13 novembro 2010

INTERESSANTE PROJECTO DE GOVERNO

Vamos  jogar o jogo da semana: fazer um governo de salvação nacional. O meu é melhor que o teu?
Ponto prévio: extinguir três ministérios: Agricultura, Ambiente, Cultura. A Agricultura (e, com ela, o Desenvolvimento Rural e as Pescas) passaria a integrar o ministério da Economia. O Ambiente e a Cultura ficariam ao nível de secretarias de Estado na dependência do ministro da Presidência.
Isso feito, ficaria assim:


Primeiro-Ministro
José Sócrates
Ministro dos Negócios Estrangeiros
António Vitorino
Ministro da Presidência
Pedro Silva Pereira
Ministro das Finanças
António de Sousa
Ministro da Defesa Nacional
Augusto Santos Silva
Ministro da Administração Interna
Rui Pereira
Ministro da Justiça
José Gomes Canotilho
Ministro da Economia
António Mexia
Ministro das Obras Públicas
José Luís Arnaut
Ministra do Trabalho e Solidariedade Social
Maria João Rodrigues
Ministro da Saúde
Correia de Campos
Ministro da Educação
Nuno Crato
Ministro da Ciência e Ensino Superior
Mariano Gago
Ministro dos Assuntos Parlamentares
Francisco Assis


 Óbvias concessões ao PSD: Finanças, Economia, Obras Públicas, Educação. Lato sensu, escolhas do agrado da esquerda moderada, dos sectores tecnocratas, da opinião dominante, do actual PR, etc. Um governo com este perfil podia descomprimir os mercados. Posse no início de Dezembro. Seis meses de teste. Se funcionasse, tanto melhor. Caso contrário, eleições em Junho de 2011. Afinal de contas, Luís Amado deu hoje o tiro de partida.
in DA LITERATURA 

O ESTRANGEIRADO DO BANCO DE PORTUGAL



O SENHOR DO ADEUS DO SALDANHA-LISBOA



Eu sou o Senhor do Olá"
"Chamam-me o Senhor do Adeus, mas eu sou o Senhor do Olá. Aquele que acena no Saldanha, a partir da meia-noite. Tudo isto é solidão? Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias de casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente", escrevia, em Março de 2008, o Expresso sobre João Manuel Serra, salientando: "São quase duas da manhã e os carros não param de lhe apitar. Nem eu de lhes acenar. Só fico triste quando o movimento acaba."
"Venho para a Praça Duque de Saldanha, desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete tão bonito, que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. Vê-se que foi um menino rico. Sou filho de gente abastada, nunca trabalhei nem entrei numa cozinha", acrescentava o semanário, citando o "Senhor do Adeus".
Em Setembro de 2003, o Diário de Notícias escrevia que João Serra "nunca trabalhou, mas conhece a Europa toda" e "já entrou em dois filmes e  num teledisco".
No Facebook, já surgiu um apelo para uma concentração às 22h00 de hoje, no Saldanha, "para dizer adeus aos carros em homenagem ao senhor João que o fazia noite após noite".
João Manuel Serra, conhecido em Lisboa como o "Senhor do Adeus", morreu aos 80 anos de idade...
Quem não se lembra, os que por ali passavam,  dessa figura simpática que de um modo geral era olhado com a desconfiança   dispensada a comportamentos insólitos...























12 novembro 2010

DELTA FAZ GUERRA À NESPRESSO

Delta Q usa namorada de Clooney

Objetivo é pôr Elizabetta Canalis a dar um café da marca de Campo Maior a George Clooney, a cara da Nespresso. Nova campanha da Delta Q arranca este fim de semana (Veja o vídeo, onde participa também Bruno Nogueira, no final
A ironia e o humor marcam a nova campanha da Delta Q, que arranca este fim de semana. Não tanto pelo conceito seguido, mas pela escolha da protagonista: nem mais do que Elizabetta Canalis, a namorada de... George Clooney. É que o ator norte-americano é o rosto da Nespresso, uma das marcas do grupo Nestlé com a qual os cafés de Campo Maior rivalizam no segmento de café em cápsulas.



