ENTRE A PEDRA LASCADA E O MARIALVISMO DE CASERNA.
Em Setembro de 2009, foi lançado um livro de entrevistas a António Lobo Antunes, onde ele falou da guerra em Angola de forma que não agradou a antigos combatentes. Desde aí, apareceram ameaças na Internet. Vou enumerar datas e locais onde teria sido possível partir a cara a Lobo Antunes, de 67 anos. Em 22 de Outubro, no São Luiz, Lisboa, ele lançou o seu novo romance. Em 26 de Novembro, esteve em Caldas da Rainha a apresentá-lo. E, a 6 de Dezembro, na Biblioteca de Nelas. Em 5 de Março esteve com Fátima Campos Ferreira no Casino da Figueira. Em Maio casou, em cerimónia que a revista Caras avisou. A 20 desse mês apresentou o livro de Pedro Rosa Mendes, na livraria Buchholz, em Lisboa. A 7 de Julho deu uma conferência de imprensa, em Lisboa, com artistas franceses. Em 24 de Julho debateu com Eduardo Lourenço na Faculdade de Letras de Lisboa... São sítios públicos onde ele foi quando já circulavam ameaças de agressão. Destas não sei nada. De Lobo Antunes vejo que não fugiu delas. No sábado, o Expresso contou as ameaças que já circulavam há meses na Internet e que o escritor conhecia. Nesse dia, ele ia a um encontro em Tomar. Por razões que ele já explicou, não foi. Mas juntaram a não ida ao medo de ser agredido! Lobo Antunes disse, ontem, ao DN: "Querem fazer--me passar por aquilo que não sou: um cobarde." É o que diz o rol que aqui deixo. Não é.
Não sabemos de onde partiu a ameaça, mas apostariamos não foi de elementos oriundos da Força Aérea ou da Marinha, sectores onde se cultivam gestos civilizados.
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