14 março 2009

FISCHER PESSIMISTA


Joschka Fischer considera que o momento que a União europeia atravessa é sombrio e não acredita que ,desta vez, saia da crise com um novo impulso.O nosso futuro é a Europa, mas a Europa está em más condições. Perdemos a Constituição (europeia). O tratado de Lisboa está no limbo. Os Estados Unidos votaram para o futuro, sabem reiventar-se nas suas piores crises. A Europa está no caminho contrário”, declarou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros alemão numa entrevista publicada no El País.

Antigo líder de “Os Verdes” alemães, Fischer critica a falta de unidade na UE, as negociações nos corredores de uma Comissão Europeia fraca. “O que me preocupa é uma Comissão Europeia tão fraca como esta. O seu presidente (Durão Barroso) é o mais fraco. Infelizmente, a sua fraqueza será premiada com outro mandato. É preocupante, porque o mundo está a mudar rapidamente”.

Entre os apoiantes de um segundo mandato, Barroso conta já com os votos a favor da França, Alemanha, Espanha e Luxemburgo, beneficiando ainda da vantagem dos Governos de centro e de direita que são hoje, na UE, maioritários em relação aos socialistas. Portugal disse já em diversas ocasiões que apoiaria Durão Barroso, caso este decida avançar para mais cinco anos no topo da hierarquia comunitária.

No próximo sábado, Barroso entra oficialmente no seu último ano de mandato.

ESTE HOMEM NÃO... SE ENXERGA?!!!


"Na situação política em que estamos em Portugal, se eu fizesse intervenções se calhar não teria sido possível nós chegarmos onde chegámos com alguma "estabilidade", indicou Alegre. (É SÓ BASÓFIA... MAS DA RECHONCHUDA)
11h54 PÚBLICO

O "histórico" (!?!?!?!?) socialista Manuel Alegre, igualmente na entrevista que deu hoje à jornalista Maria Flor Pedroso, na Antena 1, indicou que se ele fosse às "reuniões do grupo parlamentar, depois das eleições presidenciais, já não havia grupo parlamentar". "Se calhar já não havia governo. Desculpe, mas é assim!", acrescentou Alegre.“Ou ia ao grupo parlamentar e ficava calado ou falava. (...) E na situação política em que estamos em Portugal, se eu fizesse intervenções (...) se calhar não teria sido possível nós chegarmos onde chegámos com alguma estabilidade, cujo mérito se deve ao presidente do grupo parlamentar, ao secretário-geral José Sócrates e a mim”, indicou o deputado.“Temos outras maneiras de falar e de conversar. Se eu fosse fazer comícios para o grupo parlamentar, com certeza que isto há muito tempo que estava desestabilizado”, acrescentou."Se insistirem muito eu vou, mas isso seria quase uma ameaça", concluiu Alegre.


Pois também nos vai sobejando o tédio para tanta tendência a sair, para tanto ultimato político inconsequente.
Pois que venham as roturas, pois que enfrente a fera e a caçada como bom atirador, de peito aberto e alma limpa, e que finalmente o diga, com a voz de trovador que amamos, que se vai embora, que assume as suas responsabilidades encabeçando um movimento alternativo de esquerda, que se alie a Francisco Louçã, a Carvalho da Silva e a Jerónimo de Sousa para a convergência das esquerdas, para vergar este PS de direita, que oprime os trabalhadores, que mente e esconde a verdade, que está a percorrer o caminho do totalitarismo.
Se é isso que pensa, que seja coerente e assuma a vanguarda dos votos descontentes e que mostre qual é a alternativa de esquerda. Ou será que, tal como o BE, só pensa em ser oposição.

O PS PROFUNDO...
E esses – o PS «profundo» – não gostam, por razões afectivas, que maltratem a sua «equipa». São esses, que no momento oportuno, vão mandar Manuel Alegre às favas. É aí que reside o «erro» da estratégia de Manuel Alegre. O «pessoal» gosta de bacalhau, mas sobretudo gosta de saber se é carne ou se é peixe.
Tomás Vasques
DA RITINHA

O MAGALHÃES DE BARRETO



Tenho por António Barreto o respeito que nos deve merecer quem se dedica a pensar Portugal – e o faz com devoção e rigor. Enquanto editor da revista K, privei com ele e publiquei algumas das excelentes matérias que produziu para a revista.Desse tempo ficou-me a ideia de uma incompatibilidade primária entre o sociólogo e as novas tecnologias. Recusou o telemóvel durante anos, e fazia questão de tornar público esse ódio de estimação...Não surpreende, portanto, que chegado a 2009, António Barreto proclame nas páginas da Ler: «Da maneira como o Governo aposta na informática, sem qualquer espécie de visão crítica das coisas, se gastasse um quinto do que gasta, em tempo e em recursos, com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal». Diz mais: o Magalhães «foi transformado numa espécie de bezerro de ouro da nova ciência e de uma nova cultura, que, em certo sentido, é a destruição da leitura».Ora, que António Barreto mantenha essa má relação com a tecnologia parece-me divertido e compõe a personagem. Mais grave é vê-lo falar do que não sabe. Desta vez, o sábio demitiu-se.
PEDRO ROLO DUARTE - Vale a pena ler o resto aqui

13 março 2009

BLOCO DE ESQUERDA - O GRANDE AGLUTINADOR

Clicar na imagem para ampliar
A árvore genealógica do Bloco de Esquerda

O BLOCO DE ESQUERDA
(BE) nasce da fusão entre Política XXI, Partido Socialista Revolucionário (PSR) e a União Democrática Popular (UDP). A Política XXI foi formada pela união de dissidentes do Partido Comunista Português (PCP) do Movimento Democrático Português - Comissão Democrática Eleitoral (MDP-CDE) e de quadros da Plataforma de Esquerda (PE). O Partido Socialista Revolucionário(PSR) foi resultado da fusão da Liga Comunista Internacionalista (LCI) e Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT). A União Democrática Popular (UDP) resulta da fusão da União Revolucionária Marxista-Leninista (URML), do Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista (CARP-ML) e dos Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas (CCR). Os Comités Comunistas Revolucionários Marxistas-Leninistas (CCR) surgem de uma dissidência dos Comités Marxistas-Leninistas Portugueses (CM-LP) que por sua vez tinham sido uma dissidência do Partido Comunista Português (PCP). Mais recentemente adere a Ruptura/FER como tendência organizada. A Ruptura/FER nasce da fusão entre o Movimento Ruptura e a Frente de Esquerda. UFFFF!!!!