SEXO É A ÚNICA ACTIVIDADE EM QUE ESTAMOS CONCENTRADOS




Fazer uma coisa e pensar noutra, ou noutras, é uma situação bastante comum. Um grupo de investigadores resolveu estudar a questão a fundo e concluiu que a única actividade em que os seres humanos estão realmente concentrados é o sexo 
O estudo, publicado na revista Science, mostra que a “vida mental é invadida a um nível considerável por quem não está presente” sublinha um dos investigadores, Matthew Killingsworth, citado pela Lusa. Durante todas as outras actividades, o espírito humano vagueia em pelo menos 30 por cento do tempo.
O inquérito questionou 2.250 pessoas através do iPhone sobre o seu estado de espírito actual e sobre a actividade que estavam a desenvolver. Os entrevistados deveriam indicar se estavam a pensar noutra coisa além da tarefa que estavam a desempenhar.

LOUÇÃ UM DEMAGOGO SEM ESCRÚPULOS

Viu-se o Louçã a exibir na televisão dois bilhetes de comboio, alegadamente para duas viagens de distância igual, um da CP e outro da Fertagus, mas com preços muito diferentes, sendo o da CP muito mais barato. Conclusão do líder do BE: a empresa pública leva a melhor sobre a privada, pelo que deve ser afastada a privatização do transporte ferroviário.
O que Louça não disse foi que os preços da CP ficam longe de pagar os custos e são suportados pelo enorme endividamento da empresa. E também não referiu quanto custam os encargos dessa dívida, que acabarão por recair sobre o orçamento do Estado. Decididamente, não há limites nem escrúpulos no discurso demogógico do BE. 
 Passa fora!... Padreca...

PARA NÃO LHES CHAMAR FILHOS DA DA PIUTA

Acumulação de Pensões e outras extorsões 
O país anda tão anestesiado que deixou passar em branco uma das
 medidas mais justas que este governo tomou nas duas legislaturas que leva: a proibição de acumulação de pensões de reforma com salários no sector público. Daqui a uns anos vamos olhar para trás e verificar como andámos a ser roubados durante tanto tempo, porque isso não era mais do que um esbulho. Mas quanto a esta questão o que vemos são miseráveis destes dizerem coisas destas, aqui.
.“…para não lhes chamar filhos da puta.”
“…para não lhes chamar filhos da puta.”
“…para não lhes chamar filhos da puta.”
“…para não lhes chamar filhos da puta.”
“…para não lhes chamar filhos da puta.”
Não, não estou a chamar filho da puta a ninguém, este é apenas o eco do excerto de uma reacção do reaccionário do PSD, Jardim, às notícias que desmascaravam a forma lambona com que se alimentam desta espécie de gamela que é o Orçamento do Estado, de onde saem anualmente as dotações para as Regiões. Justiça seja feita aos sérios políticos dos Açores que acompanharam a medida tomada no continente, aceitando não acumular a totalidade da pensão. Quando não lhe agrada a conversa o troglodita social diz bacoradas... mas acrescenta sempre...  que é para não lhes chamar filhos da piuta...

Barbra Streisand - If You Go Away (Ne Me Quitte Pas) - 2009

OS PERIGOS OCULTOS NO OVO KINDER

[“Em 2011 vamos ter eleições, presumivelmente ganhas pelo PSD. E entrará em cena Passos Coelho, para quem estes problemas (as dívidas, a pública e a externa), são meros reflexos de um Governo incompetente e autista. É bom que assim seja porque lhe permititirá aprender duas coisas: que afinal não era tão fácil como pensava; e que também ele não tem soluções. Admite-se que, lá para o final de 2011, já se procure substituto... Vai ser um ano perdido.”
 -PS: Ovo Kinder = Casulo que ainda protege Passos Coelho, na "angélica" metamorfose para Primeiro-Ministro. ("Estamos a falar de alguém que pode chegar a primeiro-ministro sem ter a minima ideia do que é isso e com um curriculum vazio de qualquer experiência de gerir a coisa pública ou qualquer outra. A gente experiente e civicamente responsável do partido de Sá Carneiro não pode consentir este autêntico assalto à credibilidade de um partido com as responsabilidades históricas do PPD/PSD no nosso regime democrático. A futilidade e a indigência intelectual de Passos Coelho é indisfarçável e só o comodismo justificará que, nesta emergência, a gente válida do partido não venha a terreiro



