23 abril 2009

FRUSTRAÇÕES DE UM COMUNISTA

«Que vamos comemorar no sábado? O "dia inicial inteiro e limpo" [Sophia de Mello Breyner]? Mas que resta desse dia? As ruínas de uma história que se perdeu nela própria. A avenida encher-se-á, como de hábito, e os discursos, no Rossio, alegres e decididos, dissimulam a melancólica gravidade de uma peregrinação que se faz por uma memória feliz, tornada triste e antiga.»Diz o comunista B.Bastos Diário de Notícias
«Informe-se Baptista Bastos de que vamos celebrar a democracia, poderá não ser a que ele deseja mas é a que a maioria dos portugueses apoia.» responde com toda a propriedade o nosso estimado «O Jumento».
E nós dizemos que esta revolução de Abril desiludiu muito o senhor B.B. que esperava ver implantado em Portugal o sistema de privilégios da União Soviética para artistas e intelectuais doutrinadores da classe operária, classe esta que seria obrigada a desunhar-se para que não faltasse ao senhor Bastos e quejandos a lagosta e o filé, indo de seguida para a bichas de racionamento da padaria e do feijão... para alimentar os filhotes. Pois... nada resta desse sonho fagueiro; apenas as ruinas de uma história que se perdeu nela própria. Vá lá que ainda arranjou casinha de graça. Ora ainda bem!
Citar Sofia em apoio de seus gemidos também será um abuso, pois não consta que a poetisa se identificasse com o projecto comunista. Aliás combatia-o! A Democracia, graças a Deus, viveu-a de forma intensa e interventiva. E está aí a democracia pela qual a autora da Fada Oriana se bateu, com todos os defeitos do que é obra humana. E para durar, apesar dos comunistas.
Não devia esquecer isto enquanto anda por aí a abanar o rabinho de contente... mas sem deixar de cumprir os ditames do Comité Central, vergastando a situação com os seus sarcasmos.



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