13 agosto 2011

BOM DIA POBREZA



«A pobreza está a alastrar." É a declaração de princípio do Plano de Emergência Social apresentado há uma semana pelo Governo. E acrescenta: "O risco de cair em situação de pobreza também." Para fundamentar tão assertivas afirmações, nada. Poderia o ministro da Solidariedade apresentar factos, números, estimativas; mas não, prefere fazer de oráculo.

Ora - conselho grátis nestes tempos de anunciada escassez - é de desconfiar quando, existindo dados sobre um assunto, quem tutela organismos que compilam esses dados e tem a obrigação de sobre eles fundamentar políticas escolhe não os citar. O mais certo é contradizerem o que quer dizer. E o que o ministro quer dizer é que as políticas praticadas nos últimos anos, as do chamado Estado social, não serviram para nada, pelo contrário, "usaram os recursos em burocracia em vez de ajudar as pessoas", sendo pois preciso "pedir com humildade ajuda às instituições que em permanência garantem uma resposta social", ou seja, "menos Estado e mais IPSS". O que equivale, claro, a "melhor política social".

Descontemos, porque o espaço é curto, o facto de as IPSS serem generosamente financiadas pelo Estado e de se estar deste modo a anunciar um reforço desse financiamento; centremo-nos na ideia de que o Estado "não tem funcionado" nessa área. Temos sido, é certo, bombardeados, em notícias, reportagens e discursos partidários, com a certificação de que a desigualdade "tem vindo sempre a aumentar e a pobreza também". À direita e à esquerda as oposições foram coincidentes - e quão - nisso: tudo estava cada vez pior, nada funcionava.

Pouco importa pois que Eurostat e INE demonstrem que entre 2003 e 2009 a percentagem de população em risco de pobreza em Portugal passou de 20,4% para 17,9 (a média da UE é 16,3%), tendo nos idosos diminuído ainda mais, de 28,9% para 21% (o que corresponde a uma descida de 26%), no mesmo período. Pouco importa que o índice de Gini, o indicador da desigualdade na distribuição dos rendimentos, tenha registado uma diminuição recorde, de 0,378 para 0,337 (a média da UE é de 0,303). A propaganda, quer à direita quer à esquerda dos governos PS, decretou que nada disso interessa - ou é "mentira" -, que a pobreza alastrou e as desigualdades se adensaram.

Ora, se aquelas políticas não serviam eram precisas novas, não eram? Ei-las. E se a direita agora no poder nunca escondeu realmente ao que vinha, a esquerda do PCP e do BE pode felicitar-se por ter contribuído com denodo para abrir caminho à política dos restos e do assistencialismo. Quanto ao ministro Mota Soares, pode bem revelar-se um profeta. Num governo que aumenta 20% os transportes e prevê um passe social só "para muito pobres", confisca metade do subsídio de Natal sem explicar porquê, prevê aumentar ainda mais o IVA e quer tornar os despedimentos mais baratos ou mesmo grátis, a previsão de um aumento do risco de pobreza é pura honestidade. Mesmo que não seja. » [
DN]
Por Fernanda Câncio.

