10 janeiro 2009

PRESIDÊNCIA DESMENTE ACUSAÇÕES DO JORNALISTA MÁRIO CRESPO

Em carta publicada hoje no Correio da Manhã, o Chefe da Casa Civil da P. da República assina carta, em resposta a Mário Crespo, que abaixo transcrevemos na íntegra e que se reporta ao teôr de um artigo do prestigiado jornalista publicado no J.N. e ao qual demos a melhor atenção, publicando-o também no nosso post que antecede este.
A carta em apreço é do teôr seguinte:
Exmo. Senhor
1 - Na edição de 8 do corrente do jornal dirigido por V.ª Ex.ª, é noticiado que o 'jornalista Mário Crespo acredita que as fontes presidenciais lançam notícias para a praça pública, através de jornais, para as desmentirem logo de seguida'.
2 - Cumpre-me informar que a prática imputada à Presidência da República pelo jornalista Mário Crespo é absolutamente falsa e totalmente destituída de fundamento.
3 - A emissão de juízos de valor, opiniões ou insinuações por parte de um profissional da Comunicação Social não merece, da parte da Presidência da República, qualquer comentário. No caso em apreço, porém, estamos perante afirmações de cariz factual que são totalmente inverídicas, não tendo jamais a Presidência da República utilizado os métodos que lhe são imputados pelo jornalista Mário Crespo, em afirmações que não podem deixar de se considerar extremamente graves e lesivas do bom nome de uma instituição da República, bem como da honra de todos quantos nela trabalham.
4 - É justamente em face da gravidade e da falsidade dessas afirmações que solicito a V.ª Ex.ª a divulgação da presente carta, dispensando-me para o efeito de invocar o direito de resposta legalmente previsto.
5 - Mais informo que, tendo as afirmações do jornalista Mário Crespo sido proferidas no âmbito de um programa da SIC, foi enviada àquela estação uma carta de teor similar à presente.
Com os melhores cumprimentos
O Chefe da Casa Civil, José Manuel Nunes Liberato
Segundo o Correio da Manhã, Mário Crespo, confrontado com o teor da carta do Chefe da Casa Civil da P.R., terá afirmado que ficaria mais descansado, enquanto cidadão e jornalista, se tivesse visto (na carta) que tais fontes não existem. Para o jornalista quem fica lesado com esta situação não é a instituição da República mas o comportamento das pessoas.

