12 janeiro 2009

MAIS VALE TER TRABALHO DO QUE NÃO TER


O que vou escrever vai por os cabelos em pé a muita gente. Mas nestes dias de crise mais vale ter emprego, mesmo que mau, desprotegido, sem direitos, precário, do que não ter emprego nenhum. E é por isso que o reforço dos direitos laborais, o aumento das contribuições sociais, a dificuldade de contratar a recibo verde, a penalização do trabalho “negro”, têm um enorme preço em deixar mais gente na miséria. Em teoria nada há de mais aceitável, na prática nada há de mais injusto, porque em nome de quem tem trabalho e direitos adquiridos, penaliza-se quem quer qualquer trabalho, porque não encontra um trabalho decente. Para além disso é ineficaz, porque muita gente que não aceitaria trabalhar em condições de precariedade está hoje disposta a fazê-lo em quaisquer condições. A necessidade obriga e a necessidade tem muita força.É um retrocesso em termos sociais? Certamente que é, mas a alternativa é um retroceso ainda maior, é a pobreza. Não estamos em períodos de normalidade, precisamos de soluções excepcionais, mesmo que temporárias, indexadas por exemplo, aos indicadores de desemprego e de pobreza. Porque na prática, há por aí muita procura de trabalho que não se materializa, porque empregar sai demasiado caro.

O texto supra é da autoria de Pacheco Pereira com o qual, nas actuais circunstâncias, só os comunistas e quejandos que, face aos seus objectivos "revolucionários", lhes interessa que o desemprego cresça e a miséria se dissemine. Concordam, batem palmas e farão tudo para dar uma ajudinha com greves e manifestações. E para isso até conseguem a colaboração dos que têm emprego garantido e ordenado, sem falhas, no fim do mês na conta bancária. O caso dos professores é paradigmático! Um social-democrata verdadeiro (há para aí tanto gato por lebre...) não ficará com os cabelos em pé mas muito preocupado e a aceitar alguns sacrifícios pelos outros, esperando que o Estado Democrático esteja apetrechado de meios e condições para acorrer aos que mais precisam, tendo para tanto criado os necessários suportes , decidido e implementado os mecanismos necessários para uma justa distribuição da riqueza e não ficarem com os cabelos em pé quando não se baixam os impostos aos que melhor os podem pagar. E sobretudo não pretender que um país pobretanas seja um paraíso de banqueiros a quem os mais pobres vão pagar os monstruosos déficites de exploracão nem de "jovens turcos" que pretendem ser Bill Gates à sombra do O.E. Isto, pelo menos, para que os cidadãos se sintam protegidos e com alguma esperança no futuro. Entretanto não se semeie também a descrença e não se dê curso a este fatalismo fadista dos nossos opinadores profissionais, sempre na ponta da lígua e da caneta com o discurso da desgraçadinha no gamanço.

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