13 janeiro 2010

D.CAVACO, O PREOCUPADO...

Os melhores exemplos da falta de seriedade no debate politico são-nos dados por Cavaco Silva que, por acaso, até é (mas nem sempre parece) o Presidente da Repúblicain O Jumento.

Há uns meses entrou na discussão da construção do novo aeroporto mas nunca defendeu que o país não dispunha das condições financeiras para o construir, promoveu uns estudos para “ajudar” a mudar a localização. Apesar de num ano, ou pouco mais, não ter acontecido nenhum cataclismo nas contas públicas Cavaco Silva anda muito preocupado com a dívida pública. Ora, a situação não é nova e só não é pior porque a dívida (deixada pelo Primeiro Ministro Cavaco Silva) foi substancialmente reduzida durante os governos de António Guterres a fim de se criarem as condições impostas para se poder aderir ao euro (lembram-se!!). É que Cavaco não só já se esqueceu dos números do tempo em que era primeiro-ministro, como só reparou na dívida de um dia para o outro.
Em Portugal o mundo da política é ainda menos sério do que o do futebol, nenhuma das verdades de hoje sê-lo-á amanhã, fazem-se grandes debates, o Presidente promove grandes roteiros, mas meses depois o que tanto os preocupava deixa de ser preocupação, lançando-se novas preocupações. Talvez por isso mesmo Cavaco Silva ande sempre preocupado, cada intervenção pública que faz é para declarar que está preocupado com qualquer coisa, aliás, a crise política tem andado ao ritmo das suas preocupações. Já se preocupou com a exclusão social, já se preocupou com supostas escutas a Belém, já se preocupou com o desemprego, já se preocupou com a localização do aeroporto, já se preocupou com o estatuto da família...
O país está a deixar de discutir os seus problemas para passar a andar preocupado com as preocupações de Cavaco Silva.
É verdade! Este Homem não está ao nível mínimo de qualquer dos Presidentes que Portugal teve depois do 25 de Abril. Só este exemplo: alguém poderia imaginar um desses anteriores Chefes de Estado a lançar aquela mentirola das escutas para fragilizar o Promeiro Ministro e o seu partido, em período de campanha eleitoral e depois, descoberta a marosca, arrear a carga sobre o executante da tramóia? E de seguida, quase sem período de nojo, promover o dito cujo para o premiar?!... Ninguém sabe das tentações a que cada um está sujeito... Mas se, por hipótese re-mo-tí-ssi-ma, tal tivesse acontecido com qualquer dos anteriores P.R a que aludimos ,estamos cientes que, no mínimo, assumiriam as suas responsabilidades e renunciariam ao cargo! Quanto mais ficarem como se nada fosse e recandidatarem-se a novo mandato.
A seriedade política não se sustenta só de semblantes carregados e caras de pau...
[Este post inspira-se num texto de "O jumento" sobre o tema]

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