04 fevereiro 2012

JÁ NÃO QUEREM JULGAR SÓCRATES?


                                                                                          
Logo a seguir À realização das eleições houve quem tivesse tido a brilhante ideias de julgar o José Sócrates por todos os males que atingem o país, os idiotas do costume correram às televisões dar conta da sua imensa sabedoria em leis e nessa coisa que agora designa por ciência política, os doutorados em direito vasculharam as leis e a jurisprud
Passados poucos meses já ninguém quer julgar o Sócrates, os crescidos ou já foram devidamente remunerados ou esperam ansiosamente que os chineses os convidem para um lugar num qualquer conselho da REN, se não der para todos ainda podem ir para adjuntos do Relvas ou, quem sabe, para um dos altos cargos de motoristas pagos segundo o acordo colectivo de trabalho de uma escuderia de Fórmula Um, nestes tempos difíceis qualquer coisinha serve. Até os pirralhos desapareceram, devem ter pouco tempo pois já devem estar empossados em administradores de um qualquer hospital deste imenso Portugal dos Pequeninos, onde os idiotas crescidos só se distinguem dos pequeninos pela altura pois a idade mental parou no mesmo ano..
Compreendo que tenham desistido do processo Freeport e que o caso Face Oculta se arraste consumindo o dinheiro dos contribuintes, mas não aceito que até o latifundiário Palma tenha desaparecido, talvez ande a cuidar dos sobreiros e dos seus porcos enquanto o Sócrates se enfia na filosofia. Não aceito que tenham desistido de condenar Sócrates, num tempo em que a Constituição está a ser reciclada pelos papeis Renova, em que a presunção da inocência teve o mesmo fim que os subsídios e em que quem ganhar mais do que o ordenado mínimo ou tiveram menos do que muitos milhões terá de provar a sua honestidade se não quiser ir para a pildra, não teria custado nada à nossa brilhante ministra da Justiça fazer aprovar uma lei com efeitos retroactivos para poder levar Sócrates à barra do tribunal.
É uma pena porque não teríamos a oportunidade de condenar Sócrates ou outros responsáveis políticos do passado, como a lei poderá será aplicável, já sem efeitos retroactivos, ao governo em exercício. Seria interessante saber o que é mais criminoso, se apostar no ensino e na inovação ou desmantelar todo o ensino e investigação para apostar na pelintrice, se apostar no crescimento económico para enriquecer os portugueses apostar na recessão e para o conseguir empobrecer os portugueses. Seria muito interessante saber se deveríamos condenar Sócrates pelas consequências de uma crise financeira a que nenhum país europeu escapou ou condenar Passos Coelho e o Gaspar pelos portugueses que foram forçados ao suicídio, pelos que foram obrigados a viver debaixo da ponte, ou dos que tiraram os seus filhos da escola para que os ricos fiquem mais ricos e talvez decidam investir no país em vez de fugirem ência e apareceram exaustos depois de tanta trabalheira lamentar que não encontraram o raio de um artigo por onde pudessem pegar no malfadado ex-primeiro-ministro. Esgotados os esforços dos idiotas mais crescidos foi a vez dos pirralhos, paspalhos e burros irem ao Procurador-Geral apresentar queixa. Ficava tudo em águas de bacalhau mas sempre dava para mais umas notícia, ainda por cima como naquele tempo estavam com um a fome ao Pinto Monteiro que até a baba lhes corria pelos caninos abaixo mal o processo fosse arquivado podia pedir a cabeça do Procurador-Geral acusando-o de protecção a um perigoso criminoso.
com o dinheiro para a Holanda.
É uma pena que Sócrates fique impune, Sócrates mais os que o antecederam e os que lhe sucederam, é uma pena que tenham desistido de o julgar na barra de um tribunal e que agora o juiz seja um qualquer Relvas que trata os jornalistas como se fossem testemunhas num tribunal plenário, ou dizem o que ele quer ou são postos no olho da rua e ainda levam um par de bofetadas se não se apressarem a dar de frosques.
de O Jumento

quatro almas: antónio de oliveira passos coelho salazar

quatro almas: antónio de oliveira passos coelho salazar

O CFASCÍNIO "BOTAS"

Passos Coelho ao Povo Livre, semanário de capitais angolanos sediados no offshore do Panamá [2]




Passos Coelho na “entrevista” ao Glorioso Sol (p. 10):
    Não é preciso ir buscar o dr. Salazar para perceber que os países que querem crescer têm de poder financiar esse crescimento, e que só é possível financiar crescimento com poupança
    (Bem nos parecia que o doce Cloelho trouxe lá das berças trasmontanas o fascínio das missas cantadas em louvor e pela longa vida do botas...

