24 abril 2010

SINDICALISTA LATIFUNDIÁRIO? E PORQUE NÃO?







Drag and drop meDrag and drop me Drag and drop me

O Sindicato do Ministério Público é dirigido por um militante do PSD, latifundiário no Alentejo revelou Ângelo Correia, em entrevista publicada na Revista Única - Expresso de hoje "A justiça...Independência e autonomia - nada contra. Mas é preciso fazer alguma coisa com o Ministério Público... Dominado pelo PC pergunta a jornalista? Dominado por grupos diferentes com agendas políticas diferentes. O Ministério Público é dirigido por um militante do PSD, latifundiário no Alentejo"

QUEIXA DAS ALMAS JOVENS CENSURADAS

clicar nneste link a para ouvir josé mário branco o poema foi escrito por natália correia, e gravado pela primeira vez por josé mário branco em 1971.fala de um país que, verdadeiramente, muitos não conheceram. um país fechado, sem sentido, de nó na garganta, como na interpretação que josé mário branco foi carregando ao longo dos anos.

CRIME SEM CASTIGO



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ÓPERA BUFA NO PARLAMENTO

Dois meses passados, Rui Pedro Soares vestiu finalmente o papel de Oliver North que lhe estava destinado: pediu desculpa ao primeiro-ministro e alegou ter invocado o seu nome em vão. Depois calou-se. O PS, que dias antes tinha criticado um "jornalista" por se escudar no sigilo profissional, condescendeu. O episódio foi apenas mais um sinal de que o Parlamento se está a transformar e, pelo caminho, a degradar. Quando chegarem ao fim os trabalhos da comissão de inquérito ao "negócio" PT/TVI não estaremos mais próximos da verdade e o Parlamento sairá ainda mais fragilizado. Bem tem avisado Mota Amaral que os deputados não estão num tribunal e que os interrogatórios intermináveis são uma coisa de outro tempo. Os avisos caem em saco roto. Os deputados polícias vieram para ficar e com eles as investigações parajudiciais, sem meios, sem formação, sem possibilidade de defesa, tudo servido em directo online.
Pois nós, quando essa famigerada comissão foi constituida, referimos que a designação de Mota Amaral para a sua presidência poderia ser uma garantia para que coisa não se abandalhasse. Nem nos passava pela cabeça que naquele parlamento habitaria tanta boçalidade, mesquinhês e falta de princípios, exibidas alegremente em directo pelas sôfregas TV's, com destaque para uma certa canalhinha provocadora do PCP e BE., mas sempre na boca de cena. Parece que Mota Amaral se desunha para manter dentro dos limites aquela espécie de ópera bufa... da qual o prestigiado político dos Açores acaba por ser o contra-regra.
Muito se prestigiaria, a si e ao Parlamento, se desse um murro na mesa e se demitisse, declarando que, com ele, o regime democrático não seria achincalhado, nem o Parlamento instrumentalizado para operações de guerrilha e outras operações partidárias de baixa política. Como a coisa está todos irão ficar mal na fotografia, a começar e acabar no seu presidente que ficará enredado nas teias que MFL( a aranha negra) teceu

PECAMINOSO

Cadeia televisiva brasileira filmou padre pedófilo. Sacerdote está em prisão preventiva

23 abril 2010

CAVACO SILVA RENDE-SE AOS CRAVOS VERMELHOS

Este ano, há cravos em Belém.
Em Janeiro, há eleições presidenciais
em todo o país

ONDE PÁRA O "PEC" ALTERNATIVO DE COELHO?

VAMOS POUPAR NO PAPEL HIGIÉNICO... NOS PALITOS E NOS GUARDANAPOS...REFORCEM-SE AS DOTAÇÕES PARA A LAGOSTA E O BARCA VELHA...
Depois de, no pec, o governo ter dito mata (congelamento de salários e prestações), a margem de manobra que restava ao PSD era curta. Pouco mais poderia fazer do que dizer esfola (redução nominal de salários e prestações). Descartada a "via Frasquilho", Passos Coelho, ainda assim, não hesitou em criar muita expectativa em torno de um PEC alternativo. Quarta-feira, depois de semanas e semanas de "agarra-me se não eu digo o que faria", lá ficámos a conhecer o milagre da consolidação orçamental passista. Uma redução da despesa em 1700 milhões, mesmo com a reposição dos benefícios fiscais. Tudo assente em cortes em pareceres, na utilização de software livre e na redução das despesas com comunicações. As sugestões só podem ter a resposta que Nick Clegg, o líder dos liberais-democratas britânicos, deu no debate da semana passada. Perante as propostas para disciplinar as contas públicas dos seus opositores, Clegg respondeu que o que sugeriam é que era possível poupar muito dinheiro cortando nos clips. No fundo, no caso português, o que Passos sugere é que a diferença do seu PEC estaria no papel higiénico. Mas como, mesmo que se acabasse com todo o papel higiénico, não se chegaria aos milhares de milhões necessários, só podemos desconfiar que há, de facto, outros lados onde se pretende cortar. Tudo indicia, aliás, que o essencial seriam cortes com aquisições e serviços na saúde. Os tais 3,5 mil milhões de euros também referidos. O problema é que estamos a falar, por exemplo, de medicamentos e meios de diagnóstico. O que revela que talvez o papel higiénico não passe de um biombo. Era mais sério dizer de facto ao que se vem.

OS INQUISIDORES

É deprimente assistirmos ao espectáculo indecoroso de deputados da Nação, eleitos para cuidarem do bom andamento da coisa pública, armados em polícias de costumes em busca da cagadela fora do penico e muitos deles a dar largas ao seu sentido persecutório bebido nas alfurjas das ideologias estalinistas/maoistas, masturbando-se intelectualmente com pedaços dos seus imaginários goulagues , onde as suas mentes policiescas imaginam prender em degredo os adversários políticos. Horroriza ver o maoista-estalinista Pacheco, com aquele seu ar inquisitorial, pronto para empurrar para a pira os adversários que contrariem as suas verdades ou sejam obstáculo aos propósitos da sua seita. Uma vergonha essa comissão inquisitorial.

21 abril 2010

O UIVAR DO CÃO DE FILA DO PPD


Segundo o Diário de Notícias revela hoje, Pacheco Pereira terá afirmado, ontem, durante um debate sobre «o estado da democracia» organizado pela JSD de Leiria: «Ninguém pense que é fácil ganhar as eleições ao PS», pois o PS controla fundações, a comunicação social e os negócios. «O PSD não pode competir com o PS assim OK.
A parte dos media é muito curiosa. Sendo público e notório que a opinião assinada por André Macedo, i / António Barreto, Público / António Nogueira Leite, CM / António Ribeiro Ferreira, CM / Constança Cunha e Sá, CM / Daniel Oliveira, Expresso / Eduardo Cintra Torres, Público / Eduardo Dâmaso, CM / Francisco José Viegas, CM / Helena Matos, Público / Henrique Raposo, Expresso / Joana Amaral Dias, CM / João César das Neves, DN / João Miguel Tavares, CM / João Pereira Coutinho, CM / José António Saraiva, Sol / José Eduardo Moniz, CM / José Manuel Fernandes, Público / o próprio José Pacheco Pereira, Público, Sábado, SICN / Luís Campos e Cunha, Público / Manuel António Pina, JN / Maria João Avillez, Sábado / Mário Crespo, SICN / Medina Carreira, SICN / Nuno Rogeiro, Sábado, JN / Paula Teixeira da Cruz, CM / Paulo Pinto de Albuquerque, DN / Paulo Tunhas, i / Pedro Lomba, Público / Rui Moreira, JN / Rui Ramos, Expresso / Vasco Graça Moura, DN / e Vasco Pulido Valente, Público (cito por ordem alfabética os mais relevantes),que têm como traço distintivo o ataque cerrado, em maior ou menor grau de corrosão, às políticas do PS e à pessoa de José Sócrates, qual é afinal a parte que o PS controla?

UM COELHO APRESSADO E CONFUSO


A urgência de rever a a Constituição da República é contestada por diversos professores de direito. Vital Moreira chama até a atenção para o que pode estar oculto nesta súbita vontade de rasgar a lei fundamental. E Pedro Lains fala mesmo em direita golpista. Escolho um caminho mais modesto para avaliar o coelho tirado da cartola por Passos Coelho no congresso do pavilhão dos Lombos: olhar para a composição do grupo de trabalho criado para fazer um projecto de revisão constitucional.Desde logo, não lembrava ao careca confiar a Paulo Teixeira Pinto, presidente da Causa Monárquica, a coordenação do grupo de trabalho — precisamente no ano em que se comemora o centenário da República. Depois, não satisfeito com esta proeza, o PSD convidou para o grupo de trabalho gente tão respeitável como o criptofascista Blanco de Morais ou o santanista Bacelar Gouveia.Compreende-se, assim, a nota divulgada por Rui Medeiros, na qual este professor da Universidade Católica esclarece que não integra o grupo de trabalho, ao contrário do que o PSD vinha anunciando, tendo apenas manifestado a sua disponibilidade para dar o seu parecer sobre questões jurídico-constitucionais sempre que a comissão entender ouvir "peritos independentes e externos". Safa, terá pensado o constitucionalista da Universidade Católica, anda um sujeito a queimar as pestanas para agora ser confundido com esta gente...
c.corp.

BENTO XVI A DORMITAR NA MISSA


Durante a missa celebrada em Floriana, Malta, o Papa Bento XVI adormeceu por instantes e teve que ser acordado pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, monsenhor Guido Marini. Depois da missa que decorreu no último domingo, Bento XVI reuniu-se com oito vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica na década de 80. O Papa "chorou connosco", disse uma das vítimas, Lawrence Grech, depois do encontro. “Estou impressionado pela humildade do Papa. Ele assumiu o embaraço causado pelos outros. É muito corajoso. Ouviu-nos individualmente e abençoou uma cruz que eu levava comigo”, descreveu Lawrence Grech.Apesar da importância do encontro, Bento XVI não é imune às redes sociais e as suas imagens a dormir durante a missa estão a correr o mundo.

O CORNO MANSO


Há escassos dias, António Mexia explicou que, se os vencimentos e prémios que ganha são tão altos, é porque os accionistas assim decidiram. Por muito que isso lhe desagrade, não lhe resta senão resignar-se.

Mas eis que, na 5ª feira, um dos principais accionistas da EDP (mais precisamente o Estado) não conseguiu sequer incluir na ordem de trabalhos a sua proposta de congelamento temporário dos prémios dos gestores.

Parece assim confirmar-se que a opinião dos accionistas – incluindo alguns dos maiores – dificilmente consegue fazer-se ouvir, quando mais impor-se.

Serão de facto os accionistas quem fixa os vencimentos dos gestores? Não propriamente. As remunerações dos corpos gerentes são usualmente determinadas por uma comissão de vencimentos, de modo que a questão deveria antes ser: quem nomeia os membros dessa comissão? Igualmente relevante seria descobrir quem nomeia os presidentes das assembleias gerais que recusam admitir à discussão a redução ou o congelamento dos prémios dos gestores

.Esgravatando um pouco o assunto, descobre-se que, nas grandes sociedades anónimas, quem manda é de facto um reduzido núcleo de poder envolvendo um ínfimo número de accionistas detentores de posições de controlo, mancomunado com os homens de mão que a si associam para controlarem a marcha dos acontecimentos no dia a dia.

Estas pessoas não só fixam os vencimentos e os prémios dos gestores, como também nomeiam as administrações não-executivas, os conselhos de gestão, as mesas das assembleias de sócios, os conselhos fiscais, as comissões de remunerações, os directores de topo e, em geral todos os cargos influentes e bem pagos.

Em muitas das nossas maiores empresas, esses lugares são distribuídos pelos familiares dos maiores accionistas, como, tantas vezes, os seus apelidos tornam evidente. Além disso, servem-se ainda do poder que detêm para recrutar vastas clientelas de quadros superiores e intermédios e para seleccionarem fornecedores dos mais diversos bens e serviços em condições de favor.

Esta breve descrição não esgota as formas através das quais um pequeno número de accionistas dispõe em seu favor do património que é propriedade nominal de milhares ou dezenas de milhares de pessoas e de que, afinal, eles não possuem mais do que uma fracção, por vezes mínima.

Em tudo isto, a grande massa dos accionistas não é tida nem achada. Os vencimentos e prémios dos gestores são na verdade atribuídos por aqueles poucos accionistas a quem eles prestam serviços e retribuem favores.Em tudo isto, cabe apenas ao Estado o papel do corno manso.

Estamos entendidos?.

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As seguintes fotografias também

20 abril 2010

E-ESCOLINHA - MAGALHÃES


Europa adopta programas semelhantes ao e-escola e ao e-escolinha!
Os países europeus, reunidos em Espanha, decidiram adotar um programa de promoção do uso de computadores portáteis e de Internet no ensino, semelhante ao programa português e-escola.
E para o caso de ainda "aguentarem":
Tudo parece indicar que o Presidente Obama também quer assim um programazeco do tipo, sei lá!, como o Magalhães...
Ele há cada
notícia!
1ª Nota da direcção deste blog: Tudo indica que estas notícias não são estranhas ao facto de Maria de Lurdes Rodriges estar a dirigir a Fundação Luso-Americana...
2ª Nota a ver se a gente se entende: O que vamos fazer ao tempo gasto por uma data de senhores, numa tal Comissão de Inquérito? Pagar-lhes
?

A AVIAÇÃO COMERCIAL ESTÁ EM SOBRESSALTO

EM GRANDE SOBRESSALTO

A NUVEM MOVE-SE

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A NUVEM MOVE-SE

MANSIDÃO


OS COMENSAIS


Drag and drop meDrag and drop meDrag and drop meDrag and drop meDrag and drop meDrag and drop meDrag and drop meÉ grande a expectativa dos comensais que se arregimentam à volta de Passos Coelho, seguros de que os manjares que se adivinham próximos acabarão com o jejum a que Sócrates os tem condenado. Sócrates, o sacrílogo, sobre quem recai uma espécie de ódio resultante da longa abstinência a que sujeitou esses que agora se preparam, assanhados e com sofreguidão, partirar a barriga de misérias. Parecem larvas...

19 abril 2010

A TIA MANSO DO LOUÇÃ



A Titi Manso do Anacleto

DITADURA CUBANA - APELO A OBAMA

Gloria Estefan pede apoio de Obama a Cuba
18-04-2010
A rainha do pop latino Gloria Estefan, de 52 anos, solicitou o apoio explícito de Barack Obama na luta pela libertação dos presos políticos na ilha de Fidel Castro. O pedido foi feito durante uma recepção oferecida pela cantora cubana e o marido, o produtor de música Emilio Estefan, na residência do casal em Miami, a que compareceu o presidente dos Estados Unidos.
Um evento para angariação de fundos para o Partido Democrata que acabou por se transformar num autêntico manifesto político contra o regime cubano, para particular desagrado das autoridades de Havana.
Durante a iniciativa, o presidente norte-americano recebeu várias cartas de dissidentes políticos, incluindo uma da mãe de Orlando Zapata Tamoyo, que morreu em Fevereiro passado, após uma greve de fome de 85 dias.

PASSOS COELHO - O LIBERAL

Diz-se por aí que o PSD tem um líder com um projecto "liberal" que não quer o Estado nos negócios. Na realidade, Passos Coelho é mais uma prova de que o liberalismo nacional está hoje reduzido a uma ficção económica que esconde mal a verdadeira aposta política no esvaziamento e enfraquecimento do sector público, transformando-o em campo para novos negócios. Num contexto em que aumenta a pressão parasitária dos grupos económicos cada vez mais desesperados para que se opere uma transferência massiva de recursos públicos para mãos privadas, o PSD tenta ultrapassar o PS no desvelo com que serve a nossa lumpemburguesia. O Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública são demasiado apetitosos para serem geridos numa lógica de bem comum e de direitos sociais. A retórica da "liberdade de escolha" disfarça mal a aposta na construção de mercados, usando o financiamento público nestas áreas. O resultado é conhecido: maior desigualdade no acesso a estes bens, balcanização da sua provisão, corrosão da ética do serviço público e maiores custos de monitorização.Ao mesmo tempo que se acaba de desestruturar a provisão pública universal, trata-se de reinventar um modelo de Estado que pune e disciplina os desempregados e os mais pobres, procurando alimentar os mais imorais sentimentos, já de si muito difundidos em sociedades desiguais. Passos Coelho não fala nas origens da actual crise económica, preferindo ver o aumento do desemprego e da pobreza, numa linha aliás cultivada por certos sectores governamentais, como o resultado de um súbito aumento de uma preguiça a disciplinar, e não como o produto de estruturas socioeconómicas liberais bem determinadas, que além disso estão por reformar. O objectivo do "tributo solidário" desta novilíngua é claro e não passa por políticas de criação de emprego ou de combate às desigualdades. O economista Miguel Frasquilho, actual vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, numa intervenção considerada inconveniente, fixou o objectivo final de todos os esfarelamentos dos direitos sociais: reduzir salários.Os pronunciamentos ideológicos de Passos Coelho revelam um paradoxo com consequências políticas maiores: as medidas de austeridade assimétrica permanente inscritas no PEC e tributárias da actual configuração da UE e da globalização, nas quais PS e PSD no fundo convergirão, obrigam Passos Coelho a uma fuga discursiva para os braços da extrema-direita parlamentar, também ilustrada pela aposta na revisão constitucional. Perdendo as referências socialistas, o PS de Sócrates favorece estes passos para um país ainda mais fracturado.
Nada temos contra o liberalismo que a imagem representa...

A COMISSÃO PPD/BE IRÁ INVESTIGAR A NUVEM?

Ocorrem em diversos países simulacros de operações militares para resgate de políticos sitiados, longe dos seus povos, pela nuvem islandesa. Algumas questões interessantes que a nuvem coloca à vida no nosso tempo: a natureza tem muita força! Justificam-se as urgências impostas pelas agendas dos políticos? As estradas, auto-estradas, e todos os meios de transporte terrestres, fazem falta? As novas tecnologias dispensam um caloroso aperto de mão, uma conversa olhos nos olhos? O transporte ferroviário, incluindo a “alta velocidade”, é dispensável? Portugal – continente e ilhas atlânticas - é um valioso espaço estratégico na ligação entre continentes?
E não foi encontrada nenhuma ligação de Sócrates à criação da nuvem islandesa? Aguarda-se que a Comissão PPD/BE se apresse nas suas investigações enquanto Sócrates não apaga os vestígios da nuvem... E aproveitem para dar cumprimentos à TIA...

POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE


Corpo Habitado
Corpo num horizonte de água,
corpo abertoà lenta embriaguez dos dedos,
corpo defendido
pelo fulgor das maçãs,
rendido de colina em colina,
corpo amorosamente humedecido
pelo sol dócil da língua.

Corpo com gosto a erva rasa
de secreto jardim,corpo onde entro em casa,
corpo onde me deito
para sugar o silêncio,
ouvir
o rumor das espigas,
respirar
a doçura escuríssima das silvas.
.
Corpo de mil bocas,
e todas fulvas de alegria,
todas para sorver,
todas para morder até que um grito
irrompa das entranhas,e suba às torres,
e suplique um punhal.
Corpo para entregar às lágrimas.
Corpo para morrer.
.
Corpo para beber até ao fim
-meu oceano breve
e branco,
minha secreta embarcação,
meu vento favorável,
minha vária, sempre incerta
navegação
(Eugénio de Andrade)

18 abril 2010

O BLOCO MISTIFICADOR


simbiose bloquista
O Prof. Louçã, no seu tom exuberante e sacro, estrondeou na RTP, em recente entrevista de grande porte, que uma das “malfeitorias”, atribuível ao PS, ao governo ou a ambos, era um poderoso indício de fim de regime. Ou seja, o Prof. Louça já não se deixa fechar na modéstia de uma simples oposição feroz ao governo, nem sequer na banalidade de uma cruzada contra o PS. O Prof. Louçã quer mais, quer a pele do regime.
Grande ambição - dirão alguns . Talvez, mas, temo dizer, que algo estranha para uma garganta que quer gritar à esquerda.Na verdade, eu já ouvi, muitas vezes, expoentes intelectuais da nossa mais ressequida direita, ou papagaios mediáticos de uso corrente, cantarem a ladainha do fim de regime. Sempre tomei essa surda ameaça de uma pós-democracia musculada de recorte indefinido, mais como farronca novecentista do que como ideia. E até tenho, por vezes, procurado entender a raiva histórica da direita portuguesa mais trauliteira, contra o vento de Abril que soprou para bem longe as cinzas cansadas de um salazarismo decrépito.
Compreendo até a pobreza de espírito de alguns tontos, politicamente desvitalizados, que se penduram na ideia de fim de regime como um macaco em árvore que sonha de bananas.Mas faltava-me ver um luzido vestígio da revolução permanente empoleirar-se na peregrina ideia de um fim de regime, como se estivesse a prever o resultado de um “derby” futebolístico. Ou será que tão enérgico pregador está convencido que, uma vez derrotado o regime que constitucionalizou Abril, como sonha a direita, o Prof. Louçã e o seu BE serão olimpicamente convidados, por ela, para enfeites de uma hipotética nova ordem pós-abrilista?Não sei. Mas julgo que, ou o Prof. Louçã foi atropelado pelas suas próprias palavras, ou de tanto se enfurecer na sua cruzada contra o PS e o governo, se deixou afunilar nessa sua obsessão, esquecendo tudo o que possa existir para além disso.É certo também que a aparente escorregadela, deste novo Robespierre de baixa intensidade, se vem somar a outras inconsistências ideológicas oriundas da mesma área, fazendo-nos por vezes duvidar, não que o Bloco o seja de facto, mas que consistentemente seja de Esquerda. Por Rui Namorado
Em tempo: O comportamento da dita direita para com o chamado Bloco de Esquerda é de muita simpatia e entreajuda. E não o disfarçam... Estão objectivamente coligados na Assembleia da República e na comunicação social os jornalistas b.e. são acarinhados, designadamente na Impresa de Pinto Balsemão. É uma aliança curiosa... AB

PEDRO ABRUNHOSA ESTÁ AÍ

V
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