06 março 2010

QUANTO PIOR MELHOR - A VELHA ESTRATÉGIA DO PCP

A greve na função pública é apenas a preparação da ampliação da luta." Foi assim que Carvalho da Silva antecipou a greve de ontem, em entrevista ao "Diário Económico". Não espanta: na mesma entrevista classificou o acordo tripartido alcançado na Irlanda como resultante de uma "cultura diferente" e classificou o apelo à negociação como uma "treta" (sic). O sindicalismo português é apenas mais um elemento da miséria política do nosso país. Perante dificuldades extremas e constrangimentos que aparentam ser inultrapassáveis, o que se exigia de todas as partes eram convergências: entre partidos e governo, entre empresários e sindicatos. O que nos é oferecido é precisamente o contrário: uma total incapacidade de negociar, de abandonar a rigidez da posição de partida para alcançar um compromisso. Entretanto, o desemprego continua a sua imparável cavalgada e a dívida que temos de pagar lá fora fica todos os dias mais cara. Portugal tem níveis de conflitualidade laboral (medidos pelo número de greves) comparativamente baixos e estes têm descido de modo acentuado. A administração pública é a excepção. Hoje faz greve quem pode (quem tem uma relação laboral protegida) e os funcionários públicos podem. Contudo, é também sabido, o padrão de baixa conflitualidade laboral coexiste com níveis elevados de contestação política de base sindical. No fundo, as greves servem para "ampliar a luta". As consequências da estratégia serão incontornáveis: um acantonamento político e social do movimento sindical, sem ganhos visíveis para os trabalhadores. Precisamos, de facto, de "outras políticas", mas precisamos não menos de outros sindicatos.Pedro Adão e Silva no jornal i . Carvalho da Silva que será o membro do PCP que melhor disfarça a os objectivos últimos do projecto totalitário desse partido, mas fica com a careca à mostra quando revela esta frieza de conduzir o rebanho para o abismo sabendo, de ciência certa e segura, que está a prejudicar profundamente os trabalhadores, conduzindo-os para o desemprego certo.(embora instrumentalize os funcionários públicos que julgam ter o emprego garantido - mas, hoje, não devem ter isso como adquirido...) Mas a revolução não se faz com trabalhadores satisfeitos! As vítimas da fome só se levantarão se tiverem fome. Há pois que criar as condições e em tempo de crise geral qualquer empurrãozinho pode gerar um grande trambolhão! Há muito boa gente que tem promovido esse senhor a santo e nem lhe faltará capela onde lhe destinem altar se conseguirem substituir a cruz pela foice e o martelo...

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