    PSD - ONDE OS BARÕES PONTIFICAM




    Vasco Graça Moura que deve ser  um velhote teimoso e petulante sem as qualidades requeridas para o desempenho de um cargo público.   O pobre-coitado Viegas  secretário de Estado, que se deve borrar de medo  do Moura,  terá sido obrigado a nomear o dito para Presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém. Pois primeira coisa que Moura fez floi isto:- «O presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, disse esta sexta-feira ao CM que informou antecipadamente o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, de que não iria aplicar o Acordo Ortográfico na entidade para a qual foi nomeado em Janeiro.
    Uma das primeiras decisões da administração presidida pelo escritor e ex-eurodeputado foi mandar retirar os correctores ortográficos instalados nos computadores do CCB, pelo que os documentos
    oficiais irão seguir a antiga grafia da língua portuguesa
    [CM]  
    Imagine-se que o director-geral dos Impostos decidia não aplicar os aumentos de impostos previstos no OE, Passos Coelho manteria o secretário de Estado e o director-geral no cargo?
      «O presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, disse esta sexta-feira ao CM que informou antecipadamente o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, de que não iria aplicar o Acordo Ortográfico na entidade para a qual foi nomeado em Janeiro.
    Uma das primeiras decisões da administração presidida pelo escritor e ex-eurodeputado foi mandar retirar os correctores ortográficos instalados nos computadores do CCB, pelo que os documentos oficiais irão seguir a antiga grafia da língua portuguesa.» [CM]
    Acagaçados... o Graça pôs em evidência  que no PSD Coelho anda por ali a grilar baixinho para não incomodar os barões




     
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    02 fevereiro 2012

    AGUARDEMOS...

    Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

    Será que vai haver um reformado do Banco de Portugal , nem que seja um só que queira para si aquilo que promulgou para todos os funcionários públicos?(estamos a pensar no ínclito líder da Gasparika que passa por ser coadjuvado por um coelho que faz gri-gri.  Sabemos que os aposentados do Banco de Portugal não se regem pelas disposições da Função Pública. Sabemos que a moral não é para aqui chamada, nem os bons costumes, nem a ética, nem a condição de pessoa de bem. Sabemos que quem pode, manda e obedece quem deve. Sabemos que há quem jure fazer cumprir a Constituição e sabemos que há quem a cumpra porque nunca poderá jurar que a mandará cumprir.Aguardemos mas, mesmo sem sabermos se o sinal se dará, já nos devemos pôr no papel de pategos a preparar as canas que farão o foguetório rebentar caso se venha a verificar algo de excepcional. O nosso imaginário já permite conceber que a homilia começará por "Embora a isso não estivesse obrigado...!"
    inspirado aquiLNT [0.087/2012]

    A TONGA DOS ALEMÃES

                                                                                              

    É dos livros (de História): a gente dá o Dia da Restauração da Independência e os alemães agarram logo num comissário para regular as nossas contas. Vice-rei das dívidas de Portugal e dos Algarves, chamar-se-á a um qualquer Maximilian von Thurn und Taxis que venha controlar os excessos das nossas bandeiradas. Quer dizer, por enquanto Angela Merkel quer isso só para os gregos, mas os protetorados são como as cerejas, e nós vamos a seguir. O indirect rule, como se chama quando um Estado cavalga outro Estado, começa sempre na Grécia: no séc. XIX, a Inglaterra ocupou a ilha de Corfu e outras ilhas Jónicas, e fazendo de conta que elas eram independentes tratou-as com direito de pernada. Tempos depois já estavam a "protetorar" a ilha de Tonga, no meio do Pacífico. Portugal seria, não já, mas a seguir à Grécia, a Tonga dos alemães. Os reis de Tonga tinham um penacho no capacete e o nosso Presidente, já com as dificuldades financeiras que se lhe conhecem, tinha de arcar com mais essa despesa. É sempre a mesma coisa, a política: põem-nos um comissário para controlar os gastos e a primeira coisa que fazem é aumentar as nossas contas. Penachos! Não vi da parte dos políticos portugueses grande emoção sobre esta hipótese de ingerência estrangeira, mas não sou cego. Em Belém já existem capacetes com penachos, à porta e à cabeça de garbosos militares da GNR. Os alemães não têm nada para nos ensinar.» [DN]


    Autor:



    Ferreira Fernandes

    de Henri Rousseau
    O tigre na floresta

    A cereja em cima do bolo



    «Os loucos que investiram $260 biliões em energias renováveis em 2011 [que quintuplica o valor do investimento em 2004] provavelmente não tiveram o privilégio de partilhar a erudição desinteressada de empresários e gestores da craveira de Patrick Monteiro de Barros e Miral Amaral. Estes ilustres defensores do nuclear voltam à carga mal farejam a fragilidade política que permite bons negócios privados e públicas ruínas. A coberto da troika querem agora liquidar o cluster nacional de energias renováveis, que ao contrário da quimera nuclear, potencia o sistema científico-tecnológico nacional, gera emprego e riqueza locais, e potencia exportações de energia e de bens e serviços associados. A questão que se impõe é a seguinte: será que Patrick Monteiro de Barros, Mira Amaral e Pedro Sampaio Nunes tem memória curta ou motivos fortes para defenderem com tanta insistência uma tecnologia que perde terreno em toda a linha e nas várias geografias para as energias renováveis.»
    De um dos três posts de Tiago Julião Neves, a ler no Jugular, a propósito do manifesto que pretende discutir a introdução da energia nuclear em Portugal. A cedência a este lobbie, onde pontuam destacadas figuras da direita (de Mira Amaral a José Ribeiro e Castro), seria a cereja em cima do bolo para um governo que gosta de chafurdar no mais irresponsável e retrógrado experimentalismo.

    PERSEVERANÇA (CEGUEIRA) DOENTIA E SUICIDÁRIA

     


    Esse é um filme que não é o nosso. O nosso filme não é esse. Não é o de andarmos sempre a desculpar com as condições, com as mudanças, com as contingências. Nós simplesmente, como gente adulta e madura, vamos cumprir o que lá está. Custe o que custar” Pedro Passos Coelho na apresentação do livro “Contributos para uma Social-Democracia Portuguesa”, 31.01.2012. link.
    Há gente que não aprende com as experiências dos outros. Pior, não é capaz de interpretar os sinais que lhe chegam a casa.
    Não somo piores, nem melhores do que a Grécia. Somos diferentes, temos níveis diferentes de problemas, teremos problemas específicos. Mas os caminhos que nos apontam são exactamente os mesmos. Não vale a pena continuar a iludir o presente e a esperar prodígios em relação ao futuro.
    Os sinais do presente mostram, por outro lado, que uma profunda recessão subsidiária da austeridade não é uma solução para nada. Ou quando muito será um passo para o aprofundamento do endividamento.
    A convicção do actual 1º. Ministro de que vamos ser capazes de sair deste atoleiro por esta via (actual receita da troika e os seus timings), vejam o desplante – “custe o que custar” – só pode sair da boca de um obstinado insensível às questões sociais, de um analfabeto político ou de um macabro impostor de pacotes neo-liberais debruados por amanhãs gloriosos...
    Precisamos, para ultrapassar esta tremenda e desgastante crise, de mentes esclarecidas e clarividentes. Dispensamos, com certeza, estes rígidos arautos da obstinação.: bem pode o pertinaz defensor de um empobrecimento à força esperar que, por este caminho, antes do que pensa, esta atracção pelo abismo acabará por lhe “custar” o cargo. É que não há pano para mangas. E esta constatação não é uma desculpa. É a crua realidade. Se é verdade que a austeridade não é solução (passou a ter a categoria de “instrumento”), os comportamentos obcecados aproximam-se, nitidamente, do foro patológico.

    01 fevereiro 2012

    FIEM-SE NAS VIRGENS E NÃO CRESÇAM

    Fiem-se nas virgens e não cresçam




    Até há bem pouco tempo, as orações iam todas, direitinhas, para a Nossa Senhora dos Mercados. Com uma austeridade rigorosa e abnegada - diziam-nos - eles comover-se-iam e recuperaríamos a sua confiança. Ainda recentemente, depois da assinatura do acordo de «consternação social», o ministro Álvaro renovava a sua fé nos poderes da penitência e o ministro Gaspar, em êxtase místico, garantia ter já encontrado o «Ponto V», de viragem. E até a pitonisa lusa do FMI, Estela Barbot, viu no dito acordo um sinal positivo aos mercados.

    O problema, porém, é que não há meio de os mercados darem igual sinal de retorno. Desde o início da crise, como mostra o
    gráfico, a sua irritação não pára de aumentar. Nem mesmo depois (ou talvez também por isso) da promessa solene de Carlos Moedas, feita ainda antes das eleições: «com as reformas que o PSD vai implementar, eu digo-lhe que ainda vão subir o rating, não sei se nos próximos 6 meses, se nos próximos 12 meses, ainda não se sabe quando haverá um novo Governo». Se tinha dito «taxas de juro», em vez de rating, Moedas acertava em cheio.

    Perante a ingratidão dos mercados, as preces do governo começaram a virar-se para Nossa Senhora Merkel. Portando-nos bem, cumprindo tudo direitinho, com sacrifícios a horas e suplícios a triplicar, para lá do que foi pedido, o reforço da ajuda não falhará, está garantido. Só é pena é que também esta santa já tenha começado a dar sinais de pouca fé, em Davos. Perante a proposta de reforço atempado da contribuição para o fundo de resgate, a chanceler tratou de lançar um
    aviso à navegação: «não queremos uma situação em que prometemos e no final não podemos cumprir».

    (Publicado originalmente no Ladrões de Bicicletas)

    O QUE QUERES SER QUANDO FORES GRANDE



    CLARO QUE AO JOÃOZINHO NÃO FOI SUGERIDA A
    OPÇÃO DE PERTENCER AO BANCO DE PORTUGAL...



    Noronha do Nascimento, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, levantou a questão da perda de direitos adquiridos numa perspectiva que tem sido ignorada pelo Governo e pelo Presidente da República. A defesa da ideia de que não há direitos adquiridos que aprece ser defendida pelo Gaspar combinada com a discricionariedade com que se elegem os direitos a serem eliminados poderá conduzir a um PREC.
    Quando um ministro das Finanças assegura que as suas medidas não se aplicarão a si próprio no dia em que regressar ao Banco de Portugal e para se certificar disso faz nomear um secretário de Estado da Administração Pública um funcionário daquele banco que rapidamente altera o estatuto da instituição para blindar as mordomias dos seus funcionários contra qualquer política governamental, assegurando-lhes um estatuto de estrangeiros no seu próprio país.
    Quando gente que ganha pouco mais de seiscentos euros de pensão depois de terem descontado durante mais de quatro décadas perde o direito aos subsídios e sabe que gente como Luís Cunha ganha uma pensão vitalícia desde jovem porque trabalhou durante meia dúzia de anos no banco de Portugal e que com o argumento da independência deste banco ninguém lhe poderá tocar nos subsídios.
    Quando se sabe que há gente a passar fome e a perder a casa de habitação em consequência do corte discricionário e brutal do rendimento e vê no Diário da República serem nomeados diariamente assessores e adjunto que das mais diversas formas vão receber o equivalente aos subsídios. E como se isto não bastasse o governo ainda tenta enganar os portugueses e iludir a obrigação de publicar as contratações e respectivas remunerações em DR recorrendo ao esquema dos contractos de adjudicação.
    Quando os que suportam a austeridade sabem que a mana da ministra da Justiça é designada para um alto cargo pela colega da pasta da agricultura, que a privatização da EDP serviu para alguns ganharem chorudos sacos de dinheiro incluindo subsídios.
    O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça tem toda a razão para recear que se abra a caixa de pandora, se os mais elementares direitos não são respeitados pelo Governo quem obriga o povo a aceitar que direitos abusivos e oportunistas sejam mantidos. Ainda é cedo para se conhecerem as consequências sociais destas opções políticas sacanas, o tempo dirá se Noronha de Nascimento tem razão ou se pecou por defeito na sua previsão.
    PS: Curiosamente ninguém mandou abrir um inquérito ao Presidente do Tribunal de Justiça apesar de ele ter dito algo de muito parecido ao que disse Otelo Saraiva de Carvalho...

    SEXO DOS ANJOS


    Agora que o n.º 110, relativo a Fevereiro, chegou às bancas e livrarias, deixo aqui a crónica
     O Sexo dos Anjos, publicada no n.º 109 na minha coluna Heterodoxias:Ouvi há dias na televisão o Jorge Silva Melo dizer que a literatura portuguesa tinha desistido da realidade. Para ser exacto, ele não usou o verbo desistir. O que ele disse foi mais ou menos isto: «A ficção portuguesa tem dificuldade em lidar com a realidade, mas isso não era assim nos anos 50 ou nos anos 60, quando qualquer escritor, até um escritor menor como o Fernando Namora, ansiava encontrar-se com temas presentes.» Antes de concluir, «agora passa-se tudo nas memórias coloniais ou no D. João V...», deu como exemplo Domingo à Tarde (1961), romance com acção centrada no Instituto Português de Oncologia, onde Namora, que era médico, trabalhava.O documentário de João Osório em que Silva Melo fez estas considerações era sobre o efeito da sida na arte: literatura, poesia, música, bailado, pintura, fotografia, cinema, teatro.
    Trinta anos passados sobre a descoberta do VIH, em Junho de 1981, é revelador que a representação da sida na literatura portuguesa seja praticamente nula. O défice de real traduz o quê? Conflito com a realidade? Eugenia corporativa? Provincianismo?

    Sou capaz de perceber que autores formados à sombra do Estado Novo (os que nasceram antes de 1950) tenham relutância em falar de um vírus de que tiveram conhecimento jornalístico na meia idade. Mas os mais novos, os que cresceram com a progressão da síndrome da imunodeficiência adquirida (nunca o termo work in progress foi tão certeiro), preservativo no bolso desde a puberdade, mesmo esses, aos costumes dizem nada. Viciados em residências de escrita criativa, para quê chafurdar na realidade?

    Como não há regra sem excepção, lembro o romance de estreia de Pedro Vieira
    , Última paragem, Massamá (Quetzal, 2011). As febres e suores de Lucas podem não ser decisivas na arquitectura do livro, mas a história que Vieira conta não passa ao lado da realidade. Camelot fica muito longe da rua da Imprensa Nacional.

    Ao invés, no Brasil, autores de primeiro plano andam há mais de vinte anos a estabelecer um nexo entre sida e literatura. Por exemplo, Herbert Daniel (1946-1992), desconhecido em Portugal, embora aqui tenha feito estudos de medicina ao mesmo tempo que trabalhava como free lance journalist numa revista feminina. Entre outros romances, Herbert publicou Alegres e Irresponsáveis Abacaxis Americanos (1987), pondo em pauta a discriminação ideológica dos seropositivos. Antes disso já havia escrito e publicado inúmeros ensaios sobre o tema, mas agora estamos a falar de literatura.Não era a primeira vez que o público brasileiro se via confrontado com a sida. Isso aconteceu logo em 1983, quando Caio Fernando Abreu (1948-1996) publicou a novela Pela Noite, considerado o primeiro texto ficcional brasileiro sobre o VIH. A partir de 1991, Pela Noite passou a fazer parte do volume Triângulo das Águas. Em obras posteriores, o discurso será explicitado com maior veemência: «Cuidado comigo, eu sou a dama que mata, boy

    Contista admirável, gaúcho acarinhado pela intelligentzia paulista, Caio está hoje publicado numa dúzia de países excepto em Portugal. Não se percebe. Livros como Morangos Mofados (1982), Os Dragões não Conhecem o Paraíso (1988), Onde Andará Dulce Veiga? (1990) e Ovelhas Negras (1995; ao lado dos últimos, inclui alguns dos primeiros contos do autor), para citar apenas os meus preferidos, são do melhor que a literatura de língua portuguesa tem produzido.

    Sem pretender ser exaustivo, chamaria ainda a atenção para
    Uma História de Família (1992), romance de Silviano Santiago, bem como para dois contos de Bernardo Carvalho inseridos em Aberração (1993).

    E nós por cá? Nós por cá escrevemos sobre o sexo dos anjos, um tema sempre actual, ou, como diz Silva Melo, presente.

     by Eduardo Pitta  url

    REVOLTAS DE 31 DE JANJEIRO DE 1891

    REVOLTA DO PORTO DE 31 DE JANEIRO DE 1891




    "… O movimento do Porto [Revolta do 31 de Janeiro] teve a cumplicidade de todo o partido republicano, que nele cooperou, e da maioria dos seus chefes, que lhe deram o seu apoio, o seu aplauso e a sua sanção. Não foi uma aventura, e se o foi, foi uma aventura de muitos …

    O dia seguinte das revoluções não pertence aos revolucionários. Mal concluída a sua obra, trémulos de emoção, tintos de sangue, cobertos de fumo, eles olham em torno, e surpreendidos, encontram-se já em outras mãos. O soldado volta à caserna e à disciplina que o subjugava na véspera, o operário regressa à sua antiga miséria, o funcionário à sua mediania, o estudante à sua classe, e aqueles mesmo que se supuseram predestinados para orgulhosas missões, são por seu turno forçados a ceder o seu lugar, tão penosamente conquistado, a outros que, se não partilharão d sua glória, se apropriarão da sua obra …
    "

    João Chagas, in
    História da Revolta do Porto de 31 de Janeiro de 1891: depoimento de dois cumplices (João Chagas & Ex-Tenente Coelho), Lisboa, Empreza Democrática de Portugal, 1901

    GENTE SEM CRITÉRIO NEM VERGONHA NA CARA


     FUNCI
    ONÁ
    RIOS
    DO
    BANCO
    DE
    PORTU
    GAL
    VÃO
    RECEBER
    SUBSIDIOS
    DE FÉRIAS
    E DE NATAL

    ESTA É MAIS UMA
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     TRAPALHADA
    UMA
     ESPÉCIE DE CONCUBINATO POLÍTICO
    INCESTUOSO
    - OU A VITÓRIA DAS RATAZANAS

    DO SISTEMAQUE COMEM TUDO 

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    31 janeiro 2012

    A SOFREGUIDÃO DO MERCEEIRO NÃO DEVE DAR CAGANEIRA...


    Quando dizem ‘compre o que é nosso’ falam de produtos portugueses ou holandeses?”
     
    A notícia sobre a mudança do principal acionista da Jerónimo Martins para uma filial holandesa chegaram à Holanda e reanimaram o debate político sobre a competição fiscal, disse 
    àLusa    o eurodeputado   Bas Eickhout.


    Angela MerkelAngela Merkel chega hoje à cimeira em Bruxelas com uma crescente pressão interna para não continuar a emprestar à Grécia o dinheiro dos contribuintes alemães. A proposta para ocupar Atenas é vista como uma resposta à cada vez maior resistência dentro do seu partido ao financiamento da crise do euro. “Se os gregos não avançarem com o programa de reformas, não pode haver mais ajuda”, disse Horst Seehofer, o líder bávaro da CSU,parceiro da CDU de Merkel.
    Ontem, o deputado europeu Paulo Rangel admitiu que em Portugal todos os riscos são possíveis..

    AFINAL... NÃO MORREU NINGUÉM - QUARTEL EM BELÉM...


    Tudo como dantes, quartel-general em Belém
    No sábado, o Expresso noticiava que há uma “divisão profunda” entre o Presidente da República e o Governo, com Cavaco a discordar de alguns cortes na despesa e a temer "sangrias" na função pública e na Saúde.
    No domingo, o Público voltava à carga, dando conta de que Cavaco e outras personalidades do seu círculo político não escondiam o desagrado com a austeridade, que, em seu entender, irá conduzir à destruição da classe média e, consequentemente, do tecido económico português, que assenta em pequenas e médias empresas, que vivem do consumo.
    Afinal, nada disto é verdade. Liberato, em nome do Presidente da República
    , “nega desentendimentos com Governo”, pelo que Cavaco está de acordo com a política do Governo e jamais lhe passou pelo cocuruto exigir o afastamento do ministro das Finanças...
    C.C.««daqui

    30 janeiro 2012

    O VERDADEIRO ARTISTA EM ACÇÃO


                                                                                         
      Cinco gloriosas causas  defendidas pelo glorioso Centro  Democrático e Social, cujo paradeiro perdemos em Junho e ainda não as descobrimos:   1. O Apoio à Lavoura.   2. O Aproveitamento do Mar       3. A Segurança nas Ruas.    4. A Celeridade da Justiça. 5. A Defesa Intransigente do Contribuinte Espoliado. Mas... o que se verifica é...  o contribuite cada vez  mais depenado
      o adjunto da Cristas
      Se alguém souber onde param essas medidas
      faça o favor de se apresentar!

      COISAS SECRETAS E OUTRAS NEM TANTO

      Senhor Primeiro-ministro, tem mesmo a certeza de que só teve um encontro com o famoso ex-chefe das secretas?


