24 abril 2010

ÓPERA BUFA NO PARLAMENTO

Dois meses passados, Rui Pedro Soares vestiu finalmente o papel de Oliver North que lhe estava destinado: pediu desculpa ao primeiro-ministro e alegou ter invocado o seu nome em vão. Depois calou-se. O PS, que dias antes tinha criticado um "jornalista" por se escudar no sigilo profissional, condescendeu. O episódio foi apenas mais um sinal de que o Parlamento se está a transformar e, pelo caminho, a degradar. Quando chegarem ao fim os trabalhos da comissão de inquérito ao "negócio" PT/TVI não estaremos mais próximos da verdade e o Parlamento sairá ainda mais fragilizado. Bem tem avisado Mota Amaral que os deputados não estão num tribunal e que os interrogatórios intermináveis são uma coisa de outro tempo. Os avisos caem em saco roto. Os deputados polícias vieram para ficar e com eles as investigações parajudiciais, sem meios, sem formação, sem possibilidade de defesa, tudo servido em directo online.
Pois nós, quando essa famigerada comissão foi constituida, referimos que a designação de Mota Amaral para a sua presidência poderia ser uma garantia para que coisa não se abandalhasse. Nem nos passava pela cabeça que naquele parlamento habitaria tanta boçalidade, mesquinhês e falta de princípios, exibidas alegremente em directo pelas sôfregas TV's, com destaque para uma certa canalhinha provocadora do PCP e BE., mas sempre na boca de cena. Parece que Mota Amaral se desunha para manter dentro dos limites aquela espécie de ópera bufa... da qual o prestigiado político dos Açores acaba por ser o contra-regra.
Muito se prestigiaria, a si e ao Parlamento, se desse um murro na mesa e se demitisse, declarando que, com ele, o regime democrático não seria achincalhado, nem o Parlamento instrumentalizado para operações de guerrilha e outras operações partidárias de baixa política. Como a coisa está todos irão ficar mal na fotografia, a começar e acabar no seu presidente que ficará enredado nas teias que MFL( a aranha negra) teceu

Sem comentários: