FRANCISCANISMO PARA INGLÊS VER?
Como é minha obrigação como cidadão desconfiar do poder receio que estes comportamentos não sejam mais do que o boi da piranha, a tal pileca que o vaqueiro atira ao cardume das piranhas para que a manada passe tranquilamente o rio. Desconfio que o mesmo povo que aprova estes exemplos de modéstia não seja depois capaz de calcular os lucros fáceis dos que vão comprar o que é lucrativo no Estado em nome da salvação do país.
Mas se sou desconfiado também tenho a obrigação de confiar que a estes sinais de miserabilismo correspondam a uma actuação coerente e que em cada decisão Passos Coelho mantenha o critério que seguiu nestes gestos simbólicos.
Se zipou o governo e com isso poupou um milhão e tal de euros que a sua central de comunicação se apressou a divulgar junto da comunicação social, espero que seja coerente e faça o mesmo ao nível das secretarias de Estado e, mais ainda, na escolha dos adjuntos e assessores governamentais. Não alinho com a vaga populista que exige poucos assessores e adjuntos, um governo para decidir bem deve estudar convenientemente as suas decisões. Defendo antes que o governo deve ser criterioso na escolha do pessoal dos gabinetes e sempre que puder contar com quadros do Estado competentes que os mobilize pois ficam a custo zero, ao contrário dos idiotas vindos dos escritórios e empresas de consultoria que têm enxameado os corredores governamentais.
Espera-se ainda que Cavaco Silva faça também os seus votos de pobreza e ponha fim à tendência para transformar o Palácio de Belém numa Casa Real de Boliqueime que gasta quase tanto quanto a rainha de Inglaterra e que sem se saber muito bem para o quê tem mais assessores do que um bom par de ministérios juntos. Se estes sinais se estenderem à Presidência da República, aos autarcas, aos generais e almirantes e aos directores-gerais e presidentes dos institutos e fundações serão positivos e contribuirão para a moralização da vida pública e para a respeitabilidade da classe política.
Se estas manifestações não passarem de um franciscanismo anedótico então sugiro que Passos Coelho junte os trocos que poupou, peça a Rua Augusta emprestada ao António Costa e com o patrocínio do Soares dos Santos e do Belmiro de Azevedo ofereça uma sardinhada ao povo pobre de Lisboa...
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