30 julho 2011

Maria Lucia para sempre



ESPIONAGEM DE BOCA GRANDE

                                                                                                      


O Caso Bairrão está muito longe de poder vir a servir de argumento para um filme clássico de espionagem, na melhor das hipóteses daria para uma das Tardes da Júlia ou algo do género, o guião é pobre, as personagens são ridículas e a trama não dá para um segundo de suspense. Um chefe de espiões que investiga um responsável de uma empresa, que dá a informação aos responsáveis de uma empresa concorrente que mais dá tarde o contrata.
A personagem é ridícula, um chefe de espiões que se deixa apanhar facilmente que mal se sente apertado nem precisa de ser torturado para bufar mentiras, nos filmes a sério os espiões resistem à tortura e às portas da morte inventam uma mentira. Este nem levou umas bofetadas e foi logo a correr para o parlamento contar a sua efabulação. Tentou convencer-nos que foi um superior, o maldito Sócrates, que o mandou espiar o Bairrão e o autorizou a enviar a informação à empresa de Moniz, que como toda a gente sabe eram um grande apoiante do governo do Partido Socialista. Imagino que os amigos de Sócrates como o Soares dos Santos, o Belmiro ou o dono da Cofina tinham a secreta ao seu serviço, bastava um sms a Sócrates que este punha os espiões ao seu serviço.
O que não se soube foi que recursos foram usados para espiar Bairrão, imagino que nos tempos que correm a secreta não mandou um agente disfarçado andar a perseguir Bairrão pelas ruas do Bairro Alto ou de Luanda. Recordo-me que há algum tempo Pinto Monteiro disse com as palavras todas que existiam escutas ilegais sem denunciar quem as fazia. Aliás, basta ver as acusações do Ministério Público e da generalidade das polícias para se perceber que em Portugal o único instrumento de investigação são as escutas, feitas com equipamentos cada vez mais evoluídos que dispensam o recurso às operadoras de telecomunicações que, por sua vez, só as faziam mediante a autorização de um juiz.
Começo a perceber os poderes e influências ilimitadas de alguns senadores da República, designadamente, de um que mais aprece um intocável e durante muitos anos mandou nas secretas. Começa-se a perceber que o nosso conceito de segurança nacional é amplo ao ponto de se espiar a TVI para dar a informação à Ongoing e que essa informação é tão secreta que até uma jornalista desempregada a manda por sms para os conhecidos. A segurança nacional está tão protegida que um espião se desmascara em público e defende-se dizendo que os relatórios da secreta estavam ao serviço dos maiores políticos do governo.
daqui
Isto é tão mau, tão rasca, tão feito, os seus protagonistas são tão reles, tão sem valores, tão ridículo que a segurança dos cidadãos e do país estaria melhor entregue a uma potência estrangeira ou, como estamos numa vaga de liberalismo, se fosse privatizada e entregue a uma dessas empresas de segurança.daqui

UMA MORTE ANUNCIADA

António José Seguro é o novo secretário-geral do Partido Socialista, depois de uma campanha eleitoral interna praticamente invisível para o exterior do partido. A sua vitória era previsível, já que trabalhou para isso nos últimos seis anos, ao contrário do seu adversário, Francisco Assis, um candidato inverosímil que se concentrou, durante esse tempo, em assumir a cara parlamentar do governo socialista. Com esta eleição, os dois maiores partidos são agora dirigidos pelos responsáveis das juventudes partidárias dos anos 90. Não tem nada de mal, naturalmente. A não ser o facto de, um e outro, terem chegado aqui através de um percurso silencioso feito pela conquista das estruturas partidárias. Nem um nem outro se distinguiram pelas suas qualidades executivas, nem na governação, nem na gestão empresarial. Nem um nem outro se distinguiram por produzirem qualquer pensamento sistematizado, uma ideia inovadora ou uma estratégia política para o futuro. Moldados desde muito jovens na lógica da luta pelo poder que caracteriza os aparelhos partidários, envolveram-se mais na gestão de afectos, na palmadinha nas costas e no telefonema ao camarada, para um, ou ao companheiro, para o outro, em dia de aniversário. O resto foi feito pela habilidade de construir meticulosamente uma imagem politicamente correcta, em função do objectivo a alcançar: ser primeiro-ministro. Atravessamos um tempo em que ninguém espera reconhecimento pelas suas convicções e pelo seu pensamento político; em que ninguém parte a loiça, no interior dos seus partidos, como Mário Soares ou Sá Carneiro fizeram no passado. Agora espera-se. Espera-se pelo momento oportuno, como quem espera que lhe saia o euromilhões. Mas, sejamos claros: se Pedro Passos Coelho é presidente do PSD e primeiro-ministro, António José Seguro está bem como secretário--geral do PS, líder do maior partido da oposição e, quem sabe, futuro primeiro-ministro. O problema não reside aí, no imediato. O problema reside aí, no futuro. Futuro que está ali, ao virar da esquina.
(Ler mais no i)

