24 setembro 2009

CARLOS CÉSAR É UM POLÍTICO SENSATO E NÃO APROVEITOU A DEIXA PARA RETALIAÇÕES. DISSE O ÓBVIO E É BASTANTE

Três dias depois de ter demitido Fernando Lima, o seu homem de confiança há quase 25 anos, ontem, interrogado pelo i, Carlos César, presidente do governo regional dos Açores, eleito pelo PS, admitiu que se fosse provado que a iniciativa de Fernando Lima em divulgar ao Público as suspeitas de escutas tinha o "visto" do próprio Cavaco, o Presidente deveria renunciar. "Se se tratasse de uma iniciativa com o conhecimento do Presidente da República devia ser ele próprio a pedir a demissão", disse Carlos César que, por força do seu cargo de presidente do governo dos Açores, também é conselheiro de Estado.A demissão de Fernando Lima, na passada segunda-feira, foi, na opinião de Carlos César, uma espécie de "pedido de desculpas" de Cavaco Silva: "Acho que o senhor Presidente, com a demissão do seu principal assessor e confidente, quis deixar três mensagens. A primeira é que a substância da intriga não tinha fundamento; a segunda foi um pedido de desculpas aos portugueses". A terceira mensagem, segundo César, é a de que "a iniciativa desta intriga foi do seu assessor, no qual depositava muita confiança, mas sem o seu conhecimento". No caso de Cavaco Silva estar a par da diligência de Lima junto do "Público", então, segundo César, justificar-se-ia a renúncia do Presidente da República. No entanto, o presidente do governo regional dos Açores recusa defender expressamente a demissão de Cavaco Silva: "Penso que o Presidente terá que reconsiderar o seu relacionamento com as diferentes forças políticas e com os diversos níveis institucionais e terá certamente condições para prosseguir as suas funções, embora conjunturalmente fragilizado".

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