01 outubro 2011

A TOUPEIRA DA OPTIMUS



«Li, ontem, que um espião do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, SIED, tinha um familiar, funcionário da Optimus, que forneceu a lista dos telefonemas do jornalista Nuno Simas. Este caso de telefonemas do jornalista andava badalado há semanas sem que eu entendesse quem espiava o quê. Mas, desta vez, a coisa compôs-se. Então, o espião tinha uma toupeira na Optimus, e esta já está com um processo às costas. Claro que foi apanhada, as toupeiras não têm orelhas. Alguém sem orelhas a trabalhar numa operadora de telefones chama a atenção, só pode. Outra coisa que ontem se soube foi que a toupeira do espião era um primo (ou cunhado; familiar, enfim). Tão português! Somos assim, uns para os outros. Um português pode fazer carreira a recolher informações estratégicas para a defesa da pátria e, de repente, ter de saber para onde anda a telefonar um jornalista. Se fosse da CIA ou do MI-5 - eu sei, vejo filmes -, ele esperava pela madrugada, digitalizava o pin da porta blindada da operadora (se fosse americano, até conseguia enganar o scanner da íris) e, depois de milhões gastos em tecnologia, chegava à tal lista de telefonemas. O nosso secreta telefonou ao primo. Para a próxima, se o funcionário da Optimus desconfiar da mulher, pede ao primo espião e este segue-a. É esta economia paralela que a troika nunca há-de entender. Mas também é o que faz o nosso encantoFerreira Fernandes- [DN]



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