OS MISERICORDIOSOS

E... A ALMA NÃO ENVELHECE

Chateia-me esta coisa da alma não envelhecer.
Estamos sempre (a partir de certa altura porque antes dela ninguém envelhece) a piorar as carnes, os ossos e as miudezas e aquela coisa juvenil que se julga aura a contradizer essa podridão.LNT


O NOSSO PENSADOR DE BELÉM

Não vale a pena perder tempo com aquilo que os mercados, os mercados secundários, estão a fazer. Não entro nessa batota [de criticar os mercados]. Acho mesmo que é uma retórica negativa para Portugal. A retórica de ataque aos mercados internacionais não cria um único emprego, nós devemos fazer o trabalho que nos compete por forma a reduzir a nossa dependência do financiamento externo sempre com uma grande preocupação de distribuir com justiça os sacrifícios que são pedidos aos portugueses.»
Cavaco Silva, PR
Este pensamento maior do nosso Presidente é, tal e qual, aquilo que já todos sabíamos, logo, mais uma banalidade. Faz lembrar trivialidades do género "vale o que vale" ou tiradas históricas do género "se não têm pão, comam bolachas".
Mas dizia que este é um pensamento maior. O que assim o faz é aquele cheirinho de "estejam caladinhos, senão levam no focinho" ou, melhor ainda, o paternal "cala-te e come".
Pena é que a lição contida no extracto supra demore tempo e, entretanto, lá iremos ter de viver como os "bons alunos" do tempo das vacas-gordas, só que com um ratito no estômago e a boquita fechadita não vão os "mercados", os mercados secundários, matar também o roedor.
Com ou sem farda temos este destino. Continuam as discursatas presidenciais com o conteúdo:
"já não vinha aqui desde a última vez que aqui estive".

11 novembro 2010

DILMA - A "SUBVERSIVA" - NA CADEIA







A ACTUAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL

EM ESPANHA A CRISE É NO SECTOR PATRONÍMICO

Os portugueses e os espanhóis têm por tradição juntar ao nome próprio os apelidos da mãe e do pai. Em Portugal, primeiro o da mãe, seguido pelo do pai; em Espanha, ao contrário. Em ambos os casos, é o apelido do pai, o último em Portugal e o do meio em Espanha, que mais se usa. Assim aconteceu com António Oliveira Salazar e Francisco Franco Bahamonde - dois nomes de tempos em que a tradição não se discutia -, que não ficaram conhecidos nem como Oliveira nem como Bahamonde. Depois, vieram outros tempos. Os bebés portugueses passaram, por lei, a ter direito de trocar a ordem do patronímico e do matronímico, bastando para isso o desejo dos pais na hora do registo. A lei foi aprovada sem contestação e assim vivemos já há anos sem o país se sobressaltar. Essa lei, que faz prevalecer a vontade do casal na ordem dos nomes, chegou agora a Espanha - e estalou a polémica! A lei é de José Rodríguez Zapatero, conhecido pelo nome materno (Zapatero), que quer impor a igualdade também no nome. A oposição à lei é de Mariano Rajoy Brey, conhecido pelo nome paterno (Rajoy), que considera "atentado à família" estas modernices de se mudar a ordem dos nomes. Portugueses cordatos (não é essa uma condição para combater a crise?), espanhóis quezilentos. Chamo a atenção das agências de rating para, em nome dos nomes, baixarem o nosso juro e subirem o dos vizinhos. Pois...F.F

