negra já surtiu os seus efeitos e Sócrates não terá condições para pilotar o barco... Se assim fôr, resta-lhe abdicar patrioticamente... e abrir a porta ao Manuel Alegre... para vermos o que ele vale. Apostaria que, se tal se desse, fugiria a sete pés enquanto ia dizendo: eu não sou daqui!!!... Só vim cá ver passar as marchas!... De resto Alegre gosta de embarcar mas é como passageiro VIP! Não como Piloto.

19 abril 2009

ALBERTO MARTINS - O SÍMBOLO DE UMA JUVENTUDE GENEROSA

Há precisamente 40 anos, Alberto Martins, então presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), levantou-se para pedir a palavra em nome dos estudantes na cerimónia de inauguração do Departamento de Matemática. O gesto havia sido previamente combinado nas cúpulas dirigentes, mas o impacto que causou foi imprevisto. Na mesa, Américo Tomás dá a palavra, balbuciante, a Rui Sanches, ministro das Obras Públicas, acabando por encerrar a sessão sem a conceder aos estudantes. À saída, a comitiva é vaiada pela multidão de estudantes que decide fazer a sua própria inauguração após a retirada das autoridades. Havia começado a «crise».
Nessa mesma noite, a PIDE prende Alberto Martins.(Só por ter ousado pedir a palavra!!!...) Durante a madrugada registam-se confrontos com a polícia de choque. Na manhã seguinte, o presidente da DG/AAC é libertado e à tarde realiza-se uma Assembleia Magna na qual se exige a participação dos estudantes no Senado Universitário e o reconhecimento de estruturas representativas estudantis como a Junta de Delegados.
A 22 de Abril, quando a situação parecia tender para a normalidade, alguns dos principais dirigentes académicos são informados da sua suspensão da Universidade enquanto durasse o inquérito aos acontecimentos ocorridos a 17 de Abril. Logo nesse dia, uma Assembleia Magna decreta luto académico, exortando-se os estudantes a transformar as aulas, sempre que possível, em debates sobre a actual situação. No dia 30 de Abril, o ministro da Educação Nacional, José Hermano Saraiva, vai à televisão apontar o dedo à «onda de anarquia que tornou impossível o funcionamento das aulas» (dando a conhecer, inadvertidamente, a agitação que os jornais, a rádio e a televisão estavam impedidos de mostrar por via da implacável censura).
ALBERTO MARTINS, actual líder parlamentar do Partido Socialista, com o seu acto de coragem, enfrentando, olhos nos olhos os ditadores, com a massa estudantil de Coimbra em peso a seu lado, abriu um rombo na longa ditadura que jamais se recompôs e que, cinco anos mais tarde, ruiria com fragor no inesquecível dia 25 de Abril de 1974.
Nunca é de mais glorificar os heróis da revolução, mas é injusto esquecer uma juventude valorosa que, com a sua acção no meio estudantil e no seio dos milicianos (e não só) que faziam a guerra em África, foram criando o caldo de cultura necessário para o eclodir da rebelião que conduziu Portugal à paz e à democracia. Alberto Martins, como todos os heróis verdadeiros, apagou-se, quando a democracia se impôs, sem reclamar honrarias nem procurar fáceis protagonismos, mas que bem merece ser lembrado como o símbolo de uma juventude generosa e esclarecida que foi protagonista da gesta do 25 de Abril 1974, data da qual vamos agora celebrar os seus 35 anos já passados em liberdade.

LEITURAS

A Cidade e as Serras - Quadros da pena de EÇA

Mas o que a Cidade mais deteriora no homem é a Inteligência, porque ou lhe arregimenta dentro da banalidade ou lha empurra para a extravagância. Nessa densa e pairante camada de Ideias e Fórmulas que constitui a atmosfera mental das Cidades, o homem que a respira, nela envolto, só pensa todos os pensamentos já pensados, só exprime todas as expressões já exprimidas – ou então, para se destacar na pardacenta e chata rotina e trepar ao frágil andaime da gloríola, inventa num gemente esforço, inchando o crânio, uma novidade disforme que espante e que detenha a multidão como um mostrengo numa feira. Todos, intelectualmente, são carneiros, trilhando o mesmo trilho, balando o mesmo balido, com o focinho pendido para a poeira onde pisam, em fila, as pegadas pisadas; – e alguns são macacos, saltando no topo de mastros vistosos, com esgares e cabriolas