MÁRIO CRESPO - TENHAM MEDO

http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=M%E1rio%20Crespo
As duas comunicações presidenciais separadas por dois dias seriam divertidas, se não fossem tão graves.
O ríspido tom de fúria admoestadora em 48 horas deu lugar a uma toada romântica de apaziguamento, compreensão e bondade que fizeram lembrar António Guterres em dia de concertação social. O Parlamento passou de uma horda "desleal" de gente que faz coisas "absurdas" com poderes "hipotecados para sempre", a um grupo de colaboradores um nadinha impertinentes, mas que depois de um bom puxão de orelhas e um raspanete em frente da família toda se consegue arrebanhar no tal "caminho estreito que existe". O que é que se teria passado nas 48 horas que separaram a comunicação do dia 29 de Dezembro e a do dia 1 de Janeiro? 29 foi segunda-feira. A sólida manchete do Sol brilhava nos escaparates dos semanários com a antecipação da "notícia" do veto presidencial ao Orçamento de Estado, dada por fonte da Presidência da República. Sol de pouca dura, fonte de pouca fidúcia. Cai a noite e o Professor Cavaco Silva desanca os socialistas d'aquém e d'além mar mais as suas legislações ordinárias e rascas, aprovadas por "interesses partidários" de ocasião. Que disparate é este? Será isto uma República? Uma democracia? A que é que querem sujeitar o Chefe do Estado? A "maiorias existentes a cada momento"? Que topete! O governo deve ter levado tudo isto a sério e deve ter implorado ao Chefe do Estado que não desfigurasse as contas públicas mais do que Teixeira dos Santos já tinha feito. O Professor Cavaco Silva, magnânimo, comoveu-se. Contrariando o Sol promulgou o Orçamento porque, afinal, esta ainda é a quadra do entendimento entre os homens de boa vontade. Levado por esse espírito, em 48 horas redigiu no mais puro materialismo dialéctico a antítese da tese que tinha apresentado dois dias antes. "É preciso deixar de lado as querelas" disse mais ou menos no local do discurso onde 48 horas antes tinha dito que estava abalado "o equilíbrio de poderes e o normal funcionamento das instituições da República". E passou às culpas de tudo isto: "A crise chegou quando Portugal regista oito anos consecutivos de afastamento em relação ao desenvolvimento médio dos seus parceiros europeus". Claro que antes houve dez anos de governo PSD em que, apesar da conjuntura mais favorável que Portugal teve desde a descoberta do caminho marítimo para a Índia, a nossa curva de desfasamento dos parceiros europeus foi não menos significativa. Apesar dos fundos estruturais, das indemnizações compensatórias e tudo o mais, Portugal não arrancou, mas arrancou-se a vinha e afundaram-se frotas de pesca. Tudo em troca de biliões de ECU. Que década inesquecível. Vai estar connosco por muito e muito tempo. Mas para quê trazer ao Ano Novo fantasmas de décadas passadas se podemos confinar todas as culpas a oitavas mais recentes? O pormenor da década de abastança e falta de crescimento ser dos governos de Cavaco Silva é circunstancial. O importante é que, por determinação presidencial, a sinistra oitava do nosso descontentamento é agora dos governos de Guterres, Durão, Santana e Sócrates. Esses são os culpados no cânone do Presidente que "deve falar a verdade". que ficou de fora a "verdade" da crise no BPN, o seu Conselheiro de Estado e a corrupção.(Crónica do J-N0tícias) os sublinhados são nossos