NEM PADRE NEM MERCEEIRO







ESTES HOMENS SÃO OS MAIS
RICOS DE PORTUGAL
E O QUE PRODUZEM?
NADA... OU MUITO POUCO
VENDEM MERCEARIAS E
QUINQUILHARIAS
É UMA SINA
LÁ PELAS TERRINHAS
OS MERCEEIROS SÃO SEMPRE OS
MAIS RICOS
SEMPRE INVEJEI O MERCEEIRO
LÁ DO SÍTIO
MAS MANDARAM-ME ESTUDAR
PARA PADRE...
NO FINAL
E NEM PADRE NEM MERCEEIRO

A PEIXEIRADA DA QUALQUER COISA CAEIRO

A varina na sua  peixeirada
Não assistimos ao debate entre Alfredo Barroso e Teresa Caeiro. Mas, via Câmara Corporativa, tivemos oportunidade de ver o referido debate, se é que se lhe pode chamar isso, moderado pelo sempre inqualificável Mário Crespo.
É muito difícil para a direita - nomeadamente o Presidente da República e os líderes do PSD e do CDS - que durante anos insultou os governantes do PS, chamando-lhes mentirosos, fazendo campanhas de descredibilização e de ataques de carácter, que justificava toda a situação económica do país pela incúria, incompetência e mentiras de Sócrates, ser agora confrontada com o facto do país se aperceber das campanhas, das calúnias, das manipulações e das mentiras dessa mesma direita.
daqui e daqui ««com vídeo

UM GOVERNO SOB SUSPEITA COLOSSAL

À PROCURA DE UM PRETEXTO                                                                             
O governo ainda não fixou o seu álibi para a hora em que decidiu invadir parte do 13º mês.Primeiro foi o nobre princípio de precaução, depois o clássico passa culpas da alternância sobre «desvio colossal» e «trabalho colossal», agora a notícia posta a correr que certos ministérios estariam na iminência de não poderem pagar aos seus funcionários, os quais,  pelo seu lado,  não iriam descontar nesses meses terminais para o IRS, a ADSE, e aquelas rubricas sobre solidariedade e montepio, o que obrigaria de novo a elaborar mapas sobre receitas estimadas... É,   definitivamente,  um governo sob suspeita!...

28 julho 2011

E O RABINHO LAVADO COM ÁGUA DE MALVAS?...




Quando alguém diz que fulano de tal lhe deve dinheiro o subconsciente de quem o ouve acrescenta “e não lhe paga”, só faz sentido acusar alguém de nos dever dinheiro para lhe chamar caloteiro, denunciando-o publicamente por não pagar o que deve. Quando Fernando Ulrich sugere que os problemas da banca seriam resolvidos se o Estado lhe pagasse a sua dívida fica no ar a ideia do incumprimento, de que o Estado falhou nas suas contas.
 Mas isso não é verdade e não pode ser confundido com outras dívidas que os organismos públicos contraem, a dívida do Estado aos bancos portugueses resulta da compra de dívida soberana ou de contratos de financiamento de projectos públicos. Em ambos os prazos a dívida está contratualizada, a taxa de juro a pagar e o prazo de pagamento estão estabelecidos. Os bancos não foram forçados a vender crédito ao Estado, em regra fizeram-no porque estavam interessados e cobraram juros superiores aos que tiveram de comprar quando se financiaram, seja através da remuneração das poupanças, seja no mercado financeiro.
O que os banqueiros pretendem não é que o Estado seja cumpridor, é que o Estado prescinda dos direitos contratuais dos contratos de crédito para os financiar antecipando o pagamento, Isto é, querem que o Estado compre dinheiro a mais de 3,5% (a nova taxa que nos vaio ser cobrada pela Europa) ou a 5,7% (a taxa anteriormente fixada pela troika) para proceder ao pagamento antecipado de créditos com taxas bem inferiores. Não só os bancos ganhariam milhares de milhões de euros de um dia para o outro, como teriam disponibilidade para voltar a investir no crédito ao consumo, agora, com taxas ainda mais elevadas, poderiam voltar a enviar cartas aos clientes propondo crédito ao consumo com taxas de 1$% (como a que recebi do meu banco oferecendo-me 20.000 euros sem mais perguntas).
Quando Louçã defendeu o não pagamento e mais tarde a reestruturação da dívida chamaram-lhe louco e ai de quem propusesse uma renegociação do acordo com a troika, seria apelidado de idiota. Mas aligeiradas as medidas por causa da Grécia os banqueiros foram os primeiros a pedir a renegociação com a troika (mas só na parte que lhes interessa) e uma reestruturação (ao contrário) da dívida do Estado à banca portuguesa. Temos agora um BD dirigido pelo senhor Fernando Ulrich (quando acabar as duas cadeiras que lhe faltam tratá-lo-ei por dr, até lá tem menos habilitações do que a geração que ajudou a enrascar), só que este BD tanto pode querer dizer Bloco de Direita, como pode ser interpretado como Banda Desenhada pois os argumentos do banqueiro parecem saídos da boca do vendedor de peixe dos livros do Asterix.
Imaginem que Fernando Ulrich sugerisse aos clientes do BPI que fizeram contratos de crédito à habitação quando as taxas eram baixas que antecipassem o pagamento dos créditos para que o banco se pudesse financiar e aumentar o capital. É evidente que ouviria uma imensa gargalhada. Mas disse o mesmo em relação ao Estado, muito boa gente até ficou sem dormir preocupada com os banqueiros, mas nenhum político e muito menos jornalista ousou fazer o mais pequeno comentário, desmontando a manobra do banqueiro. Compreende-se, sem a publicidade da banca a nossa comunicação social iria à falência e sem os envelopes uma boa parte da nossa classe política também ficaria à rasca.
Durante mais de duas décadas as coisas correram bem à banca, o Estado era um cliente seguro e os seus créditos podiam ser vendidos no mercado possibilitando o financiamento do crédito ao consumo com taxas tão elevadas que os bancos desviavam os recursos do financiamento às empresas para enriquecerem com os cartões Visa, o crédito instantâneo, o crédito à habitação, às férias e à compra de automóveis. Os governos ajeitavam as leias para a banca, o Banco de Portugal ignorava os abusos dos bancos, os políticos reformavam-se para serem banqueiros e até os míseros professores ganhavam dinheiro com acções de bancos quase falidos. As montras dos bancos estavam cheias de imagens de férias e de computadores vendidos a crédito pelos próprios bancos, a fartura era tanta que alguns até criaram ou se associaram a agências de viagens. A fartura promovida pela banca era tanta que começava a ser mais fácil encontrar uma manicura portuguesa do que um americano nas praias de Cancun ou da República Dominicana.
Tudo corria tão bem que a banca desprezava as poupanças dos menos ricos e se desdobrava em criar balcões de gestão de fortunas para levar as fortunas dos mais ricos para as off-shore. Na hora de pagar impostos beneficiavam de políticos comprados para beneficiarem de impostos simbólicos e como estes ainda eram excessivos ajeitavam as contas na zona franca da Madeira. Com o financiamento era fácil e barato esqueceram-se de aumentar o capital, deverão ter multiplicado os negócios de amigos e familiares como os do BCP, passaram a ser menos exigentes nas avaliações patrimoniais do crédito à habitação. No fim do ano era só fazer as contas e distribuir os dividendos, de preferência com recurso a truques para minimizar os impostos a pagar pelos seus accionista.
Agora tudo mudou e, como é comum dizer, estão enrascados . Ainda por cima, estão para chegar os peritos que irão avaliar as garantias que servem de contrapartida aos créditos que concederam. As acções estão ao preço da uva mijona, os lucros estão a baixar, os juros dos depósitos a prazo sobem, o crédito externo está difícil e ainda se arriscam a constituir provisões de muitos milhões para compensar os desvarios passados.
Qual é a solução? Entalar os portugueses em nome do interesse dos seus accionistas e é muito provável que venham a dizer que a culpa não é deles, é do Vítor Constâncio que não apertou com eles. Resta-nos esperar que a Vista Alegre produza um “Zé Povinho” dedicado aos nossos banqueiros ou que alguém se lembre de vender garrafões com “água de malvas” para os rabinhos dos nossos Ulrichs que estão mesmo a precisar de uma lavagem que lhes disfarce a borrada...
In O JUMENTO