GASPAROIKA/CAIPIROSKA

Mixórdia caipiroska
A Caipirinha deu lugar à Caipiroska e parece que a troika foi substituída pela concorrência da Gasparoika, a versão mais robusta da troika. Aquando da negociação do acordo com a troika ainda se ouviu falar de divergências entre a EU e o FMI com esta organização a cobrar juros mais baixos e a manifestar maiores preocupações com o crescimento. Depois apareceu Passos Coelho a dizer que era mais troikista do que a troika e apareceu o Gaspar a manifestar-se como um defensor incondicional de uma política económica dura. Na sua imagem de “cão abandonado” o ministro introduziu o termo robusto e desde então os adjectivos da sua política económica são do tipo brutal e colossal.
O ministro já deixou de falar em crescimento económico e muito menos da qualidade desse crescimento ou do tipo de emprego que gera, isso pouco lhe importa, Vítor Gaspar é um daqueles economistas que desprezam os indicadores sociais, são indiferentes à miséria que resulta das suas políticas. A sua abordagem da política económica nada tem de novo e não é a primeira que vez que a receita foi aplicada.
 A lógica da sua política é simples, se as contas públicas estão desequilibradas e as empresas sentem dificuldades de competitividade promove-se a transferência de riqueza da classe média e dos pobres directamente para os mais ricos ou indirectamente através do Estado. A forma mais prática de o fazer é aplicando impostos brutais e para calar os mais pobres promove-se a institucionalização da caridade A própria coligação reflecte esta estratégia, o PSD responsabiliza-se por ajudar os ricos enquanto aos ministros do CDS coube a distribuição da caridade.
Muito antes de qualquer desempregado encontrar emprego já empresas como os bancos, a EDP, a SONAE, o Pingo Doce, a GALP ou a PT reforçaram os seus capitais ou distribuíram milhões em dividendos graças à redução da TSU, da redução dos salários ou dos negócios com um Estado generoso para os mais abonados. E quando o emprego surgir, se isso vier a acontecer, os aumentos dos lucros foram brutais enquanto o emprego criado paga salários inferiores aos alguma vez praticados em Portugal.
O que o Vítor Gaspar está a fazer é a colocar uma banda gástrica fiscal aos que trabalham para se assegurar que a riqueza flui para os que  investem. Quando a sua política terminar, porque aumenta o emprego de trabalhadores não qualificados ou porque desencadeou uma grave revolta social, as estatísticas evidenciarão um desequilíbrio bem maior do que o actual na distribuição do rendimento. Em vez de resolver os problemas da economia criando mais riqueza a sua estratégia passa pela criação de mais miséria.

ESTÃO LÁ TODOS

Sábado, Agosto 13, 2011

Como é que não se esqueceram de nenhum?



Estão todos.

ADENDA: e quanto vai custar o grupo para analisar o serviço público de comunicação, vamos poder saber?

UM BREVE OLHAR






UM BREVE OLHAR
Lá em cima, no ar
Sobre a monotonia destas casas
Sulcando, sereníssimas, os céus,
Abrem a larga rima das suas asas,
Lenços brancos do azul, dizendo adeus
Ao vento e ao mar.
Eu fico a vê-las
E meus olhos, de as verem, vão partindo
E fugindo com elas;
E a segui-las eu penso,
Enquanto o olhar no azul se espraia e prega,
Que há uma graça, que há um sonho imenso
Em tudo o que flutua e que navega…
Para onde se desterram as gaivotas,
Contra o vento vogando, altas e belas,
Essas voantes e pairantes frotas,
Essas vivas e alvas caravelas?
Vão para longe… E lá desaparecem,
Ao largo, por detrás do monte;
E os nossos olhos olham e entristecem
Com as vagas saudades que merecem
As coisas que se somem no horizonte!
Afonso Lopes Vieira

GASPAROIKA

Gaspar, o jeitoso alegre,  com a eterna Judite

A Gasparoika

A Caipirinha deu lugar à Caipiroska e parece que a troika foi substituída pela concorrência da Gasparoika, a versão mais robusta da troika. Aquando da negociação do acordo com a troika ainda se ouviu falar de divergências entre a EU e o FMI com esta organização a cobrar juros mais baixos e a manifestar maiores preocupações com o crescimento. Depois apareceu Passos Coelho a dizer que era mais troikista do que a troika e apareceu o Gaspar a manifestar-se como um defensor incondicional de uma política económica dura. Na sua imagem de “cão abandonado” o ministro introduziu o termo robusto e desde então os adjectivos da sua política económica são do tipo brutal e colossal.
O ministro já deixou de falar em crescimento económico e muito menos da qualidade desse crescimento ou do tipo de emprego que gera, isso pouco lhe importa, Vítor Gaspar é um daqueles economistas que desprezam os indicadores sociais, são indiferentes à miséria que resulta das suas políticas. A sua abordagem da política económica nada tem de novo e não é a primeira que vez que a receita foi aplicada.
A lógica da sua política é simples, se as contas públicas estão desequilibradas e as empresas sentem dificuldades de competitividade promove-se a transferência de riqueza da classe média e dos pobres directamente para os mais ricos ou indirectamente através do Estado. A forma mais prática de o fazer é aplicando impostos brutais e para calar os mais pobres promove-se a institucionalização da caridade A própria coligação reflecte esta estratégia, o PSD responsabiliza-se por ajudar os ricos enquanto aos ministros do CDS coube a distribuição da caridade.
Muito antes de qualquer desempregado encontrar emprego já empresas como os bancos, a EDP, a SONAE, o Pingo Doce, a GALP ou a PT reforçaram os seus capitais ou distribuíram milhões em dividendos graças à redução da TSU, da redução dos salários ou dos negócios com um Estado generoso para os mais abonados. E quando o emprego surgir, se isso vier a acontecer, os aumentos dos lucros foram brutais enquanto o emprego criado paga salários inferiores aos alguma vez praticados em Portugal.
O que o Vítor Gaspar está a fazer é a colocar uma banda gástrica fiscal aos que trabalham para se assegurar que a riqueza flui para os que se investem. Quando a sua política terminar, porque aumenta o emprego de trabalhadores não qualificados ou porque desencadeou uma grave revolta social, as estatísticas evidenciarão um desequilíbrio bem maior do que o actual na distribuição do rendimento. Em vez de resolver os problemas da economia criando mais riqueza a sua estratégia passa pela criação de mais miséria.
in O JUMENTO

OS MOTINS DOS DÍSCOLOS INGLESES

PM britânico promete combater "cultura de medo"

MAIS IMPOSTOS...

LAMENTÁVEL



Queria ver o vídeo? Eu também.

Mas o vídeo desapareceu da edição online do Expresso.

O GASPARZINHO-MOR EM ACÇÃO

Anúncio de Vítor Gaspar
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar

IVA sobre electricidade e gás sobe já este ano



Numa curta conferência de imprensa sem direito a perguntas, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou esta manhã que o IVA da electricidade e do gás vai passar da taxa reduzida para taxa normal...

ESTAMOS FRITOS COM OS GASPARZINHOS


DAQUI

12 agosto 2011

ESTA GENTE NÃO TEM DÓ NEM PIEDADE

Sexta-feira, Agosto 12, 2011


E O DR. PORTAS FICA IMPÁVIDO?


Vítor Gaspar, ministro das Finanças, anunciou há pouco que, a partir de 1 de Outubro, a taxa do IVA do gás e da electricidade sobe dos actuais 6% para 23%. As televisões andaram ontem todo o dia a massacrar-nos com o anúncio, previsto para hoje, de cortes na despesa. Dramático, o Diário de Notícias, que tem metade da redacção destacada na Gomes Teixeira, compara o conselho de ministros de ontem ao massacre de Tombuctu. Ministros houve que rasgaram as vestes. Afinal, em vez de cortes na despesa, o governo anunciou ao vivo e a cores novos aumentos de receita
Esta gente precisa de ser corrida à pedrada...O fogo lhes pegue

11 agosto 2011

Sarkozy e Merkel vão reunir-se na terça-feira para discutir problemas financeiros europeus


Paris, 11 ago (Lusa) - O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou hoje que irá reunir-se na terça-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, par...



Sarkozy e Merkel vão reunir-se na terça-feira para discutir problemas financeiros europeus
Sarkozy e Merkel vão reunir-se na terça-feira para discutir problemas financeiros europeus
Paris,  (Lusa) - O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou  que irá reunir-se  com a chanceler alemã, Angela Merkel, para discutir a crise das dívidas soberanas europeias.
De acordo com um comunicado do Eliseu, Sarkozy vai receber Merkel em Paris a 16 de Agosto para debater a reforma das instituições da Zona Euro, bem como a instabilidade nos mercados financeiros devido à continuação da crise da dívida.
Os dois líderes, ainda segundo o comunicado, vão tentar apresentar "propostas conjuntas" para resolver a atual crise antes do final do verão.
O gabinete de Merkel confirmou a  reunião sem acrescentar pormenores.
PGR.
Lusa/Fim

SANTANA LOPES NO EUROMILHÕES

Mais um excêntrico no Euromilhões





Santana Lopes já não anda por aí. Mas ainda não aparece aqui.

ALCAGOITAS


Alcagoitas

A direita portuguesa negou a existência de uma crise financeira mundial e sonhava que depois de tantos artigos contra o governo de Sócrates publicados no Financial Times tudo mudaria depois das eleições, com um governo da direita as agências de rating passariam a ser simpáticas, os jornalistas do Financial Times passariam a ser simpáticos e Portugal passaria a ser o oásis que costuma ser quando a direita governa.

Governar seria fácil, uma dose de cavalo de austeridade fundamentada num desvio colossal explicado de forma patética por um ministro que lembra um velho mestre-escola lendo ditados, uma descida abrupta dos impostos pagos pelos patrões financiado por aumento do IVA aplicado aos produtos que os pobres consomem e tudo se resolveria. A austeridade cavalar trataria dos indicadores eleitorais enquanto um falso programa de combate à pobreza asseguraria os indicadores das sondagens eleitorais.

Mas a direita portuguesa está com azar... A crise financeira não só contagiou países como a Espanha e a Grécia ameaçando os maiores da Europa, como chegou à América. Por cá os tais mercados por quem devemos ter um respeitinho obediente tratam-nos como lixo e depois de uns arrufos presidenciais e governamentais fez-se silêncio!  Um descansa tranquilamente na Quinta da Coelha, porque a idade já pesa, o outro foi descansar para a Manta Rota depois de um mês de  trabalho incansável, porque isto de fazer meia dúzia de saneamentos e vender o BPN ao amigo Mira Amaral deixa qualquer um roto.

Perante uma crise internacional tão grave o que faz o governo? Se por cá andasse o Eduardo Catroga diria que não se preocupa com pentelhices o equivalente na sua aldeia ao que por esta banda se diz serem alcagoitas?




A CARA DE NUVENS

  1. Uma cara no céu antes da tempestade
    Uma cara de nuvens
    em 11AGO2011

10 agosto 2011

VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS

Quinta-feira, Agosto 11, 2011

                                                                                                                         

A magia dos "números"

Sem trabalho para apresentar, o governo da nação vai entretendo o povo com umas lérias.
Agora é Assunção Cristas que se gaba de ter reduzido as nomeações em 30% face ao anterior executivo.
Acontece que este ministério resulta da fusão de dois (Agricultura e Ambiente), logo, as nomeações deveriam ter sido reduzidas em 50% para que ficassem idênticas às dos anterior governo. Emagrecer o estado - como apregoam PSD e CDS - implicaria uma redução superior a 50%. A redução de apenas 30% significa que o Estado continua gordo e - pior - que a política de fusão de ministérios é uma farsa. Como se confirmará lá mais para a frente.
São estes os célebres consumos intermédios de Catroga & Moedas?


Manchete de hoje do Público

• Nuno Teles, Voando sobre um ninho de cucos:
    ‘Ler o relatório sobre a descida da TSU e o aumento do IVA é toda uma experiência que varia entre a pior teoria económica neoclássica, o enviesamento ideológico e um optimismo infundado. E, ainda assim, só um governo cego insistiria na descida da TSU depois de ler as conclusões do estudo (…).’

POIS!...

Santana Lopes a caminho da Santa Casa da Misericórdia
Pedro Santana Lopes foi convidado pelo Governo para ser o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O antigo primeiro-ministro sucederá a Rui Cunha, que foi secretário de Estado da Inserção Social no Governo de António Guterres, na altura em que Ferro Rodrigues estava à frente do ministério da Solidariedade.
Rui Cunha estava no lugar desde 2005, tendo sucedido a Maria José Nogueira Pinto.
Santana é actualmente vereador na Câmara Municipal de Lisboa. O convite deverá ser aceite nos próximos dias.
SOL

COELHO - O MENTIROSO


                                                                                         

contrário do que Passos garantiu, as taxas do IVA vão subir?


Manchete de hoje do Público

• Nuno Teles, Voando sobre um ninho de cucos:
    ‘Ler o relatório sobre a descida da TSU e o aumento do IVA é toda uma experiência que varia entre a pior teoria económica neoclássica, o enviesamento ideológico e um optimismo infundado. E, ainda assim, só um governo cego insistiria na descida da TSU depois de ler as conclusões do estudo (…).’ Pois... É o resultado de os portugueses terem a mania de eleger jeitosos com pouco miolo...

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Violência em família social-democrata (?)


«No dia 12 de Julho, por volta das sete da manhã, a PSP recebeu um pedido de ajuda. Carlos Eduardo Maceno de Sá, venezuelano de 25 anos, tinha sido alegadamente agredido pelo marido, Jorge Nuno de Sá, ex-deputado do PSD, com quem se casou a 31 de Janeiro deste ano. Segundo fonte da PSP, o ambiente na residência do casal estava calmo, apesar do jovem massagista apresentar "escoriações no pescoço e dizer que o marido o tinha tentado asfixiar". Porém, a mesma fonte garantiu ao DN que o marido do antigo presidente da JSD encontrava-se "embriagado".» [DN]


A "CUSQUICE"