UMA ANÁLISE ATENTA E ESCLARECIDA DE MIGUEL SOUSA TAVARES SOBRE A SITUAÇÃO DE PORTUGAL

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?sid=ex.sections/23491&num=10&page=&npages0
Os fins de ano servem para balanços e tentações de mudança, as crises servem para os corajosos crescerem e os fracos se afundarem. 2008 foi um mau ano, o ano em que a crise chegou, mais uma vez matando as esperanças nascentes de um futuro próximo de paz e de crescimento. 2009 é o ano em que, sem subterfúgios, vai ser preciso pegar o mal de frente, reagir ou ser arrastado sem remissão.
Estamos, miseravelmente, à mercê de outros: não dependemos só de nós para resistir com êxito. Esta é uma má base de partida, mas pior ainda, aquilo que acentua o meu pessimismo, é constatar que, no que depende de nós, estamos longe, longíssimo, de dar sinais que entendemos: que entendemos o que aí vem e que entendemos o que é necessário fazer. Obcecado com o desemprego - que, de facto, a explodir, mergulhará o país no caos social - Sócrates lançou-se, sem hesitar, num programa de obras públicas, cuja grande maioria, não tendo o combate ao desemprego como justificação, seria simplesmente perdulária e absolutamente inútil - como o será no futuro, passada a urgência. Não precisamos de mais auto-estradas para um Interior cada vez mais despovoado por ausência de verdadeiras políticas de ocupação do território; não precisamos de um TGV para Madrid que já todos sabem que terá uma exploração deficitária; e, como eu sempre disse, está à vista que, pelo menos nos tempos mais próximos, não precisamos de um novo aeroporto em Lisboa, quando a ANA anda desesperadamente a fazer saldos de slots para atrair companhias low-cost para a Portela. Mas, não havendo tempo ou coragem para outra coisa, venham daí as obras públicas e o dinheiro dos contribuintes!
O mesmo desconhecimento do que aí vem e a mesma falta de tempo para pensar friamente, levou Sócrates e Teixeira dos Santos a atravessarem-se em auxílio de bancos de vão de escada, cuja simples certidão de óbito seria mais salutar e mais económica. A ânsia de acorrer com dinheiros ou avales públicos a todos os lugares onde há fogo, não deve, todavia, enganar-nos: o país não descobriu subitamente petróleo e alguém há-de ter de pagar a factura. Já somos um país alarmantemente endividado e as dívidas pagam-se com impostos e com o sacrifício das gerações seguintes. Não sei se um bom pai não deve começar a preparar os filhos para emigrarem, quando chegarem à idade de entrar no mercado de trabalho. Assim, quando vierem de visita à pátria, poderão usufruir dos aeroportos, TGV e auto-estradas, sem terem de se matar a trabalhar para as pagar.
Mas isso é apenas uma das coisas que nos devem preocupar e, se calhar, nem é agora a principal. Mais importante do que os erros eventualmente cometidos hoje sob pressão dos acontecimentos, é a sensação de que, milhões e milhões gastos a tentar manter-nos apenas à tona de água, não se traduzirão em nenhuma mudança essencial, que nos garanta a viabilidade do país, uma vez ultrapassada a crise mundial. Este tem sido, indiscutivelmente, o Governo que mais tentou reformar o que precisava de ser reformado, mexer nos famosos 'direitos adquiridos' das corporações que vegetam à custa do Estado e que são o factor primeiro para o nosso eterno subdesenvolvimento. Sócrates tem esse mérito, o mérito de o ter tentado, sozinho e contra todos. Mas, assim, não podia vencer e não venceu.
Vieira da Silva, talvez o melhor ministro deste Governo, conseguiu levar a cabo provavelmente a única reforma conseguida e essencial: a do financiamento da Segurança Social, que evitou que, num horizonte de não mais do que dez ou quinze anos, não houvesse dinheiro para pagar pensões a ninguém
. Mas falhou na ténue revisão da legislação laboral, que os sindicatos e o PCP combateram por todas as formas. Agora, por exemplo, o Tribunal Constitucional veio declarar a inconstitucionalidade da norma que previa o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias, antes da passagem de um trabalhador a efectivo. Orgulhosamente, o TC defendeu os princípios do "direito ao trabalho" e da "segurança laboral", tão caros à nossa patética Constituição. Magnífico! E saberão os excelentíssimos juízes quais serão as consequências disso, num momento em que, no mundo inteiro, as empresas despedem e fecham, porque a economia estagnou e não há trocas nem o dinheiro circula? As consequências é que haverá ainda menos empresas a admitir trabalhadores ou, as que o fizerem, findo o período de 90 dias, despedem-nos ou passam-nos a recibo verde - sem direito a Segurança Social, férias, pagamento de horas extraordinárias ou quaisquer outras regalias de que beneficiam os privilegiados que, como os juízes, têm emprego certo e garantido para toda a vida e salários pagos religiosamente no final de cada mês.
Oiço também Manuel Carvalho da Silva (que tenho por pessoa séria e preparada) anunciar um ano de luta dos "trabalhadores" em defesa do aumento de salários e pensões, porque, sem isso, diz ele, a crise não será ultrapassada. Ora, ele não ignora que, com isso, é que a crise explodirá, com mais e mais empresas a falirem e mais e mais trabalhadores e famílias lançadas para o desemprego. E quando se sabe que este ano, e em resultado da crise, não há inflação a comer salários - pelo contrário, o perigo é a deflação e o desemprego - a sua proposta só pode visar uma política de terra queimada. Não por acaso, em ano de eleições.
A política de reformas e a própria necessidade de cerrar fileiras para enfrentar os tempos difíceis que aí vêm encontram pela frente uma grandiosa e organizada resistência de vários interesses contraditórios confluentes: a cartilha leninista do PCP, seguida à letra pelos sindicatos que lhe prestam obediência, num quadro político que hoje é verdadeiramente terceiro-mundista; a resistência tenaz de todas e cada uma das corporações em aceitar abrir mão de privilégios imorais e insustentáveis para o país; a cumplicidade activa de um corpo judicial que ignora como funciona o país real e que protege das reformas tentadas todas as outras corporações, com receio de que finalmente chegue a sua vez; a atitude acrítica de muita imprensa que adora a rua e o conflito como fonte de notícia e a quem os sindicatos e as corporações servem prestimosamente variadíssimas photo-oportunities e motivos de primeira página; e, enfim, a absoluta falta de sentido de Estado das oposições e, em particular, do PSD, que não resistem à mentalidade de que quanto mais complicada for a vida do governo melhor é para eles. Todos partilham da crença suicida de que pior do que tudo é o país poder tornar-se governável e alterarem-se coisa que são um adquirido nacional: termos a saúde mais cara do mundo, o maior e mais inútil desperdício de dinheiros públicos numa Educação que não funciona, uma Justiça que se arrasta em autocontemplação incapaz de cumprir o essencial daquilo que justifica a sua existência, uma produtividade laboral que é sistematicamente das mais baixas da Europa e que parece querer assim justificar uma economia com lugar para salários indecentes e livres tropelias do capital.
Numa notável entrevista ao último número do "Sol", Eduardo Barroso explica de forma arrasadora como é que as reformas tentadas pelo ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, eram essenciais para melhorar o serviço e conter gastos. E como é que elas foram derrotadas "por pressão da rua e da imprensa". O mesmo destino terão grande parte das reformas tentadas por Maria de Lurdes Rodrigues na Educação. Não porque não tenha razão, mas precisamente porque a tem. Mas isso é o pior que pode acontecer a alguém em Portugal: ter razão contra os interesses instalados.


