21 agosto 2011

WARREN BUFFETT - UM RICO DESPRENDIDO?

 Multimilionário quer os ricos a pagar a crise

Durante 30 anos não se apercebeu de que havia um Picasso na parede, a sua arte é outra: fazer dinheiro. Agora, em tempo de crise, pede para que as grandes fortunas sejam mais tributadas.

De pequenino começou a construir a imensa fortuna: comprou a primeira acção aos 11 anos, e três anos depois - com o dinheiro ganho na entrega de jornais porta a porta - uma pequena quinta. Hoje é um dos homens mais ricos do mundo. E não cessa de surpreender este homem que recusa telemóvel e não tem computador na mesa de trabalho.
Num artigo de opinião publicado no New York Times, o multimilionário norte-americano Warren Buffett faz um apelo curioso. Pede para pagar impostos, apela aos governantes para deixarem "de mimar os super-ricos". À primeira vista, Buffett parece recuperar o velho slogan "os ricos que paguem a crise", da extrema-esquerda. Não vai tão longe, é certo. Mas contesta com extrema lucidez a imoralidade da política fiscal. A tributação da sua fortuna, lembra, é de 17,4 por cento, enquanto um empregado médio paga 36 por cento.
O grupo a que preside, a Berksire Hathaway, pagou 6,9 milhões de dólares em impostos. Até pode parecer muito dinheiro, sublinha, "mas percentualmente é menos do que pagou o resto dos trabalhadores nas nossas empresas".
Apoiante de Obama, o capitalista Buffett, astuto investidor, sabe que, nos dias que correm, a credibilidade dos Estados Unidos está em jogo. Chegou, portanto, a hora de pôr na ordem as contas públicas. Daí o apelo aos legisladores em Washington para aumentar os impostos às maiores fortunas.
Nascido em Omaha, Nebraska, há 80 anos, Warren Buffett protagoniza uma verdadeira história de sucesso. Bola de Neve, o título da sua biografia, escrita por Alice Schroeder, é a imagem perfeita para descrever a sua fortuna. Como uma bola de neve, os dólares foram engordando a sua conta bancária. A actual crise preocupa-o, mas não tolhe o antigo fascínio de investir. "Gosto de ir às compras quando toda gente vende." Na passada segunda-feira, reforçou a sua carteira de acções: "Gastámos mais dinheiro do que em qualquer outro dia do ano", revela.



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