29 outubro 2011

MADEIRA - A INSOLVÊNCIA DA AUTONOMIA

                                                                                            



Ao fim de mais de três décadas de governação do grande líder a Autonomia encontra-se à beira da falência. A vergonha que era regional e nacional, ultrapassou fronteiras e internacionalizou-se. Na imprensa internacional chamam à Ilha, desonesta. Não meus senhores! A Ilha não é desonesta! A Ilha não é um homem e um punhado de seguidores interesseiros e bajuladores. As gentes desta Terra são gente do melhor. Gente trabalhadora, simpática e boa, que vota e acredita no que lhe dizem. Que se deixou ofuscar pelo brilho do betão. Um povo que acredita no partido, como a religião perfeita que não há. Ingénua? Também. Mas os ingénuos são normalmente boa gente.
A esperteza saloia, o oportunismo, a chantagem, o insulto, a bebedeira constante dos arraiais e das inaugurações: enganaram este povo extraordinário e levaram esta Região a este estado de vergonha.
O grande líder que adjetiva de incompetentes todos os Silva Lopes deste paciente país que criticam as suas bazófias. Orgulhoso e muito cioso da sua autonomia (e da imunidade do Conselho de Estado): de corda ao pescoço, pede ao "Retângulo" que lhe faça um plano de austeridade, para resolver a desesperada situação da Região, fruto da da sua desregulada governação. Que maior prova da falência das suas políticas e da sua incompetência?!
Os iluminados seguidores de antes, que tudo sabiam e tudo explicavam, que justificavam todas as bacoradas em nome da defesa da Região: hoje nada sabem acerca de buracos. Até o partido nada sabia. Apagou-se-lhes a todos o farol, não resta sequer uma candeia. Viraram todos Candelária.
Como em tudo nesta vida, é tudo até um dia. Durante largos anos o grande líder usou um fio de cabelo comprido de um dos lados da clareira para esconder a própria careca; hoje, foi o próprio obrigado a descobrir a sua própria careca. No estertor do regime, o grande líder, estrebucha, ameaça e usa a ação psicológica do tempo da guerra colonial para enganar o povo e disfarçar a sua grande culpa. Mas até o grande líder, cuja forma e saúde já não é o que era: já não diz coisa com coisa. Ontem, disse que não divulgou a continuação das obras e o consequente endividamento para que o Teixeira dos Santos não penalizasse mais a Região. Hoje, diz que nunca teve intenção de ocultar a dívida.
Tal como um barão arruinado, que não consegue baixar o nível de vida: o grande líder apesar de completamente "embeiçado"* continuou a "abrasar"* dinheiro à fartazana e não têm culpa de nada.daqui
*Embeiçado = Sem dinheiro, teso, falido
*Abrasar = Estoirar dinheiro, gastar à bruta, queimar

COISAS BELAS VINDAS DA CHINA

                                                        

                                                      MODA
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As tendências de lingerie na China
Fashion Week

As tendências de lingerie na China Fashion Week

FADO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE?

                                                                                      

Candidatura do Fado a Património da Humanidade <br>
considerada exemplo de boas práticas pela UNESCO
Deliberação oficial da UNESCO sobre o fado será conhecida a 27 de Novembro.No final do próximo mês, o Comité Intergovernamental da Convenção da UNESCO fará a sua deliberação oficial quanto à candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade, mas ontem organismo fez já um parecer positivo à candidatura do fado, tendo esta sido mesmo distinguida como exemplo de boas práticas, a ser seguido por outros Estados membros que queiram apresentar uma candidatura ao mesmo programa.
Leia mais no e-paper do DN.

OS DOIS COLOSSOS...

Como Kissinger fez da China maoísta uma aliada da América
Henry Kissinger
Os dois colossos mundiais, China e Estados Unidos, podem entrar em guerra um com o outro. O diplomata veterano Henry Kissinger acha essa análise e essa estratégia um erro e conta como aproximou os dois países no tempo da Guerra Fria.China e Estados Unidos vão lutar entre si na segunda metade do século XXI? Muitos autores afirmam que essa guerra é inevitável e dizem que os interessados devem começar a preparar-se para ela, mas na sua mais recente obra, Henry Kissinger nega a inevitabilidade de um conflito e pensa que há espaço para a diplomacia. Na opinião do diplomata veterano, preparar a guerra constitui uma acção errada, que apenas fará cumprir a profecia do conflito, reduzindo o espaço das opções benevolentes. Este é o grande tema do livro Da China, agora publicado em português pela Quetzal, onde Kissinger defende o seu legado, faz avisos aos políticos e explica a natureza das relações diplomáticas entre chineses e americanos nas últimas quatro décadas. A leitura permite compreender a Ásia contemporânea e clarifica aspectos da Guerra Fria, alguns ainda mal conhecidos.

28 outubro 2011

Actividades extra-curriculares

Pode uma professora do ensino público ser despedida por uma actividade esporádica perfeitamente legal e exterior à escola?
Parece que sim.         E os alunos vão ficar chateados? É claro que ficam!
daqui

JORNAIS

 



Ainda sou do tempo em que as pessoas comuns compravam três jornais por dia. Há 25 anos era assim. Hoje é como mostra o quadro supra (clique), uma imprensa pouco mais que virtual. Como sobrevivem certos jornais? Em que pé ficou a denúncia de que determinada empresa comprava assinaturas para distribuir exemplares gratuitamente?
[Imagem: Público.]

UM GOVERNO CARNAVALESCO

Em busca do desvio (colossal) perdido



Ontem, aquando da discussão do Orçamento Rectificativo, os deputados do PS insistiram para que o Governo (e a maioria parlamentar de direita) demonstrasse o que constitui o desvio no Orçamento do Estado de 2011. Uma vez mais, o Governo não o conseguiu fazer — assistindo-se, aliás a uma cena caricata: o ministro da Finanças u-sou da pa-la-vra  e quando os deputados se preparavam para  o questionar raspou-se do hemiciclo em grande velocidade e ninguém mais lhe pôs a vista em cima!...
Eis algumas intervenções no plenário:

27 outubro 2011

BONS ALUNOS

 Bons Alunos                                     Bons AlunosBons AlunosBONS ALUNOS

Gostei de ver aquela foto da reunião de ontem em que Merkel fazia o sinal de OK com o polegar a Passos Coelho enquanto o Pedro sorria com o mesmo ar com que os "manteigueiros" da primária sorriam para a mestre-escola sempre que puxavam o brilho à menina-dos-sete-olhos que havia de acertar na palma da mão dos mal comportados.

PENSAR PORTUGAL COM GOLPADAS E O PINGO DOCE


Fundação Pingo Doce: uma coisa plural e equilibrada

Assim se prepara o terreno para a golpada de Miguel Relvas: as televisões privadas — domesticadas pela asfixia da publicidade — a terem de vir comer à mão do Governo.
E como é que isso se fará? Coisa mais simples não há: o grupo de trabalho criado por Relvas — Duques, Zé Manéis & Cintra Torres, SA — chegará em Novembro à conclusão de que o “serviço público de televisão” pode ser fornecido pelas estações privadas, pelo que estas ficarão a depender mais da distribuição de benesses pelo Governo do que das receitas da publicidade. Viverão, portanto, “acima das suas possibilidades” enquanto Relvas achar que se estão a portar bem.

Alguém falou em claustrofobia democrática?

"PASSO" DIZ PASSOS, A VER A DANÇA PASSAR...


Para amaciar banqueiros resistentes a que lhes seja imposta a recapitalização dos bancos por terem de levar cortes nos activos à conta da reestruturação da dívida grega, o Primeiro Ministro disse que não tinham de se preocupar pois o Estado não os quereria nacionalizar e se limitaria a ser "accionista silencioso" e "passivo".
Ora os nossos bancos, ou melhor os banqueiros, financeiros e gestores bancários ou são tolinhos (e não são), ou foram agentes conscientes da engenharia defraudante para o Estado que sustentou o despesismo nas PPPs, as empreitadas de obras, bens e serviços a preços inflaccionados, com falsas contrapartidas ou subornos, como a dos submarinos e de muitos outras aquisições publicas, desde equipamento para a Defesa ao fornecimento de consultadorias diversas. Além da conivência, pelo menos pelo silêncio, dos casos de polícia que foram, e são, o BPN e o BPP. Além de terem sido promotores, patrocinadores e instigadores da espiral de endividamento que agora dramaticamente estrangula as famílias portuguesas. E além de serem veículos centrais de esquemas de cartelização e de desvio de recursos financeiros gerados em Portugal para "off shores" e outras paragens ajudando empresas e indivíduos a fugirem ao fisco ou a arrecadarem proveitos de criminalidade diversa. Isto é, se estamos na crise em que estamos, os bancos têm indesmentíveis responsabilidades. Não só os americanos e os europeus: os portugueses também.
Por isso é escandaloso que o governo entregue aos bancos e aos accionistas dos bancos dinheiro que é de todos nós, como são os 12 mil milhões que estão reservados para a recapitalizacão da banca portuguesa no empréstimo de 78 mil milhões de euros que o Estado contraiu junto da Troika BCE/CE/FMI. E que o faça sem cuidar da utilização que lhes será dada e sem garantir que banqueiros, bancários e quejandos passam a ser devidamente regulados, fiscalizados e disciplinados, designadamente para cumprirem o papel para que os bancos estão licenciados, que deve ser o de financiar a economia real e não o de promover a especulação.
Depois dos cerca de 5 mil milhões de euros já enterrados pelo governo de Sócrates no BPN e no BPP, Passos Coelho prepara-se para passar agora à banca mais 12 mil milhões de euros que todos nós, os contribuintes portugueses, pagaremos com língua de palmo.
É por isso intolerável que o governo diga que se limitará a ser "accionista silencioso e passivo", continuando a deixar os bancos enterrar-se - e enterrar-nos - em comportamentos económica e moralmente questionáveis, quando não ilegais, desde a distribuição de bónus e dividendos desproporcionados à cooperação encobridora com a criminalidade organizada que drena a riqueza produzida em Portugal.
É intolerável que um Primeiro Ministro que está a impor tão drásticos, injustos e iníquos sacrifícios aos portugueses, que não têm culpa da crise, tenha a desfaçatez de mandar a bancos e banqueiros - co-responsáveis pela economia de casino que nos pôs à beira da bancarrota - uma mensagem de aviltante submissão e de grotesca demissão.

daqui

ANDANDO E VENDO...


Sobre a Cimeira do Euro, a imprensa nacional e internacional coincide em dois pontos: o Fundo Europeu de Estabilização Financeira passou dos actuais 440 mil milhões de euros para um bilião de euros; e os 27 perdoam 50% da dívida grega. Os bancos estão dispostos a abdicar de 100 mil milhões de euros se o FEEF lhes der garantias de 30 mil milhões. Ler aqui a declaração final da Cimeira.
Mas Luís Campos e Cunha, entrevistado ontem à noite na SICN, foi peremptório: um eventual perdão da dívida acionaria automaticamente os seguros associados aos créditos, provocando o efeito-dominó... (cito de cor). Dito de outro modo, pior a emenda que o soneto. João Salgueiro ouviu e corroborou.
Como não podem ter todos razão ao mesmo tempo, o subsecretário de Estado do Planeamento de Marcelo Caetano (mais tarde ministro das Finanças de Balsemão), o ministro das Finanças de Sócrates até ao Verão de 2005, a directora-geral do FMI, o presidente do BCE, o senhor Van Rompuy e os ilustríssimos chefes de governo dos 27, o melhor é esperar para ver.

ESTAMOS ENTREGUES À B ICHARADA

CADA CAVADELA SUA MINHOCA

OjeitosO

O OE para 2012 prevê um corte de 14,8% no rendimento anual bruto dos pensionistas, funcionários públicos e trabalhadores do sector empresarial do Estado. É o famoso corte dos subsídios de férias e de Natal.E a medida só não é extensiva aos privados porque... isso dificilmente seria considerado um exercício credível lá fora, deixando Portugal sem ajuda externa já em Novembro.

Comentários para quê?

TACHOS, TACHINHOS E ARASTADEIRAS

                  

Quando um ignorante e um mentiroso compulsivo se juntam numa mesma pessoa, o resultado dá uma mistura explosiva. Passos Coelho comprometeu-se, durante a campanha eleitoral, a reduzir drasticamente a dimensão dos gabinetes ministeriais, garantindo então que haverá regras muito rígidas para as equipas ministeriais, que “poderão recrutar um ou dois adjuntos”, tendo de recorrer aos quadros da administração pública para compor o resto das suas equipas.Mesmo nas vésperas das eleições, Passos Coelho, entrevistado na TSF, foi mais longe: comprometeu-se a fazer uma lei que obrigaria, até ao final do mandato do Governo, a reduzir para metade o número de assessores dos gabinetes ministeriais.

Hoje, já estamos em condições de avaliar o regabofe que aconteceu após as eleições, em que raras foram as individualidades recrutadas no seio da Administração Pública e os gabinetes ministeriais rebentam pelas costuras.

Mas Passos Coelho voltou  à carga na conferência do Diário Económico: o Governo pretende também «acabar com esta ideia de um Estado paralelo que é construído dentro dos gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado e que desqualifica a Administração», impondo que assessores e adjuntos sejam recrutados «na Administração Pública» de forma a impedir que «cada vez que um Governo é substituído ou uma equipa ministerial é substituída todo o saber, toda a competência saia com os titulares desses lugares» e fazer com que esta permaneça «na Administração para que seja efectivamente do Estado e não do Governo».Chegados aqui, uma dúvida se coloca: esta lei é para aprovar já, correndo por conseguinte com as arrastadeiras que infestam os gabinetes ministeriais, ou é para produzir efeitos na próxima legislatura, quando este governo tiver sido sovado?

26 outubro 2011

Uma descoberta sensacional...

Afinal, o bicho-da-madeira alimenta-se de papel!




A FIXAÇÃO DE COELHO: REFORMADOS E FUNÇÃO PÚBLICA

  PATOLÓGICO


O Executivo exige, pelo menos, mais quatro dias úteis de trabalho aos funcionários públicos no próximo ano. Mas podem ser mais.
O Governo está a estudar um corte nas tolerâncias de ponto, um "hábito" que existe há muitos anos na função pública, avança hoje o DN. Essas tolerâncias estão normalmente associadas a feriados com significado importante (Páscoa, Natal, Carnaval, Ano Novo) e sobretudo quando estes ocorrem entre terça e quinta-feira. A estes dias podem somar-se quatro feriados que deverão ser suprimidos.
A ideia do Governo é minimizar ao máximo as interrupções nos ciclos semanais de trabalho, de modo a não prejudicar a produção em muitas empresas privadas.
Por isso, ontem, no Parlamento, Álvaro Santos Pereira, o ministro da Economia e do Emprego, explicou aos deputados da comissão de Trabalho que a totalidade das pontes previstas para o período de 2011 a 2014 resultariam em 31 dias de trabalho "perdidos" caso nada fosse feito. "São dias de trabalho que caso fossem realizados contribuiriam para aumentar a riqueza nacional, criar empregos e fomentar a produtividade", justificou o ministro na Assembleia.
De acordo com Álvaro Santos Pereira, em 2011 houve sete pontes. No período de 2012 a 2014, este fenómeno inviabiliza 24 dias de trabalho: nove dias no próximo ano, oito em 2013 e mais sete dias em 2014, contabilizou.

O PRIMEIRO MINI$TRO COM O SEU ELEITORADO DE E$TIMAÇÃO



AMEN
O HOMEM, DE MÃOS POSTAS, REZA PELA FELICIDADE DOS PATRÕES
PRESENTES E AUSENTES...
           O primeiro-ministro lamentou* esta terça-feira não existir alternativa ao corte de subsídios na função pública. Admitindo que serão os trabalhadores do Estado e os pensionistas a «a pagar um preço elevado» porque «a eles cabe uma parte significativa do esforço de poupança orçamental», Passos Coelho prometeu compensá-los devolvendo à função de funcionário público «dignidade, valorização e qualificação».
«Durante anos houve uma espécie de teatro na função pública, em que se faziam concursos para escolher quem já tinha sido escolhido», lembrou. «Isso levou a que as pessoas menos preparadas e menos competentes atingissem os lugares de chefia, dando ordens a outros que eram melhores profissionais. Isso vai acabar», prometeu, assegurando que, daqui para a frente, «as regras serão mais leais».
«Aos que são bons funcionários públicos, apesar do esforço de contenção que tem de ser feito, isso será retribuído em dignidade, porque não o podemos retribuir de outra maneira. Serão reconhecidos», afirmou, na conferência «Portugal 2012: Os Desafios do Orçamento do Estado», promovida pelo «Diário Económico» e pela Ernst & Young.
Lembrando que, ao contrário do que acontece na maioria dos casos, nas funções dirigentes os funcionários públicos são pior remunerados que os seus equivalentes no sector privado, o primeiro-ministro disse que lhes «ficaremos a dever essa consciência».
O objectivo é valorizar e qualificar a função pública. Quando os secretários de Estado e os ministros precisarem de formar equipas, deverão procurar fazê-lo dentro da Administração Pública. Se não existirem aí pessoas adequadas, defende, «então que se forme e que se qualifique a Administração Pública».
*Parece que alguém viu o homem verter mesmo uma furtiva lágrimazinha de compaixão  pelos trabalhadores e reformados...  

25 outubro 2011

CADA CAVADELA SUA MINHOCA



O OE para 2012 prevê um corte de 14,8% no rendimento anual bruto dos pensionistas, funcionários públicos e trabalhadores do sector empresarial do Estado. O famoso corte dos subsídios de férias e de Natal.
E a medida só não é extensiva aos privados porque... isso dificilmente seria considerado um exercício credível lá fora, deixando Portugal sem ajuda externa já em Novembro.
Comentários para quê?

TRAGÉDIA!...

A VERDADE DOS NÚMEROS

A VERDADE DOS NÚMEROS



Estes dois quadros vêm hoje no Público, inseridos no dossiê sobre a anunciada reestruturação da RTP. A partir deles temos uma noção de como é lá fora. Ambos desmontam o mito, propagado pela direita, de que a RTP é uma ilha isolada no contexto dos apoios estatais europeus. E então sobre taxas nem se fala... Nada como ter os números à frente! Clique nas imagens.

CAVAQUÊS



Interpretando a clássica figura do polícia bom, Cavaco Silva fez saber que não estaria de acordo com os cortes que o governo propõe. A representação adensa-se quando Cavaco, invocando o seu superior conhecimento do país a partir das cartas que recebe em Belém, declara parecer-lhe haver entre os pensionistas quem já não tenha capacidade para participar nos “sacrifícios”. Entusiasmado, remata com o auto-elogio sobre uma alegada coerência que reclama para si.
Um recém-chegado à realidade política portuguesa não teria dúvidas em pensar que o Presidente da República se estaria a preparar para não promulgar o OE2012. Dos que cá estão, ninguém o vaticinou. Esta declaração é cavaquês. Uma espécie de dialecto esguio e inconclusivo. Um emaranhado de palavras no qual tudo pode ser subentendido e nada deve ser concretizado.
No momento em que um grupo de ultras do PSD quer avançar para a responsabilização criminal dos agentes políticos, importa dizer que, nos últimos 30 anos, não é fácil encontrar uma decisão ruinosa para o país em que não conste a assinatura de Cavaco Silva. No governo, foi quem mais fez aumentar a dívida, criou o buraco das PPP, financiou o abate da frota pesqueira e as plantações de eucaliptos ou apadrinhou figuras sinistras. Como Presidente da República, promulgou todos os orçamentos e políticas de Sócrates ou a nacionalização dos prejuízos do BPN – neste caso, de uma forma inusitadamente célere.
Acreditar que os interesses do pensionista dourado ou do especulador do BPN se cruzam com os da maioria dos pensionistas é como pensar que a raposa pode defender a galinha.
Arquitecto

24 outubro 2011

O REGIME PORNO RIVISTE

                                                                                       


                                                                                            

O REGIME



Em 2005, uma das primeiras medidas que Sócrates tomou foi abolir as pensões vitalícias dos políticos. Mas quem vinha de trás continuou a cobrar espórtula. Segundo inventário do Diário de Notícias, largamente publicitado nas televisões, estão nessa situação mais de 400 “antigos” políticos. Não sei se algum vive exclusivamente dessa pensão. Quase todos acumulam as pensões vitalícias com outros honorários: pensões de reforma, emprego, cargos, etc.
O socialista Carlos Melancia, que foi três vezes ministro, e governador de Macau entre Julho de 1987 e Abril de 1991, aufere a pensão mais alta: 9150 euros. Não consta que exerça nenhuma actividade profissional.

Mas a lista dos profissionais bem pagos que acumulam a pensão vitalícia é extensa:
-Álvaro Barreto, PSD (3400 euros),
-Zita Seabra, PSD/PCP  (3000),
-Joaquim Ferreira do Amaral, PSD (3000),
-Carlos Carvalhas, PCP (2800),
-Manuela Ferreira Leite, PSD (2700),
-Jorge Coelho, PS (2400), -Ângelo Correia, PSD (2200),
-Duarte Lima, PSD (2200),
 -Rui Gomes da Silva, PSD (2100),
-António Vitorino, PS (2000),
-Armando Vara, PS (2000),
-Dias Loureiro, PSD (1700), etc.
Até Bagão Félix aceita receber 1000 euros todos os meses!
Jorge Coelho diz que dá o dinheiro a instituições de solidariedade social.
Em 2010, as subvenções custaram 9 milhões de euros aos contribuintes.
Etiquetas:
Recolhido daqui

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O SUBSÍDIO DE NATAL OU 13º MÊS NUNCA Existiu...
Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente! Mas há
sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros
de uma sociedade
MAIS crítica do que a nossa, não fazem
nada por acaso!