08 janeiro 2009

OBAMA AINDA NÃO TOMOU POSSE - MAS OUÇAMOS O QUE ELE PENSA DA CRISE E AS SOLUÇÕES QUE TERÁ

    http://www.elpais.com/articulo/internacional/Obama/aboga/fuerte/intervencion/economia/evitar/recesion/dure/anos/elpepuint/20090108elpepuint_8/Tes


    PORQUE TUDO O QUE DIGA O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA SOBRE A SITUAÇÃO DO MUNDO, TAMBÉM NOS INTERESSA E DIZ RESPEITO, AQUI SE TRANSCREVE, em tradução espanhola, O DISCURSO ESTA TARDE PROFERIDO POR OBAMA NA UNIVERSIDADE DE GERORGE MASON EM FAIRFAX (WASHINGTON) Obama considera la actuación del Estado como algo esencial y sin la cual la recesión en que está sumida la economía estadounidense podría "durar años" y las cifras del paro podrían alcanzar cifras de "dos dígitos". De hecho, la recesión ya ha provocado una ola de despidos en Europa y EE UU. El futuro mandatario ha reconocido que, a corto plazo, este gasto aumentará el déficit, que ya está por encima del billón de dólares euros, pero ha advertido de las "consecuencias de hacer demasiado poco o de no hacer nada, que nos llevarán a un mayor deficit de trabajos, ingresos y confianza en nuestra economía". "Sólo el Gobierno puede romper los círculos viciosos que están devastando nuestra economía, donde una falta de gasto lleva a la pérdida de empleos, que a su vez lleva a una reducción aún mayor del gasto; donde la incapacidad de prestar y recibir crédito detiene el crecimiento y conduce a una reducción aún mayor del crédito", ha destacado para defender su apuesta por la acción del Estado.
    Para el futuro, el presidente electo prevé una reforma del sistema regulador estadounidense, que considera "débil y desfasado". Obama promete una revisión de la regulación de los mercados financieros y actuar con fuerza contra "los temerarios y codiciosos" que actúan en Wall Street para restablecer la confianza en los mercados. La reforma debe asegurar que el sistema financiero pueda resistir las crisis económicas y, a su vez, asegurar la protección de los consumidores y los inversores. Obama, que ha criticado a "los reguladores que no hicieron la tarea para la que estaban destinados", considerban destinados", considera que hay que evitar a toda costa un "fallo catastrófico" de las instituciones financieras y para ello cree necesario un "completo arsenal de herramientas" que contribuya a recuperar el flujo de crédito entre instituciones
    Inversión pública y empleo
    Obama ha asegurado que el plan de inversión pública no consistirá "simplemente en arrojar dinero sobre nuestros problemas". "Es verdad que no podemos depender sólo del Gobierno para crear trabajos o crecimiento a largo plazo (...) pero en este momento especial sólo el gobierno puede proveer del impulso necesario a corto plazo para librarnos de una recesión profunda y severa", ha añadido el presidente electo matizando los límites de su apuesta por lo público.
    El equipo de Obama valora este plan, que debe ser aprobado por el Congreso, entre los 675.000 y los 775.000 millones de dólares (492.800 y 565.800 millones de euros), pero el presidente electo insistió en que "no se trata de un programa de obras públicas". "La mayoría de los trabajos se crearán en el sector privado a la vez que nuestro plan ahorrará al sector público policías, profesores, bomberos y otros que desempeñan servicios vitales". "Es un plan que reconoce la paradoja y la promesa de este momento, que hay millones de estadounidenses que quieren encontrar trabajo al tiempo que hay mucho trabajo por hacer", declaró el futuro mandatario, que prometió inversiones en áreas como la energía o la educación.