GREEN GRASS OFFICIAL VIDEO - CIBELLE

RETRIBUIÇÃO





Numa iniciativa sem precedentes, o cardeal-patriarca veio apoiar o anunciado imposto especial sobre o rendimento, apesar de ele representar uma manifesta quebra de um compromisso eleitoral e de se tratar de uma imposto manifestamente iníquo, como se  mostrou aqui.
Mas a hierarquia da Igreja Católica tem toda a razão para fazer todos os "fretes" políticos ao Governo, em retribuição do que este já se comprometeu a dar-lhe e do que espera vir a receber, onde se conta a gestão de hospitais do SNS, o financiamento público das escolas privadas (maioritariamente católicas) e a entrega das tarefas de protecção social. "Negócios" que valem milhões.
E que valem também o insólito apoio político ao Governo, que não está nas tradições da Igreja Católica desde 1974...

27 julho 2011

ATÉ QUANDO?

 


É esta a concepção e a prática da liberdade de imprensa que reina na Madeira de Jardim: discriminação e perseguição de jornais independentes, insultos aos seus jornalistas, protecção e benesses para os seus apaniguados.
Até quando é que o PSD nacional vai continuar a tolerar (e a ser cúmplice com) esta reiterada conduta criminosa do seu braço regional? E até quando é que a imprensa nacional vai continuar a considerar como "faits divers" esta atitude sistemática de ataque à liberdade de imprensa na Madeira por parte do Governo de Jardim e do PSD regional?
Vital Moreira] [Permanent Link]

Blog Pink Floyd My Life: Tatuagens Pink Floyd

Blog Pink Floyd My Life: Tatuagens Pink Floyd

OPORTUNISMO BLOQUISTA

Antologia do oportunismo político

«Bloco contra portagens na Via do Infante».
Coerente com o seu atávico oportunismo político, o Bloco de Esquerda acha que devem ser todos os contribuintes, entre os quais há muitos que não têm automóvel, a financiar o uso gratuito das autoestradas pelos que o têm, incluindo os muitos estrangeiros que nos visitam.
Todos a pagar as benesses de alguns -- eis o lema do Bloco. Uma clara "opção de classe", como se diria na gíria marxista da casa...

OS E.U.A. ESTÃO A VER-SE GREGOS...

Aproxima-se o dia em que os EUA poderão entrar em incumprimento, isto é não vão ter dinheiro para pagar as suas dívidas. Só a ameaça chegou para as Agências de Rating colocar a Grécia e Portugal no lixo, mas como sabemos se uns não pagam são caloteiros, outros são gente fina a passar por dificuldades.

 

PPD-PSD - JOBS FOR THE BOYS


                                                                                O COVIL
Na Era Sócrates, a Caixa Geral de Depósitos tinha um presidente e sete administradores (8 marmelos). Na Era Passos prepara-se para ter, ainda esta semana e de uma assentada, um chairman (o actual presidente, Faria de Oliveira), um presidente, dois vice-presidentes e onze administradores (15 papaias) ...Emagrecer o Estado, dizem os malandrecos.
Só uma coisa nos deixa confortados: - O Gaspar, no seu manhoso estilo de gatinho ronronante, já nos veio  manifestar o   orgulho na sua  boyada...