Isto é o que se pode chamar um saco de gatos, de momento amansados pelo sumo--sacerdote Louçã e prestes a serem apadrinhados pelo vetusto* Patriarca das Esquerdas, Manuel Alegre, farto da democracia burguesa e pronto para engrossar este aglomerado de vencidos da vida com a sua brigada do reumático.
*Vetusto aqui quer significar que já se é suficientemente idoso para se ter juizo...

A NOVA POSE DE MANUELA FERREIRA LEITE NO PAPEL DE MENTIROSA



Maniqueísmo e falta de vergonha
Sabe-se que o Governo costuma ser acusado de só ver coisas boas na sua governação (apesar disso, parece que Santos Silva terá reconhecido recentemente que foram cometidos erros e José Sócrates também já o tinha feito no Parlamento durante o debate de uma moção de censura, salvo erro, do PCP).
Mas a oposição peca exactamente pelo oposto: não consegue ver mais nada senão defeitos, o que apenas descredibiliza o seu discurso. A intervenção de Manuela Ferreira Leite, ontem, é disso bastante sintomática. Com que então este Governo não fez nada, mas absolutamente nada de bom? Nem uma coisinha só? Não fez - como dizia MFL - uma única reforma???
Como é possível que alguém acredite nisto? Como é possível que alguém se deixe convencer por quem demonstra ter uma visão totalmente redutora, parcial e distorcida da realidade? (ela sabe que está a mentir!!)
É que, só assim de repente e sem ter de pensar muito, consigo lembrar-me de 8 ou 9 grandes reformas estruturais efectuadas por este Governo: a regularização das contas públicas; as novas leis das finanças locais e regionais; a reforma da segurança social; o 1.º ciclo a tempo inteiro com inglês, refeições, etc.; o PRACE; a criação de novas prestações sociais (complemento solidário para idosos, abono pré-natal, 13.º mês do abono de família e majoração do mesmo para famílias com vários filhos, etc.); o SIMPLEX; a informatização em massa do nosso sistema de ensino (e-escolas, Magalhães, etc.); as novas leis na nacionalidade e da imigração; a aposta consistente nas energias renováveis; a empresa na hora e a desmaterialização ou simplificação de diversas obrigações burocráticas; a rede de cuidados continuados e as novas unidades de saúde familiar; o novo Código do Trabalho; os programas de cooperação com Universidades estrangeiras de renome (MIT, Carnegie Mellon, Austin, Fraunhoffer, etc.); etc.; etc.;etc….

Agora, maniqueísmos à parte, o que não é aceitável é a falta de vergonha na cara! Nos últimos 5 anos Portugal passou por duas recessões: em 2003 e em 2008. Só que em 2008 todo o Mundo estava a entrar em recessão e vivia-se (vive-se ainda) o maior colapso financeiro desde a Grande Depressão, com origem nos Estados Unidos. Em 2003, a economia mundial florescia e apenas Portugal estava a marcar passo. Quem era a Ministra de Estado e das Finanças de então? Pois é: Manuela Ferrreira Leite.
Em face disto, MFL devia pintar a cara de negro e ficar bem caladinha e escondida a rezar para que ninguém se lembrasse do seu currículo, em vez de vir apontar o dedo ao actual Governo e acusá-lo da crise. É preciso ter uma lata!!!


12 março 2009

CONFERIR O QUE DIZ A AVÓ MANUELA


Manuela Ferreira Leite, a candidata

- MFL, a candidata da verdade
Por isso acusou o Governo de ter mandado um jornalista da LUSA para Espanha fazer uma reportagem sobre o TGV, coisa que se revelou absolutamente falsa.
Por isso assumiu como suas uma série de medidas para as PME’s que eram de Marques Mendes.

- MFL, a candidata da credibilidade
Por isso escolheu como candidato à CML Santana Lopes.

- MFL, a candidata da coerência
Por isso é que, depois de ter criado o PEC, quer agora acabar com ele.
Por isso é que, depois de ter aprovado uma Resolução do Conselho de Ministros e um acordo com Espanha para a construção de 5 – cinco! – linhas de TGV, agora é contra toda e qualquer linha de alta velocidade.

- MFL, a candidata da seriedade
Por isso é que, depois de afirmar que não comentava o caso Freeport, acabou – sempre indirectamente ou por interposta pessoa – por tentar tirar dividendos do caso, permitindo que a JSD afixasse um cartaz sujo e mandando o seu líder parlamentar reunir-se com o PGR sobre o assunto.

- MFL, a candidata do rigor
Por isso tinha a obsessão de reduzir o défice (coisa que não conseguiu, senão à custa de subterfúgios contabilísticos, negócios duvidosos (CITIGROUP) e receitas extraordinárias) e agora parece ter a obsessão de aumentá-lo (segundo a própria reconhece, as “suas” medidas para as PME’s fariam aumentar o défice em 1%)

- MFL, a candidata da justiça social
Por isso fala tanto dos novos pobres mas é contra o aumento do salário mínimo.

- MFL, a candidata da democracia
Por isso colocou a hipótese de suspendê-la durante 6 meses

ANTÓNIO BARRETO - ESCOLA E LEITURA



Escola e leitura António Barreto na revista ’Ler’, 2009
«Passaram 50 anos e, por razões diferentes, a escola hoje destrói a leitura. Seja com a análise estruturalista linguística dos textos, seja pela ideia de que escola tem de ser mais a acção e tem de ser mais projecto e mais mil coisas que fazem a nova escola. A leitura na escola é a última das preocupações.»

António Barreto na revista ’Análise Social’, 1995
«Portugal distinguiu-se, até aos anos 60, pela crónica incapacidade para escolarizar a população,evitar o analfabetismo e proporcionar aos cidadãos um grau satisfatório de instrução. Até finais da década de 60, os progressos foram extremamente lentos. A partir dessa altura verificou-se uma quase explosão escolar. Em menos de trinta anos, o analfabetismo jovem foi praticamente eliminado, enquanto sobra algum analfabetismo adulto, menos de 9% da população. No ensino secundário público (os actuais 10.° a 12.° anos), a frequência passou de cerca de 8000 para quase 300 000!»
Vale a pena perguntar algumas coisas a António Barreto:
- se estávamos melhor com uma escola que “preza” ou “cultiva” a leitura (ou pelo menos que não a “destrói”) num país que escolarizava uma pequeníssima parte de população, sendo que a maioria era analfabeta ou quase, como era há 50 anos.
- se a leitura, no que toca ao que se lia, como se lia, com que objectivo, etc., há meio século, pode continuar a ser ensinada e cultivada hoje da mesma forma numa escola secundária que passou de uma população de 8 mil alunos para 300 mil.
- o que encontrou na literatura científica para apoiar a sua conclusão, e o que mostra esta em relação ao efeito que as novas tecnologias têm sobre a leitura: é de substituição ou de complementaridade/sinergia?
É que, assim de repente, a conclusão que se pode inequivocamente tirar das últimas décadas é esta: nunca a população portuguesa leu tanto; e nunca esteve tão exposta às novas tecnologias e mobilizada para o seu uso.

GRUNHOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA




Sem falsos moralismos
Não tem sido devidamente compreendido o deputado social-democrata José Eduardo Martins, a quem são imputadas duas declarações políticas espontâneas:
- “palhaço” - dirigida ao primeiro-ministro, no passado mês.
-“vai pó caralho” - atirada ao deputado socialista Afonso Candal, há poucos dias.
Muito se tem discutido se o vernáculo deve ter sede parlamentar, qual a linguagem apropriada às funções e à casa da representação da democracia, se deve ser um comportamento censurável ou, pelo contrário, elogiado pela honestidade da expressão politicamente incorrecta e próxima do cidadão comum. O que parece uma perda de tempo. A discussão mais importante deve recentrar-se, não no veículo de linguagem, mas sim na capacidade de decomposição, interpretação e articulação da mensagem.
Assim se torne possível ouvir José Eduardo Martins, o deputado total:
- “vai pó caralho, palhaço”.

LÁ VEM OUTRA VEZ O CAMPUS FROUXUS

"Luís Campos e Cunha, antigo ministro das Finanças do Governo de José Sócrates, diz que o actual Executivo deixou de lado o objectivo da consolidação das contas públicas, não só por causa da crise mas também por motivos eleitoralistas. «O objectivo da consolidação das contas públicas, ter a casa arrumada, ter um país apresentável para os investidores estrangeiros¿ todo esse discurso desapareceu de um dia para o outro. O que é em parte consequência da crise, mas é também um certo aproveitamento da crise, por motivos eleitorais», disse Campos e Cunha, no programa «Cartas na Mesa», do TVI24. Na mesma entrevista a Constança Cunha e Sá, Campos e Cunha afirma ainda que o défice deste ano vai ser superior a cinco por cento do Produto Interno Bruto".

Muito bem! O senhor Cunha já andava retirado há uns tempos dos serviços de recadinhos da Tia Ferreira Leite, mas nunca mais nos esclarece as razões porque saiu do governo do Sócrates: fugiu ou foi corrido?

A ENTREVISTA DO "ESTICÁCORDA" DO PS



PARA MEMÓRIA FUTURA
MENSAGENS DO "ESTICÁCORDA"