OS BRINQUEDOS DO DINHEIRO FÁCIL


http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx?

Cristiano Ronaldo sofreu esta quinta-feira de manhã um aparatoso acidente de automóvel nos arredores de Manchester. O seu Ferrari conduzido pelo internacional português embateu contra um separador quando atravessava um túnel junto ao aeroporto daquela cidade inglesa, ficando com a frente destruída.

O dinheiro fácil é sempre a razão primária deste escandaloso desbaratar de milhões por alguém que preza menos um sumptuoso FERRARI do que um pobretanas o seu pequeno boguinhas, pago a prestações, com extremas dificuldades.
Apesar da violência do embate, Ronaldo não sofreu qualquer dano (ainda bem) e o acidente teve apenas a participação do futebolista, o seu belo Ferrari e o separador da via que estava ali estorvar... a empeçar as manobras nosso herói com a sua sumptuosa máquina.
Uma testemunha citada pela BBC, que seguia atrás do Ferrari do português e assistiu ao acidente, disse que “o carro chocou directamente contra o separador"
Em tempos de crise e do aumento exponencial da miséria neste degraçado mundo de enormes e vergonhosas desigualdades, toda a ostentação e desperdícios de quem possui muitíssimo mais do que o necessário, não pode deixar de acicatar a revolta de quem nem sequer tem com que alimentar e agasalhar os os filhos.
Seria bom que todos meditassemos nesta gritante realidade