26 julho 2011

DEVO À PAISAGEM AS POUCAS ALEGRIAS QUE TIVE NO MUNDO



clique na imagem para ampliar este pedaço do Reino Maravilhoso de Torga...
Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração. A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. É mesmo um favor que peço ao destino: que me poupe à degradação das habituais paneladas de prosa, a descrever de cor caminhos e florestas. As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz. Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espectáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. Bem sei que há gente que encontra o mesmo universo no jogo dum músculo ou na linha dum perfil. Lá está o exemplo de Miguel Angelo a demonstrá-lo. Mas eu, não. Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez. Roma, Paris, Florença, Beethoven, Cervantes, Shakespeare... Palavra, que não troco por tudo isso o rasgão mais humilde da tua estamenha, Mãe!
Miguel Torga, in "Diário (1942)                                                                                

DEIXE A FLÔR NASCER

 de Sueli Marchett's photo


25 julho 2011

UM COLOSSAL DESVIO DO "DESVIO COLOSSAL

.

                                                         



É certamente aquilo a que vamos assistir no discurso do Primeiro Ministro Passos Coelho
 nos próximos dias, à luz das suas  revelações públicas .
Afinal o desvio nem era colossal, nem seria mesmo desvio - como induzia a tentativa de correcção do Ministro das Finanças, embaraçada e malabaristicamente, para gozo e ganho dos separadores humoristicos da SIC Noticias...
Desvie-se e desvie-nos colossal e rapidamente dessa lógica desviante, Senhor Primeiro Ministro! que assim não vai, nem leva o País, a parte nenhuma.

AO POTE!... AO POTE!...


                                                                                                                 


                                                                                                                                          

Ao Pote, ao pote, pela terra e pelo mar                       
No caminho para o céu, ceo, ou lá o tacho que os valha, os currículos (principalmente na última linha) são boa passagem para a outra margem, como dizia o cantor.
Por onde andarão os meninos que contabilizavam as nomeações dos motoristas do Governo anterior?
Quê, agora devido às funções para que foram nomeados, já não têm tempo para Blogs? Quê, é só o Macário Correia que acha que um cinzeiro é uma espécie de linguado mal amanhado feito numa portagem da Via do Infante?
Como dizia o meu querido amigo Augusto Bobela Mota: - há por aí gente que tem mais lugares do que um autocarro da Carrisde dois andares...
LNT

OS POBRES QUE PAGUEM A CRISE

                                                      


Sempre que em Portugal foi adoptado um programa de austeridade os ricos ficaram de fora, como se o rendimento destes tivesse um estatuto diferente do dos outros portugueses.
Não se mexe na riqueza com receio de que fuja, não se tributam as mais-valias obtidas em bolsa para que não se perturbe o financiamento das empresas, não se tributam os juros para que as poupanças não emigrem.
Para que os ricos fiquem de fora sobrecarrega-se a classe média e os mais pobres, mesmo quando se cria uma sobretaxa sobre os rendimentos declarados em 20112 tem-se o cuidado de deixar os mais ricos de fora, ainda que como falsa contrapartida se tenham deixado os mais pobres pois para estes está reservado um aumento do IVA que lhes é especialmente dirigido.
Para além das consequências financeiras desta segregação positiva dos mais ricos põe-se uma questão coesão nacional, sempre que Portugal enfrentou crises económicas graves os mais ricos conseguiram sempre um estatuto de estrangeiros residentes, foram dispensados das suas obrigações enquanto portugueses. É como se perante uma situação de guerra os filhos dos Belmiros e dos Ulrichs fossem dispensados do serviço militar pois o seu contributo era mais importantes como gestores do que como carne para canhão. Isto não é nada de novo, nos tempos da guerra colonial muito filho de boas famílias reprovou na inspecção ou cumpriu o serviço militar em repartições administrativas.