      29 janeiro 2012

      O "CARALHO" DA SILVA


      Catroga terá ido para presidente da SIC««« clique no link para ver e ouvir

      HAJA DECORO...

                                                                           


      O destruidor do tecido produtivo português dos anos 80, o líder de anos e anos de repressão policial, o Pai do Monstro do Défice, o padrinho de uma troupe de vigaristas, ladrões e assassinos que hoje estão presos ou andam fugidos, transformou-se na maior inutidade do Portugal Democrático. Ainda assim, uma nulidade muito bem paga e que sai caríssima aos cofres do Estado.
      Com a austeridade que toca a todos, com a miséria a agravar-se na sociedade portuguesa, com o aumento exponencial dos que passam fome, o actual Presidente da República, um dos poucos reformados em Portugal que vai receber Subsídio de Férias e de Natal em 2012, tem o desplante de vir dizer que «só» vai receber de reforma 1300 euros e que a mesma não lhe vai chegar para as despesas.
      Porque é mentiroso compulsivo e não tem vergonha disso, e porque não tem pela frente jornalistas com tomates que lhe façam as perguntas certas, «esquece-se» de que, como ex-Presidente da República, vai usufruir de um conjunto de mordomias inqualificáveis para os tempos que correm:
      - subvenção mensal vitalícia igual a 80% do vencimento do Presidente da República em exercício;
      - no caso de morrer, subvenção mensal vitalícia de 50% do vencimento do Presidente da República em exercício para a sua viúva;
      - Direito ao uso de automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal, com condutor e combustível;
      - Direito a dispor de um gabinete de trabalho, sendo apoiado por um assessor e um secretário da sua confiança;
      - Direito a ajudas de custo nos termos da lei aplicável às deslocações do Primeiro-Ministro;
      - Direito a livre trânsito, a passaporte diplomático nas suas deslocações ao estrangeiro e a uso e porte de arma de defesa.
      E como José Sócrates alterou em 2008 a lei que vinha de 1984, vai poder acumular todas estas subvenções com as pensões de Reforma a que tem direito.
      E no fim disto tudo, ainda tem a lata de vir queixar-se de que se só vai receber 1300 euros de reforma por mês. Haja decoro.
      de cinco dias.net


      O "SPIN" DO PRESIDENTE COMEÇOU A TRABALHAR

      Publicado em por Depois das desastrosas declarações sobre as pensões, o spin do Presidente começou atrabalhar na recuperação da sua imagem.Cavaquistas” contra Vítor Gaspar, no Público; Cavaco contra cortes e em defesa da função pública, no Expresso. São vozes sem rosto. São as vozes do “spin”.


      AS TARTARUGAS AINDA ANDAM PELAS GALÁPAGOS

      Chelonoidis elephantopus: "lonesome george" deve ter a companhia de 40 tartarugas gigantes que se julgavam extintas desde o séc. XIX


      Julgava-se que  depois de Darwin ter passado pelas Galápagos, a subespécie de tartarugas gigantes Chelonoidis elephantopus já se teriam extinguido, mas a Current Biology, citada pela Time, diz que afinal pode haver ainda 40 exemplares vivos. Estas tartarugas gigantes têm a particularidade - que útil ela nos seria em tempo de crise - de sobreviver anos sem comida nem água. Felizmente, talvez haja um pouco mais de biodiversidade do que julgamos.

      O PSD PARECE UM SACO DE LACRAUS







      Que há divergências entre o cavaquismo e o neoliberalismo dos estarolas já se sabia. Mas agora as coisas parecem estar ao rubro, a ponto de, segundo se lia ontem no Expresso, o PSD, através de “um alto responsável da maioria”, dizer querer ajudar Cavaco “a terminar o mandato com dignidade”. O colossal estampanço de Cavaco na semana passada levou os estarolas a atirarem-se a ele sem contemplações. A reacção de Cavaco, bem ilustrada nas manchetes do Expresso (ontem) e do Público (hoje), revela que a coisa promete.
      Apesar de termos um governo que aposta tudo na destruição do “modelo social e económico construído após o 25 de Abril”, é possível confiar no spin cavaquista, quando o Presidente da República já disse tudo e o seu contrário e preparou meticulosamente a queda do anterior governo (que nos atirou para a situação actual)? Afinal de contas, que querem os cavaquistas?:
      Aguardemos pelos próximos episódios.
      sem espinhos