19 setembro 2009

DEIXEM-ME TRABALHAR!!!





cucos

O líder do Bloco de Esquerda diz que foi Fernando Lima, membro da Casa Civil do Presidente da República, a fonte anónima que levantou as suspeitas de escutas do Governo sobre os assessores de Belém. Melhor dizendo, essa enigmátia figura é a sombra de Cavaco e será o passarão-mor da inventona de Belém, que tem a mãozinha desajeitada e pouco discreta do "deixem-me trabalhar".

Um PR não se pode prestar a estes papéis. Ou tem certezas e age, com coragem; ou não tem certezas, e averigua calado. Ora Cavaco Silva não apresentou nenhuma queixa na Procuradoria, não pediu esclarecimentos ao SIS, não demitiu o Governo. De forma irresponsável (ou deliberada, permitiu mesmo que se acendesse a fogueira da dúvida.
Enquanto não negar responsabilidades pessoais no comportamento do seu colaborador de 20 anos, o PR é suspeito de acusar sem provas e de lançar a instabilidade no País.

O Presidente mandou “plantar” uma notícia, há 17 meses atrás, dando conta de que tinha suspeitas que estava a ser vigiado, dando orientações (que estão expostas no mail) na forma de como a investigação devia prosseguir, como camuflar a fonte e, ainda, dando como fundamento das tais “suspeitas” o facto de um tipo ligado ao governo (e ao estatuto dos Açores) se ter sentado numa mesa que para a qual não tinha sido convidado (convém também saber que o jornalista do Público, noutro mail, diz que investigou a história e que as tais suspeitas não tinham fundamento.
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Ontem, pelas 22h, José Manuel Fernandes admitiu à SIC N que nada, mas nada, levava a indiciar violação do sistema informático do Público. Afinal, o SIS já não teve nada a ver com o assunto. O que iliba o PM e o Governo. Porque não noticiou isto a estação amiga de Queluz, hoje, às 13h, mantendo a suspeita infundada sobre o Governo? Porque insistiu MFL neste caso, quando JMF já tinha deslocado o seu alvo do SIS e do Governo para o DN? Porque não destaca isto o Público, na sua edição de hoje?
9. Onde pára Tolentino Nóbrega, o jornalista que o Público encarregou de investigar o caso onde ele se terá passado: na Madeira. E terá concluído, segundo o provedor, que o representante do Governo nada fez que indiciasse estar a vigiar a visita de Cavaco ao arquipélago em 2008? Porque não é dada voz no Público, nem agora nem na peça de Agosto, que noticiou as alegadas escutas, ao jornalista que investigou o caso e conclui não ter este quaisquer fundamentos?
10. Porque não reagiu o Público por sua iniciativa às declarações de Louçã? Porque não respondeu o Público? Porque não noticiou? Porque não respondeu JMF quando foi interpelado directamente sobre as declarações de Louçã e o silêncio do Público no twitter, aqui?
11. O Público preferiu não noticiar a investigação do jornalista na Madeira, nem as declarações de Louçã. Deu apenas a versão de Fernando Lima. Que era a de Cavaco. A isto chama-se servir uma causa político-partidária em que o Presidente e os seus homens, pagos pelo Orçamento do Estado, se atascou para favorecer eleitoralmente o seu Partido e a sua incrível líder. Não há aqui jornalismo algum, mas a voz dos passarões de Belém, cucos, araras, abutres, corujas, e toda a espécie de aves agoirentas a celebrar a pior presidência da republica pós 25 de Abril. Que saudades de Eanes, Soares e Sampaio. Não há dúvidas de que a democracia só existe e se pratica com democratas. Com arremedos é uma geringonça desconjuntada.
12. E finalmente, se Cavaco não fala, só está interessado em perpetuar o clima de suspeitas deliberadamente criado. E porquê? A uma semana das eleições quem quereria o moderador e árbitro, alegadamente independente, favorecer? Pois...

Deixem trabalhar o homem!!!

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