03 junho 2009

ENTÃO AS "ACÇÕES" NÃO SE COMPRAM E VENDEM?

"Belém só uma vez se pronunciou sobre esta matéria, mas sem fazer qualquer referência às acções da Sociedade Lusa de Negócios. No comunicado emitido no final do ano passado, Cavaco refere que"nunca exerceu qualquer tipo de função no BPN ou em qualquer das suas empresas, nunca recebeu qualquer remuneração do BPN ou de qualquer das suas empresas, nunca comprou ou vendeu nada ao BPN ou a qualquer das suas empresas"(Expresso)
Então operações relativas a movimentos destinados a alguém obter as ditas ou a desfazer-se delas não se trata da efectiva compra e venda da coisa? Ou o Jornal Expresso não falou verdade , o senhor Presidente terá perspectivas diferentes sobre caso, ou teve um lapso de memória, algo que acontece aos melhores. Mas vejamos pormenores dos resultados da compra e venda das ditas acções, segundo o Expresso:
A passagem de Cavaco Silva pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), como accionista, foi lucrativa. O Presidente da República (PR) vendeu em Novembro de 2003 as 105.378 acções que tinha da SLN - empresa que até Novembro controlou o Banco Português de Negócios (BPN) -, por €2,4 cada. Tendo em conta que as tinha comprado em 2001 por €1, Cavaco obteve, com este negócio, ganhos de €147,5 mil.
Também a sua filha Patrícia era uma pequena accionista da SLN e vendeu 149.640 acções na mesma altura que o pai, pelos mesmos €2,4. Resultado: mais-valias de €209,4 mil.
Documentos a que o Expresso teve acesso mostram que, a 17 de Novembro de 2003, Cavaco Silva e a filha deram ordem de venda das suas acções, em cartas separadas endereçadas ao então presidente da administração da SLN, José Oliveira Costa. Este determinou que as 255.018 acções detidas por ambos fossem vendidas à SLN Valor, a maior accionista da SLN, na qual participam os maiores accionistas individuais desta empresa, entre os quais o próprio Oliveira Costa.
Como se constata o negócio foi muito rentável, cifrando-se o resultado do investimento em mais de 150% de lucro em dois anos! Parabéns ao sr Prof.Cavaco Silva que, não deixando os seus créditos de economista por mãos alheias, sabe como aplicar as suas economias e quando se deve entrar e sair de um bom negócio. Quanto à ruinosa gestão do BPN isso não terá acontecido enquanto ele foi accionista. O que se passou depois será estultícia envolver nisso o Sr.Prof.Cavaco Silva.
Mas... se um banal caso destes tivesse Socrates como protagonista, a boca da outra já estaria rasgada até às orelhas... e o PSD também já teria entrado em transe de gozo místico. Só por essa razão não seria desajustado aconselhar aquela gente que um bocadinho de recato não fazia mal nenhum à família. Sim! Porque o pequeno Rangel, inchado que nem sapo fumador com tantos elogios de circunstância, vindos dos tradicionais e bem instalados preguiçosos do PSD, transformado-o em herói da traquitana, anda por aí que parece um desalmado a atear incêndios. Tenham tino.

Sem comentários: