23 setembro 2010

PASSOS COELHO - UM POLÍTICO MANHOSO

A forma como Pedro Passos Coelho lança o debate sobre o Estado social é errada, manhosa e pouco séria. Errada porque primeiro se debate um tema que diz respeito a todos os portugueses e depois muda-se a constituição, Passos Coelho optou por encomendar um projecto de revisão constitucional a Paulo Teixeira Pinto e nem sequer com os seus deputados a debateu. Manhosa porque não assume frontalmente os seus objectos e tenta esconder a promoção de negócios atrás de uma falsa preocupação com a sobrevivência do Estado social. Pouco séria porque num dia diz-se uma coisa e perante a evolução das sondagens vão-se mudando as propostas e alterando o discurso.
À esquerda domina a irracionalidade, o Estado social é uma mistura de sonhos no tempo de  do tempo da fartura de Abril com as farturas eleitoralistas dos tempos actuais. Os resultados estão à vista, descontrolo na despesa, oportunismo social, desperdício e um imenso batalhão de dirigentes a enriquecer à custa do Estado social.
É urgente debater o Estado social com seriedade, a educação carece de um forte investimento na modernização, os custos do SNS tenderão a crescer exponencialmente, com a globalização serão cada vez mais os sectores produtivos que terão de ser reestruturados, a vulnerabilidade da economia às crises internacionais será cada vez maior. O modelo assente num aumento contínuo dos impostos para financiar o Estado está esgotada porque  a economia não suporta mais aumentos da carga fiscal.
O aumento da esperança de vida implicará maiores custos em tratamento de doenças terminais e cuidados paliativos, o desenvolvimento tecnológico implica uma constante substituição por outros mais sofisticados e caros, a multiplicação dos métodos de diagnóstico, o aparecimento de novas doenças  tomou  uma maior incidência em camadas mais jovens, a maior qualificação do pessoal clínico e, em consequência, o aumento da sua remuneração, são factores que levarão os custos do SNS a crescer exponencialmente tornando-os incomportáveis. Continuar a ler aqui

Sem comentários: