02 junho 2009

TRUNFOS ELEITORAIS




Ao contrário do que se pensa, o dr. Vital Moreira é um bom candidato para o PS. Já o dr. Rangel é duvidoso que o seja para o PSD.Lamento desiludir as hostes mas, ao contrário do que se tem dito por aí, duvido que as comparações entre Paulo Rangel e Vital Moreira sejam particularmente favoráveis ao PSD.
É verdade que, atendendo à primeira semana de campanha, o dr. Rangel parece beneficiar de um discurso novo e desenjoativo por oposição ao estilo velho e desajustado que caracteriza o dr. Vital Moreira. A ideia, admitida pelo próprio, de que o partido adquiriu, nestas eleições, um novo player revela, no entanto, um optimismo demasiado elevado que não se coaduna com a dura realidade dos factos. Desde já, porque o que não faltam, no PSD, são players, dispostos a ganhar o seu próprio jogo independentemente dos superiores interesses da seita a que pertencem.O súbito aparecimento de mais um, longe de anunciar qualquer vitória eleitoral, confirma apenas o estado de desagregação em que se encontra o maior partido da Oposição. Agora, até o cabeça-de-lista às europeias, entusiasmado pelo coro de elogios que, de repente, se abateu sobre a sua pessoa, se considera um hipotético salvador do partido, pronto a competir com todos os hipotéticos salvadores que se anicham nas várias esquinas do PSD.
Como se imagina, o resultado de todos estes esforços desencontrados não é particularmente animador para o partido. Se até ao arranque da campanha, a dra. Ferreira Leite estava, para o mal e para o bem, refém do que viesse a acontecer ao seu candidato, neste momento, dá ideia que a líder do partido se transformou num estorvo eleitoral que o dr. Rangel teria toda a vantagem em remover do seu caminho. Pode-se dizer que nada disto corresponde à realidade, que o dr. Rangel foi o resultado de uma escolha enviesada que exclui candidatos mais capazes como o dr. Marques Mendes, que a sua capacidade de mobilização é quase nula, que o seu grau de notoriedade deixa muito a desejar mas a verdade é que, com o correr da campanha, as supostas qualidades do candidato passaram a emergir por contraponto à esplendorosa miséria do PSD.
Os sublinhados são nossos

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