Lembrando que o 13º MÊS em Portugal foi criado logo depois do 25 de Abril de
1974 no governo de VASCO GONÇALVES e que nenhum governo depois do
dele mexeu nisso, "fala-se agora que o governo pode vir a não pagar
aos funcionários públicos o 13º mês ou subsídio de natal.Se o fizerem,
é uma roubalheira sobre outra roubalheira.

O 13º mês é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos
do poder, quer se intitulem "capitalistas" ou "socialistas", e é
justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.

Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar
os trabalhadores.

Suponhamos que você ganha €700,00 por mês. Multiplicando-se esse
salário por 12 meses, você recebe um total de €8.400,00 por um ano de
doze meses.
€700,00 X 12 = € 8.400,00

Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º Mês

€ 8.400,00 (Salário anual)
+ €700,00 (13º salário) =
--------------------------------------------------------
€ 9.100,00 (Salário anual + o 13ºMês)


O trabalhador vai para casa todo feliz com o "governo amigo dos
trabalhadores" que mandou o patrão pagar o 13º.

Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a
fazer uma simples conta que aprendeu no Ensino Básico:

Se o trabalhador recebe €700,00 mês e o mês tem quatro semanas,
significa que ganha por semana € 175,00.

€700,00 (salário mensal) e 4 (semanas que tem o mês) = € 175,00 ( de
salário semanal)

O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos

€ 175,00 (Salário semanal)
X 52 (Número de semanas anuais)
-------------------
€ 9.100,00.
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual + o 13º salário .
Surpresa, surpresa? Onde está, portanto, o 13º Salário?

A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se
tenham dado conta desse fato simples:

A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do
salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30
dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda
assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar
quatro semanas
) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro
ou cinco semanas.

No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º
salário, cujo dinheiro saiu do próprio trabalhador.

Se o governo retirar o 13º salário ou subsídio de natal dos
trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.


Como palavra final para os trabalhadores inteligentes:
Não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o
patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.


Conclusão:
-Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.

13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO
PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!

E EU QUE NUNCA TINHA PENSADO NISSO ...

TRABALHE PELA CIDADANIA! Faça isso circular .





PORTUGUESES NÃO TÊM PILIM NEM PARA O FUNERAL







PORQUÊ... A FÚRIA DA DIREITA CONTRA CAVACO SILVA???...


                                                                                                    
Porquê? A resposta é muito simples. A crítica de Cavaco traz implícita uma proposta de distribuição equitativa dos sacrifícios a suportar pelos rendimentos, a qual, abrindo a porta a um imposto extraordinário que a todos sem excepção atingisse de acordo com um princípio de justiça fiscal progressiva, inviabilizaria por completo o assalto que essa direita prepara, em conivência com essa jeitosa criatura da direita ranhosa que levaram ao colo até Primeiro Ministro, aos subsídios de Natal e de férias dos trabalhadores do sector privado.
Cavaco sugeriu implicitamente que esses rendimentos fossem extraordinariamente taxados para aliviar a carga fiscal dos reformados e dos funcionários públicos, mas a direita não quer isso porque assim já não os poderão rapinar por inteiro, como teriam em vista.

FINALMENTE A DIREITA ASSUMIDA

                                                                                                                   
É SÓ ESCOLHER O SÍMBBOLO
PODEM MANTER AS SETAS
A INDICAR A DIREITA
Despir o laranja e vestir o azul

Finalmente a direita a sério.É só despir laranja e equipar de azul               

À falta de qualquer outro mérito, o governo de direita de Pedro Passos Coelho tem o de acabar com alguma podridão ideológica em que o país tem vivido, com a direita armada em esquerda, a esquerda acusada de ser direita e a extrema-esquerda com ares de poder governar o capitalismo. Se as eleições mostraram a inutilidade da esquerda conservadora na hora de governar o país, tendo mesmo chegado ao ponto de fazer de vanguarda da direita na luta desta por chegar ao poder, pela primeira vez um governo de direita governa sem complexos de esquerda. Para que tudo parecesse perfeito só faltaria o PSD deixar uma designação que o transforma em travesti ideológico e adoptar uma designação compatível com os seus princípios, por exemplo, partido conservador ou aliança popular. Pela primeira vez a direita governa sem complexos de esquerda, assume claramente uma política que sacrifica os pobres e protege os ricos, tem um ministro da Saúde que não é adepto do SNS, um ministro da Educação que subsidia turmas no privado com uma dúzia de alunos e exige que as do público cheguem aos trinta, um ministro dos Assuntos Sociais que adopta a caridade como objectivo político, um ministro da Economia tão avesso à intervenção do Estado na Economia que parece ter ocupado a pasta com o objectivo de não fazer nada.
Finalmente os portugueses têm a oportunidade de conhecer um governo de direita que governa mesmo à direita, que em vez de dialogar avisa contra tumultos e que adopta como única excepção à austeridade o financiamento das polícias, necessárias para reprimir os tumultos receados pelo primeiro-ministro.
Até a esquerda conservadora vai ter a oportunidade de mostrar que luta contra as políticas de direita, ainda que até ao momento tenha tido um papel quase vergonhoso, o sindicalista que todos os dias fazia esperas falsamente espontâneas a Sócrates agora cumprimenta Passos Coelho com uma vénia...
Os eleitores portugueses desconhecem o que é uma política de direita, os governos de Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Durão Barroso, e Santana Lopes não o foram de uma forma clara, nenhum deles questionou o SNS, a escola pública ou direitos constitucionalmente estabelecidos. Com Passos Coelho o país tem o primeiro governo de direita eleito em democracia, um governo bem mais à direita do que os governos da direita espanhola ou mesmo das novas direitas dos países de Leste.