JOSÉ SÓCRATES - O PROVINCIANO ASSUMIDO

Deparei-me agora com um trabalho dos idos anos de 2006, de Ana Sá Lopes, jornalista do Diário de Notícias, do ano de 2006, relativo a algumas facetas curiosas sobre um dia vida do Primeiro Ministro José Sócrates, o jovem e ambicioso transmontano, certamente muito ufano de o ser, como todos os que tiveram a dita de nascer nesse Reino Maravilhoso que assim o nosso TORGA qualificou e glorificou.
E como reza a crónica da excelente e bela jornalista, o Primeiro Ministro, transmontano, não tem problemas em qualificar-se como provinciano, não assumindo os snobismos bacocos dos deslumbrados de qualquer proveniência. E só por isso aumenta o nosso respeito por Sócrates.(digo eu). A cronista refere que o jornalista Jean Quatremer terá ficado estupefacto quando, do gabinete do primeiro-ministro em São Bento, lhe perguntaram o que queria para o jantar. "Jean, qu'est-ce que tu veux manger?", quis saber alguém que o "Libération" identifica como "um dos próximos de José Sócrates. "Imagine-se alguém no Palácio do Eliseu a perguntar os gostos culinários a um jornalista!", escreve um espantado Quatremer, no arranque de um retrato do primeiro-ministro português, que ocupou a última página do "Libé". Não, não era uma blague. São Bento queria mesmo contentar o enviado francês, deu-lhe amêijoas de entrada e cedeu à preferência do jornalista pelo pato, em substituição do bacalhau sugerido pela "casa". Quatremer constata que Sócrates, "como bom animal político", gosta de fazer charme e a soirée durou muito mais do que o jornalista francês estava à espera, tendo em conta a pesada agenda do primeiro-ministro. Ao enviado do "Libé", Sócrates elege como modelo político o blairismo britânico: "Gosto muito dos trabalhistas britânicos que fizeram muito para a renovação do pensamento socialista na Europa." Afirma que "não se reconhece de todo" no socialismo à francesa, que considera "ultrapassado". "A afirmação dos partidos socialistas faz-se ao centro", diz. Mais, segundo Sócrates: "O que é que diferencia a esquerda da direita? A igualdade. Mas, para mim, o primeiro valor, aquele que se sobrepõe aos outros, é a liberdade. Eu sou, pois, um democrata socialista." O jornalista francês nota que "numerosos editorialistas" consideram Sócrates "provinciano". Resposta: "O meu pai, arquitecto, conseguiu escapar à miséria. É verdade, eu sou um provinciano, e fiz-me sem pedir licença a ninguém. Não tenho aliados entre os mâitres à penser e a aristocracia de esquerda." Quando fala do caso da licenciatura, enerva-se: "Tem a noção de que tive que me submeter a um inquérito de um procurador independente?", regista, perante um jornalista francês que afirma que "ao contrário de Nicolas Sarkozy, José Sócrates nunca telefona aos jornalistas".

A SEMPRE CONSTANTE E INJUSTIÇADA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Tenho a honra e o prazer de conhecer bem os Açores. Diria, para começar, que os açorianos são a gente mais bonita do mundo e constituirá a sua sociedade, com alguma influência do Novo Mundo, um repositório das virtudes das gentes portuguesas de antanho que povoaram as belas Nove Ilhas, as desbravaram com mil dificuldades e nos legaram com aquele esplendor que nos emociona e enche de orgulho. Os açorianos são afectuosos, lhanos, hospitaleiros, limpos, lavados civilizados...Dificilmente suportariam um "Jardim" a governá-los por muito tempo. E jamais poriam em causa a sua nacionalidade nem abanariam, com displicência madeirense, separatismos que nunca apoiaram! E se usassem o argumentário das gentes do Alberto João, boas razões teriam para exigir independências porque além do esquecimento a que foram votados ao longo da história, em tempos de Autonomia Regional têm sido discriminados negativamente em relação à Madeira. E, por muitas e evidentes razões, os Açores merecem a maior solidariedade nacional. São uma novena de Ilhas espalhadas por um largo espaço do Atlântico, a maioria distantantes umas das outras, com acessibilidades difíceis que obrigam, para servir a sua gente, a uma enorme multiplicação de estruturas e serviços, tais como Hospitais, Centros de Saúde, Serviços Sociais, Educação, Agricultura, etc. etc. e muitos recursos humanos. Porque tudo isto envolve elevados custos financeiros, tem sido a bôa gestão dos diferentes Governos Regionais, nomeadamente os de Mota Amaral, que tem superado as parcas provisões orçamentais, sem esquecer os sacrifícios da bôa gente açoriana que não vê optimizados ou implementados serviços de que carece. Em tais circunstâncias a paridade das transferências de verbas para os Açores e Madeira é um disparate, para além de ser uma gritante injustiça. Fazer discriminação positiva, aumentando, tanto quanto possível, as verbas para os Açores é até ...uma questão patriótica!! Mas sejamos justos: com todas as dificuldades de permeio, o estado de desenvolvimento das NOVE ILHAS dos Açores de hoje nada tem a ver com os idos de 1974. Mas os Açores continuam emocionantemente lindos, deslumbrantes!!!

O PSD E O PODER


O PSD é um partido de poder puro e duro! A alternância é uma formalidade que cumpre com muita dor e sofrimento. Fora dos ministérios e suas adjacências ficam deprimidos, azedos, sem sentido de humor. Olham para quem está momentaneamente a ocupar o poder como um inimigo que lhes usurpou o território. As suas disputas internas são sempre dramáticas, quase roçar a tragédia. Às vezes parece que fica tudo em cacos... Mas quando o poder volta a afagar-lhes o regaço dá-se algo, quase como um sortilégio, que os une, os revigora e os torna felizes. As sequelas e recalcamentos ficam bem guardados para a próxima recaída... Fossemos todos nós mais caridosos... e nunca lhes retiraríamos o poder. A bem da harmonia nacional!

07 janeiro 2009

AÇORES; SUAS FESTAS SEUS CANTARES E INSTRUMENTOS MUSICAIS





Os instrumentos mais importantes das ilhas dos Açores são as violas com dois tipos distintos: A VIOLA MICAELENSE com a sua boca em forma de dois bem desenhados corações e a mui elegante e bela VIOLA TERCEIRENSE com a boca redonda.
Ambas se usam em ocasiões festivas a solo, ou a acompanhar os belos cantares e a dança, nas romarias, aos serões. Também nas festas do Espirito Santo de grande importãncia em todas as nove ilhas dos Açores, os Foliões, grupos de tocadores que acompanham os vários momentos da festa e tocam o tambor da folia juntamente com o PANDEIRO, fuste de pandeireta sem pele, na ilha de S. Miguel. Nas ilhas de S. Maria, Flores e Corvo o acompanhamento do tambor é feito com os TESTOS, pequeninos pratos metálicos que se batem um contra o outro.
É a velha alma da raça lusitana, com seus brios, as suas paixões, os seus encantos folgazões, seus usos e costumes, revive através da penumbra de mais de cinco séculos que os seus igrégios avós mirarão, garbosos e ufanos, no espelho enorme das ondas que estes rochedos banham e bordam de espumas rendilhadas.
Os cantos populares, as festas da praça, os impérios do Espírito Santo, os bodos, as folias da rez, os descantes à viola - música da jornada d'Alcacer- a poesia rústica adorável e simples, tudo isso constitui a expansão máxima da alma portuguesa e se alberga nestes retalhos avançados da Pátria.



RASPUTINE E O "MADERA"

RASPUTINE RODEADO DAS SUAS ADMIRADORAS

Vários russos que visitaram a Madeira referiram à Lusa que lhes é contado, em restaurantes ou caves, que Gregori Rasputin, figura problemática da história da Rússia do início do século XX, fora envenenado com a ajuda de vinho da Madeira. Embora o jornalista José Milhazes não confirme a história, o moge Rasputin, homem muito influente na corte do último czar, Nicolau II, particularmente junto da czarina, seria grande apreciador do vinho da Madeira, néctar que a corte russa importava directamente da pérola do Atlântico, constando das crónicas que o célebre monge foi envenenado através do Madera.

Ora isso aconteceu lá pelos fins do século dezanove, princípios do vinte e nem mesmo um crente da reencarnação se lembraria de imputar ao Imperador Alberto João qualquer participação em actos conspirativos contra o místico monge. Agora, se pudesse usar essa arma contra os gajos do contenente, ou cubanos, (que para o dito significa o mesmo), esgotava colheitas da pomada... Nem o camarada Pacheco Pereira escaparia incólume, dado nem sempre estar solidário com o Senhor da Madeira e fazer coro com o resto da cubanagem contra os destempêros do cavalheiro. P.Pereira, a quem já trataram por Rasputine da Marmeleira e desistiram pelos nulos efeitos da sua mística junto de MFL. Perdeu o título! Mas não escapava... ao madera.