10 novembro 2010

LIMPEZA EM PELOTA



«Após ser despedida da empresa onde trabalhava, a checa Katka Kopecka, de 21 anos, decidiu abrir um negócio, no mínimo, original: uma agência de serviços domésticos em que as funcionárias trabalham... ao natural.
"Ninguém gosta de fazer limpezas mas todos gostam de ver um corpo bonito", sustenta a fundadora da Crazy Cleaners, que emprega 15 jovens universitárias que trabalham em nu parcial ou integral a partir de 170 euros à hora.» [CM]

DIZ-ME COM QUEM ANDAS...


Um insecto – Minhoca – não pode estar à beira de um Pássaro porque pode ser devorado por este. Um Ganso não pode estar próximo de um Lobo porque lhe pode acontecer o mesmo que à Minhoca. Um Coelho não pode estar à beira de uma Raposa porque pode ter a mesma sorte da Minhoca ou do Ganso.Faço este intróito para comparar o que tem sido a gestão de Passos Coelho à frente do PSD.
Quando foi declarado seu presidente todos o olhavam como o seu salvador e do País. Deu alguns passos nesse sentido, mas como a vida em política é árdua e traiçoeira, não demorou muito a demonstrar ao que vinha quando se juntou  um Coelho manso   a um terrível Ângelo. Muitos desconfiaram deste casamento. Só os politólogos e certa comunicação social é que não.Se acreditarmos nos ditos dos antigos constatamos que algo está errado. Como é que passos pode dar coelho e coelho pode dar passos. A bota não bate com a perdigota. Sabe-se que devido à sua fisionomia um coelho não dá passos mas saltos. É o que tem acontecido.E o País não pode andar aos saltos de um coelho qualquer.







O ESTILO RASTEIRO DO CANDIDATO CAVACO



Na semana que passou, o candidato Cavaco desperdiçou uma bela oportunidade para não alardear o estilo viscoso e rasteiro do seu eleitoralismo. Como um abutre salivando por carniça, despejou no «twitter» resumo do que extraiu do debate parlamentar sobre o Orçamento: «Vejo com muita apreensão o desprestígio da classe política e a impaciência com que os cidadãos assistem a alguns debates.»
Com uma só bicada, ensacou por junto todos os partidos e deputados que intervieram no debate, quando, em rigor só lhe seria legítimo verberar os que ele, Cavaco, tanto se esforçou por amigar: o PS/Governo e o PSD/Belém. CDS, PCP, Bloco de Esquerda e Verdes produziram intervenções dignas e pensadas, chegando mesmo a reprovar o desmando argumentativo do Arrufo Central. Mereciam ser excepcionados e louvados pelo dito magistrado de influência, mas como o pensamento deste voa tão alto como um crocodilo, lá ficaram na roda de serem todos iguais. Só ele, o apreensivo, não.
Ele, que tanto prestigiou a política envolvendo-se na mais velhaca urdidura que jamais um Presidente se tinha permitido, ao fazer soprar suspeitas de escutas do Governo sobre Belém, e isto DEZASSEIS meses antes de ter ocorrido o episódio do Estatuto dos Açores, que os sabujanalistas do costume dizem ter sido o momento da ruptura com Sócrates, o único vilão.
Ele, que tanto prestigiou Portugal quando o ferrabrás de Praga, Vaclav Klaus, fez estentórica chacota da gestão lusa do défice e Cavaco só encontrou, para resposta, uma saída de poltrão: que não tinha responsabilidades governativas.
Ele, que se gabou de nunca ter sido tão lesto a promulgar como na nacionalização do BPN - e nunca saberemos se o fez por um tremendo imperativo nacional ou se pela térrea preocupação de pôr a salvo cabedais que ali deixara a levedar.
Ele, que recomenda que se explique ao povo os sacrifícios que lhe são pedidos mas que nunca teve a lembrança de dar uma aula prática de fidalguia e recusar a pilha de reformas com que se aboleta, desprezando o exemplo de Ramalho Eanes. Veremos se, agora que se diz que vai haver lei sobre a matéria, a promulgará tão asinha e alegremente como o fez com a outra...
A rasteira maior foi ter usado o «twitter», uma rede social muito frequentada por jovens, possivelmente os mais carentes de exemplo cívico e de sentido para o seu futuro colectivo, que escusavam de saber que o candidato Cavaco não tem mais filosofia do que um avinagrado motorista de táxi: «São todos iguais.»
Oscar Mascarenhas in J.N. 