BEM-VINDOS AO PAÍS DOS TRABALHADORES POBRES







(artigo do Público, 23.10.11)


                                                                              Portugal tem 2,5 milhões de trabalhadores que ganham entre 700 e 800 euros. As medidas de austeridade vão transformá-los em novos pobres
O Portugal pós-Orçamento de Estado para 2012 vai ver reforçada uma das suas singularidades no espaço europeu: os trabalhadores pobres. Descontam, entram e saem do trabalho todos os dias a horas certas e até têm contratos sem termo, mas não ganham o suficiente para cobrir as despesas básicas.
Apesar disso, e porque têm rendimentos mensais superiores aos 434 euros per capita que o Instituto Nacional de Estatística (INE) considera para efeitos de demarcação da linha de pobreza, não são elegíveis em termos de prestações sociais.
Em 2009, os chamados working poor perfaziam 12% dos 1,8 milhões de portugueses em risco de pobreza. A estatística é do INE e é a mais recente disponível. Em 2010, ninguém sabe quantos eram. Quantos serão em 2012? Nenhum dos especialistas ouvidos pelo PÚBLICO arrisca uma previsão, mas todos convergem numa certeza: a pobreza vai agudizar-se nos próximos meses e anos, muito além da sua definição estatística, principalmente à custa dos desempregados de longa duração e das famílias trabalhadoras pobres.
A estas o mais certo é juntarem-se agora os cerca de 2,5 milhões de trabalhadores cujos salários andam entre os 700 e os 800 euros.
"O país vai assistir a um crescimento das famílias-sanduíche: os dois membros do casal trabalham a tempo inteiro, e por isso estão fora da malha de protecção do Estado social, mas não ganham que chegue para fazer face às despesas", vaticina Pedro Adão e Silva, professor de Sociologia do ISCTE.
Temos então que as famílias vão recuar "20 ou 30 anos" em termos de rendimentos. Mas vão ficar pior do que nessa altura, segundo Adão e Silva: "Este retrocesso tem contornos novos, porque do ponto de vista da riqueza vamos recuar esses anos, mas mantendo uma estrutura de despesas fixas que não tem nada a ver com a do passado: as pessoas hoje gastam muito mais com a casa, a escolaridade dos filhos, a electricidade, o gás, a água, o carro, a televisão e mesmo a Internet, que se tornou obrigatória até para preencher o IRS."
Ainda o diagnóstico actual, nas contas de Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-IN: "Os números de há dois anos diziam-nos que 9% dos trabalhadores recebiam o salário mínimo nacional ou menos. Mas a tendência era para uma aceleração muito grande e, neste momento, creio que serão muitos mais. Depois, nos sectores da têxtil, vestuário e calçado, a maior parte das pessoas ganha três, quatro ou dez euros acima do salário mínimo, uma ninharia." "Na maior parte dos países europeus, quem tem um trabalho está imune à pobreza, porque o salário liberta e autonomiza. Em Portugal, não", reforça ainda Pedro Adão e Silva.
O Governo poupou estes working poor a boa parte das medidas de austeridade. Mas, como lembra Sérgio Aires, da Rede Europeia Antipobreza, isto não faz com que consigam fugir ao aumento do custo de vida. "Não lhes é possível chegar a um supermercado e apresentar a declaração de IRS para obter desconto no arroz." Mas estes até são os que estarão mais bem preparados para lidar com o que aí vem, diz Aires: "São os remediados crónicos. Estão habituados."
Em piores lençóis ficará a fasquia acima. "A mediana salarial em Portugal está entre os 700 e os 800 euros, ou seja, metade dos trabalhadores ganha no máximo isso", diz Pedro Adão e Silva. Estes, sim, serão os mais fustigados pelos ventos de austeridade. Aumenta o IVA, os transportes, a electricidade, as taxas moderadoras, o IMI das casas. Reduzem-se as deduções fiscais, os subsídios de Natal e, em muitos casos, o que seja retribuição além do salário base. "No sector privado, estas retribuições representam 25% da remuneração. Ora, tudo isso está a desaparecer das folhas de pagamento de forma muito acelerada", enfatiza o secretário-geral da CGTP-IN.
Pagar as facturas
Num país com 4,9 milhões de empregados, temos quase 2,5 milhões de trabalhadores encaixados nesta categoria da mediana salarial. "Se o emprego de um deles falha, a situação entra em colapso", diz Sérgio Aires. Às portas da Deco bateram, entre Janeiro e Setembro, 17 mil novas famílias. Aos habituais pedidos de ajuda para reestruturação dos créditos somam-se novas situações. "Já há muita gente nesta faixa de rendimentos com dificuldade em pagar as facturas da água, da luz, da televisão por cabo...", conta Natália Nunes, desta associação de defesa dos consumidores.
Muitos dos que recorrem à Deco estão também a iniciar a via-sacra dos centros de emprego para se juntarem aos 554 mil desempregados que aparecem no boletim de Setembro do IEFP (675 mil, na estimativa do INE). Dá uma taxa de 12,1%. Pior: dos mais de 550 mil desempregados, 46% não tinham direito a subsídio. Acresce que no Orçamento do Estado para 2012, o Governo admite que o desemprego possa atingir os 13,4%. Isso dá entre 60 e 70 mil novos desempregados. A partir de 2012, a cumprir-se o memorando da troika, o valor do subsídio não poderá exceder 1050 euros. Ao fim de 18 meses acaba-se, e, após o primeiro ano, as prestações sofrem um corte de 10%. Para Adão e Silva, a conjugação destes factores trará uma realidade nova ao país. "Ter muitos desempregados sem protecção é uma novidade relativa para o país e vai criar um enorme grupo de novos pobres."
O facto de ser desempregado vai transformar-se em sinónimo de ser pobre para milhares de portugueses, concorda Bruto da Costa, coordenador do estudo Um Olhar sobre a Pobreza. "Entre os pobres, a percentagem de desempregados não era muito elevada." Doravante, "vai haver gente que nunca foi pobre e que, ao cair no desemprego, passará a integrar esse grupo, porque não cumprirá os requisitos para ter direito ao subsídio, porque o subsídio é insuficiente para se sustentar e à sua família ou porque o prazo do subsídio expirou".
"A comer pior..."
Nesta descida da escala social, há outros dois grupos a considerar: a classe média alta e os pensionistas. Estes porque, "não sendo os mais afectados por estas medidas", como lembra Adão e Silva, verão congelada a sua trajectória de afastamento da pobreza. Não é pouco se nos lembrarmos que a diminuição da pobreza no país se tem alcandorado na melhoria da situação dos idosos. Quanto à classe média ou média alta, o puzzle é mais complexo. "São pessoas que, apesar de terem salários elevados, acima e muito acima dos 1500 euros, tinham o seu orçamento todo organizado em função do rendimento e que agora se vêem com cortes no salário, comissões, horas extraordinárias que deixaram de ser pagas", observa Natália Nunes, habituada a refazer as contas de "professores, médicos, advogados e até juízes". É o resultado do fortíssimo endividamento das famílias. "Mesmo aqui, já há muitas pessoas a comer pior para não ter de entregar a casa ao banco", reforça Bruto da Costa.
Entre habitação e créditos ao consumo, as famílias portuguesas deviam à banca cerca de 129 mil milhões de euros, dados do Banco de Portugal referentes a Agosto. Nesse mês, o crédito malparado ascendia aos 3,3 mil milhões. Com o aumento do desemprego, não é preciso nenhuma bola de cristal para perceber que a cobrança duvidosa vai agravar-se.
"Estas famílias não caem na pobreza em sentido absoluto, mas perdem a possibilidade de manter o nível de vida que tinham e isso é um problema real para muitas famílias", diz ainda Bruto da Costa, acusando o Estado de se ter demitido da sua função reguladora, quando optou por ignorar o problema do sobreendividamento das famílias. "O Governo podia ter impedido isso e nada fez."
Bruto da Costa acha que a discussão sobre o novo Orçamento está a passar ao lado do essencial. "É um documento que aponta para outro modelo de sociedade, com menos Estado, e isso não está a ser discutido."
Adão e Silva não se importa de lançar o mote. "A nossa democracia, como todas as europeias do pós-guerra, assentou na integração social das classes médias. Pensar que é possível desmantelar as condições económicas e sociais que estiveram na génese da legitimação política do regime sem que isso tenha consequências é um erro de enormes proporções", atira. E conclui: "Ao cortar as aspirações sociais ascendentes da classe média, que são um factor de legitimidade da democracia, o próprio Governo está a criar uma outra crise além da social: a crise da legitimidade política."


    A CARNEIRADA

    23 outubro 2011

    Pedro Passos Coelho -- Best of 2010-2011

    Uma estranha Trindade sem nada de Santíssima






    Pedro Passos Coelho -- Best of 2010-2011


    Em Outubro de 2010, o blog 31 da Armada, publicou um vídeo com os «melhores momentos de José Sócrates». E, aí, se escreveu: «Durante 2009 e 2010 Sócrates disse que sim, disse que não e disse o contrário. Durante várias semanas recolhemos, compilámos e compusemos as melhores declarações deste extraordinário homem. O 31 da Armada tem o prazer de apresentar os melhores momentos de José Sócrates.» Nesta altura, o anterior primeiro-ministro já tinha 5 anos de exercício do cargo. Em Outubro de 2011, o blog Aventar publicou um vídeo com os «melhores momentos de Passos Coelho», 3 meses após a tomada de posse do actual primeiro-ministro. Este último vídeo já foi evocado por Vasco Lourenço, numa reunião com um milhar de militares, para dizer que o poder foi tomado por «um bando de mentirosos». A democracia tem destas vantagens: o «argumentário político» que era destinado ao anterior primeiro-ministro assenta que nem uma luva ao actual, e começa a produzir efeitos devastadores. E quem se der ao trabalho de ler os 105 comentários ao post do blog 31 da Armada, percebe bem o que se deve pensar de Passos Coelho. Atenção: o blog 31 da Armada ainda tem no seu património outras acções para serem utilizadas contra Passos Coelho. É bom viver em democracia!