05 janeiro 2009

TEMOS A OBRIGAÇÃO DE DIZER A VERDADE AOS PORTUGUSES

http://blogoexisto.blogspot.com/2009/01/temos-obrigao

Cavaco alertou os seus insensatos súbditos para o contínuo aumento do endividamento do país ao longo dos últimos dez anos. Qual será a causa do fenómeno? Terão os portugueses perdido o juízo, ou haverá outra razão para ele?Comecemos por perguntar-nos se terá ocorrido algo extraordinário na última década. Olha, é verdade: aderimos ao euro.E que relação terá essa circunstância com o nosso endividamento? Tendo em conta as carências do país, era previsível que a descida da taxa de juro iniciada no final dos anos 90 incitasse o Estado, as empresas e os particulares a recorrerem mais ao crédito. Foi isso que aconteceu.No passado, o excesso de endividamento externo resolvia-se aumentando a taxa de juro e desvalorizando o escudo. O país padecia durante um ano, mas, depois, as coisas regressavam à normalidade. Era uma espécie de operação ao apêndice: desagradável, mas eficaz.Agora, porém, como estamos no euro, não podemos fazer isso. E, como a taxa de juro é fixada em função da situação do conjunto da zona euro, e não da nossa, estamos privados de política monetária própria.Restaria então a política orçamental. Ao cabo de seis anos, o Estado português conseguiu conter o aumento do seu endividamento (um défice de 2,5% com uma inflação da mesma ordem significa que, em termos reais, o endividamento não aumenta).Logo, o Estado fez a sua parte, mas as empresas e os particulares continuaram a endividar-se.Resta a possibilidade de as contas do Estado gerarem um excedente suficientemente grande para compensar o endividamento privado. As contas são facéis de fazer: temos este ano um défice orçamental à volta dos 2,5% e um défice da balança de transacções correntes da ordem dos 8,5% que, a não ser compensado por investimento directo estrangeiro, terá de ser financiado por empréstimos. Logo, o problema resolver-se-ia se o Estado conseguisse um superavit de 6%.Para isso, o Estado poderia aumentar os impostos num valor equivalente a 8,5% do PIB, ou, alternativamente, reduzir a sua despesa no mesmo montante. Utilizando um multiplicador moderado (qualquer coisa como 1,5), decorreria daí uma quebra do PIB da ordem dos 12%. Não é exagerado prever que o desemprego ultrapassaria os 20% da população activa.Por outras palavras: para além de ninguém saber como é possível um corte na despesa pública desta ordem, a eventualidade da sua concretização lançaria o país na ruína e no caos.Chegamos então à tal verdade que os portugueses precisam de compreender. A adesão ao euro foi, nas circunstâncias em que ocorreu, uma enorme insensatez, agravada pela elevada paridade atribuída ao escudo para ajudar o PSD a ganhar uma eleição que, afinal, até perdeu.Para agravar mais a situação, o primeiro-ministro Cavaco Silva criou um mecanismo de progressão automática na carreira dos funcionários públicos garantindo que a massa salarial cresceria mesmo quando eles não fossem aumentados. Isto sem falar de que usou os dinheiros europeus para comprar o apoio das múltiplas corporações económicas e profissionais que mantêm o país refém.Por outras palavras, Cavaco Silva fechou o cofre à chave e deitou-a fora. Agora, acusa-nos de não sermos capazes de abri-lo.Se o actual Presidente tivesse a integridade intelectual e política de Alan Greenspan, reconheceria os erros que cometeu e pediria perdão por eles. Não sendo esse o caso, candidatou-se à chefia do Estado e usa o lugar que ocupa para nos pregar sermões.No estado a que as coisas chegaram, o Estado português pouco pode fazer para facilitar e acelerar o processo de transição para uma nova estrutura empresarial mais competitiva. Resta-lhe dar tempo para que os mercados façam o seu trabalho, processo em que já consumimos toda a presente década e que ainda não sabemos ao certo quando estará concluído.Eis a triste verdade que Cavaco Silva não tem coragem para reconhecer..
Publicada por João Pinto e Castro e aqui btranscrito (com a devida vénia - a quem sabe do que fala)
(Na foto supra, Cavaco Silva e a sua super competente Ministra das Financas...) «0s sublinhados são nossos»