09 novembro 2010

Simone - GRANDES NOMES - Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores - 1980

COTAÇÕES

                              
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.Pouco ou nada me custa ressuscitá-los e insuflar-lhes um sopro de vida. Não mudaram, nem têm mais idade pelo facto de já terem desaparecido. Ficaram imóveis e equilibrados na balança do tempo. As namoradas, não! Envelheceram e engrossaram: estão ainda vivas. Tal como eu. Mas só quem me vê por fora me acha arruinado: os cabelos embranquecidos, as rugas mais fundas, os pés de galinha nos olhos, as pelancas no pescoço, os olhos com papos, os passos hesitantes, quase trôpegos, as mãos trementes… Ausculto-me com minúcia, sempre me auscultei, e concluo que ainda sou o mesmo que sempre correu à desfilada dentro de si. Assim sucederá com cada um ─ neste e noutros campos a Natureza é sábia. Serei depois como os mortos e ausentes, sem peso nem idade sobre o costado da vida

O COELHO DE CAPOEIRA DO SENHOR ÂNGELO

Tudo que pudéssemos dizer sobre as fragilidades de um projecto de líder que o senhor Eng. Ângelo Correia tirou da cartola a partir de um seu empregado..., de nome Pedro Passos Coelho,  a opinião abaixo expressa pelo experiente,  de comprovada competência como governante e dirigente político do PSD, o Dr Morais Sarmento, dispensa-nos de quaisquer outras apreciações relativas ao senhor  em apreço.
[...] Passos Coelho ainda é um ovo Kinder [...] dificilmente reúne condições pessoais e políticas [...] É preciso um percurso pessoal de aprendizagem, de experiência e, principalmente, de obra feita. Passos Coelho manifestamente não tem provas dadas. [...] Estamos a falar de ser primeiro-ministro. É difícil acreditar que aos 46 anos Passos Coelho não tenha nenhuma obra para mostrar. Aos 46 anos, as pessoas devem ser avaliadas pelo que fizeram e não pelas suas potencialidades. Passos Coelho não tem o caminho feito necessário para nos dar a confiança de poder exercer com preparação e capacidade suficientes as funções de primeiro-ministro.»
Também há quem o veja como um coelho de capoeira. O certo é que parece não animar ninguém

PODER POLÍTICO NAS MÃOS DA JUSTIÇA?

Sim ou Não? Começo a ter medo de coisas que se passam neste país. Não é tanto o Orçamento e o Sócrates, o FMI e os juros ou a dívida, porque isso serão questões reversíveis com mais ou menos medidas de gestão e mudanças políticas, não, o que francamente me mete medo, é saber que uma casta de gente intocável pelos outros poderes do Estado – e assim tem sido, para nos garantir a sacro santa independência - se possa conluiar corporativamente, conspurcando a noção que tenho de sindicalismo, chantageando a nação com o terrível poder que têm que é, julgar. Sabendo como vão os seus julgamentos, através do maior défice que o país tem que é o de justiça, apavora-me imaginar o que em roda livre podem fazer deste país. Perante a evolução do esboroar de um sistema de justiça anárquico, que vai fazendo política á revelia do alvará que tem, e dominado por gente que não mandatei, não me custa nada dizer que prefiro um que tenha como origem o mandato que eu der no Voto. Isto é um escândalo? Talvez. Mas antes isto do que assistir entrincheirado á destruição do Estado. E não tenho dúvida, estamos assistir a isso. Política sem mandato, não! Sabendo que os nossos magistrados vão aderir á próxima greve geral, não vou conseguir desfilar ao lado deles na Avenida no dia 24. Desisto - in Arroios