Entrevistado pelo Expresso, Manuel Alegre quebra o silêncio
“Estiquei a corda até ao limite”
Entrevista conduzida por Cristina Figueiredo
07.03.2009
Manuel Alegre
revela que há uma vontade de José Sócrates em mantê-lo do seu lado na próxima legislatura. E põe as suas condições.
P - Já houve notícias de pelo menos duas reuniões suas com José Sócrates. Estão a tentar chegar a um entendimento para as legislativas?
R - Há uma vontade do secretário-geral de que isso aconteça. E há uma reflexão minha sobre isso.
P - A iniciativa partiu dele?
R - Estas coisas devem fazer-se sem vencedores nem vencidos. Há uma partilha de vontades. Mas não fui eu que tomei a iniciativa.
P - Já afirmou que, nessa discussão, não é uma lógica de mercearia que está em causa, mas uma questão de princípios.
R - O princípio fundamental é o reconhecimento do espaço próprio que eu represento, saber se isso é ou não compatível com uma relação com o PS. Sem abdicar de valores como a revogação do código laboral, a suspensão do modelo de avaliação dos professores, a abolição das taxas moderadoras, os serviços públicos a funcionar de acordo com uma lógica de interesse geral e não de parcerias público-privadas. Se isso for respeitado é possível conversar.
P - Para Sócrates aceitar essas condições tem de renegar o que tem vindo a fazer no Governo.
R - Não se trata de condições, trata-se da verdade! Não exijo que o Governo se renegue. Não quero é renegar-me a mim mesmo. Não pretendo fazer o programa de Governo, mas gostaria de ter alguma participação e mudar algumas políticas do Executivo.
P - Porque é que Sócrates haveria de ceder-lhe?
R - Não se trata de ceder. Trata-se de vontade e inteligência políticas: saber se, apesar de todas as diferenças, há ou não possibilidade de convergência.
P - Se essa convergência acontecer não é apenas por uma lógica aritmética, porque Sócrates faz as contas e sabe que o seu apoio lhe pode custar (ou valer) a maioria absoluta?
R - Isso ninguém sabe. A política é sempre uma relação de forças
P - Esse entendimento pode vir a traduzir-se num grupo parlamentar dentro do grupo parlamentar?
R - (Silêncio). Tem de ter alguma tradução, mas não lhe chamaria assim. Essas conversas são muito complicadas e não quero fazer diktats a ninguém. As coisas têm de ser feitas com muita dignidade recíproca.
P - Se se entender com Sócrates. a restante esquerda fora do PS vai compreender isso?
R - Quem conversa comigo conversa com o militante do PS, a referência histórica do PS. É uma das minhas debilidades e uma das minhas forças.
P - A sua permanência no PS não está, portanto, em causa?
R - Eu estiquei a corda quase até ao limite. Dentro e fora do PS. Mas não posso eu sozinho ser a convergência da esquerda. Não é meu propósito nem minha vontade. A não ser que me forcem a isso. Um partido é um instrumento, não é um fim em si.
P - Vamos voltar a vê-lo na AR na próxima legislatura?
R - Isso não depende só de mim.
P - Vai fazer campanha ao lado de José Sócrates?
R - Neste momento não sei. Não estou a fazer tabu nem estou a ser ambíguo.
P - Gostava de ser presidente da AR?
R - Gostaria de ter sido em 2004. Agora não. Não ia entrar na mercearia de disputar isso com Jaime Gama, que considero politicamente. E ser presidente da AR seria uma mordaça de luxo, quando eu não me retirei do combate político, continuo a lutar por mudar as coisas no PS, na esquerda, na democracia - que está a ser confiscada por gente medíocre que se apoderou dos partidos.
P - E candidato presidencial em 2011?
R - Não está nos meus planos, como não estava em 2006 e de repente aconteceu. O inesperado pode sempre acontecer. Mas não está na minha agenda nem nos meus planos.
P - Há uma expectativa em relação ao que poderá vir a fazer.
R - Há uma grande abdicação cívica em Portugal. Já havia no tempo do fascismo. E quando isso acontece depositam-se as esperanças em duas ou três pessoas. Às vezes numa só. Isso não me obriga a fazer o que outros querem que eu faça. Com a minha candidatura presidencial surgiu uma nova esperança, um novo espaço político com expressão orgânica e não orgânica, dentro e fora do PS. Para mim é fundamental que a direcção do PS reconheça esse espaço. Se o fizer, óptimo, se não ...
P - ... O que acontece?
R - Veremos. As coisas têm a sua lógica. Eles sabem que este espaço existe, que teve expressão nas urnas. Alguns receiam até que tenha outra vez expressão em qualquer coisa.
P - E é um receio infundado?
R - O que vou fazer depende muito de questões políticas, não de questões pessoais. Não tenho nenhuma razão de queixa pessoal dos dirigentes do PS. Tenho é outra concepção do que deve ser a estratégia do PS e uma política de esquerda - não percebo que se faça um congresso de viragem à esquerda em que se elege como inimigo principal a outra esquerda e até a esquerda do partido! Suponho que, se não houver maioria absoluta, estão abertos a coligações com o PSD ou com o CDS.
P - Se os movimentos de cidadãos pudessem candidatar-se ao Parlamento avançava com o MIC já nas próximas legislativas?
R - Avançava.
P - Contra o PS?
R - Contra o statu quo e a favor de uma renovação da democracia. E se calhar criando condições para a renovação do próprio PS. Um dos meus objectivos políticos de reforma institucional é a possibilidade de cidadãos se poderem candidatar ao Parlamento.
P - E ‘não se faz um partido como quem faz um fato’ ...
R - Era muito fácil arranjar aí umas listas para uma votação negativa, de protesto. Mas isso não faço. Não sou um aventureiro político. Mas há uma lacuna na esquerda na Europa. Mário Soares fala da esquerdização do mundo. Era bom que ele falasse da esquerdização, ou não, do PS e da nossa democracia. Mas disso ele não fala. Diz é que a convergência atrapalha!
P - Os ataques (de Sócrates. mas sobretudo de António Costa) ao Bloco de Esquerda, durante o Congresso. não auguram convergência
R - Esse discurso não tem lógica; o que devia era haver um entendimento em Lisboa. Ser presidente da Câmara de Lisboa é mais importante que ser o número dois do PS. Mas ele lá sabe. "Sócrates está mais só do que parece" Chocado com a entronização de Sócrates, Alegre recusa alinhar nessa festa: "Não é uma festa, é um enterro". E lamenta que Soares o faça.
P - Os seus camaradas vão perdoar-lhe dizer ao Expresso o que não lhes foi dizer a Espinho?
R - Espinho foi um congresso de uma nota só. Isso é perigoso, quer para o PS, quer para José Sócrates. Quando isso acontece é porque a pessoa está só, mais só do que parece, apesar dos apoios todos. Estou à vontade para o dizer porque não sou dependente, nem dele, nem de ninguém e talvez até seja capaz de compreender melhor a solidão dele do que muitos que lá foram bater-lhe palmas. Talvez ele precise de falar mais comigo do que com alguns dos seus indefectíveis. Sabe que lhe digo o que penso e não tenho nada a pedir.
P -As directas deram cabo dos congressos?
R - Fui das primeiras pessoas, senão a primeira, a defender as directas. Aliás, sou por uma abertura ainda maior, sou mais favorável a eleições primárias, à americana. Isso permitiria uma reforma dos partidos, se é que eles são reformáveis. A crise pode ter consequências muito profundas do ponto de vista social e se os partidos não se reformam os próprios processos sociais vão provocar o aparecimento de novos sujeitos políticos, à esquerda ... ou à direita. E a democracia pode ficar em risco.
P - Mas ainda é possível salvar a democracia com os partidos?
R - Os partidos não esgotam a democracia. Até a podem estragar. Sempre fui renitente em relação à lógica partidária. Mesmo na clandestinidade, fui um homem do partido por força das circunstâncias históricas, mas fui sempre um rebelde. As pessoas devem preocupar-se, a começar pelos líderes, com este fenómeno de os partidos se transformarem na entronização de um líder, seja ele qual for. É o grau zero da política, da discussão, da ideologia. Neste congresso nem a moção do secretário-geral foi discutida!
P - O editorial do "Público", na segunda-feira, dizia que há mais debate num congresso do PCP do que o que houve em Espinho.
R - Não me admira. O PCP tem os seus debates, segundo as suas regras próprias, mas tem-nos. O que se discutiu em Espinho? O desemprego, as falências, a fractura social, a justiça?
P - Há falta de debate no PS porque "há medo", como alertava Edmundo Pedro?
R - O Edmundo falou nisso, mas depois parece que ele próprio ficou com medo de ter dito que havia medo. Uma coisa extraordinária vinda de um homem que nunca teve medo e esteve dez anos no Tarrafal! Já lho disse. Não acho que Sócrates mande calar ninguém, que alguém no PS mande calar quem quer que seja. Mas porque é que as pessoas se calam? Posso perceber o comportamento de alguns, que criaram dependências do partido. Não percebo o de outros. Eu sei que se fosse lá punha o congresso de pé. Mas não sou um animador de congressos.
P - Não é o Santana Lopes do PS?
R- Não, não sou. Com todo o respeito e consideração pela pessoa, somos muito diferentes. Mário Soares empregou esta semana uma expressão muito infeliz. Comentando que as notícias do congresso viveram da expectativa se Manuel Alegre ia lá fazer uma 'peixeirada' ou não. Gostaria de saber se aqueles discursos que eu fiz e o ajudaram a ganhar alguns congressos (sobretudo o primeiro) também entram na categoria de 'peixeirada'. E fico muito preocupado por ver o modo como o fundador do PS, um homem que sempre se bateu pelo pluralismo, pela democracia, contra congressos unanimistas, se pronunciou acerca deste congresso. O país está muito doente quando uma pessoa com a responsabilidade histórica e política de Mário Soares diz, como disse, que não sabe o que seria do PS sem Sócrates. "Em Bruxelas não há Sol nem Sul" Dá a entender que foi sondado para se candidatar ao Parlamento Europeu e é gélido quando fala de Vital, "escolha do secretário-geral"
P - Está confiante no papel da UE na resolução desta crise?
R - Concordo com Mário Soares quando ele diz que há uma falta de líderes na UE. Há egoísmos. Houve durante muito tempo subordinação à política norte-americana. Durão Barroso saltou da conferência dos Açores para a Comissão Europeia. Terá sido por acaso?
P - Ser deputado europeu não o fascinava?
R-Nunca me fascinou. Desde a primeira delegação portuguesa que andaram em cima de mim. Nunca quis. E agora também, devo dizer
P - Foi convidado?
R - Houve gente que me tentou convencer. Mas eu passei 12 anos no exílio. Em Bruxelas não há Sol, não há Sul, não há mar, nem Alentejo.
P - Vital foi uma boa escolha?
R - Foi a escolha do secretário-geral, apresentada ao Congresso.
P - Vai votar nele ?
R - (Silêncio. Risos)
P - As Europeias vão ser um referendo à governação PS?
R - Tendem sempre a ser. Aqui infelizmente, ainda se discute muito pouco a questão europeia e o que vai estar em causa é a política interna
ESTE HOMEM NÃO PRESTA PARA A PONTA DE UM CORNO!!!
De referência, como auto se intitula, poderá passar a chamar-se o ESTICÁCORDA

11 março 2009

OS VERDADEIROS FUNDADORES DO PS COMEÇAM A CHEGAR-SE À FRENTE

Carlos Candal:Não é pensável que Manuel Alegre faça o que tem feito sem levar um chuto"
11.03.2009 - 10h44 PÚBLICO
O ex-deputado socialista Carlos Candal defendeu em declarações ao Rádio Clube Português (RCP) que o Partido Socialista deveria avançar com um processo disciplinar contra Manuel Alegre. “Não é pensável que o Manuel Alegre faça o que tem feito, e continue a fazer, sem levar um chuto”, disse Candal.
"Ele não pode estar agressivamente contra o Partido Socialista, violando todas as regras de coexistência e da solidariedade partidária sem ser punido", indicou.
Candal considerou ainda que o histórico socialista deve ser punido por “violar as regras da solidariedade”, e que “não deve voltar a integrar as listas do PS”, avança o RCP.
“Punham-lhe um processo disciplinar e ia à vida (...) ou não era convidado para integrar a Comissão Nacional e não voltava a entrar nas listas para deputados. É assim! O partido é uma formação colectiva e solidária”.
Carlos Candal argumenta que as críticas feitas por Manuel Alegre ao partido não são aceitáveis. O deputado admitiu recentemente ao semanário “Expresso” que poderá avançaria com uma candidatura independente contra o PS, se a Constituição portuguesa o permitisse.

O APÓSTROFO

Isto é por certo uma montagem para produzir uma simples anedota
publicada no Pátio das Conversas. Tem graça e não seria isto que iria

SEVEN-UP CLUBE DE PORTUGAL




O Sporting Clube de Portugal que parece ter atingido o grau Zero na sua longa caminhada de agremiação desportiva de referência, dificilmente recuperará o seu prestígio caso não se arranjem soluções adequadas e urgentes, quer directivas quer técnico-desportivas, que façam esquecer rapidamente (se isso é possível...) a autêntica tragédia que foi a participação da equipa de futebol nas competições europeias. É certo que se trata de uma equipa de tostões contra outra de milhões, mas quase sempre foi assim. No caso tratar-se-à mais de uma prolongada gestão incompetente, a todos os níveis, desde o topo ao roupeiro, que só será possível sanar se ainda houver alma que possa mobilizar gente capaz (que o Sporting tem) para fazer uma barrela higiénica ao emblema.
Quedêmo-nos agora, os sofredores, com o peso amargo do "Sporting SEVEN-UP" para gáudio de muita gente. Mas é tragédia a mais e importa meditar. Cinco com o Real, cinco com o Barcelona (em casa), cinco com o Bayern (em casa) e mais sete em Munique. Chega? A contabilidade vai em 22 golos sofridos contra equipas de topo do futebol europeu. Não se pode culpar só PAULO BENTO mas quem o manteve apesar da sua evidente falta de estatura para o cargo. Isso e o resto, faz-nos entender o que queria dizer António Dias da Cunha, quando vaticinou o pior. Longe de se querer ser um profeta da desgraça, a História do Sporting não devia contemplar autênticos crimes como os que estão a ser cometidos. Esta gente está a assassinar o Sporting e a desrespeitar gerações de adeptos e simpatizantes que sempre souberam conviver com alegrias e tristezas.

10 março 2009

NÃO É UM GRUPO DE CEGUINHOS! É O NOVO PSD

O NOVO VISUAL DO PSD
O MODELO DO SECESSO
Marca
Francois-Pinton-sunglasses

MOURINHO DOUTORADO HONORIS CAUSA


A proposta para a atribuição do grau de Doutor Honoris Causa ao actual treinador do Inter de Milão partiu do Conselho Directivo da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), antigo ISEF, onde José Mourinho se licenciou em Educação Física em 1987.
A proposta foi aprovada por unanimidade no Senado da Universidade há cerca de um mês e meio e a cerimónia está marcada para o próximo dia 23.
"Com alegria e orgulho", foi assim que Mourinho recebeu a notícia do reconhecimento que a escola lhe vai prestar, diz José Alves Diniz, presidente do Conselho Directivo da FMH. "A faculdade já o tinha homenageado directamente em 2005, como costuma fazer aos técnicos aqui formados que, de uma forma ou de outra, se distinguem no mundo do desporto. Nessa altura, tinha ele acabado de saber que lhe tinha sido atribuído o prémio de melhor treinador de futebol do mundo e disse-nos que o reconhecimento que a faculdade lhe estava então a fazer, valia mais para ele do que o título mundial", continua José Alves Diniz.
O grau de Doutor Honoris Causa será atribuído a Mourinho como "prova de reconhecimento enquanto profissional de excelência", mas também como contrapartida à sua dedicação à Escola
Expresso

O "CRIMINOSO" E O MÓBIL DO CRIME

Gustave Coubert e a sua obra
A BELA OBRA
A ORIGEM DO MUNDO
Um retrato do Senhor Gustave Courbet, artista antissocial mal visto junto das melhores famílias bracarenses, de suas excelências reverendíssimas e de tudo que mexe na cidade de Braga (esperamos não exagerar) pintado pelo próprio, bem como a sua mui celebrada obra e execrada por aquela púdica sociedade minhota. Será que no auto retrato do artista se poderão divisar traços de um carácter devasso e uma alma despida de princípios e valores morais? Entendemos que não!
O verdadeiro artista é inspirado pelo belo, pela estética e o substrato que o objecto contém. E o objecto da atenção do artista deveria ser mesmo apelativo ao seu estro.

