03 março 2010

OS INTERESSES E A DESPESA PÚBLICA

“O Estado tem sido levado a criar mercado para os privados e a ser capturado do ponto de vista das suas funções técnicas. O Estado em termos técnicos está cada vez mais desapossado. Hoje interrogo-me se o Estado tem capacidade para assinar contratos com os privados. Esta é aliás uma pergunta que tem sido feita por muitos com respostas bastante convincentes. Portanto, há um contexto ideológico, ao qual é preciso dar uma certa resposta política e ideológica. Submeter-nos à ideia de que os mercados reconhecem cristalinamente o que se passa, isso não pode ser feito. O Estado é, evidentemente, que está no centro do debate político e ideológico e isso deve vir ao de cima. O pior seria naturalizarmos a posição das agências de rating (…) Endeusar o défice como se não estivéssemos numa situação como a actual não é grande caminho. Mas compreendo que tenha de haver sinais, mesmo para os tais mercados que são tão cruéis connosco. Agora o grande problema é que, quando se fala da despesa, já sabemos do que é que se fala. Fala-se de salários na função pública e de prestações sociais. A mim o que me parece é que seria muito útil um escrutínio rigoroso de toda a despesa do Estado”.in Ladrões de Bicicletas
Esse endeusamento do mercado por políticos que representam por norma interesses privados são quem, uma vez no poder, aprisiona os recursos do Estado em favor da actividade dos privados, execrando tudo o que é despesa pública, incluindo, sobretudo, os salários da da função pública, sector que passa a vida a ouvir apoucamentos e sentenças de morte à sua condição.
É interessante, neste aspecto, prestar atenção ao discurso da rapaziada do PSD que se perfila para tomar o poder no partido, que se desunham em processar a morte política de José Sócrates,com o apoio da imprensa da direita dos interesses e a ajuda das execráveis organizações do PCP e BE, pela simples razão de ser ele, Sócrates, o político que, apesar de tudo, tem revelado objectivos e coragem para travar a sofreguidão dessa gente dos interesses. PCP e BE são aliados estratégicos pela sua busca infrene e devota do paradigma da desgraça do capitalismo, julgando eles que dando corda ao doente ele se prestará a enforcar-se. Porque são ideologicamente neuróticos... são também muito perigosos.
Nunca foi tão importante saber votar para defender os nossos interesses. Ex. um funcionário público que vota PSD ou BE não sabe o que está a fazer...



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