08 novembro 2010

AS REFLEXÕES DE UM POLÍTICO DE EXCEPÇÃO

Em políticos de topo quanto ao exercício do poder, é usual que as reflexões mais ricas venham depois de passado um período longo de afastamento da vida política activa. A entrevista publicada hoje no “El País” dada por Felipe González ao escritor Juan José Millas, é disso um bom comprovativo. Como amostra, segue um naco:
-¿Pero cree que la realidad está acabada?
-No, está todo por hacer. No creo en el fin de la historia, al contrario, estamos comenzando la historia. Hay dos interpretaciones, la de que estamos intentando anticipar futuro en medio de la bruma por los cambios rápidos y profundos que se están produciendo, y, otra, la de quienes dicen que hay una nueva era medieval desde el punto de vista de la estructura política y la distribución del poder.

-¿Cree usted que hay alguna posibilidad de que los seres humanos se puedan relacionar en una estructura distinta de la del mercado?
-Sin duda, hay esa posibilidad, de hecho, ha habido muchos ensayos y los seguirá habiendo. Lo que ocurre es que si interpretas el mercado en los parámetros en los que hoy se habla del mercado, no puedes percibir algo que es elemental, pero que no lo relacionamos con ese concepto. Entre las libertades básicas del ser humano, una de ellas es la de la iniciativa económica. Es decir, yo tengo la iniciativa, hago lo que quiero respetando los límites de la ley y a los demás. De la libertad económica surge el mercado. Si cercenas la libertad de iniciativa económica, estás cercenando una de las libertades -no sé cuán importante es- del ser humano. A mí, por ejemplo, me produce muchísima más inquietud que consagremos el derecho a la propiedad como un derecho inviolable, y que menospreciemos que la propiedad más noble que existe (y que cuando te la quitan, para entendernos, es más alienante) es la propiedad intelectual. La propiedad de la tierra o de una fábrica está bien, y el que se proteja ese derecho de propiedad me parece muy bien, pero que se menosprecie la propiedad intelectual me parece mucho más inquietante. No digo que no pueda existir una organización de la sociedad sin mercado, pero no veo un sistema en el horizonte (realmente el Estado-nación es una creación temporal y por tanto puede cambiar), algo que sea una sociedad en la que se elimine la libertad de iniciativa económica de los seres humanos, que es lo que produce el mercado. Me parece una libertad tan básica como la libertad de creación, de expresión, de organizarte con los demás. Lo que pasa es que como nunca enfocamos el mercado así, siempre lo vemos como una abstracción que está fuera de nosotros. Creo en la economía de mercado y no en la sociedad de mercado, eso es lo que quería expresar. Está en el documento que presenté en la Internacional Socialista de 1999. Y lo que estamos viviendo es una totalización del concepto de mercado que incluye a la sociedad en su conjunto. Si observas la realidad post muro de Berlín, lo que homogeneiza al mundo es la aceptación de la economía de mercado, con sus excepciones como Corea del Norte o Cuba, pero nada más.
-¿Estamos viviendo un totalitarismo del mercado?
-Exacto, no quería ser tan duro, pero así es. En lugar de dictar tú la norma para que el mercado funcione, el mercado te impone la norma para sobrevivir (que, por cierto, es la ausencia de norma). Y eso es lo peor, porque el mercado sin reglas te pide hoy lo contrario de lo que te va a pedir mañana. O de lo que te pidieron ayer, que era que rescataras la mano invisible del mercado de la propia catástrofe que había generado. Esto es, que hagas intervencionismo del más descarado a costa del contribuyente o del ahorrador, para rescatar al mercado. Sitúate en la piel de Obama: debo poner primero setecientos mil millones, después ochocientos ochenta mil, total, dos billones de dólares solo para salir de esa catástrofe provocada por el sistema financiero sin reglas. Muy bien. Y una vez que pongo ese dinero, puro erario público, puro endeudamiento, y usted ya está rescatado, ahora me exige que reduzca dramáticamente el déficit y el endeudamiento al que he llegado para rescatarlo. Me pide que me endeude y después me exige que me desendeude o me penaliza. Esto es lo incomprensible de la situación que estamos viviendo. Si se tuviera poder y decisión para regular el funcionamiento del sistema financiero, no volvería a ocurrir lo que ha ocurrido y devolverían el dinero público que se les ha entregado.
-Está muy claro, se está pagando con nuestros impuestos una crisis que no hemos provocado nosotros.
¿No es como para tomar las armas?
-Sí, sí, produce una revuelta... Estamos incubando la siguiente crisis financiera y la diferencia con esta será que los ciudadanos ya no tolerarán que haya centenares de miles de millones de dólares para rescatar a los banqueros de sus propios errores. Probablemente, estamos ante la última oportunidad de una reforma seria del funcionamiento del sistema.












