16 fevereiro 2007

Manuel Alegre - O Sumo Sacerdote

Talvez passe despercebido a muito boa gente mas está a surgir na vida política nacional algo de surpreendente, que ousaria chamar de "O Sisma Manuel Alegre". Toda a acção do Político/Poeta é notoriamente anti partidos, visando em última análise o PS. O próprio e seus fieis seguidores podem criar tertúlias, retiros espirituais de reflexão, movimentos e sub-movimentos de cidadania, mas uma coisa não podem escamotear: o que norteia o celebrado poeta não será o generoso espírito do cidadão impoluto, movido por apelos místicos de cidadania, não acessíveis ao simples mortal... São coisas bem mais terrenas e comezinhas!
Com efeito, é evidente que toda a actual acção política de M.A. comporta uma reacção a derrotas democráticas sofridas no interior do "seu" partido, desaires que uma grande soberba, desmedida vaidade e auto convencimento, não lhe permitiram suportar com a exigida humildade democrática. Outros derrotados,excluidos de listas e variados desempregados, tornaram-se verdadeiros apóstolos da causa. E Manuel Alegre parece sentir-se bem no papel de Sumo Sacerdote da seita que se quer substituir aos partidos, amalgamando aderentes de quadrantes vários que, mais cedo ou mais tarde, poderá ser uma espécie de União Nacional refundada (sem partidos, logo...sem partidocracia!)
Não há democracia sem partidos e os verdadeiros democratas lutam dentro deles para os tornarem melhores, sobretudo aqueles que têm responsabilidades históricas. Pelo contrário, o que Manuel Alegre e a sua seita está a fazer é tentar desmantelar, reduzir, tornar irrelevante o partido político que o acolheu. Não descortinamos outros objectivos do mal humorado senhor.

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