QUANDO OS BOCASSAS ANDAM À SOLTA...



O dirigente do Partido da Nova Democracia Eduardo Welsh descreveu hoje ao Presidente da República, Cavaco Silva, um clima de “incitamento explícito à violência” na pré-campanha eleitoral na Madeira, nomeadamente em “inaugurações” do Governo Regional.
O Sr Silva, timorato, afivela o seu peculiar sorriso para disfarçar o cagaço que tem do Bocassa...  

MORREM CEDO OS QUE OS DEUSES AMAM




AMY WINEHOUSE 1983-2011

CAJUEIRO VELHO - ALCIONE




João Carlos Dias Nazareth & Alcione


Cajueiro velho
Vergado e sem folhas
Sem frutos, sem flores
Sem vida, afinal
Eu que te vi
Florido e viçoso
Com frutos tão doces
Que não tinha igual
Não posso deixar
De sentir uma tristeza
Pois vejo que o tempo
Tornou-te assim
Infelizmente também é certeza
Que ele fará o mesmo de mim

Já trago no rosto
Sinais de velhice
Pois da meninice
Não tenho mais traços
Começo a vergar como tu, cajueiro
Que foi meu companheiro
Dos primeiros passos
Portanto
Não tens diferença de mim
Seguimos marchando
Em uma só direção
Agora me resta da vida o fim
E da mocidade a recordação



O ESTRANHO CASO BAIRRÃO



Este estranho  caso do Bernardo Bairrão já era confuso e a cada dia que passa mais confusão é atirada para a fogueira. Até já é dificil de resumir. Primeiro ia ser Secretário de Estado mas acabou por ser retirado em cima da hora por, eventualmente, o Passos Coelho ter recebido um SMS da D. Manuela Moura Guedes em que o ligaria a negócios menos claros em Angola e no Brasil ( O Bairrão foi o administrador da TVI que acabou com o célebre... Jornal de Sexta). Depois o Expresso publicou a noticia de que o Passos Coelho teria pedido aos Serviços de Informação do Estado um relatório sobre o dito Bairrão. Após vários desmentidos de todos os implicados o Ricardo Costa, Director do Expresso, continuava a afirmar que tinha informações seguras de que tudo era verdade. Agora sabemos que o ex-director das Secretas, Jorge Silva Carvalho, passou informações para a Ongoing antes de ser contratado como assessor da administração da mesma juntamente com mais dois ex-espiões.
Pelo menos ficámos a saber para que servem as Secretas portuguêsas. Esperem pelos próximos capítulos embora o mais certo será tudo acabar em mais um inquérito daqueles que acabam por desaparecer no esquecimento do tempo e da sua irrelevância. De resto os personagens da novela precisam que lhes dêm corda para impulsionar as suas cambalhotas no palco que lhes dá vida...


24 julho 2011

O IMPÉRIO DO SENHOR MURDOCH

Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
O império do senhor Murdoch chafurdou, durante anos, na imundice, transformando o jornalismo numa profissão mais próxima do crime do que da digna função de informar. É verdade que, no meio do lixo de que é proprietário, estão jornais respeitáveis como o "The Wall Street Journal". Mas nunca o direito à informação foi a motivação do Charles Foster Kane da atualidade.
No Reino Unido, os seus tablóides fizeram o que quiseram sem que nunca ninguém lhes tivesse posto um travão. Nos Estados Unidos, a sua Fox dedicou-se à mais desbragada das propagandas, silenciando, humilhando e denegrindo todos os que se opunham à agenda neoconservadora. Duas coisas definem o comportamento deste empresário: falta de escrúpulos e promiscuidade com o poder político, seja o de Bush, o de Thatcher ou o de Blair. Rupert Murdoch sempre usou os seus jornais e televisões para ter poder e o poder para fazer dinheiro.
O único problema de gente como Rupert Murdoch é que a falta de limites acaba quase sempre por os fazer escorregar na sua própria lama. Só se espanta com a sórdida novela do "News of the World" quem não se apercebeu da ténue fronteira que separava o comportamento de muitos dos profissionais que trabalhavam para o magnata e o crime.
A ideia de que o jornalismo deve dar às pessoas tudo o que as pessoas querem, tratando a informação como mera mercadoria, tinha de acabar onde acaba sempre a mercantilização de tudo: na criminalidade comum. Mas convenhamos que o Rupert Murdoch e os seus capatazes não inventaram a pólvora. Se os jornais que publicam têm compradores e leitores é porque não falta quem não se choque com o esgoto que produzem. Se quem escreve não tem limites é porque quem lê não os exige.
No Reino Unido, a investigação parece não poupar ninguém e até o senhor Murdoch teve de ir a uma comissão parlamentar de inquérito para dar explicações. E isto é a parte fascinante da cultura anglo-saxónica. Nada é sagrado. Nem a privacidade dos familiares das vítimas de um atentado terrorista, nem a pose intocável dos poderosos.
Se em Portugal não assistimos à devassa da vida privada que é tão comum no Reino Unido, também nunca alguém do calibre de Rupert Murdoch seria apertado por deputados no Parlamento. Se ingleses e americanos não hesitam em espiolhar a vida de todos para que a turba julgue os pecadilhos privados das figuras públicas, também são capazes de ser severos com os poderosos.
Se nós respeitamos, regra geral, a vida privada dos cidadãos, também temos, como disse um Presidente satisfeito, "uma imprensa muito suave" com o poder. A contenção e a reverência podem, muitas vezes, ser primas direitas. Assim como a coragem e a ausência de limites. Como conseguir uma sem a outra? Não sei. É ir tentando.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/icitizeni-murdoch-o-esgoto-a-seus-pes=f662802#ixzz1T4JBAN2c

OS RANHETAS ELEGERAM O CEGUETA


                                                                                                                                      
António José Seguro ganhou as directas do PS, sucedendo a Sócrates no cargo de secretário-geral. Números oficiais só no próximo dia 30, mas os provisórios apontam para um score de dois terços (contra um terço de Assis). As directas dos grandes partidos são um assunto demasiado sério para ser deixado nas mãos dos militantes. O país não pode arriscar ter como primeiro-ministro alguém que é cooptado pela máquina.
Para já, promete dar liberdade de voto aos deputados. Significa que, em nome dessa liberdade, cada um faz como quer em assuntos vitais?... Enfim, ganhou o cegueta... E não estou a ver-me a votar num partido de ranhetas...

LOVELY HEARTS - CLUB BAND


COMO SUFOCAR O GRITO?!...

                                                                                                                                                   
O grito de E.Munch
                                                                                                                                                        
Não é exactamente país do qual saibamos muito, mas tem uma das pinturas que mais depressa reconhecemos: O Grito, de Edvard Munch, a expressão violenta da angústia. A Noruega é hoje tão rica (petróleo) que se permite recusar a União Europeia, só tem países amigos à volta e aparentemente não devíamos relacioná-la com o seu mais famoso quadro. Ontem ainda, durante a tragédia de uma bomba no centro de Oslo e um tiroteio num acampamento de jovens, vimos chegar as imagens e não reconhecemos nelas a ideia que temos de angústia. Ideia que, dou-me conta agora ao escrevê-lo, nada traduz melhor do que o desespero daquela figura num cais de Oslo, mãos levadas à cara, olhos e boca grotescamente abertos - mas isso é O Grito, não as imagens de ontem. As janelas rebentadas por vários andares, mas as pessoas não reagiam com o desespero a que já nos habituaram os momentos após bomba nos souks de Bagdad e Carachi. Num dos vídeos de ontem, um casal pisa com cuidado os vidros espalhados no passeio e cruza um banco em que um homem continua a ler o jornal. Homem e banco eram esculturas, mas a sua placidez não contrastava com o que se passava à volta. À hora em que escrevo, não sei ainda se o ataque terrorista é de grupo internacional islâmico ou de radicais noruegueses. A ser o primeiro, a resposta norueguesa foi admirável. A ser o segundo, duvido que os noruegueses consigam sufocar por muito mais tempo o grito.
DN-f.f.