AS SURPRESAS DO OVO KINDER

 “Em 2011 vamos ter eleições, presumivelmente ganhas pelo PSD. E entra em cena Passos Coelho, para quem estes problemas (as dívidas, a pública e a externa), são meros reflexos de um Governo incompetente e autista. É bom que assim seja. Porque lhe permite aprender duas coisas: que afinal não era tão fácil como pensava; e que também ele não tem soluções. Admito que, lá para o final de 2011, já se procure substituto. Vai ser um ano perdido.”
(Daniel Amaral – económico)
-PS: Ovo Kinder = Casulo que ainda protege Passos Coelho, na "angélica" metamorfose para Primeiro-Ministro.
("Estamos a falar de ser primeiro-ministro. É difícil acreditar que aos 46 anos Passos Coelho não tenha nenhuma obra para mostrar. "Aos 46 anos, as pessoas devem ser avaliadas pelo que fizeram e não pelas suas potencialidades." Morais Sarmento disse


O NOIVADO DO SEPULCRO

Vai alta a Lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tarnquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
~Campeia a Lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto  duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava  ao fim,
Parou, sentou-se e com voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

«Mulher formosa, que adorei na vida,
«E que na tumba não cessei de amar,
«Por que atraiçoas, desleal, mentida,
«O amor eterno que te ouvi jurar?

«Amor! engano que na campa finda,
«Que a morte despe da ilusão falaz:
«Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
Do pobre morto que na terra jaz?

«Abandonado neste chão repousa
«Há já três dias, e não vens aqui...
«Ai  quão pesada me tem sido a lousa
«Sobre este peito que  que bateu por ti!

Ai, quão pesada me tem sido!» e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

«Talvez que rindo dos protestos nossos,
«gozes com outro d'infernal prazer;
«E o olvido cobrirá meus ossos
«Na fria terra sem vingança ter!

«-- Oh! nunca, nunca!» de saudade infinda,
Responde um eco suspirando além...
«--Oh nunca, nunca!» repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinais, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c´roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.


«Não, não perdeste meu amor jurado:
«Vês este peito? reina a morte aqui...
«É já dem forças, ai de mim, gelado,
«Mas injda pulsa com amor por ti.


«feliz que pude acompanhar-te ao fundo
«Da sepultura, sucumbindo à dor:
«Deixei a vida... que importava o mundo,
«O mundo em trevas sem a luz do amor?


Saudosa ao longe vês no céu a Lua?
«--Oh! vejo sim... recordação fatal!
«-- Foi à luz dela que jurei ser tua
«Durante a vida, e na mansão final.


«Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
«Hoje o sepulcro nos reune enfim...
«Quero o repouso do teu frio leito,
«Quero-te unido para sempre a mim!»


E ao som dos pios do cantor funéreo
E à luz da Lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.


Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.


Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.


SOARES DOS PASSOS