O acesso às contas dos assessores
«Democratizou-se um bocadinho mais um direito inalienável: a cusquice. Ontem, os recém-nomeados pelos ministros - chefes de gabinete, assessores, adjuntos, secretárias, motoristas... - consultavam, tal como os restantes portugueses, o novíssimo site oficial com as nomeações. Mas nos ministérios fazia-se análise comparativa: "Ora deixa-me lá ver quanto é que o Gonçalo, que foi para a Saúde, ficou a ganhar...", dizia o Xavier, que foi para a Defesa Nacional. O dia foi de passo em frente porque, antes, as nomeações só vinham no Diário da República. Este obrigava à quase profissionalização da curiosidade: tinham de ser lidas centenas de despachos, separar os louvores e as exonerações, para no meio de tanta parra saber das nomeações. Agora, com meia dúzia de cliques tem-se a lista completa, as funções e, sobretudo (para o cusco), quanto ganha cada um. E é essa questão que pode causar algum distúrbio entre os apoiantes do novo Governo, até ontem unidos pela vitória e pela sorte de terem sido escolhidos pelos ministros. É que para a mesma função há diferenças significativas de ordenado. Sempre houve, e bem, porque os membros dos gabinetes ministeriais são como o género humano em geral: cada um é um caso. O problema é que com a transparência actual vai ser imediatamente notório esse factor de inveja. Não posso dizer, desde ontem, se alguns nomeados ainda têm o Governo sob estado de graça. » Ferreira Fernandes-[DN]

No início dos anos 70 do século passado - há 40 anos - o mundo vivia no fio da navalha. O império soviético estendia-se até Berlim, onde construíra um muro de separação, e disputava palmo a palmo a hegemonia mundial, ideológica, económica e militar, com os seus rivais americanos. O confronto nuclear entre os dois impérios era, então, uma ameaça permanente, enquanto os serviços secretos da CIA e do KGB espalhados por todo o mundo iam fazendo o trabalho de casa. Nessa altura, a Europa ganhava pujança económica e força política estratégica renascendo das cinzas da Segunda Guerra Mundial como um modelo social alternativo, a meio caminho entre o estatismo soviético e o liberalismo americano, assente principalmente no peso político e nas receitas ideológicas da social-democracia europeia. A Europa democrática lavara-se das suas devassas colonialistas e imperialistas e assumira-se como paladina da democracia, da solidariedade, e do Estado promotor do bem- -estar social. Homens como Willy Brandt, Olof Palme, Helmut Schmidt, Jacques Delors, Mitterrand ou Mário Soares, entre outros, protagonizaram este projecto europeu. Na mesma altura, os comunistas chineses, depois da cisão com os comunistas soviéticos, preparavam a China, ainda uma carta fora do baralho, para dar os primeiros passos num caminho de autonomia que a iria conduzir ao que é hoje uma das maiores potências mundiais. Neste tempo, tão longínquo que quase se perdeu nos confins da memória, mas tão próximo para ter sido ainda vivido pela minha geração, o modelo da Europa democrática concentrava, em si, a esperança no futuro, enquanto americanos e russos desbaratavam os seus créditos na guerra do Vietname ou na invasão da Checoslováquia.

Hoje, quatro décadas depois - tempo irrisório no processo histórico -, o todo poderoso império soviético faz parte do património arqueológico da humanidade, tendo desaparecido há duas décadas; o império americano está entre a bancarrota e os seus pergaminhos imperiais e a Europa, entretanto feita União Europeia, está a meia dúzia de passos da implosão. A China, essa, debaixo de uma feroz ditadura, caminha discretamente para se constituir a maior potência mundial. O mundo mudou muito em pouco tempo. E a social-democracia europeia também. Sobretudo a partir da deriva de Tony Blair que arrastou a social-democracia europeia para o pântano. Não se vislumbra no horizonte um regresso dos sociais-democratas europeus ao essencial, corrigindo os erros cometidos: propor soluções para a saída desta crise profunda na Europa, envolver os cidadãos nos adiais políticos e sociais do estado social, num regresso a padrões compatíveis com a riqueza efectivamente produzida, exigir justiça na distribuição dessa mesma riqueza. Numa palavra: pôr a política no posto de comando, dirigir a economia e afrontar esse papão dos mercados. A social-democracia europeia, enquanto corrente de pensamento político, não existe, quando é indispensável à reviravolta ainda possível. Andam todos, desde Geórgios Papandréu a Martine Aubry, passando Rubalcaba , a reboque dos mercados da dívida soberana, dos acordos com troikas ou das agências de rating. É triste, mas é verdade.

P.S. - O governo decidiu criar um site onde divulga as nomeações para os gabinetes ministeriais, indicando o nome, o vencimento e o cargo que desempenha. É de aplaudir, naturalmente. A transparência é indispensável à qualidade da democracia. No entanto, não se pode ficar por aqui. É necessário aplicar também o mesmo critério a todas as empresas públicas. E desafiar todos os presidentes de câmaras municipais e governos regionais a seguir o exemplo, mesmo sabendo que se corre o risco, num país de invejosos e coscuvilheiros, de se desvirtuar o objectivo principal da divulgação. O dinheiro do Estado é dinheiro dos cidadãos, dos contribuintes.

O MERCEEIRO E O ASSALARIADO

O silêncio na Coelha

Agora que a crise assumiu claramente a sua dimensão internacional o merceeiro do Pingo Doce calou-se, o seu assalariado de serviço, desapareceu, o Duque dedica-se a relatórios encomendados sobre televisão e o professor da Coelha nem faz um comentário no Facebook. Estarão distraídos em férias ou vão pedir desculpa por esta interrupção nas preocupações com o país?

MUITOS ESPECIALISTAS E MUITA MASSA DESPENDIDA

ENGORDAR O ESTADO



Quando ainda falta conhecer a realidade de 3 ministérios (Negócios Estrangeiros, Justiça e Educação), o número de especialistas contratados até ontem pelos gabinetes ministeriais é de 51. Cinquenta e um. Não confundir com adjuntos e assessores, que podem ser recrutados nos greens. Estamos a falar de especialistas. Nem Santana Lopes foi tão longe. O salário médio destes especialistas é de 3500 euros. O ministério da Economia e Emprego é responsável por 40% destas contratações. Tudo isto pode ser conferido no Portal do Governo. Já agora: a chefe de gabinete de Álvaro Santos Pereira aufere 5821 euros.
Nenhum destes valores me escandaliza. Mas 51 é um número excessivo. Então para que servem os secretários e subsecretários de Estado? E os directores-gerais? E os técnicos superiores? São mangas-de-alpaca? Para quem andou seis anos a arrancar as vestes...

O ÁLVARO SABICHÃO

Sempre que  o Álvaro aparece vem-nos à mem/oria a cena de cinema do exame de medicina do Dr. Vasco, quando este explicou o que era o esternoclidomastóideo. Tal como as velhinhas ficavam embevecidas porque o rapaz até sabia o que era o mastoideu também muitos dos nossos analistas ficam eufóricos porque o Álvaro se lembrou de coisas como a bandeirinha nos produtos portugueses e do tratamento informal, querendo significar que desde o famoso ovo de Colombo que não se via nada de tão genial neste país mergulhado no obscurantismo e na ignorância, tendo sido  preciso um Álvaro canadiano vir libertar-nos. Mas isso de retirar os portugueses do torpor da idiotice exige não só um super ministro mas uma equipa super, desde a chefe de gabinete aos adjuntos e uma equipa super deve ser remunerada de forma super. Grande Álvaro, o que seria deste pobre país sem ti...

BODES EXPIATÓRIOS E...

Bodes expiatórios, óleo de fígado de bacalhau e outras receitas para salvar o País e o mundo

'Como temos podido constatar, o prolongamento da recessão reduz ainda mais a capacidade de os credores pagarem as suas dívidas, pelo que a austeridade não só não diminui o desemprego como tampouco contribui para baixar o endividamento. No plano económico, a obsessão com a redução dos défices a todo o custo condena-nos à estagnação prolongada; no plano político, fomenta a busca de bodes expiatórios - sejam eles os preguiçosos do Sul, os imperialistas alemães, os banqueiros gananciosos, os bárbaros imigrantes ou os invasores chineses - e favorece o ressentimento e as correntes de opinião extremistas.
O dramático agravamento da situação mundial nos últimos dias parece confirmar que corremos o risco de nos transformarmos em danos colaterais de um culto primitivo cujo fundamento irracional é disfarçado com muitos cálculos matemáticos. Decididamente, os deuses não estão do nosso lado

    João Pinto e Castro

A IMPOTÊNCIA DO PSD

Fica para a próxima...

DO MUNDO DOS COLOSSAIS

Para onde vamos?

«Pouco mais de um mês de exercício de mandato torna qualquer avaliação definitiva do desempenho do Governo, no mínimo, imprudente.
Acresce que o cumprimento do acordo firmado com a ‘troika' impõe uma séria limitação à liberdade de actuação dos partidos subscritores, o que só por si aconselha especial prudência nas análises e nas propostas alternativas.
O que ficou dito não deve porem impedir a valoração ideológica e política das declarações programáticas do primeiro-ministro e do ministro das Finanças bem como da incipiente prática deste Governo que apontam para uma profunda mudança do papel do Estado e do próprio modelo social português.
O que se trata é partir das exigências da ‘troika' para:
- reduzir ao mínimo as políticas sociais públicas conferindo-lhe um carácter assistencial ou mesmo caritativo;
- desmantelar o Estado através da extinção de serviços e das privatizações a favor de investidores estrangeiros que se vão apropriar, a preço de saldo, de sectores estratégicos para a defesa do interesse nacional.
- aumentar a carga fiscal, como instrumento privilegiado de equilíbrio das contas públicas, através da adopção de uma política tributária cega às desigualdades sociais e à injusta transferência de rendimentos que provoca;
- transformar o País numa espécie de laboratório onde se experimentam medidas de pura inspiração neoliberal sem que haja um conhecimento perfeito da realidade empresarial e laboral portuguesa.
Neste quadro o crescimento económico perde relevância e a competitividade das empresas esgota-se na redução da TSU, obviamente compensada pelo aumento das receitas do IVA.
Esquece-se o Governo que sem crescimento não haverá carga fiscal, por mais pesada que seja, capaz de equilibrar as contas públicas. Ninguém ignora que é indispensável uma forte e firme disciplina orçamental que implique um corte significativo na despesa do Estado, mas que se faça de forma selectiva salvaguardando a exequibilidade de uma política económica virada para a inovação, produção e emprego e para a manutenção de políticas sociais que garantam o respeito pela dignidade dos portugueses na reforma, na doença e no desemprego.
A disciplina orçamental imposta sem uma estratégia bem definida, prejudica seriamente a economia, reduz a competitividade e mina as perspectivas de adequadas políticas sociais.
O "colossal trabalho" que tem sido referido pelo primeiro-ministro deverá ser o de conciliar a redução selectiva da despesa pública com uma tributação justa, do ponto de vista social e proporcional do ponto de vista da intensidade, em ordem a garantir o desenvolvimento económico e a manutenção de adequados níveis de protecção social.
Temos a clara consciência que o cumprimento do objectivo do défice para este ano (5,9%) é decisivo.
Mas, em nosso entender, não menos decisivo é não nos resignarmos aos nove trimestres de continuada recessão que o ministro das Finanças anuncia e parece aceitar como uma inevitabilidade. Se em 2012 Portugal continuar em recessão será o único país da UE a empobrecer. A média prevista para o crescimento da UE naquele ano é de 1,9% e a própria Grécia depois de uma queda de 3,5% em 2011 vê o seu PIB aumentar 1,1% em 2012 (previsões macro económicas da CE e da OCDE). É pois indispensável e urgente mobilizar a vontade e a confiança dos empresários, dos trabalhadores e das respectivas organizações para adoptarem estratégias de inovação e de internacionalização capazes de combaterem ou atenuarem a recessão anunciada. Ao Governo competirá aplicar as políticas que apoiem decididamente o sector privado neste combate não se deixando tolher por princípios ideológicos que impedem ou dificultam a intervenção do Estado na utilização de todos os instrumentos ao seu alcance para dar confiança às empresas e reforçar a sua competitividade.
Como disse no início é cedo para que de forma conclusiva possamos saber para onde este Governo leva o nosso País. Todos desejamos que Portugal percorra os caminhos da Paz, da Justiça e da dignidade Nacional, e tudo faremos, de acordo com os nossos princípios, para que assim aconteça.As declarações produzidas e as decisões tomadas pelo Governo nestes primeiros tempos geram mais preocupações do que confiança. Aguardemos, com a certeza de que em Democracia haverá sempre alternativas.»
[
DE]
Basílio Horta.


CAMBADA! FAÇAM O FAVOR DE FAZER SACANINHAS AOS GASPARZINHOS...

SNS OUT



Estomatologia, óculos (armações e lentes), calçado ortopédico, próteses para várias aplicações, ambulâncias, termas, etc. Acaba amanhã.

Comunicado: «No âmbito da redefinição das regras de acesso às prestações de saúde e tendo em conta os compromissos internacionais do Estado português, torna-se necessário, de acordo com as orientações da tutela, reavaliar a função dos reembolsos directos aos utentes do SNS e suspender o seu pagamento.» Paulo Macedo, banqueiro, não foi escolhido à toa para ministro da Saúde...
Pois, este é um governo de sacaninhas...

[Cacha: Público.]

OUVIR MÚSICA DE OUTROS VERÕES

 





BangShowbiz
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Ouvir Playlist "Anos 80 - A música de outros verões"

Porque é que os anos 80 são importantes na história da música? Começamos por um facto: Michael Jackson lançou, em 1982, o álbum Thriller, o mais vendido de todos os tempos.
Os anos 80 são conhecidos também como a década da música electrónica. Nesta época, a New Wave e o Synthpop transformaram-se de uma vez por todas em géneros musicais mainstream. Ocuparam as tabelas de vendas, e ainda hoje são a referência para toda a estrutura da Dance Music. Nos anos 80 surge a MTV e o hip hop. O hard rock também recebe novas influências, com batidas mais fortes e sons de guitarras mais pesados, o que trouxe a público uns dos géneros musicais mais populares da década: o heavy metal. Muitas outras bandas de rock e pop surgiram nos anos 80: A-ha, U2, The Smiths, Duran Duran que ainda hoje povoam o imaginário da Pop Music.

09 agosto 2011

MACÁRIO PASMADO!!!

COISAS SÉRIAS



Excertos da entrevista que Miguel Sousa Tavares deu a João Céu e Silva. Sublinhados nossos.  Do Diário de Notícias:
«[...] Este governo vai cumprir o mandato porque o Governo tem um Seguro. Chama-se António José. [...] Mas Cavaco tem opiniões? [...] Só vejo o Presidente falar após factos consumados, a fazer análise e constatações óbvias. Agora alerta contra as agências de rating, mas há seis meses era para que não fôssemos contra elas, porque estavam a fazer o seu trabalho. A sua capacidade de previsão — que se está sempre a auto-elogiar! — é muito curta. [...] Acho que Sócrates foi muitíssimo bem-educado quando lhe pediram um comentário a seguir ao discurso de posse e se limitou a dizer que era injusto. Cavaco fez o discurso todo contra o Governo, como se não houvesse uma situação internacional de crise. Agora, é o discurso ao contrário. [...] O BIC não oferece 40 milhões, recebe 510 milhões, porque o Governo vai lá pôr 550. O BIC consegue até que o Governo vá custear as indemnizações aos trabalhadores despedidos e, posteriormente, pagar o subsídio de desemprego; limpar o que é incobrável e oferece-lhes os fundo de maneio para terem o rácio de capitais que o Banco de Portugal exige. [...] No outro dia, com um amigo, começámos a assentar nomes das personagens do Governo de Cavaco Silva. Metade teve problemas com a justiça ou é suspeito de poder vir a ter! É extraordinário, para um homem que se gaba tanto da sua integridade, e o mínimo que se pode dizer é que não soube escolher os colaboradores

[Foto de Orlando Almeida para o DN.]

08 agosto 2011

AFINAL NÃO É O GRANDE LUTADOR DA CLASSE OPERÁRIA




Afinal Mário Nogueira não era o grande lutador da classe operária das escolas, que exigia auto-avaliação e perseguia diariamente o primeiro-ministro?  Agora fica calado quando o ministro devolve milhares de professores às escolas, altera programas curriculares e promete milhares de despedimentos. A troco de algumas benesses para os sindicalistas instalados o grande lobo do sindicalismo num dócil borrego no curral da quinta do Crato.
O país assiste impavidamente ao espectáculo triste proporcionado pela nossa espionagem, não se sabendo muito bem onde acabam os serviços secretos e começa a Ongoin, sabe-se apenas que a empresa onde trabalha o marido da senhora dos sms teve acesso a relatórios secretos que tinham interesse para os seus negócios. Resta agora saber se a Ongoin se limitava a ter acesso aos arquivos ou se encomendava as investigações Nunca o saberemos pois também não sabemos onde acaba o programa de privatizações do governo e onde começam os interesses da Ongoing nos negócios do Estado.
O país aguarda ansiosamente uma palavra da Quinta da Coelha, nem que seja via Facebook, sobre as últimas da crise financeira internacional. Até o próprio Obama aguarda que o velho (mísero) professor lhe dê alguns conselhos na matéria até talvez tenha a sorte de receber como prenda uma “Zé Povinho” da Vista Alegre.