06 fevereiro 2012

O VASCO, A CAPLINHA E O ACORDO


GRAÇA MOURA
 E O SUBALTERNO VIEGAS

Se o S.Estado da Cultura, Viegas, já afirmou que o Acordo Ortográfico se mantém, é para implementar e essa obrigatoriedade é para o Estado, a partir de 2012, como se compreende que Vasco Graça Moura tenha na sua primeira grande decisão conhecida à frente do CCB, mandado suspender o seu uso naquela casa, inactivando até os suportes informáticos de ajuda existentes? Argumenta que a obrigatoriedade da sua implementação é para eles a partir de 2014, por se tratar de uma entidade de direito privado, mas como aceitar, que estando o Estado vinculado se coloque de fora dessa obrigação uma casa como esta, onde é fundador de referência, apenas porque o seu novo inquilino foi um dos mais acérrimos opositores do Acordo? Que imagem daremos da nossa cultura quando temos cada um a decidir no seu feudo de acordo com convicções pessoais? Ouvindo entretanto a veemência com que VGM justificou a sua decisão, diria até que ele tem em relação à medida que tomou, a certeza da cobertura por tutelas superiores. Não me surpreenderia. Que eu aproveite todos os limites da implementação do AO para me sentir mais confortável com a aplicação das novas regras, entende-se, o que não se percebe é termos entidades deste relevo a darem estas tristes imagens da forma como nos organizamos, num domínio tão importante como a Língua em que nos entendemos.
Terá sido exactamente daquele local que outro velho do Restelo bramou sem consequências contra a aventura, mas o seu espírito deve ter ficado por ali a pairar para que vindouros mediúnicos o encarnem no momento de decisões importantes, voltando sempre a mesma ladainha. Por muito Direito que lhe assista não ser pró-Acordo, não tem contudo o de ser "anti", no exercício das suas funções oficiais, só porque ganhou a sua capelinha. Foi assim Graça Moura no CCB: à primeira cavadela, minhoca! Promete.
Reedição:
Uma mensagem amiga alertou-me para o facto do Viegas não ser Ministro. Sim, agora reparo que nunca me pareceu Ministro, embora o tivesse promovido mais levado pela importância que atribuo à pasta do que ao empastado. Afinal ele é só Secretário de Estado. Bem feito para ele que não lhe bastou tanto "roçansso" pelos corredores do poder a que paulatinamente se foi chegando. Aqui fica a ressalva.
arroios

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