    Por Tomás Vasques às 20:56
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    «A Função Pública tem de se lembrar que têm um patrão falido, e que se fosse um patrão privado, falia, e as pessoas perdiam o emprego.» Quem o diz é Mira Amaral, presidente do BIC, o cara que não se importa que este patrão falido lhe pague uma pensão vitalícia por meia dúzia de anos a fazer de conta que era

    O SENHOR 0,0001%




    Num País de opiniosos quem  parece não ter opinião sobre coisa nenhuma  a não ser, eventualmente, sobre o seu penteado, é António José Seguro.   Bem  pode haver um tsunami que a probabilidade de tomar posição deverá ser de 0, 0001%. Começa a ser evidente que a probabilidade de António José Seguro vir a ser primeiro-ministro deste pobre país deverá ser mais ou menos de 0,0001%. Digamos que não tarda muito para que Seguro tenha a alcunha do Senhor 0,0001%

    O ÁLVARO


    Álvaro Santos Pereira não estava posto em sossego, como devia estar, na Universidade Simon Fraser em Vancouver, no Canadá.  Estava mesmo muito desassossegado, ansioso por se fazer notar, sobretudo,  já que na América era difícil, em Portugal.
    Escreveu por isso muitos livros, que para minha desgraça não li e que naturalmente jamais lerei: O Medo do Insucesso Nacional e  Os mitos da Economia Portuguesa.  E também essa obra inesquecível que saiu em Abril de 2011 e que, por uma vez, tive prazer de estudar com minúcia e espanto, Portugal na Hora da Verdade - Como Vencer a crise Nacional.  Nessa extraordinária bíblia que certamente assombrou o primeiro-ministro, Álvaro Santos Pereira tem uma única palavra para descrever a política económica do "25 de Abril" até até hoje: "Disparate!", que repete com entusiasmo durante 550 páginas.
    Parece que Passos Coelho e o PSD  ficaram esmagados.  Caso contrário não se explica a pressa com que nomearam este génio para para ministro da Economia, com seis secretários de Estado (incluindo um para o Empreendedorismo, Competitividade e Inovação) e lhe deram a responsabilidade directa pelo Desenvolvimento Regional, o Emprego, as Obras Públicas, os Transportes, as Comunicações, a Energia e o Turismo.  Só uma cabeça excepcional conseguiria aguentar tanto peso.  E Santos Pereira, ainda por cima, não gosta que lhe chamem  ministro; quer ser simplesmente o camarada Álvaro, um colaborador e um amigo, que de quando em quando orienta docemente a trupe, sem outra autoridade do que oseu superior saber.
    À solta na paisagem, o Álvaro anda agora um pouco desorientado...
    Vasco Pulido Valente
    Ler mais no Público de 23-10-2011

    EMBUSTE COLOSSAL

    PEDRO PASSOS COELHO UM COLOSSAL EMBUSTE
    Um colossal embuste Não há segundas oportunidades para causar uma boa primeira impressão, usa-se dizer. Dois meses passados, já é possível formar uma primeira impressão do novo Governo. Esta resulta não tanto do que fez, mas antes do que prometeu fazer e manifestamente não fez.
    É verdade que temos um extenso histórico de governos que ganharam eleições prometendo uma coisa para no poder fazerem o contrário. Ainda assim, há uma diferença significativa entre violar compromissos de campanha e deitar fora toda a narrativa política que foi usada para vencer eleições. Este Governo já renunciou ao essencial do que prometeu durante mais de um ano.

    Passos Coelho não se cansou de apresentar a sua fórmula mágica para resolver os desequilíbrios das contas públicas – a consolidação seria feita 2/3 do lado da despesa e 1/3 do lado da receita –, enquanto repetia que os cortes seriam indolores, pois não implicariam mais sacrifícios para os portugueses ao assentarem nas gorduras do Estado. Um módico de realismo bastava para concluir que a fórmula só por arte mágica era aplicável e que a superação dos nossos desequilíbrios teria necessariamente de ter consequências económicas e sociais.
    Dois meses passados, só restam duas hipóteses para explicar a diferença entre o que Passos Coelho candidato disse e o que tem feito enquanto primeiro-ministro: ou estávamos perante um colossal embuste ou um problema sério de dissonância com a realidade. Convenhamos que não é fácil perceber qual das duas hipóteses é verdadeira. O governo tem dados sinais contraditórios.

    A entrevista do Ministro das Finanças à TVI indicia que tudo o que nos foi sendo dito não era para ser levado a sério. Em vinte minutos, Vítor Gaspar, em alguns momentos com enorme candura, encarregou-se de renunciar a toda a narrativa política do PSD/CDS e não se cansou de sublinhar que os vários documentos de execução orçamental são “extraordinariamente exigentes do lado da receita e do lado da despesa”. Tendo em conta que foi o PECIV que provocou eleições, não deixa de ser irónico ver o Ministro das Finanças a defendê-lo como nem Sócrates, nem Teixeira dos Santos ousavam fazer. Pode dar-se o caso de, com benefício para a sanidade mental do próprio, Vítor Gaspar não ter acompanhado a política portuguesa no último par de anos, mas, de facto, expôs o colossal embuste em que assentou a vitória eleitoral de Passos Coelho.
    Há, contudo, momentos em que somos levados a crer que o primeiro-ministro e a sua entourage mais próxima acreditavam no que anunciavam. O “murro no estômago” que se seguiu ao corte no rating ou a total incapacidade do Governo em posicionar-se sobre os desenvolvimentos políticos na Europa sugerem que há quem continue a crer que estávamos perante uma crise nacional e que a remoção de Sócrates e uma vontade indómita de atacar o propalado despesismo chegariam para sairmos do buraco em que nos encontramos.
    Convenhamos que, entre estarmos face a um grupo de crédulos ou a alguém que renunciou à realidade para vencer eleições, é preferível que a segunda hipótese seja a verdadeira.
    publicado no Expresso