O DESVENTURADO PREGOEIRO DAS DESGRAÇAS


Quando aparece na TV essa figura, algo patética, que Mário Soares, em hora aziaga, teve como Ministro das Finanças, nos primórdios de Abril/74 e que dá pelo nome de Medina Carreira, o qual nessas funções terá feito burricada feia, dando início ao descalabro que ainda não conseguiram consertar, fico sempre tentado a não ouvir o cavalheiro a bolsar as suas habituais cassetes, enquanto mama na língua e olha a objectiva com ar desalmado. Mas fico sempre na esperança de ver se o senhor já terá tomado algum remédiozinho para o mau humor galopante que o santo Guterres, ao não lhe arranjar colocação quando foi P.M. (depois de Cavaco Silva), instalou nos neurónios do infeliz postergado. Mas está na mesma a pobre criatura! E, na sua provecta idade, já não deve ter melhoras! Pecado que o dito santo Guterres terá de expiar... na hora de prestar contas...
O desvalido senhor sofrerá do trauma de rejeição, dado ter sido posto à margem no Partido Socialista, ao que se dizia, por não ter grande jeito para exercer os cargos que pretenderia, Partido do seu coração que abandonou de imediato, com dôo..r e espavento, tornando-se, desde aí, uma espécie de bobo de certas TV's que promovem espectáculos de grunhos para gáudio da populaça. Mas é deprimente e mesmo indigno, para quem já foi ministro do Governo da Nação, ser exposto em tais desplantes, pois haverá muitos e melhores artistas para divertir os telespectadores. Lá porque este será mais disponível e barato, mandam porém os princípios que não se explorem situações de decadência humana, o que é manifestamente o caso.

O CONDE DE LIPPE ANDA POR AÍ?


Numa reportagem da RTP1 pergunta-se a um «pupilo» do Colégio Militar: «Fizeste os exercícios porque te obrigaram ou foi para exceder os teus limites?» A infâmia da pergunta imbecil e a presunção da resposta condicionada não merecem sequer um comentário, mas o caso que motivou a peça deve ser olhado com alguma atenção. Ele veio relatado no Expresso deste sábado e conta-se em poucas palavras. Um aluno de 17 anos foi condenado a quatro meses de prisão por maus-tratos a um colega de nove, mas a pena foi depois anulada pelo Tribunal da Relação que considerou adequado o castigo aplicado ao menor: palmadas no pescoço, flexões, abdominais, saltos de cócoras e posição de Cristo (de pé com os braços abertos). A vítima, um aluno hiperactivo, acabou por sair do Colégio, tendo os pais apresentado a queixa que conduziu a situação a tribunal. A Relação acabou por acolher o argumento de um antigo director da instituição, segundo o qual «apesar de não estar inscrito no regulamento, é habitual as faltas menos graves serem sancionadas pelos graduados com exercícios físicos». «Graduados» podem ser aqui, assinale-se, simplesmente alunos mais velhos, que assim adquirem informalmente o direito de exerceram formas de violência física sobre os novatos. A notícia refere ainda inúmeros casos de agressões, algumas delas, as mais graves, apenas associadas a ligeiras sanções internas.
Trocando isto por miúdos: um tribunal português aceitou castigos físicos praticados entre aluno do Colégio Militar como actos lícitos. Numa altura em que, finalmente (e felizmente), nas instituições de ensino superior os abusos das «praxes» começam a ser prevenidos e punidos, é no mínimo espantoso que este tipo de práticas, brutais, arcaicas e perigosas, possa sobreviver numa instituição de ensino. A aprendizagem da disciplina no trabalho e na vida faz parte de um bom processo educativo - obviamente mediada, no meio paisano como entre os militares, por condições de razoabilidade e de protecção dos direitos individuais - mas tal não pode significar a admissão do abuso de poder e da violência como «prática pedagógica» normal. Sob pena de continuarmos a formar - neste caso, de continuar o Colégio Militar a afeiçoar a este mundo - disciplinados monstrozinhos. Diz o actual director que «onde há rapazes, há sempre bulhas». O problema começa quando se considera que a suposta «naturalidade da violência» – temos aqui um director hobbesiano, nitidamente – possa ser enquadrada como instrumento normal de uma boa prática educativa. Foi o prussiano Conde de Schaumburg-Lippe quem entre nós, de 1762 a 1764, procurou associar, codificando nesse sentido os procedimentos disciplinares castrenses, a sageza militar à brutalidade dos castigos físicos e vexatórios. Mas isso aconteceu há perto de 250 anos atrás e entretanto o mundo deu umas voltas.

09 março 2009

MANUEL ALEGRE E O P.S.


