25 fevereiro 2009

SOBRE O PACHECO TORQUEMADAS


O grande educador
Para quem se preocupa, como o Dr Pacheco Pereira, com a baixa qualidade do debate político e berra, indignado, contra a importância que se dá aos soundbytes e minudências, não deixa de ser surpreendente a sanha contra uma possível incorrecção ou falha menor de um actor político, num tema que importa tanto ao debate como um pente a um careca. Por outro lado é entendível. No fundo, é normal em alguém que pensa que a verdade – a dele, claro está – é um programa político e que se promove a inquisidor-mor dos jornais e jornalistas a quem tenta impor a agenda certa, ou seja, a dele. Para ele, que vive no “universo mediático-político” mas, por qualquer razão que me escapa tem de viver no meio desses ignorantes – coitado -, não chega tentar espalhar a verdade. No intervalo dessa missão encontra tempo para explicar como se deve ou não ler uma determinada obra. Ficamos a saber que determinados livros não podem ser lidos pela fresca da tarde. Já que estava com a mão na massa podia educar os ignorantes que vivem longe da realidade e que não sabem que existe pobreza, desemprego, insegurança, doença e morte – oh, quanta soberba - que tipo de bebida ou tabaco devem acompanhar os livros do Sartre ou Heidegger.
(Estava tão curioso para saber qual seria o nível de situacionismo a que tinha chegado a entrevista da Dra Manuela Ferreira Leite ao Correio da Manhã ou a do Dr Passos Coelho ao sério e verdadeiro Público mas, pelos vistos, não deve ter havido tempo)
de 31 da Armada-P.M.Lopes

Sem comentários: