21 julho 2010

NUNCA FUI UMA RAPARIGA BEM COMPORTADA


Eu nunca fui uma rapariga bem comportada...
Pudera, nunca tive vocação para a alegria tímida, para paixão sem orgasmos múltiplos ou para o amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.Não estou aqui para que gostem de mim.Estou aqui para aprender a gostar de cada detalhe que tenho.E para seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fractura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venham com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros,mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma,no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo das alturas, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou."
Maria Queiroz

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