28 maio 2009

REDISTRIBUIÇÃO OU CARIDADEZINHA?

clicar no gráfico para ampliar
Alguém avise, por favor, o Francisco Camacho e o Instituto Sá Carneiro que, se querem combater a pobreza, a estratégia de ”a dar aos que mais necessitam” - de tempos a tempos alguém tenta sempre reinventar a roda com esta conversa - tem uma longa história e, se esta nos ensina alguma coisa, é que é menos eficaz do que a estratégia universalista para atingir o objectivo a que se propõe.
Uma olhadela ao quadro supra, retirado
daqui, permite observar isso mesmo: que os países cujos sistemas de protecção social e estratégias de redistribuição assentam numa lógica de basic security (em particular, os anglo-saxónicos) são mais desiguais e têm taxas de pobreza mais elevadas do que os países que historicamente apostaram em sistemas de protecção social e estratégias de redistribuição de cariz mais universalista (encompassing).
Mas que fariam as titias da sua caridadezinha?!... E é nestas oportunidades que o PSD se revela, sociológicamente, como uma organização política cavalgada por um minoritário grupo social de classes elevadas, embalado por um sector mais vasto que luta pela ascensão e com uma base de serventuários alienados que tomam como seus os gemidos daqueles a quem nada falta. E cada vez se enquista mais nesse mundo...É a mui digna Social Democracia viciada e virada do avesso! Não é por vergonha (nem haveria motivos para tal) de exibirem ícones e cores da direita, mas por oportunismo e eficácia do discurso. Isto é uma novidade com barbas... E com a aquisição ao CDS do coca-bichinhos de Campos Rangel para reforço e porta-voz do Pacheco (um vindo da extrema-esquerda e o outro da extrema direita - embora a memória selectiva deste não permita que se lembre disso - avariaram uns chips) o PSD está agora apetrechado para teorizar ideologicamente o seu programa da caridadezinha, adornado com nuances rubro azuladas e envolto num faiscante alaranjado. Fica bonito...

Sem comentários: