MERKEL A IMPERIAL... FRESQUINHA...

Sim, é mesmo isso: as imputações falsas de Merkel fazem pandã com as preconceituosas "avaliações dos mercados" que lançaram, com espasmódicas baixas de rating, os países periféricos numa espiral de dívida. Puxando de galões de honestidade trabalhadora versus o que caracteriza como a preguiça dos países do Sul, a chanceler roça a xenofobia; sabendo-se desprovida de qualquer legitimidade democrática para dar ordens aos outros europeus, evidencia um pendor dirigista que é um muito mau presságio para uma União já em fanicos.
Perante isto, esperar-se-ia uma enérgica reacção dos governos e demais representantes políticos dos países assim atacados e difamados (e de preferência conjunta); mas só PCP e BE mostraram indignação. É pena. E é pena não por qualquer serôdio nacionalismo, mas porque está em causa a verdade e, já agora, a defesa da dignidade de trabalhadores que se vêem assim insultados. E que, perante reformas em catadupa impostas pelos respectivos governos e pelas intervenções externas, só podem questionar-se sobre que sentido faz subir a idade da reforma quando se insiste na necessidade de "vagar postos de trabalho para os jovens", se baixa o preço dos despedimentos - o que só é relevante para os casos dos trabalhadores mais antigos - e se diminui o tempo e o valor do subsídio de desemprego. Num país no qual toda a gente parece tão preocupada com as histórias de filhos adultos que vivem com os pais por alegadamente não auferirem o suficiente para terem uma casa sua, talvez seja altura de pensar no que sucede quando os pais perdem o emprego a 20 anos da idade legal da reforma. Formigas condenadas a ser cigarras - em pleno Inverno.» [DN]