01 julho 2009

ISOLAR UM RESPONSÁVEL É A SOLUÇÃO?

COM PERSPICÁCIA E OBJECTIVIDADE, MEDEIROS FERREIRA ALERTA O PS PARA OS EQUÍVOCOS EM QUE LABORA

Tem-se escrito muito sobre as mudanças de estilo de Sócrates, cumprindo--se assim a agenda. Mas nada ainda foi referido sobre as decisões que o PS deve tomar quanto às consequências da derrota eleitoral nas europeias.
A culpabilização implícita de Sócrates teve pois um efeito paradoxal: concentrou nele as responsabilidades do resultado mas também a resposta política capaz de alterar os dados da situação até aos actos eleitorais de Outono.
O que se afigura muito difícil para um só homem e assenta na concepção de que o PS não existe como corpo deliberativo e organizado. Fora algumas intervenções na Comissão Política ecoadas na imprensa – entre as quais avulta a de Carlos César – foi como se o partido não existisse neste período post-europeias.
Regime de partidos sim, mas estes só como comités eleitorais? Ora quer-me parecer que tanto, ou mais, do que Sócrates – que tem a sua personalidade individual – o PS também deve indagar rapidamente qual a natureza da sua presença na sociedade portuguesa se não quiser ter um triste destino nos tempos mais próximos. Ainda por cima já se percebeu o nada que a sociedade portuguesa tem a esperar de uma eventual vitória da direita nas próximas legislativas.
O PSD tarda a apresentar um programa com soluções para ultrapassar a crise, limitando-se a ler os indicadores das dificuldades, e a quedar-se aterrado no imobilismo que já fez Portugal perder décadas de desenvolvimento noutras circunstâncias.
Por tudo isto seria bom que entre José Sócrates e o PS tivesse lugar uma conversa franca sobre o melhor modo de não se oferecer à direita o poder em Portugal nas próximas legislativas.
DEBATE SOBRE OBRAS PÚBLICAS
Que tal um debate nacional sobre as obras públicas? Já se percebeu que estas serão uma escolha entre a esquerda e a direita nas eleições. Podem as obras públicas promover o desenvolvimento de um modo que as outras actividades não conseguem agarrar, e conjugar, investimento, benfeitorias e emprego? Deve o Estado lançar um grande empréstimo interno para o efeito e para que obras? Não se pode deixar só aos economistas o nosso destino
.(Dizemos nós, NÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!!!!!!)
Correio da Manhã

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