Nascido em Águeda, em 12 de Maio de 1936, Manuel Alegre de Melo Duarte estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde demonstrou ser um dinâmico dirigente estudantil. Desde jovem revelou o seu espírito interventivo, activo e enérgico em áreas variadas como a cultura, o desporto e a política. Fundou o CITAC- Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, foi também membro do TEUC- Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra. Jovem enérgico, desportista foi campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra. Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. Também foi dirigente do jornal A Briosa, redactor da revista Vértice e ainda colaborador de Via Latina.
Por ter um espírito crítico, por ser defensor da mudança e avesso à ditadura e à guerra colonial, foi chamado a prestar serviço militar pelo regime de Salazar, em 1961, sendo colocado nos Açores. Em 1962, é destacado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar. Foi preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6 meses. Na cadeia, conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. De regresso a Portugal, é-lhe imposta residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e vai para o exílio em 1964, residindo em Argel, durante dez anos. Aqui manteve-se leal ao seu espírito de liberdade e tornou-se dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade. Apesar das tentativas do regime ditatorial para calar a sua voz, os seus dois primeiros livros (apreendidos pela censura), Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou dactilografadas. O seu desejo de liberdade, transmitido nos seus poemas encontra voz em dois cantores, Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, que cantaram os mais emblemáticos poemas da luta pela liberdade. Manuel Alegre regressa a Portugal em 2 de Maio de 1974, alguns dias depois da Revolução de 25 de Abril.
Integra o Partido Socialista e com Mário Soares incentiva as grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1976, sendo o redactor do seu preâmbulo.
Político activo, foi deputado por Coimbra em todas as eleições desde 1975 até 2002, deu a sua contribuição no I Governo Constitucional de Mário Soares e, candidatou-se por Lisboa a partir de 2005. Desde 1974, foi um dirigente emblemático do PS, já exerceu o cargo de Vice-Presidente da Assembleia da República e por diversas vezes foi membro do Conselho de Estado (de 1996 e 2002 e de novo em 2005). Foi candidato a Secretário-geral do PS em 2004.
É sócio da Classe de Letras da Academia das Ciências, eleito em Março de 2005.
Sobre a sua obra poética, Eduardo Lourenço afirmou que “sugere espontaneamente aos ouvidos (...) a forma, entre todas arquétipa, da viagem, do viajante ou, talvez melhor, peregrinante”. É de destacar alguns títulos da sua vasta obra: O livro Senhora das Tempestades, que inclui o poema com o mesmo nome, e que Vítor Manuel Aguiar e Silva considerou “uma das mais belas odes escritas na língua portuguesa”; os romances Alma e A Terceira Rosa, este último premiado por duas vezes. De acordo com uma estudiosa da sua obra, Paola Mildonian, Manuel Alegre “canta a dor e o amor da história com acentos universais, com uma linguagem que (...) recupera em cada sílaba os quase três milénios da poesia ocidental”. No Livro do Português Errante, Manuel Alegre, segundo Paula Morão, emociona e desassossega: “depõe nas nossas mãos frágeis as palavras, rosto do mundo, faz de nós portugueses errantes e deixa-nos o dom maior (...) — os seus poemas”. O seu livro, Cão Como Nós, vai na 15ª edição.
Refira-se que a obra de Manuel Alegre tem sido estudada em Universidades de diversos países, nomeadamente, Bélgica, Itália, França, Brasil.
O trabalho de Manuel Alegre tem sido homenageado com variadas condecorações: A Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, Comenda da Ordem de Isabel, a Católica e Medalha de Mérito do Conselho da Europa, de que é Membro Honorário; Medalha da Cidade de Veneza, por ocasião do Convénio Internacional “La Porta d’Oriente — Viaggi e Poesia” (Novembro de 1999).
O reconhecimento das suas obras foi-lhe demonstrado através dos seguintes Prémios literários:
1998 - Prémio de Literatura Infantil António Botto, pelo livro As Naus de Verde Pinho
1998 - Prémio da Crítica Literária atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários, pelo livro Senhora das Tempestades
1998 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, patrocinado pelos CTT, pelo livro Senhora das Tempestades
1999 - Prémio Pessoa, patrocinado pelo jornal Expresso e importante referência no panorama cultural português, pelo conjunto da Obra Poética, editada em 1999
1999 - Prémio Fernando Namora, patrocinado pela Sociedade Estoril-Sol, pelo livro A Terceira Rosa
ALEGRE, Manuel. Biografia de Manuel Alegre. Acedido em: 9, Fevereiro, 2006. Manuel Alegre:
http://www.manuelalegre/.com/index.php?area=1500
publicado por Azoreans

LISTA DOS FUNDADORES DO PARTIDO SOCIALISTA (Retirada do site do PS)
António Macedo
Mário Soares
Tito de Morais
Francisco Ramos da Costa
Francisco Salgado Zenha
José Magalhães Godinho
Gustavo Soromenho
Raúl Rego
Joaquim Catanho de Menezes
Teófilo Carvalho dos Santos
José Ribeiro dos Santos
Vasco da Gama Fernandes
Mário Cal Brandão
Fernando Valle
Álvaro Monteiro
Albano Pina
Herculano Pires
António Carlos Campos
António Arnaut
Fernando Antunes Costa
Maria de Jesus Barroso
Arnaldo Cândido Veiga Pires
José Neves
Maria Emília Tito de Morais
Carlos José Queixinhas
Gil Francisco Ferreira Martins
Áurea Rego
Manuel da Costa Melo
Francisco Tinoco de Faria
Augusto Sá da Costa
Júlio Montalvão Machado
Manuel Belo
Luís Nunes da Ponte
Fernando Loureiro
João Sarmento Pimentel
Francisco Sarmento Pimentel
Pedro Coelho
Armando Nunes Diogo
Artur Cunha Coelho
Alfredo Barroso
Jaime Gama
José Luís Nunes
Rui Mateus
Carlos Candal
Alfredo Carvalho
Fernando Grade Silvestre
Sebastião Dantas Baracho
José Emídio Figueiredo Medeiros
Fernando Raposo
Eduardo Ralha
Carlos Torres d'Assunção
Firmino Silva
Abílio Mendes
Luís Roseira
Manuel Cabanas
Alberto Arons de Carvalho
Joaquim Lourenço Gago
Alfredo Costa Azevedo
Inácio Peres Fernandes
Paulo de Lemos
Adelino Cabral Júnior
Luís Castro Caseiro
Alberto Oliveira e Silva
António Coimbra Martins
Armando Cardoso Meireles
João Manuel Tito de Morais
Vítor Cunha Rego
Manuel Tito de Morais
Rodolfo Crespo
Dino Monteiro
Manuel António Garcia
Carlos Carvalho
Maria Carolina Tito de Morais P. de Oliveira
Augusto Pereira de Oliveira
Beatriz Cal Brandão
Joaquim Rocha e Silva
António Santos Cartaxo Júnior
Jorge Campinos
Armando Soares
Luís Gaspar da Silva
José Tiago de Oliveira
João da Costa Neves
Olindo Figueiredo
Júlio Carrapato
Fernando A. Borges
Mário Mesquita
Nuno Godinho de Matos
José Maria Roque Lino
Dieter Dellinger
Francisco Marcelo Curto
Maria Teresa Cunha Rego
Francisco Seruca Salgado
Mário Sottomayor Cardia
António Reis
Armando Bacelar
Bernardino Carmo Gomes
Liberto Cruz
Manuel Pedroso Marques
Jaime Vilhena de Andrade
José Rabaça
Lafayette Machado
Eduardo Jorge Santiago Campelo
Joaquim António Calheiros da Silveira
António Paulouro
António Neves Gonçalves
Álvaro Guerra
João Gomes
Augusto Duarte Roseira
João Lima
José Leitão
Francisco de Barros Calhapuz
Maia Cadete
Carlos Alberto Novo
António G. Pereira
Lucas do Ó

PARA QUEM POR AQUI PASSAR E QUIZER INFORMAR-SE:


- M.Alegre apresenta-se como fundador do PS e tal não consta da supra e longa lista oficial dos fundadores . (e que grandes nomes contém essa lista) Só integrou o P.S. depois de Abril-74 e não diz onde militava nem refere que era militante do PCP no clandestinidade.
-Que se esqueceu (!?) de referir a sua participação num dos primeiros governos de Mário Soares, como SECRETÁRIO DE ESTADO, responsável pela Comunicação Social, ficando conhecido como o coveiro do emblemático jornal o SÉCULO e outras populares publicações conexas e também como o pior de todos os governantes...
-Que pelas pesquisas feitas quase nada ficamos a saber da vida política de Manuel Alegre... nem mesmo onde foi buscar o título que apregoa de "consciência crítica do PS". Se alguma alma caridosa souber algo sobre o assunto, agradecemos a bondade...
- Não encotramos qualquer referência à sua filiação no Partido Comunista até à adesão ao Partido Socialista. É que esse facto explica muita coisa... Uma formação, por longo tempo, num ambiente de ortodoxia estalinista e a vivência desta do lado poder, deixa marcas indeléveis... A atracção pela miscelânea que representa o Bloco de Esquerda é irresistível para um doente mal curado. Aliás, já está mancomunado com essa tropa fandanga



ILHA DE SÃO JORGE, LÂNGUIDA

Tão perto e tão distante
escondida
sob a bruma persistente
S.Jorge é avara em mostrar-se na sua languidez
ao terceirense
sedento de encontros que tardam
sempre.
Vê-la hoje como a imagem se apresenta
sem a ponta do Pico de atalaia
nem véu que cubra seus pudores
Angra animou-se
sorriu
e
por mil vezes
lhe jurou seus amores
9-3-2009
A.Barroso

UM OVNI


Expresso: Se se entender com Sócrates, a restante esquerda fora do PS vai compreender isso?
M.Alegre: Quem conversa comigo conversa com o militante do PS, a referência histórica do PS (?!?!?!) É uma das minhas debilidades e uma das minhas forças.
Como é normal, num vaidoso está sempre presente um desmedido presunçoso, para quem, neste caso, o Sol brilha de todos os quadrantes projectando a sua sombra em todas as direcções. Uma divindade destas até desequilibra a próprias leis da gravidade para não entrar em órbita e ficar apenas a pairar sobre as cabeças dos terráqueos embasbacados.

JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA PARA TANTA SERENATA AO VENTO



Há sempre alguém que desiste
Manuel Alegre tem razão. Está desconfortável na sua pele. Não se revê na actual liderança do seu partido. E tem deputados na AR que o seguem de perto: a irmã - que só por lá anda por ser mana de quem é -, mais uma ou outra, e a viúva Matilde, que nunca lá devia ter posto os delicados pés. No país, o poeta sente-se apoiado pelo milhão de votos que pensa estarem ainda à sua espera. Por muito menos, o PC apontou a porta da rua a destacados militantes. Também os motivos da despromoção de Joana Amaral Dias estão a milhas da gravidade das tropelias alegristas. Alegre sempre usou a política como utensílio doméstico familiar. E não percebeu o que aconteceu na história dos últimos trinta e tal anos com situações idênticas. Tem estado muito pouco atento à realidade. Numa altura em que tudo parece desabar, o homem insiste no luxo das "ideias" muito pessoais e na fulanização da política.No meio da confusão só não percebo uma coisa: o que espera a direcção do PS para lhe lembrar tudo isto? É que nós, os do país real, já não percebemos o porquê de tanta mesura para com o trovador coimbrinha. Desistiu daquela ideia de partido? Parta para outra.Já não há paciência para tanta serenata ao vento.in BlogOperatório

08 março 2009

O NOVO VISUAL DE D. MANUELA



Este é o novo visual de D.Manuela que pesquei no 31 da Armada onde os muitos admiradores da velha senhora (que por ali passeiam) comentam, com verdadeiro entusiasmo, este novo estilo very cool da líder do PSD. Parece que desta vêz... é de vez!

QUEM OU O QUE IMPEDE O SENHOR MANUEL ALEGRE DE FUNDAR UM PARTIDO POLÍTICO?












Membros do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC), fundado por Manuel Alegre, reagiram com «indignação» às palavras do dirigente nacional do PS José Lello, que acusou o ex-candidato presidencial de «falta de carácter», escreve a Lusa.Na RTPN, comentando a afirmação de Manuel Alegre de que admitia candidatar-se como independente a deputado em eleições legislativas se a Constituição da República o permitisse, José Lello considerou essa posição como «falta de solidariedade» em relação ao PS «a raiar a falta de carácter». in Portugal Diário
Não consigo distinguir entre a falta de vergonha e a falta de caracter, embora me pareça que, no caso em apreço, as ditas carências se misturam um pouco. Dizer que a Constituição impede alguem de concorrer a eleições é uma daquelas falácias com que Manuel Alegre nos vem brindando para esconder a sua preguiça!!! Bastava cumprir os preceitos que a Constituição impõe, legalizando uma organização política para o efeito. Mas isso dá muito trabalho e... Manuel Alegre parece que, muita gente o afirma, nunca gostou de trabalhar... Estaria à espera que a gente do MIC o fizesse de geração espontânea, levando-o de andor, enquanto o poeta se entretinha a fazer rimas para fadunchos. Essas coisas exigem esforço, meios, disponibilidade e liderança, qualidades que não se descortinam no Poeta. Alguma aura já de um passado remoto ainda se cola à sua imagem, mas mais de trinta anos a arrastar-se pelas bancadas do Parlamento, sem deixar qualquer rasto e no curriculum exibir apenas o título do pior Secretário de Estado da Comunicação Social que já exerceu funções depois de Abril, não é coisa apelativa para arrastar apoios significativos. E estas coisas não se fazem só com amigos próximos por muito respeitáves que sejam (e são!). E as estátuas são coisas hirtas e erigidas em vida só atrapalham, sobretudo a quem se deslunbra com a sua própria imagem.
A Terminar, uma pergunta: não sendo o que atrás se aponta, o que impede Manuel Alegre de fundar um partido político? E porque não se encosta ao B.E., o seu último derriço? A sua postura já ultrapassa a mera situação da dissidência para ser considerada de simples rutura e intransponível hostilidade. Eu, que não sou filiado no PS mas um simples e circunstancial apoiante, nunca lhe daria o meu voto! Tornou-se in-su-por-tá-vel!!